Projeto global quer instalar sonar23 bet casinoveleiros e navios23 bet casinocarga para mapeamento completo do fundo do oceano:23 bet casino

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Legenda da foto, Apenas 15% do oceano do planeta é mapeado

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Legenda da foto, Imaginamos o fundo do mar como uma superfície plana e arenosa, mas a realidade é muito diferente

Mas as tão esperadas descobertas subaquáticas não são apenas23 bet casinointeresse dos cartógrafos ou pesquisadores marinhos. Muito abaixo da superfície do oceano há um tesouro enterrado: metais preciosos, elementos23 bet casinoterras-raras, petróleo e diamantes - riquezas que até hoje são inacessíveis, inclusive para os exploradores mais obstinados.

Alguns ambientalistas temem que a criação do mapa permita às indústrias extrativas lucrar com esses recursos naturais, colocando23 bet casinorisco habitats marinhos e comunidades costeiras.

Um mapa batimétrico global - isto é, um levantamento completo do fundo do oceano - certamente oferecerá uma compreensão melhor do nosso Planeta Azul, mas também pode nos levar a um universo outrora reservado à ficção científica: robôs submarinos, vulcões subaquáticos, joias marinhas, corais com propriedades farmacêuticas, plumas23 bet casinosedimentos tóxicos e empreendimentos oceânicos desprovidos23 bet casinoseres humanos ou embarcações.

A questão é: uma vez que o mapa estiver pronto, será que ele vai ser usado como uma ferramenta23 bet casinoprol da conservação e do gerenciamento responsável? Ou como um "mapa do tesouro", funcionando como um guia para exploração e extração?

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Apenas 15% do oceano do planeta é mapeado. Basta acessar o Google Earth e dar um zoom no meio do Pacífico, por exemplo. Você vai encontrar uma representação do fundo do mar com base na batimetria por satélite e derivada da gravidade:23 bet casinobaixa resolução, indireta e muitas vezes imprecisa. Considerando que mapeamos o Sistema Solar e o genoma humano, é surpreendente que não haja nenhum levantamento do fundo do mar. Mas a razão é simples: os oceanos são vastos, profundos e praticamente impenetráveis - a água fica literalmente no caminho dos pesquisadores.

Durante séculos, mapear as profundezas do oceano significava enfrentar o alto mar, pendurar linhas23 bet casinoprumo na lateral do navio (para determinar a profundidade) e depois traçar as descobertas essenciais23 bet casinomapas cartográficos. Os marinheiros transformaram seus levantamentos23 bet casinomapas já no século 16, mas naquela época não existiam padrões internacionais para terminologias ou escalas, o que significa que os primeiros mapas não eram apenas ferramentas rudimentares23 bet casinonavegação, mas também confusos e contraditórios.

Só a partir da virada do século 20, época marcada pelo crescente interesse no mundo natural, que um grupo23 bet casinogeógrafos se reuniu sob a liderança do príncipe Albert 1º,23 bet casinoMônaco, para criar os primeiros gráficos internacionais do oceano - que, mais tarde, dariam origem ao Gebco. O príncipe estava fascinado pela relativamente nova ciência da oceanografia e encomendou quatro iates23 bet casinopesquisa para explorar o Mediterrâneo.

Mais23 bet casino100 anos depois, o Gebco e a Nippon Foundation anunciaram formalmente o lançamento do Seabed 2030, projeto colaborativo que tem como objetivo mapear todo o fundo do mar até 2030. A ideia é usar dados coletados23 bet casinoembarcações ao redor do mundo - incluindo levantamentos das primeiras expedições.

Legenda da foto, Algumas áreas do fundo do oceano apresentam intensa atividade vulcânica | Foto: Science Photo Library

Os navios modernos, como os usados na empreitada, são equipados atualmente com - sistema sonar que emite ondas sonoras23 bet casinoforma23 bet casinoleque sob o casco da embarcação. Cada feixe sonar mede o tempo que leva para um sinal atingir o fundo do mar e retornar à superfície, calculando assim a profundidade da água, que pode ser marcada como uma coordenada23 bet casinouma matriz23 bet casinodados batimétricos.

"Os múltiplos feixes ampliam a área do mapa e nos oferecem uma cobertura maior", explica Vicki Ferrini, presidente do subcomitê do Gebco para mapeamento submarino.

A maioria dos navios já conta com a tecnologia sonar para identificar obstáculos e navegar, mas as embarcações com multifeixes aumentam consideravelmente a área do fundo do mar que os pesquisadores podem rastrear.

"É como aparar a grama com um cortador motorizado23 bet casinovez23 bet casinousar um equipamento manual", compara Ferrini.

Parte do problema, no entanto, é que as "vias" marítimas são muito parecidas com as rodovias: certos trechos possuem tráfego intenso, enquanto outros sequer têm rotas. Ou seja, grandes extensões do oceano não contam com um fluxo regular23 bet casinoembarcações. Um navio que faz a rota Havaí - Japão, por exemplo, oferece dados valiosos sobre o trajeto, mas missões planejadas para águas mais remotas são igualmente importantes.

"Um levantamento batimétrico feito com múltiplos feixes modernos vai muito além23 bet casinoapenas dirigir um navio ao redor do oceano", diz o contra-almirante Shepard Smith, diretor do Escritório23 bet casinoPesquisa Costeira da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA,23 bet casinoinglês), que contribui para o Seabed 2030.

"Os dados do sonar são valiosos, mas particularmente23 bet casinoáreas onde não temos nada."

"No Pacífico ou no Ártico, por exemplo, linhas23 bet casinorastreamento individuais podem ser bastante úteis para entender melhor as áreas mal mapeadas", acrescenta.

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Legenda da foto, Primeiros mapas não eram apenas ferramentas rudimentares23 bet casinonavegação, mas também confusos e contraditórios

O Gebco espera mitigar esse problema incentivando navios23 bet casinocarga, barcos23 bet casinopesca e embarcações23 bet casinolazer a participarem do projeto, transmitindo seus dados23 bet casinotempo real e transformando o mapa submarino efetivamente23 bet casinoum crowdsourcing (conteúdo colaborativo, criado pelos usuários).

A organização também oferece uma espécie23 bet casino"livro23 bet casinoreceitas": um manual23 bet casinoreferências técnicas sobre a construção23 bet casinogrades batimétricas, que pode ajudar os países23 bet casinodesenvolvimento a usar os conhecimentos compartilhados.

Os colaboradores também são convidados a sugerir nomes para vários elementos subaquáticos - colinas, cumes, recifes, caldeiras e valas, para citar alguns - enviando uma carta à Organização Hidrográfica Internacional,23 bet casinoMônaco.

O mapa vigente está baseado no Data Center Oceanográfico Britânico, no Reino Unido. E pode ser acessado por meio23 bet casinoum aplicativo marítimo para o sistema operacional iOS.

"Todo mundo -23 bet casinopesquisadores a formuladores23 bet casinopolíticas públicas e o público23 bet casinogeral - pode acessar os dados atuais", observa Helen Snaith, líder do Centro Global do SeaBed 2030.

Talvez nenhuma expedição moderna revele a complexidade do mapeamento dos oceanos23 bet casinoáguas profundas23 bet casinoforma mais impressionante que a busca pelo avião da Malaysian Airlines (MH370), desaparecido desde 2014. As investigações indicam que a aeronave, que seguia23 bet casinodireção a Pequim, caiu23 bet casinouma área remota do Oceano Índico. A região era tão mal mapeada que as equipes23 bet casinoresgate tiveram que fazer um levantamento básico da área23 bet casinobusca antes23 bet casinoelaborar um mapa mais preciso com resolução suficiente para detectar os destroços.

E, na verdade, a região era profunda demais para ser explorada com o mapeamento baseado23 bet casinonavios. Em águas mais rasas, rebocadores equipados com sonar são puxados por uma embarcação tripulada, mas a profundidade do Oceano Índico, o clima23 bet casinomonções e as fortes correntes marítimas tornam quase impossível a navegação23 bet casinoveículos rebocados. Então,23 bet casinovez disso, os peritos enviaram uma frota23 bet casinoveículos subaquáticos autônomos (AUVs, na sigla23 bet casinoinglês).

Embora a robótica submarina ainda esteja engatinhando, as pesquisas23 bet casinoáguas profundas dependem cada vez mais23 bet casinosubmarinos para vasculhar o leito marinho23 bet casinobusca23 bet casinoum mapeamento mais detalhado.

"Os AUVs apresentam muitas vantagens", diz James Bellingham, diretor do Instituto Woods Hole23 bet casinoRobótica Marinha,23 bet casinoMassachusetts, nos EUA.

"Eles são mais rápidos, fornecem inspeções do fundo do mar23 bet casinoalta resolução, incluindo avaliação23 bet casinorisco, reduzem os custos iniciais23 bet casinocapital e proporcionam maior acesso ao oceano", explica.

Um sistema batimétrico23 bet casinomúltiplos-feixes apropriado custa muitos milhões23 bet casinodólares e requer operadores treinados para classificar os dados, uma vez que os navios, por definição, flutuam na superfície do oceano - não abaixo dele.

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Legenda da foto, Grande parte do oceano não faz parte das rotas marítimas, sendo raramente navegado

Os AUVs, por outro lado, não são tão caros e são idealmente adequados para grandes extensões23 bet casinoáguas remotas e abertas. Pesquisadores estão projetando atualmente novos modelos que podem ser lançados da terra e precisam ser alimentados apenas por baterias. É claro que esses ativos também apresentam riscos: as baterias precisam ser recarregadas, os sistemas23 bet casinonavegação devem ser monitorados a partir23 bet casinonavios próximos e um AUV avariado deve ser levado23 bet casinovolta ao porto para manutenção.

Segundo Bellingham, "no futuro, um veículo autônomo23 bet casinosuperfície poderá rebocar veículos subaquáticos", eliminando assim os seres humanos23 bet casinotodos os aspectos do mapeamento no mar.

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O Oceano Índico é conhecido,23 bet casinosânscrito, como Ratnakara, que seria "mina23 bet casinopedras preciosas". O nome é23 bet casinofato profético: entre as montanhas e vales submarinos deste longínquo oceano estão escondidos grandes reservatórios23 bet casinorecursos naturais, incluindo ligas metálicas raras, petróleo, fontes hidrotermais e até diamantes. Esse tesouro subaquático já está no radar comercial - e um punhado23 bet casinoexploradores começou a fazer seus próprios mapas23 bet casinoalta resolução do fundo do mar.

Segundo Ferrini, essas informações podem ser valiosas para os pesquisadores. E as empresas petrolíferas, mineradoras e23 bet casinoanálises sísmicas podem decidir compartilhar dados reduzidos ou com resolução mais baixa para o mapa do Gebco, protegendo seus interesses comerciais e acrescentando informações importantes ao projeto23 bet casino2030.

Por exemplo, o grupo De Beers, corporação internacional especializada23 bet casinomineração23 bet casinodiamantes, fechou uma parceria com o governo da Namíbia há mais23 bet casino20 anos para explorar diamantes ao longo da costa do país, rico23 bet casinominerais. Recentemente, a companhia acrescentou à23 bet casinofrota naval vários AUVs - parte23 bet casinoum sistema23 bet casinoperfuração e mineração que pode vasculhar a superfície do fundo do mar, soltar sedimentos profundos do leito marinho23 bet casinobusca23 bet casinodiamantes brutos e transportá-los por centenas23 bet casinometros até a superfície.

Enquanto a mineração23 bet casinoouro, estanho e diamantes23 bet casinoáguas rasas é um empreendimento realizado há décadas, a mineração comercial23 bet casinoáguas profundas é uma indústria nova. E seu impacto ambiental ainda é desconhecido. Os cientistas preveem, entre outras coisas, a degradação do habitat natural, com recuperação lenta e incerta, vazamento químico nos transportes e extinção23 bet casinoespécies.

Um porta-voz da De Beers afirmou, por23 bet casinovez, que a empresa "não faz mineração23 bet casinoáreas consideradas com alta diversidade23 bet casinovida marinha".

"A recuperação do leito marinho (após a mineração) ocorre naturalmente durante um determinado tempo e é auxiliada pelo sedimento que nós devolvemos para o fundo do mar", acrescentou.

Ainda assim, os incentivos econômicos do setor frequentemente superam as preocupações com segurança ambiental. Metais23 bet casinoterras raras encontrados23 bet casinoáguas profundas são usados23 bet casinotudo -23 bet casinotelefones celulares e DVDs a baterias recarregáveis, ímãs, memória23 bet casinocomputador e iluminação fluorescente. E, como as reservas terrestres23 bet casinopetróleo estão esgotando rapidamente, a exploração23 bet casinopoços23 bet casinoáguas profundas torna-se uma perspectiva cada vez mais tentadora.

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Legenda da foto, Criação23 bet casinomapa requer a cooperação23 bet casinodiferentes partes que têm objetivos distintos - e muitas vezes opostos

"É uma corrida", diz Bellingham.

"Uma corrida para se chegar a uma compreensão básica do nosso oceano, antes23 bet casinoalterá-lo dramaticamente. Já perdemos essa corrida no Ártico: a vida marinha que vivia no gelo não sobrevive mais", ressalta.

Além dos efeitos óbvios da mudança climática, parte das nossas águas também se tornou vítima da "urbanização oceânica": o fundo do mar está repleto23 bet casinooleodutos, cabos submarinos23 bet casinofibra óptica e espaços para aquicultura - o que sugere que estamos ansiosos para explorar nossas águas antes mesmo23 bet casinoconhecê-las adequadamente.

Com ou sem mapa, as leis marítimas internacionais restringem atualmente a mineração23 bet casinoáguas profundas a mais23 bet casino200 milhas da costa - distância a partir da qual os países não têm mais jurisdição sobre suas águas. A Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre o Direito do Mar é o arcabouço jurídico que define os direitos e deveres dos Estados no uso e exploração dos oceanos.

O Artigo 76 da Convenção refere-se repetidamente à "plataforma continental", extensões23 bet casinoterra submersas que terminam nos "abismos" oceânicos. A lei estabelece que a vida marinha deve ser protegida e que a receita proveniente23 bet casinoqualquer empreendimento23 bet casinomineração nesta região deve ser compartilhada com a comunidade internacional.

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O oceano profundo é o maior e menos compreendido habitat23 bet casinovida animal e vegetal na Terra. Dois terços do nosso planeta correspondem a um paraíso marinho23 bet casinobeleza e mistério. São regiões caracterizadas pela alta pressão, baixas temperaturas e escuridão quase constante. Mas abrigam uma variedade23 bet casinocriaturas surpreendentes - o polvo-dumbo, a lula-vampira-do-inferno, o tubarão-fantasma, caranguejos-aranha, corais e enguias elétricas - organismos fora do comum que apresentam adaptações evolutivas impressionantes.

Embora esses habitantes subaquáticos tenham mudado pouco desde a era dos dinossauros, eles não são muito resistentes. Demoram a se reproduzir e são altamente sensíveis a distúrbios.

Um atlas submarino internacional requer a cooperação23 bet casinodiferentes partes que têm objetivos distintos (e muitas vezes opostos):23 bet casinoautoridades do governo e oceanógrafos a operadores23 bet casinosubmarinos militares, pescadores e mineradores offshore. Uma vez que as informações batimétricas detalhadas forem divulgadas, medidas preventivas devem ser tomadas para proteger tanto o mapa quanto a paisagem que ele descreve.

"Um mapa23 bet casinoalta resolução é um investimento na gestão responsável do fundo do mar nos próximos séculos", diz o contra-almirante Smith.

De fato, a preservação dos oceanos depende23 bet casinouma administração consciente - especialmente quando nos voltamos para suas profundezas23 bet casinobusca23 bet casinorecursos naturais que não conseguimos mais encontrar23 bet casinoterra.

23 bet casino Leia a versão original desta reportagem 23 bet casino (em inglês) no site BBC Future 23 bet casino .