As incríveis histórias das pessoas que mudarambetsul com brpersonalidade após um ferimento na cabeça:betsul com br
Outra pessoa
Sabe-se há bastante tempo que lesões cerebrais podem levar a mudançabetsul com brpersonalidade, mas quase todas as pesquisas focaram apenas nos prejuízos.
Um exemplo é o famoso casobetsul com brPhineas Gage, um ferroviário do século 19 que foi atingido,betsul com brum terrível acidente, por uma barrabetsul com brferro na parte frontal. Seus amigos disseram que após o acidente ele não era mais a mesma pessoa. Afirmaram que o homem outrora perspicaz e inteligente se tornou agressivo e impulsivo - apesarbetsul com brversões mais modernas desse caso narrarem que o homem conseguiu superar esses problemas e começou uma vida nova como condutorbetsul com brcarruagens.
Assim como a históriabetsul com brGage, há vários outros casos publicadosbetsul com brpacientes que, após ter a parte frontalbetsul com brseus cérebros atingida, começaram a apresentar comportamentos desinibidos (e socialmente inapropriados) ou até mesmo atitudes própriasbetsul com brpsicopatas.
Mas essa ideia negativa "pode apenas contar parte da história", segundo um estudo recente da publicação científica Neuropsychologia.
Uma equipe liderada pela psicóloga Marcie King, da Universidadebetsul com brIowa, descobriu que, dos 97 dos pacientes então saudáveis que passaram por uma lesão permanentebetsul com bruma região específica do cérebro, 22 tiveram mudanças positivasbetsul com brpersonalidade depois. Do restante, 54 tiveram mudanças negativas e os outros não apresentaram quaisquer mudanças.
Essas observações se basearambetsul com brconversas com familiares e amigos próximos, que avaliaram 26 aspectos das personalidades dos pacientes antes e depois do ferimento.
Uma questãobetsul com brlugar
Pesquisas anteriores deram pistas sobre as formas como uma lesãobetsul com bráreas específicas do cérebro podem, às vezes, ter efeitos positivos.
Por exemplo, um estudobetsul com br2007 com veteranos da Guerra do Vietnã apontou que os que sofreram lesões nas áreas que acredita-se ter um papel importante no desenvolvimento do estresse pós-traumático (regiões que lidam com emoções e tomadabetsul com brdecisões) tinham uma probabilidade menorbetsul com brdesenvolver esse mal.
Pesquisas parecidas indicaram que pacientes com danosbetsul com bruma área importante relacionada a emoções tinham uma tendência menor a sofrerbetsul com brdepressão.
No entanto, esse estudo é o primeiro a documentar mudanças benéficasbetsul com brpersonalidadebetsul com brum largo alcance e com um grupo grandebetsul com brpacientes.
Outro exemplo é o "paciente 2410", um homembetsul com br30 anos que precisoubetsul com bruma cirurgia depoisbetsul com brsofrer um aneurisma cerebral. Ele ebetsul com brmulher contaram que, antes da cirurgia, ele era explosivo, sentia raiva facilmente e geralmente tristonho. Após o procedimento, porém, ele até brincava sobre como se tornou "mais passivo e tranquilo".
Mas o que acontece? Como uma lesão cerebral pode ter efeitos tão inesperados?
A probabilidadebetsul com brum paciente ter melhorias no temperamento parece não relacionada a vários fatores como gênero, idade, nívelbetsul com breducação ou inteligência. Em vez disso, o que parecia relevante era um históricobetsul com brpersonalidade difícil, como um temperamento explosivo e outras características negativas, combinado com um padrão específicobetsul com brdano cerebral.
Para entender melhor isso, Ling e seus colegas realizaram exames cerebraisbetsul com brtodos os pacientes envolvidos na experiência. Eles descobriram que aqueles que demonstraram algum progressobetsul com brtermosbetsul com brpersonalidade tinham uma probabilidade maiorbetsul com brter passado por uma lesão na região do lobo frontal, que é importante na horabetsul com brconsiderar a perspectiva do outro e tomar decisões.
Os métodos da pesquisa, porém, ainda estão no estágio inicial e demandam precaução. Seus resultados apenas permitem a descobrir padrões entre danos cerebrais e seus efeitos na personalidade, e investigações futuras podem ajudar a identificar quais áreas estão associadas a que tipobetsul com brmudançabetsul com brpersonalidade.
Efeitos ruins
Por mais que as mudançasbetsul com brpersonalidade para alguns pacientes seja positiva, isso não deve tirar a seriedadebetsul com brum dano cerebral.
A recuperação totalbetsul com brum dano cerebral sério é extremamente rara e, quando um paciente aparenta estar bem, ele pode estar passando por obstáculos ocultos, como dificuldadebetsul com braprender novas informações. Danos cerebrais também podem deixar as pessoas mais vulneráveis a condições como demência.
É por isso que é tão inacreditável que eles possam causar mudanças positivasbetsul com brpersonalidade. No entanto, isso não parece algo tão fora da realidade quando você considera que cirurgias cerebrais às vezes são usadas como último recurso para tratar problemas psicológicos como transtorno obsessivo compulsivo.
O que lembra a história sinistra por trás da "psicocirurgia", que ficou assim conhecida especialmente por causa do uso disseminadobetsul com brlobotomia frontal por cirurgiões como Walter Freemanbetsul com brmeados do século 20.
Porém, como King e seus colegas afirmam, técnicas modernas, mais refinadas e mais cuidadosas geralmente são usadas com o objetivobetsul com brdiminuir a atividadebetsul com brcircuitos cerebrais que acredita-se que estejam causando determinadas condiçõesbetsul com brsaúde mental - por exemplo, há evidênciasbetsul com brque a depressão está associada a uma conexão excessiva entre regiões frontais do lobo e outras redes envolvidasbetsul com brcognição e emoções.
O fatobetsul com brque o cérebro pode ser ajustado dessa formabetsul com brpropósito dá uma pista sobre como o dano cerebral pode às vezes levar a mudanças para melhor.
Aliás, alguns dos circuitos neurais transformados pela psicocirurgia moderna estão na mesma parte do cérebro que foi prejudicada nos pacientes que apresentaram melhorias na personalidade na mais recente pesquisabetsul com brKing.
Essas novas descobertas também complementam pesquisas sobre a base neurológica da personalidade, incluindo a descobertabetsul com brque pessoas extrovertidas são menos sensíveis a estimulação neural, por exemplo, ou que pessoas muito agradáveis demonstram uma ativação maior do cérebrobetsul com brregiões envolvidas no controlebetsul com bremoções negativas. É lógico que, ao alterar esse tipobetsul com brpadrão neural, o dano cerebral pode às vezes ter resultados paradoxicalmente benéficos.
É importante repetir, porém, que o dano cerebral (incluindo uma concussão cerebral leve) sempre deve ser levado extremamente a sério. Até mesmo nos raros casosbetsul com bralguns aparentemente vantajosos efeitos colaterais, as dificuldades quase sempre fazem parte do diagnóstico.
E por mais que uma mudança positivabetsul com brpersonalidade possa parecer bem-vinda, é preciso lembrar que nossas personalidades refletem a essênciabetsul com brquem somos - é bem possível que seja inquietante para pacientes e seus amigos e família se ajustar à transformação pessoal, mesmo uma positiva.
Fora isso, a possibilidadebetsul com bruma mudança positivabetsul com brpersonalidade mostra que a história do que pode acontecer após um dano cerebral é mais complexa e surpreendente do que acreditávamos.
- betsul com br Leia a versão original desta matéria (em inglês) betsul com br no site da BBC Future