O lendário frutofruitslotuma ilha que provocou motim histórico:fruitslot
Nas feiras livres, a fruta-pão circular e oblonga (existem dezenasfruitslotvariedades apenas na Polinésia Francesa) era exposta ao lado do coco, da banana-da-terra, da graviola e do maracujá, com o exterior verde coberto por minúsculas formas hexagonais. Algumas já haviam sido cortadas ao meio, exibindo uma polpa branca fibrosa. Elas se pareciam com a jaca, embora menores, e fazem parte da mesma família, junto com os figos.
Nas maisfruitslot100 ilhas que formam a Polinésia Francesa, a fruta-pão é um alimento básico. O nome deriva do fatofruitslotque, quando está madura o suficiente para ser comida, a fruta se parece ao pão que acabafruitslotsair da fornalha. Ela fica mais doce à medida que amadurece e pode ser preparadafruitslotvárias maneiras, incluindo amassada, cozida, assada e frita, ou até mesmo consumida crua.
Alguns locais chamam a fruta-pãofruitslot'Árvore da Vida', porque tanto o fruto quanto as folhas da árvore são comestíveis. Além disso, a madeira levefruitslotseu tronco pode ser usada para construir casas e canoas tradicionais, e a casca é usada até mesmo para fazer roupas.
A fruta-pão é nativa da Nova Guiné, e os polinésios a cultivam, graças a suas incursões pelo Pacífico Sul, há milharesfruitslotanos.
Depois que os exploradores britânicos descobriram a planta efruitslotfruta nutritiva, foi apenas uma questãofruitslottempo até que o uru se espalhasse pelo mundo. Hoje, as árvoresfruitslotfruta-pão são abundantesfruitslot90 países, emfruitslotmaioria tropicais, como o Brasil.
Em 1768, quando o capitão inglês James Cook partiu a bordo do navio HMS Endeavour, da Marinha Real britânica, junto com o botânico Sir Joseph Banks,fruitslotviagem exploratóriafruitslottrês anos incluiu uma paradafruitslottrês meses no Taiti.
Ali, os dois homens se encantaram pelo potencial da fruta-pão para alimentar escravos nas Índias Ocidentais Britânicas, visto que as árvores cresciam rapidamente, exigiam pouco cuidado e produziam grandes quantidadesfruitslotfrutos com alto teorfruitslotcarboidratos. Ao retornar à Inglaterra, Banks (que mais tarde se tornou presidente da Royal Society, a instituição científica nacional mais antiga do mundo) alertou o rei George 3ºfruitslotsuas descobertas, chegando até a oferecer uma recompensa a qualquer pessoa que transportasse mil mudas da planta do Taiti para as Índias Ocidentais.
Logo me vifruitslotuma pequena expedição pessoal da fruta-pão. No Tropical Garden, uma fazenda familiar cheiafruitslotflores tropicais e árvores frutíferas na ilhafruitslotMoorea, me deliciei com um pedaço docefruitslotuma fruta-pão cozida a vapor mergulhadafruitslottapioca, conhecida como po'e (um pudimfruitslotfrutas taitiano).
A partir do momentofruitslotque provei a sobremesa, com seu sabor rico e cremoso, me apaixonei. Aonde quer que fosse, vasculhava os cardápiosfruitslotbuscafruitslotfruta-pãofruitslotaperitivos, saladas e até sorvete. Ouvi falarfruitslotversões que consistiam na fruta cozida a fogo baixo, saturadafruitslotleitefruitslotcoco fermentado, servida quente com punu pua'atoro, ou carne salgada enlatada, e moídafruitslotfarinha para fazer pão sem glúten.
Alguns especialistasfruitslotplantas dizem que a fruta-pão é um superalimento do futuro, que tem o potencialfruitslotacabar com a fome no mundo.
Me perguntei, então, como nunca tinha ouvido falar - ou provado - uma fruta tão importante?
Quase duas décadas após a expedição originalfruitslotCook, o rei George 3º nomeou o tenente William Bligh para liderar a expedição da fruta-pão ao Taiti. Em 28fruitslotnovembrofruitslot1787, Bligh embarcou comfruitslottripulação a bordo do HMS Bounty. Sua jornada foi difícil desde o início. Ventos fortes e tempestades reduziram significativamente a velocidade da viagem. Quando chegaram ao Taiti, Bligh efruitslottripulação tiveram que esperar mais cinco meses para que as plantas estivessem prontas para o transporte.
Quando chegou a horafruitslotzarpar ao Caribe, os homensfruitslotBligh já haviam se acostumado a viver na ilha - e às mulheres taitianas. Muitos deles não queriam ir embora.
Então,fruitslot29fruitslotabrilfruitslot1789, passado um mêsfruitslotsua viagem pelo Pacífico Sulfruitslotdireção às Índias Ocidentais, Fletcher Christian e outros 18 tripulantes, descontentes com a situação, forçaram Bligh e seus correligionários a entrarfruitslotum barcofruitslot7 m, deixado à deriva. Junto com eles, também se livraramfruitslottodas as frutas-pão.
O "mutiny on the Bounty" ("motim do HMS Bounty") tornou-se uma lenda urbana, e a maioria dos historiadores acredita que o episódio aconteceu porque aqueles que apoiavam Christian acreditavam que ele poderia ajudá-los a voltar ao Taiti - algo que, embora tenha acontecido, não saiu como planejado.
Surpreendentemente, Bligh efruitslottripulação sobreviveram, avançando por instinto e memória por 3,6 mil milhas náuticas (6,7 mil km)fruitslot48 dias para Timor, uma ilha no sudeste da Ásia. Bligh logo retornou à Inglaterra, onde foi absolvidofruitslotqualquer ilegalidade que tivesse cometido e, dois anos depois, partiu novamente para o Taiti, desta vez completando com sucessofruitslotmissão. Na verdade, algumas das árvores que Bligh levou ao Caribe ainda estão produzindo frutos na Jamaica.
No último dia da minha viagem, me vi no movimentado MercadofruitslotPapeete, a poucos quarteirões da baía no Taiti.
Enquanto outros turistas zanzavam pelas inúmeras barracas que vendiam pareos com estampas coloridas, uma espéciefruitslotcanga, garrafasfruitslotmonoï (uma misturafruitslotóleofruitslotcoco e flores) e óleosfruitslotbaunilha e adornosfruitslotcabelo perfumadosfruitslotgardênia, subi as escadasfruitslotdireção ao Cafe Maeva para provar um prato à basefruitslotfruta-pão que até então não havia comido: batatas fritasfruitsloturu, ou chipsfruitslotfruta-pão.
Ao fim da refeição, cheguei a uma conclusão óbvia: essa realmente é uma fruta dignafruitslotuma história lendária.
- fruitslot Leia a versão original desta matéria (em inglês) fruitslot no site da BBC Travel