O pequeno e inusitado deserto que fica no meio da neve no Canadá:vaidebet linkedin

Comparado a estes, o Carcross é uma caixinhavaidebet linkedinareia. É insignificante. Mede apenas 2,59 km quadrados, é um dos poucos sistemasvaidebet linkedindunas da América do Norte.

"O deserto é um enigma há muito tempo para nós locais", diz Keith Wolfe Smarch, membro da população indígena que moravaidebet linkedinCarcross, com 301 habitantes. O entalhadorvaidebet linkedinmadeira que vê as dunas a partirvaidebet linkedinsua oficina, usa a vista como inspiração para seu trabalho.

"Há muita vegetação rara na beira do rio Carcross, mas um dia o deserto irá engoli-la. Ele determina a formavaidebet linkedinnossa cidade."

Segundo Wolfe Smarch, a cidadezinhavaidebet linkedinCarcross foi fundada há 4.500 anos no pontovaidebet linkedinque os lagos Bennett e Nares se encontram. Esse acidente geográfico criou uma ponte naturalvaidebet linkedinterra que, porvaidebet linkedinvez, se tornou uma passagem improvisada durante migrações. "Grupos enormesvaidebet linkedincaribous (renas) cruzavam esse caminho", diz Wolfe Smarch. "Como povos nômades, tanto a tribo tlingit quanto a tagish acampavam ao lado do rio Natasaheen para caçar - então o nome da cidade vemvaidebet linkedinum misturavaidebet linkedincaribou com crossing ['atravessar'vaidebet linkedininglês]".

Conforme Carcross foi crescendo, o númerovaidebet linkedinvisitas ao deserto únicovaidebet linkedinYukon foi aumentando.

Originalmente chamadavaidebet linkedinNaataase Heen (que literalmente significa 'água descendo por caminhos estreitos'), Carcross era o tipovaidebet linkedincidade que passa batido. Há igrejas pintadasvaidebet linkedinbranco, um armazém que vende os mais variados artigos e cabanas enfeitadas com machados enferrujados e alces, restos da era Klondike, quando mineiros eram transportadosvaidebet linkedintrem para as minasvaidebet linkedinouro perto da cidadevaidebet linkedinDawson e Atlin. Mas hoje a história está mudando.

Paraíso esportivo

Amantesvaidebet linkedinvários esportes aproveitam das areias do deserto todo finalvaidebet linkedinsemana. No verão, dunas expostas são usadas como pistas por quadriciclos, sandboard e caminhadas, alémvaidebet linkedinabrigarem ovelhas, cabras e veados. Conforme a neve cai, o deserto se torna algo completamente diferente, as dunas são tomadas por snowboarders, esquis e tobogãs.

"Eu trago minhas crianças para descervaidebet linkedintobogã aqui, elas amam", diz Jennifer Glyka, uma mulher que encontrei no restaurante da cidade. "Eu crescivaidebet linkedinYukon, mas ainda acho estranho descer uma dunavaidebet linkedinareia cobertavaidebet linkedinneve. Eu nunca havia ouvido falar desse lugar quando era criança."

Mas o deserto Carcross leva uma vida dupla. Ele também é o territóriovaidebet linkedincientistas canadenses e geólogos que querem desvendar seus segredos, descobrir como ele surgiu.

Um desses especialistas é a geóloga Panya Lipovsky do Yukon Geological Survey. Ela tornouvaidebet linkedinmissão pesquisar a história do deserto e entende suas contradições melhor que a maioria das pessoas. "Eu estudo sujeira", disse ela, aliás, quando nos encontramos no prédio do governovaidebet linkedinYukonvaidebet linkedinWhitehorse. "Eu também estudo desabamentos e depósitosvaidebet linkedinsuperfícies. E isso inclui desertos".

O deserto arrasou tudo

De acordo com Lipovsky, a gênese única do desertovaidebet linkedinCarcross é o resultadovaidebet linkedin10 mil anosvaidebet linkedinação natural. O territóriovaidebet linkedinYukon foi cobertovaidebet linkedingelo na era conhecida como glaciação Wisconsiana McConnell, explica ela, há entre 11 mil e 24 mil anos atrás. "Carcross tinha 1 kmvaidebet linkedingelovaidebet linkedincobertura", diz ela. "Você simplesmente não consegue imaginar."

Conforme o gelo começou a derreter, pedaços começaram a vagar para o sul, deixando a parte mais ao sulvaidebet linkedinYukon com vales cheiosvaidebet linkedinfrestas. Lipovsky compara esses vales a canteirosvaidebet linkedindemolição, depois que "o gelo arrasou tudo". Com o tempo, enormes lagos foram formados nessas frestas e, quando o gelo condensava, o nível das águas caía, criando praias e costasvaidebet linkedinareia entre os vales. Depois, a areia foi sugada por ventos fortes e empurrada para noroeste, dando origem a um dos mais inusitados desertos do mundo.

"Há uma ideia erradavaidebet linkedinque é o resultadovaidebet linkedinum lago que secou, mas isso não é verdade", diz Lipovsky. "Ventos fortes continuam a assolar o lago Bennett hoje, soprando grãosvaidebet linkedinareia fina nas dunas. Então a combinaçãovaidebet linkedinvento, água e era do Gelo criaram uma gama distintavaidebet linkedincircunstâncias."

Outra inconsistência é a questão da classificação. Para ser categorizado, cientificamente, como um deserto árido, é preciso ter menosvaidebet linkedin250 mmvaidebet linkedinprecipitação anual; desertos semiáridos têm entre 250 mm e 500 mm. Essa é a categoria na qual o deserto Carcross se encaixa, apesar da sombra chuvosa das montanhas que o cercam.

"Você certamente pode chamá-lovaidebet linkedindeserto úmido", diz Lipovsky. "Mas com tanta areia e sedimentos soprados para cá, a vegetação não tem chancevaidebet linkedinse regenerar. É um sistema realmente dinâmico."

Apesarvaidebet linkedintantas contradições, o que não é debatido é o espanto e a incredulidade que o deserto inspira. Conforme você entra nele, o mistério se aprofunda, com silhuetas fantasmagóricasvaidebet linkedinareia. E há sempre surpresas à espreita. Plantas como junco e tremoceiro florescem no verão. Moscas e mariposas cruzam os céus. Cinco novas espécimesvaidebet linkedingnorimoschema, uma espécie da família das mariposas, foram descobertas. E a probabilidade é que existam mais.

Toda essa belezavaidebet linkedinum dos ambientes mais complexos e impiedosos do planeta é difícilvaidebet linkedinimaginar. Este não é o Saara, o Gobi ou o Kalahari. Mas cada passovaidebet linkedinsuas dunas faz você perceber que este deserto tem seu próprio mundovaidebet linkedinenigmas dentrovaidebet linkedinsi.