De terrabet casamercenários a territóriobet casapaz: como a Suíça se tornou neutra:bet casa

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Legenda da foto, Fortificações suíças não negam passado mililitar do país

Uma terrabet casamercenários

A Suíça teve origem como um paísbet casamercenários. E nada pacífico.

Basta ver, por exemplo, dos castelos da regiãobet casaBellinzona. Essas fortificações tiveram papel proeminentebet casabatalhas medievais entre milaneses, franceses e a então jovem Confederação Helvética (o nome mais pomposo da Suíça). O prêmio? Controlar a passagem pelos Alpes.

"Mas os efeitos da neutralidade estãobet casatoda parte", diz Clive Church, professorbet casaEstudos Europeus da Universidadebet casaKent, no Reino Unido, e autorbet casadiversos livros sobre história política do país.

"Onde há sinaisbet casadanos causados por bombas na Suíça?

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Legenda da foto, Passagem para os Alpes tinha importância estratégica

A resposta: lugar algum. "Você pode visitar qualquer cidade suíça e ver que ela se desenvolveubet casaforma orgânica porque nunca houve uma invasão. Há um benefício visual da neutralidade, pois o passado está lá."

Um exemplo disso é o fatobet casaa capital, Berna, ter todo seu centro histórico tombado pela Unesco, o que inclui uma torre e um relógiobet casa1530. Em Chur, há ruínas romanas para lábet casabem conservadas. Isso faz com que muita gente não tenha ideia do passado militar do país.

"Tenho dois tiposbet casavisitantes. Os que se surpreendem com nossa neutralidade e os que veem nossa neutralidade como se não nos importássemos com o mundo ou não expressássemos opiniões", explica Lydia Muralt, guia turística.

Liçõesbet casauma derrota

O governo suíço definebet casaneutralidade publicamente, incluindobet casaseu site oficial. As regras são básicas: alémbet casanão entrarbet casaguerras, o país não pode permitir que naçõesbet casaconflito usem seu território e tampouco deve fornecer mercenários para outros países.

A última regra é claramente uma alusão à reputação do passado: na Idade Média, a Suíça era boabet casaganhar guerras. E fez disso um negócio.

A Confederação Helvética tinha dificuldades econômicas - seu terreno montanhoso não permitia a agriculturabet casalarga escala e o país não tinha acesso ao mar, o que futuramente impediria também a conquistabet casacolônias.

"Fornecer mercenários tinha razões econômicas. Era uma fontebet casarenda", explica Laurent Goetschel, cientista político da Universidade da Basileia.

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Legenda da foto, Ausênciabet casaconflitos deixou cidades suíças preservadas

Tudo mudoubet casa1515, quando as forças suíças enfrentaram as francesas e venezianas na Batalhabet casaMarignano. A infantaria não foi páreo para a artilharia e a cavalaria com armaduras dos inimigos.

"Depois da derrota, os suíços deixarambet casase envolver tão amplamente", explica Church.

Em vez disso, passaram a servir quase absolutamente à França, o que representou renda sem os problemas criados pelo fornecimento mais amplobet casamercenários: suíços lutandobet casalados diferentes.

"Isso não ocorria sempre, mas era algo extremamente preocupante e encorajou discussões sobre neutralidade", acrescenta o acadêmico britânico.

Nasce a neutralidade

Apesar do acordo com a França, havia um problema para a Suíça escolher lado - todas as potências europeias estavambet casaolho na posição geográfica estratégica do país como entrada para os Alpes.

Sendo assim, no século 19, quando o Congressobet casaViena (1814-15) buscou apaziguar os ânimos após a Guerra Revolucionária Francesa - durante a qual, por sinal, soldados suíços servirambet casaguarda-costas para a monarquia francesa - a Suíça propôs uma solução para gregos e troianos: a neutralidade.

Desde então, o país tem sido o Estado neutro que conhecemos. Em Genebra, o Museu da Cruz Vermelha explica o grande passo seguinte nessa política: o compromisso com questões humanitárias.

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Legenda da foto, A Cruz Vermelha é um dos símbolos da neutralidade suíça

Em 1860, um homembet casanegóciosbet casaGenebra, Henry Dunant, viajou para a Itália e, depoisbet casaver o sofrimentobet casasoldados feridosbet casacamposbet casabatalha, ele decidiu fundar a famosa organização - um esforço que,bet casa1901, fez dele o primeiro vencedor do Prêmio Nobel da Paz.

Em 1864, Genebra foi palco da assinatura da primeira Convençãobet casaGenebra, sobre protocolosbet casaguerra.

Mas a reputação suíça sofreu abalos durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país comprou da Alemanha ouro confiscadobet casajudeus e também recusou refugiados fugindo da perseguiçãobet casaHitler.

"Sob uma perspectiva suíça, porém, a neutralidade teve sucesso porque o país não se envolveubet casacombates, apesarbet casahaver muitos debates", diz Goetschel.

O mais confuso para muita gente é o fatobet casaa Suíça ter um exército.

"A neutralidade suíça sempre foi armada, pois um dia alguém pode invadir o país e você precisa defendê-lo", explica Church.

A mesma lógica fez com que uma extensa redebet casabunkers, hospitais subterrâneos e abrigos tenha sido construída durante a Segunda Guerra - alguns estão abertos à visitação.

Mesmo a participaçãobet casaorganismos internacionais por vezes expressa a neutralidade. O país não é integrante da União Europeia, mas conta com acordos econômicos ebet casaisençãobet casavisto. E, apesarbet casaser a sede da ONU na Europa, apenas se juntou à organizaçãobet casa2002.

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