Os animais que conseguem escapar vivos após serem devorados:b2xbet 5 reais

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Legenda da foto, Alguns animais são capazesb2xbet 5 reaissobreviver à digestãob2xbet 5 reaisseus predadores

"É muito surpreendente que um vertebrado, que tem pulmões, seja capazb2xbet 5 reaissobreviver", diz Mark O'Shea, da Universidadeb2xbet 5 reaisWolverhampton, no Reino Unido.

Probabilidades

Larvas e pequenos invertebrados marinhos podem passar ilesos por alguns predadores.

Mas presas maiores estão sujeitas a serem mastigadas até a morte. Mesmo que consigam se esquivar, viajar pela garganta inteira do predador pode ser muito complicado.

E, se conseguirem, encontrarão um desafio maior ainda.

A maioria das presas não conseguiria sobreviver à exposição aos ácidos gástricos que decompõem tecidos no estômagob2xbet 5 reaisum predador. Enfrentar a faltab2xbet 5 reaisoxigênio na profundidade do sistema digestivo é outro problema.

No entanto, para as presas engolidas por um sapo ou uma ave, as possibilidadesb2xbet 5 reaissobrevivência podem ser um pouco mais altas.

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Legenda da foto, Cobra-cega-de-Braminy pode fazer uma viagem bastante interessante ao ser comida por um sapo

Esses animais costumam empurrar os alimentos para o fundo da garganta antesb2xbet 5 reaisos engolir, o que pode aumentar a probabilidadeb2xbet 5 reaisque a presa entre no sistema digestivo sem grandes danos.

Isso ajuda a explicar como um anfíbio extremamente tóxico - a Taricha granulosa, um tipob2xbet 5 reaissalamandra - consegue sobreviver após ser engolida por uma rã.

Ao entrar no estômago da rã, as toxinas liberadas pela salamandra matam o predador antes que seu suco digestivo comece a funcionar.

A partir daí, o anfíbio só precisa sair pela boca da rã morta.

Porta dos fundos

Mas a cobra-cega-de-Brahminy não matou seu anfitrião e ainda seguiu um caminho muito mais longo, através do intestino, para sair do sapo.

A cobra pode estar melhor equipada do que a maioria das espécies por ter um corpo comprido e esguiob2xbet 5 reaispoucos milímetrosb2xbet 5 reaiscomprimento.

O'Shea diz acreditar que a cobra tenha se arrastado pelo intestino do sapob2xbet 5 reaisvezb2xbet 5 reaissimplesmente ter sido carregada pelas contrações musculares que empurram os alimentos.

Um fator que poderia ter facilitado esse trajeto são os hábitos alimentares do sapo.

Pode ser que ele não tenha comido muito nas horas antesb2xbet 5 reaisabocanhar a cobra, o que significa que o caminho pelo seu intestino poderia estar vazio e ser feito mais rapidamente, reduzindo a exposição da cobra-cega aos ácidos digestivos.

Masb2xbet 5 reaispele provavelmente foib2xbet 5 reaismelhor proteção.

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Legenda da foto, Taricha granulosa, um tipob2xbet 5 reaissalamandra, também pode sobreviver à viagem pelo intestinob2xbet 5 reaisum sapo

As escamas unidas estreitamente eb2xbet 5 reaissobreposição que ajudam as cobras-cegas a se movimentar na terra provavelmente bloquearam os sucos gástricos, impedindo que chegassem a seus tecidos e órgãos delicados.

É provável que o maior problema que a cobra-cega tenha enfrentado tenha sido a longa faltab2xbet 5 reaisoxigênio.

Os pesquisadores não sabem quanto tempo a cobra levou emb2xbet 5 reaisviagem pelo intestino do sapo. Mas, ainda que a tenham visto sairb2xbet 5 reaislá com vida, ela morreu cercab2xbet 5 reaiscinco horas depois.

Menos oxigênio

Os caracóis podem ser viajantes gástricos melhores que as cobras-cegas, já que conseguem viver com menos oxigênio.

Em estudo publicadob2xbet 5 reais2011, Shinichiro Wada e seus colegas da Universidadeb2xbet 5 reaisTohoku, no Japão, alimentaram pássaros japoneses do olho-branco com caracóis terrestres (Tornatellides boeningi) para ver se eles conseguiriam passar ilesos pelo sistema digestivo.

Cercab2xbet 5 reais15% deles sobreviveram à viagem, que levou entre 20 e 120 minutos, revelando pela primeira vez que caracóis terrestres podem sobreviver à digestão por outros animais.

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Legenda da foto, Há certos tiposb2xbet 5 reaiscaracóis que podem sair vivosb2xbet 5 reaisum pássaro japonês do olho-branco

A resistência dos caracóis provavelmente se deve às suas conchas, que funcionam como uma armadura natural.

As conchas das espécies examinadas,b2xbet 5 reaisaproximadamente 2,5 milímetrosb2xbet 5 reaiscomprimento, foram recuperadas intactas nas fezes das aves, enquanto as das espécies maiores foram despedaçadas.

Os pesquisadores acreditam que os caracóis também possam produzir uma secreção que fornece proteção adicional ao ambiente ácido, mas essa ideia ainda precisa ser comprovada.

Sobreviventes

Outro inesperado viajante intestinal é uma espécieb2xbet 5 reaisverme nematóide chamado Caenorhabditis elegans.

Hinrich Schulenburg eb2xbet 5 reaisequipe da Universidadeb2xbet 5 reaisKiel, na Alemanha, encontraram nematóides nos intestinosb2xbet 5 reaislesmas no norte do país.

Minutos depois, eles foram surpreendidos ao encontrar os vermes vivos nas fezes das lesmas.

"Parece que eles são ingeridos por via oral, o que é estranho (que eles sobrevivam), porque as lesmas têm um órgão moedor que poderia destruí-los", diz Schulenburg. "Também não sabemos como eles sobrevivem ao ambiente ácido."

As viagens intestinais são rarasb2xbet 5 reaisanimais terrestres, mas parecem ser mais comunsb2xbet 5 reaisambientes aquáticos.

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Legenda da foto, Mexilhões conseguem passar através das anêmonas marinhas

Casper Van Leeuwen e colegas da Universidadeb2xbet 5 reaisUtrecht, na Holanda, descobriram que alguns caracóis aquáticos adultos continuam vivos depoisb2xbet 5 reaispassar pelos patos-reais (Anas platyrhynchos).

As fêmeasb2xbet 5 reaisuma espécieb2xbet 5 reaisostrácodos (um crustáceo invertebrado) também conseguiram sobreviver no intestino do peixe-ventosa (Gobiesox barbatulus). Os mexilhões também conseguem passar por anêmonas marinhas comuns e evitar a digestão se suas conchas estiverem hermeticamente fechadas.

Propagação da espécie

Considerando que parecem ser razoavelmente comuns, as viagens pelos sistemas digestivos poderiam ser uma maneira importanteb2xbet 5 reaistransporte para espéciesb2xbet 5 reaismenor mobilidade, permitindo que elas colonizem lugares mais distantes.

Esse parece ser o caso dos caracóis que Wada eb2xbet 5 reaisequipe observaram. Eles foram recolhidosb2xbet 5 reaisHahajima, uma das ilhas Ogasawara no Japão. Seu padrãob2xbet 5 reaisdistribuição nas ilhas no entorno parecia fazer sentido apenas para um animal com asas.

E a transferência genética entre populaçõesb2xbet 5 reaiscaracóis geograficamente distantes também poderia ser explicada pelo transporte intestinal.

A equipe que Wada percebeu que as áreas com alta densidadeb2xbet 5 reaispássaros japoneses do olho-branco - espécies nas quais os caracóis eram capazesb2xbet 5 reaissobreviver - também tinham caracóis geneticamente mais diversos.

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Legenda da foto, Caenorhabditis elegans sobrevive ao ataque intestinal das lesmas

"Esses resultados indicam fortemente que os caracóis terrestres podem ser espalhados por aves predadoras", diz Wada.

Um dos primeiros casosb2xbet 5 reaisum inseto usando esse tipob2xbet 5 reaistransporte interno para se espalhar foi documentadob2xbet 5 reais2014 por Jan-Jakob Laux eb2xbet 5 reaisequipe na Universidadeb2xbet 5 reaisHamburgo, na Alemanha.

Os especialistas suspeitam que os ovosb2xbet 5 reaisum besouro aquático, Macroplea mutica, sejam dispersos pelos patos-reais, já que eles conseguem sair intactosb2xbet 5 reaisseu sistema digestivo.

A ampla distribuição desses insetosb2xbet 5 reaistoda a região Paleártica (que abrange África, Europa, o norte dos países árabes, a Ásia ao norte do Himalaia, o Japão e a Islândia) é um mistério, já que eles não têm tanta capacidadeb2xbet 5 reaislocomoção.

Efeito adverso?

Mas se os predadores estão digerindo animais vivos sem saber, isso pode ter algum impacto parab2xbet 5 reaissaúde?

Os parasitas intestinais, por exemplo, frequentemente chegam até um animal pela água e pela comida e se instalamb2xbet 5 reaisseus intestinos.

Mas além da relação parasitária que eles estabelecem com os animais, estes "viajantes gástricos" também podem trazer benefícios a seus hospedeiros.

Segundo Hinrich Schulenburg, alguns deles, por se alimentaremb2xbet 5 reaisbactérias, podem ajudar a diversificar o microbioma dos intestinos por onde viajam.

A cobra-cega-de-Brahminy, porém, provavelmente causou pouco impacto no sapo que a comeu, para além da estranha sensaçãob2xbet 5 reaister um animal se movendo dentrob2xbet 5 reaisseu estômago e intestinos.

"O sapo só pareceu estar um pouco envergonhado", brica O'Shea. Afinalb2xbet 5 reaiscontas, ele tinha uma cobra saindob2xbet 5 reaisseu traseiro.