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O que aconteceria se todas as armas do mundo desaparecessem?:bet 50 reais gratis
O efeito mais óbvio é simples: não haveria mortes por armasbet 50 reais gratisfogo. Aproximadamente 500 mil pessoas ao redor do mundo são assassinadas por essas armas a cada ano.
Em países desenvolvidos, mais vidas são perdidas nos Estados Unidos, onde cidadãos têmbet 50 reais gratis300 a 350 milhõesbet 50 reais gratisarmas. Por lá, a taxabet 50 reais gratishomicídio por armabet 50 reais gratisfogo é 25 vezes maior do que as taxasbet 50 reais gratisoutras naçõesbet 50 reais gratisalta renda combinadas.
"Cercabet 50 reais gratiscem pessoas morrem no país diariamente por causabet 50 reais gratisum tiro", diz Jeffrey Swanson, professorbet 50 reais gratisPsiquiatria e Ciência Comportamental da Escolabet 50 reais gratisMedicina da Universidadebet 50 reais gratisDuke, nos Estados Unidos.
"Se acabássemos com as armas, muitas e muitas dessas vidas seriam salvas."
No topo da lista, estariam as vidas perdidas para o suicídio. Cercabet 50 reais gratis60% das 175,7 mil mortes por armasbet 50 reais gratisfogo nos Estados Unidos entre 2012 e 2016 foram casosbet 50 reais gratissuicídio. Em 2015, metade dos 44 mil americanos que se suicidaram usaram uma arma.
Maisbet 50 reais gratis80% das tentativasbet 50 reais gratissuicídio com arma terminambet 50 reais gratismorte. "Infelizmente, as chancesbet 50 reais gratissobrevivência são muito baixas", diz o criminologista e sociologista Tom Gabor, autorbet 50 reais gratisConfronting Gun Violence in America (Confrontando a Violência Armada na América,bet 50 reais gratistradução livre).
E mais: a maioria dos sobreviventes das tentativasbet 50 reais gratissuicídio não chega a tentar tirar a própria vida novamente.
"Algumas pessoas estão decididas a morrer e vão encontrar outra formabet 50 reais gratisfazer isso. Mas outras são impulsivas uma única vez e, após o episódio, passam a ter vidas felizes e produtivas", afirma Ted Miller, pesquisador-chefe do Instituto do Pacífico para Pesquisa e Avaliação. "Isto acontece principalmente com crianças".
Desarmento na Austrália levou a menos mortes
A Austrália fornece evidências reais e convincentesbet 50 reais gratisque ter menos armas disponíveis está relacionado a uma redução significativabet 50 reais gratismortes - por suicídio e violência.
Em 1996, Martin Bryant abriu fogo contra visitantes do ponto históricobet 50 reais gratisPort Arthur, na Tasmânia, matando 35 pessoas e ferindo 23. Para os australianos, aquela tragédia foi um pontobet 50 reais gratisvirada.
Pessoasbet 50 reais gratistodas as inclinações políticas apoiaram o banimento das armas semiautomáticas e rifles. Em questãobet 50 reais gratisdias, uma nova legislação foi promulgada.
O governo comprou armas recém-banidas a um valor justobet 50 reais gratismercado e, então, as destruiu, reduzindo o estoquebet 50 reais gratisarmasbet 50 reais gratiscivis australianosbet 50 reais gratis30%.
Philip Alpers, professor da Escolabet 50 reais gratisSaúde Públicabet 50 reais gratisSydney, argumenta que foi significativo o impacto dessa legislação sobre o númerobet 50 reais gratismortes, mesmo levando-sebet 50 reais gratisconta outras possíveis explicações e declínios pré-existentesbet 50 reais gratistaxasbet 50 reais gratissuicídio e homicídio.
"O resultado foi que o riscobet 50 reais gratismorrer por tiros na Austrália caiu maisbet 50 reais gratis50%, e não houve nenhum sinalbet 50 reais gratisaumento nos últimos 22 anos", afirma.
Suicídios responderam por uma grande parte dessa queda: até 80% deste tipobet 50 reais gratismortes com armas não acontecem mais. "Isso nos surpreendeu bastante", diz Alpers.
"Estamos mais felizes aindabet 50 reais gratisperceber que não houve aumento do usobet 50 reais gratisoutros métodos letais. Em outras palavras, não há evidênciasbet 50 reais gratisque aqueles que pretendiam cometer suicídio ou homicídio simplesmente passaram a usar outra arma."
Não foi só com suicídios. A taxabet 50 reais gratishomicídios por armasbet 50 reais gratisfogo na Austrália caiu mais da metade. Além disso, embora críticos americanos geralmente argumentem que os assassinos simplesmente encontrariam outra maneirabet 50 reais gratismatar as vítimas, isto não aconteceu na Austrália.
Em vez disso, homicídios sem armas permaneceram quase no mesmo patamar - o que mostra uma queda geral no númerobet 50 reais gratishomicídios.
Casosbet 50 reais gratisabusos domésticos tornam-se menos fatais
Isso também se aplica aos casosbet 50 reais gratisabuso doméstico. Um homem violento com acesso a uma arma tembet 50 reais gratiscinco a oito vezes mais chancesbet 50 reais gratisusá-la contra a mulher.
Se a arma desaparece, parceiros que atacambet 50 reais gratismomentosbet 50 reais gratisraiva têm menos chancesbet 50 reais gratisprovocar danos fatais - e talvez sejam até menos propensos a agirbet 50 reais gratisforma violenta.
Embora polêmicas, algumas pesquisas indicam que a mera presençabet 50 reais gratisuma arma torna o comportamento do homem mais agressivo, um fenômeno chamado "efeito das armas".
Se as armas desaparecessem, os Estados Unidos - onde 50 mulheres são mortas por seus parceiros por mês - provavelmente teriam uma experiência parecidabet 50 reais gratisreduçãobet 50 reais gratismortes como na Austrália.
Os Estados Unidos não são diferentes com relação à maioria dos tiposbet 50 reais gratiscrime: suas médias são comparáveis às do Reino Unido, da Europa Ocidental, do Japão ebet 50 reais gratisoutras nações desenvolvidas.
Quando se tratabet 50 reais gratishomicídio, no entanto, os Estados Unidos têm uma taxa até quatro vezes maior. Isso porque é muito mais provável que uma armabet 50 reais gratisfogo -bet 50 reais gratisvezbet 50 reais gratisqualquer outra - seja usadabet 50 reais gratisum ataque, o que aumenta o riscobet 50 reais gratismortebet 50 reais gratissete vezes.
"Imagine dois homens jovens imaturos, raivosos, impulsivos e bêbados no Reino Unido que saembet 50 reais gratisum bar e começam a brigar", diz Swanson. "Alguém vai ficar com um olho roxo ou o nariz sangrando".
"Mas nos Estados Unidos é mais provável que um deles tenha uma arma, e isso resultarábet 50 reais gratismorte".
A diferença se resume ao que especialistas classificam como "efeitobet 50 reais gratisinstrumentalidadebet 50 reais gratisarmas": o fatobet 50 reais gratishaver uma armabet 50 reais gratisuso provoca um efeito no resultado final, diz Robert Spitzer, professorbet 50 reais gratisCiência Política da Universidade do Estadobet 50 reais gratisNova York. "Não há método mais eficiente para matar alguém que uma armabet 50 reais gratisfogo".
Como na Austrália, evidências nos Estados Unidos também mostram que menos armas resultambet 50 reais gratismenos mortes e ferimentos.
Um estudobet 50 reais gratis2017 revelou que as taxasbet 50 reais gratishomicídio por armabet 50 reais gratisfogo são menores nos Estados americanos com leis mais rígidas sobre armas, enquanto que uma análisebet 50 reais gratis2014 com menores internados por trauma mostrou que o controlebet 50 reais gratisarmas aumentava a segurançabet 50 reais gratiscrianças.
Armas também têm relação com uma polícia mais mortal. Embora as chancesbet 50 reais gratisuma detenção causar lesões seja a mesma nos Estados Unidos, na Província canadensebet 50 reais gratisBritish Columbia e na Austrália Ocidental, pesquisas mostram que "quase ninguém morre durante uma prisão na Austrália ou no Canadá", diz Miller - mesmo que a polícia desses três países portem armas.
Nos Estados Unidos, entretanto, quase 1 mil cidadãos são mortos anualmente pela polícia. Claro, as razões para a violência policial são complexas e envolvem preconceito racial contra cidadãos não-brancos, incluindo contra os próprios policiais afro-americanos. Ainda assim, muitas mortes seriam prevenidas se armas não estivessem envolvidas.
"Muito da brutalidade policial acontece apenas porque os próprios agentes têm medobet 50 reais gratisserem alvejados", diz Miller. "Se a polícia precisa se resguardar contra uma arma a todo momento, as interações se tornam mais letais".
O banimento das armas provavelmente geraria condições mais seguras para a polícia, ele acrescenta. Mais da metade das pessoas mortas pela políciabet 50 reais gratis2016 estava armada, e muitas estavam trocando tiros com agentes quando foram atingidas.
Ataquesbet 50 reais gratismassa cometidos por terroristas do próprio país também seriam reduzidos. Um estudobet 50 reais gratis2017 com maisbet 50 reais gratis2,8 ataques nos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Austrália e Nova Zelândia revelaram que armas sãobet 50 reais gratislonge a forma mais letalbet 50 reais gratismatar o maior número possívelbet 50 reais gratispessoas - até mais do que explosivos e atropelamentos com veículos.
Armas foram usadasbet 50 reais gratisapenas 10% dos ataques, mas representaram 55% das mortes. Nos Estados Unidos, terroristas preferem as armas:bet 50 reais gratiscada 16 ataques terroristas letais desde o 11/09, com exceçãobet 50 reais gratisdois, todos os outros envolveram armasbet 50 reais gratisfogo.
"É difícil construir uma bomba, mesmo uma simples", diz Risa Brooks, professorabet 50 reais gratisciência política da Universidadebet 50 reais gratisMarquette, nos Estados Unidos.
"Ao dificultar o acesso a armas letais, também se está dificultando a violência praticada por terroristas".
A violência da natureza humana torna a paz improvável
Mas a história mostra que a violência está entranhada na natureza humana, e armas não são,bet 50 reais gratisforma alguma, um pré-requisito para o conflito.
"Pense no genocídiobet 50 reais gratisRuanda (em 1994)", exemplifica David Yamane, professorbet 50 reais gratisSociologia da Universidade Wake Forest, nos Estados Unids. "Houve uma violência tremenda, grande parte sem armas".
Mesmo quando levamos esse experimento mental ao extremo, se todas as armas desaparecessem da face da Terra, guerras e conflitos civis continuariam a acontecer.
Masbet 50 reais gratisvezbet 50 reais gratisolhar para armamentos mais primitivos como lanças, espadas ou arco e flecha, as nações modernas provavelmente se voltariam para outras formasbet 50 reais gratismatar, incluindo explosivos, tanques, mísseis, substâncias químicas e outras armas biológicas.
A guerra nuclear, entretanto, continuaria com pouco apelo dadobet 50 reais gratisdestrutividade extrema, acrescenta Gabor.
As nações também devem inventar novos tiposbet 50 reais gratisarmas para preencher as lacunas, argumenta Brooks, com os Estados mais ricos e poderosos provavelmente sendo os mais rápidosbet 50 reais gratisinovar nos meios mais eficientesbet 50 reais gratismatar.
Então, mesmo que a formabet 50 reais gratisguerra entre os Estados mudasse, "não necessariamente isso mudaria o equilíbriobet 50 reais gratispoder", defende Brooks.
O mesmo provavelmente não se aplica a atores não estatais. Em lugares como Somália, Sudão, Líbia, onde as armasbet 50 reais gratisfogo estão facilmente disponíveis, seu desaparecimento repentino reduziria a capacidade das milíciasbet 50 reais gratisoperar.
"Uma coisa que define atores não estatais é a faltabet 50 reais gratisequipamentos que requerem altos investimentos", diz ela. "Eles precisambet 50 reais gratiscoisas que são fáceisbet 50 reais gratisconseguir, fáceisbet 50 reais gratistransportar e fáceisbet 50 reais gratisestocar e esconder".
Uma redução no poderbet 50 reais gratisvárias milícias pode soar como algo bom. Mas,bet 50 reais gratisalguns casos, contramilícias são compostasbet 50 reais gratislutadores resistindo à violência e a governos opressivos, defende Brooks.
Mundo natural
Se as armas desaparecessem, também haveria diferentes resultados para os animais. De um lado, a caçabet 50 reais gratisespécies ameaçadas cairia drasticamente.
Por outro, o controlebet 50 reais gratisanimais problemáticos - seja guaxinins com raiva, elefantesbet 50 reais gratisdebandada, cobras venenosas ou ursos polaresbet 50 reais gratisataque - seria mais difícil.
"Há muitas razões para a possebet 50 reais gratisarmas, especialmentebet 50 reais gratisum país como a Austrália, que é baseado na agricultura e tem uma históriabet 50 reais gratisfronteira semelhante à dos Estados Unidos", explica Alpers.
Armas também são necessárias para o gerenciamentobet 50 reais gratisespécies invasoras, diz ele.
Milharesbet 50 reais gratisgatos, porcos, cabras, gambás e outras espécies prejudiciais não nativas são mortas a cada ano na tentativabet 50 reais gratisse preservar ecossistemas delicados, especialmente ilhas.
Acabar com as armas tornaria a batalha ainda mais complicada - e mais desumano. As mortes intencionaisbet 50 reais gratisgado ferido e outros animaisbet 50 reais gratissituação similar seriam mais brutais sem as armas.
"Se você tem um animal grande e doente, um machado não é um bom substituto para uma morte rápida com uma arma", comenta Alpers.
Os ganhos e perdas econômicos do desaparecimento das armas
Armas são feitas para matar, masbet 50 reais gratisinfluência se estende a outras facetas da vida e da sociedade, e todas sofreriam mudanças.
Em termos econômicos, os Estados Unidos são os que mais têm a perder se as armas desaparecerem.
A Associaçãobet 50 reais gratisComércio da Indústriabet 50 reais gratisArmas calcula que esse mercado gera US$ 20 bilhões (R$ 75 bilhões)bet 50 reais gratiscontribuições diretas, alémbet 50 reais gratisUS$ 30 bilhões (R$ 113 bilhões)bet 50 reais gratisoutras contribuições.
Para a economia americana, perder US$ 50 bilhões (R$ 188 bilhões) não seria muito significativo, diz Spitzer. "Não é zero, mas não é muito alto se comparado com a economia como um todo".
Provavelmente, haveria um modesto ganho econômico com o banimento das armas. Mortes e ferimentos por armas provocam gastosbet 50 reais gratisUS$ 10,7 bilhões (R$ 45 bilhões) por ano, e maisbet 50 reais gratisUS$ 200 bilhões (R$ 754 bilhões) quando outros fatores são levadosbet 50 reais gratisconta.
"Temosbet 50 reais gratislevarbet 50 reais gratisconta todos os custos financeiros da violência armada, não são apenas os custos médicos ebet 50 reais gratisreabilitação das pessoas, mas também os custos do sistema judiciário e a perdabet 50 reais gratisrenda das vítimas, e até os custos com qualidadebet 50 reais gratisvida", sugere Gabor.
De fato, embora os impactos gerais sobre a economia sejam insignificantes, Miller aponta que os ganhos menos tangíveis seriam significativos.
Por um lado, muitas pessoas se sentiriam mais seguras. "Nós veríamos novas gerações que não foram traumatizadas pelo som do disparo ouvido do quarto", diz. "Isto poderia fazer uma enorme diferença na saúde mental das crianças".
Os americanosbet 50 reais gratistodas as idades estão cada vez mais com medobet 50 reais gratisserem atacadosbet 50 reais gratisespaços públicos, acrescenta Gabor, seja na escola, no cinema, na boate ou na rua.
Mesmo que tais eventos sejam relativamente raros, "esses tiroteiosbet 50 reais gratismassa corroem o tecido social", afirma. "A sensaçãobet 50 reais gratissegurança e confiança nos demais é erodida, causando profundos efeitos sociais e psicológicos."
Muitos poderiam respirar mais tranquilos com as armas longe da vista, mas alguns donosbet 50 reais gratisarmas iriam ter a reação contrária e se sentir mais vulneráveis.
"Há pessoas que se armam defensivamente - sejam contra pessoas maiores, ou as que portam facas e armas - para equalizar a situação", diz Yaman.
Acabar com as armas "certamente deixaria pessoas que são potenciais vítimasbet 50 reais gratisviolência incapazesbet 50 reais gratisse defender contra agressores", completa.
Se as armas realmente ajudam pessoas a ficar seguras e a se defender é algo polêmico. Mas as poucas pesquisas disponíveis sobre o tema tendem a indicar que as armas têm o efeito oposto.
Um estudobet 50 reais gratis1993 com basebet 50 reais gratis1.860 homicídios descobriu que a presençabet 50 reais gratisarmasbet 50 reais gratiscasa aumenta significativamente o riscobet 50 reais gratishomicídio por um membro da família ou um conhecido próximo, por exemplo.
Outro meta-estudobet 50 reais gratis2014 corroborou que o acesso a armasbet 50 reais gratisfogo está associado a homicídios e tentativasbet 50 reais gratissuicídio.
Então, embora alguns donosbet 50 reais gratisarmas possam perder a sensaçãobet 50 reais gratissegurança se as armas sumirem, "dados mostram que isto é uma falsa sensaçãobet 50 reais gratissegurança", diz Miller.
A culturabet 50 reais gratistorno das armas também seria algo que muitos donos desses artefatos sentiriam falta. Mas Miller ressalta que caçadores recreacionais poderiam trocar o rifle por outros métodos, como o arco e flecha.
O mesmo serve para aqueles que visitam camposbet 50 reais gratistiro por hobby - eles simplesmente poderiam encontrar uma nova atividade. Mas, para muitos daqueles que têm as armas como uma paixão, isso não traria muito conforto.
"Eles perderiam um pouco o prazer, porque preferem comprar uma arma a uma televisão ou qualquer outra coisa. Mas, por outro lado, muitas pessoas ainda estariam vivas. E acho que isso supera a perdabet 50 reais gratisprazer".
- Leia a versão original desta reportagem (em inglês) bet 50 reais gratis no site BBC Future bet 50 reais gratis .
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