Como funcionava a organização que planejou golpe pró-Bolsonaro, segundo a PF:665bet

Ainda665betacordo com a nota, "os investigados se estruturaram por meio665betdivisão665bettarefas, o que permitiu a individualização das condutas".

A estrutura da organização era dividida665betseis núcleos:

O relatório final do indiciamento ainda não foi divulgado pela PF, mas uma nota divulgada pela corporação nesta apontou que o grupo foi indiciado por três crimes: abolição violenta do Estado Democrático665betDireito, golpe665betEstado e organização criminosa. As penas variam665bettrês a 12 anos665betprisão.

A BBC News Brasil analisou documentos já divulgados referentes à investigação e mostra, com base665betrelatórios divulgados ao longo665bet2023 e 2024, quais foram os núcleos identificados e quem fazia parte deles.

Houve mudanças na nomenclatura665betalguns deles, mas a estrutura atual segue bastante semelhante à identificada no início do ano.

Como os documentos analisados são do início do ano e na época Bolsonaro ainda não havia sido indiciado, a estrutura abaixo não aponta, ainda, qual seria o papel665betBolsonaro na organização. Esse detalhamento deverá vir à tona assim que o STF tirar o sigilo sobre o relatório da PF que indiciou o grupo.

O retrato da organização abaixo é baseado na Operação Tempus Veriatis,665betfevereiro deste ano.

Confira abaixo como funcionava e quem fazia parte665betcada núcleo, segundo a PF. E aqui, veja como os indiciados se manifestaram sobre o caso até agora.

Núcleo665betDesinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral

De acordo com a Polícia Federal, a função deste núcleo era produzir, divulgar e amplificar notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais665bet2022 com a finalidade665betestimular seguidores a permanecerem665betfrente a quartéis e instalações militares para criar um um ambiente "propício para o Golpe665betEstado".

De acordo com a PF, os integrantes desse núcleo eram: o tenente-coronel do Exército e então ajudante665betordens665betBolsonaro Mauro Cid, o então ministro da Justiça Anderson Torres, Ângelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sérgio Ricardo Cavaliere665betMedeiros, e o ex-assessor665betBolsonaro Tércio Arnaud Tomaz.

Lançar dúvidas sobre o processo eleitoral parecia ser uma estratégia fundamental para manter a militância mobilizada.

Desde que assumiu o poder, Bolsonaro e seu grupo fizeram críticas sem provas sobre a suposta vulnerabilidade as urnas eletrônicas e chegaram a propor a adoção do voto impresso.

Um dos pontos altos dessa estratégia foi a convocação665betuma reunião entre Bolsonaro e embaixadores665betpaíses estrangeiros na qual o então presidente voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral do país.

Por conta desta reunião, Bolsonaro acabou sendo condenado pelo suposto abuso do poder político665betprocesso que tramitou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Deste núcleo, todos, exceto Eder Lindsay Magalhães Balbino, foram indiciados.

Núcleo665betIncitação Militar

A PF diz que este núcleo tinha a função665beteleger alvos para amplificação665betataques pessoais contra militares665betposição665betcomando que resistiam aos supostos planos golpistas.

Esses ataques, segundo a PF, eram realizados a partir da difusão665betconteúdo que pusesse pressão sobre militares que hesitavam ou se mostravam contrários ao suposto plano golpista.

Ainda665betacordo com a PF, os integrantes deste núcleo eram: o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o jornalista Paulo Renato665betOliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro Cid.

Um exemplo elencado pelas investigações da Polícia Federal aconteceu após as eleições665bet2022 quando o jornalista Paulo Figueiredo teria recebido informações665betoutros integrantes do núcleo com os nomes665betoficiais que estariam resistindo a aderir ao suposto golpe.

Após receber essas informações, Figueiredo teria divulgado, um programa665betrádio, os nomes destes militares.

Os integrantes deste núcleo identificados pela PF foram indiciados.

Núcleo Jurídico

O chamado "núcleo jurídico" era responsável, segundo a PF, por elaborar minutas665betdecretos com fundamentação supostamente legal para atender aos interesses do grupo.

Esse teria sido,665betacordo com as investigações, o núcleo responsável por elaborar a chamada "minuta do golpe", um documento cujo rascunho foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e que previa a decretação665betmedidas665betexceção como o Estado665betSítio como forma665betrepassar o poder ao então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com as investigações, os integrantes deste núcleo eram: o ex-assessor para assuntos internacionais665betJair Bolsonaro Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo665betOliveira e Silva e Mauro Cid.

Todos os integrantes deste núcleo foram indiciados.

Núcleo Operacional665betApoio às Ações Golpistas

Os investigadores da PF afirmam que este núcleo realizava e participava665betreuniões para planejar e executar ações destinadas a manter as manifestações665betfrente aos quartéis. Isso incluiria a mobilização, organização logística e financiamento665betmilitares das forças especiais665betBrasília.

Esse núcleo era considerado estratégico uma vez que a manutenção das manifestações665betfrente aos quartéis após a vitória665betLula era vista como um elemento665betpressão para que outros militares e setores da sociedade aderissem à suposta trama golpista.

Os integrantes do grupo, segundo a PF, eram: Sergio Ricardo Cavaliere665betMedeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins665betOliveira, Alex665betAraújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães.

Deste núcleo, Alex665betAraújo Rodrigues não foi indiciado.

Núcleo665betInteligência Paralela

De acordo com as investigações, este núcleo era responsável por auxiliar a tomada665betdecisões do então presidente Jair Bolsonaro665betrelação ao plano665betgolpe665betEstado.

O grupo era o monitoramento665betitinerários, deslocamentos e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre665betMoraes, que à época presidia o TSE, além665betoutras autoridades.

Um dos objetivos do grupo seria capturar Moraes e outras figuras políticas contrárias à ruptura democrática assim que Bolsonaro assinasse um decreto que viabilizasse o golpe665betEstado.

Segundo a PF, os integrantes deste núcleo eram: o ex-ministro do Gabinete665betSegurança Institucional e general da reserva Augusto Heleno, Marcelo Costa Câmara e Mauro Cid.

Todos os integrantes deste núcleo foram indiciados.

Núcleo665betOficiais665betAlta Patente e Apoio

Ele era formado por militares665betalta patente com o objetivo665betinfluenciar e incitar apoio aos demais núcleos por meio do endosso às ações que estavam sendo tomadas para consumar o suposto golpe665betEstado.

Segundo a PF, os integrantes deste núcleo eram: Walter Souza Braga Netto, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o general da reserva Mário Fernandes, o general Estevam Theophilo Gaspar665betOliveira, Laércio Vergílio e o ex-ministro da Defesa e general da reserva Paulo Sérgio Nogueira665betOliveira.

Ainda665betacordo com as investigações, caberia a este núcleo dar suporte e executar ações como o sequestro do ministro Alexandre665betMoraes. A tarefa seria responsabilidade665betmilitares Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos", que à época ficavam subordinadas ao general Theophilo.

Todos os integrantes identificados pela PF foram indiciados.