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Cinco revelaçõesmonopoly 1xbet'Alice no País das Maravilhas' sobre o cérebro:monopoly 1xbet
"(A obra) explora muitas ideias sobre se existe um eu contínuo, como nos lembramosmonopoly 1xbetcoisas do passado e pensamos sobre o futuro — há muita riqueza ali sobre o que sabemos sobre cognição e ciência cognitiva", diz Alison Gopnik, da Universidade da Califórniamonopoly 1xbetBerkeley, nos EUA.
Todos nós podemos aprender algo sobre nós mesmos com Alice no País das Maravilhas — se olharmos da maneira certa.
A BBC Future acompanha a jornada dela aos limites do cérebro.
'Beba-me'
"Bem, eu vou comê-lo", pensou Alice, "e se isso me fizer crescer, posso pegar a chave; se me tornar muito pequena, eu passo por baixo da porta. Então,monopoly 1xbetqualquer maneira, eu vou para o jardim, e não me importa o que aconteça!"
Em umamonopoly 1xbetsuas primeiras aventuras, Alice encontra uma poção com um rótulo que diz "beba-me" — e após tomá-la, ela encolhe a meros 25 centímetrosmonopoly 1xbetaltura.
Um bolo mágico, então, tem o efeito oposto — ela cresce tanto quemonopoly 1xbetcabeça bate no teto.
Estas cenas estão entre as mais memoráveis do livro e da adaptação cinematográfica da Disney — e foram as primeiras a chamar a atençãomonopoly 1xbetcientistas.
Em 1955, um psiquiatra chamado John Todd descobriu que certos pacientes relatavam exatamente a mesma sensaçãomonopoly 1xbet"estar se esticando como um telescópio".
Todos eles sofriammonopoly 1xbetum distúrbio neurológico que afeta a percepção visual e que hoje é conhecido como micropsia ou Síndromemonopoly 1xbetAlice no País das Maravilhas (AIWS, na siglamonopoly 1xbetinglês), um mal que afeta sobretudo crianças.
"Já ouvi pacientes dizendo que as coisas parecemmonopoly 1xbetcabeça para baixo ou, inclusive que suas mães estão do seu lado, quando estão do outro lado da sala", contou Grant Liu, neurologista da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, nos EUA, que estudou o fenômeno.
Os diáriosmonopoly 1xbetCarroll mostram que ele sofriamonopoly 1xbetenxaquecas, episódios que costumam desencadear a síndrome — levando alguns a especular que ele estava usando suas próprias experiências como inspiração.
Liu suspeita, pormonopoly 1xbetvez, que a síndrome pode ser provocada por uma atividade anormal nos lobos parietais do cérebro, que são responsáveis pela consciência espacial, distorcendo o sensomonopoly 1xbetperspectiva e distância.
Mas apesar do fatomonopoly 1xbetque podem ser perturbadoras, essas ilusões passageiras costumam ser geralmente inofensivas.
"A maioria não é afetada — e nós apenas garantimos que o paciente não está louco e que outras pessoas também vivenciam essas coisas", diz Liu.
Hojemonopoly 1xbetdia, os neurocientistas estão tentando provocar a ilusãomonopoly 1xbetindivíduos saudáveis — eles acreditam que isso pode lançar luz sobre a maneira como criamos nosso sensomonopoly 1xbetidentidade no aqui e agora.
A Duquesa e o Gatomonopoly 1xbetCheshire
"Desta vez, não podia haver nenhuma dúvida: ele não era nada mais nada menos que um porco, e ela percebeu o quão absurdo era carregá-lo para qualquer lugar."
O "país das maravilhas" está cheiomonopoly 1xbetpersonagens que mudammonopoly 1xbetforma, incluindo a grotesca Duquesa e seu bebê chorão.
Enquanto Alice o pega nos braços, o nariz do bebê fica mais arrebitado; seus olhos ficam mais próximos e ele começa a grunhir. E assim, antes que ela perceba, o bebê se transformamonopoly 1xbetum porco.
Em outro momento da história, Alice joga croquet usando flamingos como tacos e encontra o sorridente gatomonopoly 1xbetCheshire, cujo sorriso permanece mesmo quando seu corpo desaparece.
Nos sonhos, objetos se transformam e adquirem com frequência novas identidades, e essa característica é uma das maneiras mais inteligentes pelas quais Carroll evocou a mente adormecida nas aventurasmonopoly 1xbetAlice — e a estranha sensaçãomonopoly 1xbetque o tempo está pregando uma peça nela.
Os neurocientistas acreditam que o fenômeno se deve à maneira como o cérebro consolida nossas memórias enquanto dormimos.
Ele cimenta as lembranças vinculando-as com outros eventos para construir a história monopoly 1xbetnossas vidas.
Ao cruzar as referênciasmonopoly 1xbetuma recordação sobre um porco com um acontecimento com um bebê, por exemplo, ambos se fundem na paisagem onírica com um efeito surrealista.
Humpty Dumpty e o Jaguadarte
— Meu nome é Alice, mas...
— É um nome bem estúpido!, Humpty Dumpty interrompeu com impaciência.
— O que significa?
— Um nome precisa significar alguma coisa?, Alice perguntou incrédula.
— Claro que precisa!, Humpty Dumpty disse com uma breve risada.
— Meu nome significa a forma que eu tenho, e é uma forma bem bonita também. Com um nome como o seu, você poderia ter qualquer forma, quase.
Na sequência Alice Através do Espelho, Carroll continua com suas explorações — incluindo algumas incursões divertidas sobre a natureza do discurso.
Começa no primeiro capítulo, quando Alice lê um poema chamado Jaguadarte (na tradução para o portuguêsmonopoly 1xbetAugustomonopoly 1xbetCampos).
Era briluz. As lesmolisas touvas
roldavam e reviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.
"Parece muito bonito", disse Alice quando terminou, "mas é um pouco difícilmonopoly 1xbetentender"!
Alice acertou na mosca: o poemamonopoly 1xbetalguma forma apela para nosso sensomonopoly 1xbetcorreção gramatical, embora as palavrasmonopoly 1xbetsi não tenham nenhum sentido.
Os neurocientistas que exploram o maquinário da linguagem hoje usam "frasesmonopoly 1xbetJaguadarte" durante examesmonopoly 1xbettomografia cerebral, para mostrar que o significado e a gramática são processados de forma totalmente separada no cérebro.
Mas o experimento mais importantemonopoly 1xbetCarroll neste sentido é quando Alice conhece Humpty Dumpty, e seu diálogo explora a natureza das palavras.
Um nome como Humpty Dumpty é a melhor maneira, como ele diz,monopoly 1xbetevocar a forma do personagem, um ovo antropomórfico, do que qualquer outro som aleatório?
Esta é uma questão filosófica antiga que remonta a Platão.
Anteriormente, os cientistas presumiam que isso seria impossível — que as palavras são arbitrárias e que os sons não podiam ter um significado inato.
Mas agora estão investigando a questão, e talvez Humpty Dumpty tivesse razão.
Considere as palavras "kiki" e "bouba". Se tiverem que rotular formas diferentes com estes nomes, a maioria das pessoas escolhe "kiki" para um objeto pontiagudo e "bouba" para um redondo.
Esse "simbolismo sonoro" é agora uma área popularmonopoly 1xbetpesquisa, embora a razão não seja totalmente clara; uma teoria é que a associação vem da forma que os lábios fazem ao articular os sons.
Seja qual for a explicação para o fenômeno, isso significa que às vezes é possível adivinhar o significadomonopoly 1xbetpalavrasmonopoly 1xbetum idioma desconhecido com mais precisão do que o acaso.
Também pode influenciar os apelidos dados às pessoas,monopoly 1xbetmodo que, como Humpty Dumpty, realmente reflitammonopoly 1xbetaparência.
Há ainda quem suspeite que se tratammonopoly 1xbet"fósseis linguísticos", que refletem os primeiros enunciados da humanidade.
A Rainha Branca e a viagem mental no tempo
— É uma mísera memória, essa sua, que só funciona para trás, a Rainha observou.
— De que tipomonopoly 1xbetcoisas você se lembra melhor?, Alice se atreveu a perguntar.
— Oh, das que aconteceram daqui a duas semanas, a Rainha respondeu num tom displicente.
Emmonopoly 1xbetjornada, Alice trava longas discussões com a Rainha Branca. Ela é uma das criações mais desconcertantesmonopoly 1xbetCarroll, uma personagem que assegura ter uma estranha capacidademonopoly 1xbetvidência.
Na verdade, seus comentários sobre a memória são surpreendentemente visionários.
"Desde meados dos anos 2000, os neurocientistas começaram a perceber que a memória não tem só a ver com o passado, mas também ajuda a agirmonopoly 1xbetforma apropriada no futuro", diz Eleanor Maguire, da University College London (UCL), no Reino Unido, que costuma citar a Rainha Branca para ilustrar o conceito.
Uma possibilidade é imaginarmos o futuro separando nossas lembranças e juntando-asmonopoly 1xbetuma montagem que pode representar um novo cenário.
Deste modo, a memória e a previsão utilizam a mesma "viagem no tempo mental" nas mesmas áreas do cérebro.
Maguire, por exemplo, estudou pessoas com danos no hipocampo, o que significa que não conseguem se lembrar do passado. No entanto, a especialista descobriu que eles também têm dificuldademonopoly 1xbetpensar no futuro.
"Pedimos a eles que imaginassem encontrar um amigo no próximo fimmonopoly 1xbetsemana — e eles simplesmente não conseguiram", explica.
O mesmo aconteceu quando foram solicitados a imaginar uma futura visita ao litoral.
"Eles sabiam que haveria areia e mar, mas não conseguiam visualizar isso mentalmente."
Em outras palavras, diferentemente da Rainha Branca, seus pacientes estão presos para sempremonopoly 1xbetum eterno presente.
Você pode ter pensamentos impossíveis?
— Não adianta tentar, disse Alice.
— Não se pode acreditarmonopoly 1xbetcoisas impossíveis.
— Ousaria dizer que você não tem muita prática, respondeu a Rainha.
— Quando eu era damonopoly 1xbetidade, sempre praticava meia hora por dia. Algumas vezes, cheguei a acreditarmonopoly 1xbetaté seis coisas impossíveis antes do café da manhã.
Continuandomonopoly 1xbetexploração da imaginação humana, a Rainha exalta as virtudesmonopoly 1xbetpensar no impossível.
Esta passagem remete a Alison Gopnik, da Universidade da Califórnia, que leu a obramonopoly 1xbetCarroll pela primeira vez quando tinha três anos e agora se dedica a estudar como construímos a imaginação.
A especialista descobriu, por exemplo, que crianças que brincammonopoly 1xbetfazmonopoly 1xbetconta e praticam "acreditar no impossível" tendem a desenvolver uma cognição mais avançada.
Entre outras coisas, elas entendem melhor o pensamento hipotético e também as motivações e intenções dos outros.
"Muito do que elas fazem no jogo do fazmonopoly 1xbetconta é pegar uma hipótese e levá-la à conclusão lógica", diz Gopnik.
"O que é interessante é que Carroll também era um mágico, e você pode ver a mesma habilidademonopoly 1xbetassumir uma premissa e levá-la a uma conclusão maluca."
As aventurasmonopoly 1xbetAlice são repletasmonopoly 1xbetencontros surrealistas que podem ajudar qualquer pessoa a exercitar essas habilidades.
Travis Proulx, da Universidademonopoly 1xbetTilburg, na Holanda, analisou a maneira como a literatura surrealista e absurda, como amonopoly 1xbetCarroll, influencia nossa cognição.
E descobriu que, ao violar nossas expectativasmonopoly 1xbetum mundo estranho e alienígena, as histórias fantásticas estimulam nosso cérebro a ser mais flexível, nos tornando mais criativos e fazendo com que aprendamos novas ideias mais rápido.
Portanto, se você se sente escravo da rotina e deseja expandirmonopoly 1xbetmente, talvez não encontre solução melhor do que passar uma tarde com Alice.
"Não tenho dúvidasmonopoly 1xbetque estimula esses estados mentais que aprimoram o aprendizado e nos motivam a fazer novas conexões", diz Proulx.
Neste sentido, Gopnik destaca que algumas drogas alucinógenas também podem ajudar a alcançar um estado mentalmonopoly 1xbetlivre associação, parecido com o das crianças, mas ler é certamente a maneira mais seguramonopoly 1xbetvoltar no tempo e ver o mundomonopoly 1xbetuma nova perspectiva.
Como Carroll escreveu: "tantas coisas fora do comum tinham acontecido ultimamente que Alice começara a pensar que muito poucas coisas eram na verdade realmente impossíveis".
Seus leitores certamente concordariam.
monopoly 1xbet Leia a versão original monopoly 1xbet desta reportagem (em inglês) no site BBC Future monopoly 1xbet .
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