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A picadaaposta na betanomosca que deixa as vítimasaposta na betanosono profundo:aposta na betano
Há dois parasitas unicelulares que causam o sono mortal: Trypanosoma brucei rhodesiense e T. b. Gambiana.
Este último é mais predominante: é responsável por até 95% dos casos, principalmente na África Ocidental. Ele leva vários anos para matar uma pessoa, enquanto o T. b. rhodesiense pode causar a morteaposta na betanopoucos meses. Existem ainda outras formas que infectam o gado.
Após a mordida inicial, os sintomas da doença do sono muitas vezes começam com febre, doresaposta na betanocabeça e dores musculares. À medida que ela avança, os infectados ficam cada vez mais cansados - éaposta na betanoonde a doença recebe seu nome.
Alteraçõesaposta na betanopersonalidade, confusão mental grave e má coordenação também podem acontecer.
Embora a medicação ajude, alguns tratamentos são tóxicos e podem ser letais, especialmente se ministrados depois que o mal alcançou o cérebro.
Controle?
É interessante notar que a doença do sono não é tão mortal como antes.
No início do século 20, várias centenasaposta na betanomilharesaposta na betanopessoas eram infectadas por ano.
Na décadaaposta na betano1960, a doença foi considerada "sob controle" e registrou números muito baixos, tornandoaposta na betanopropagação mais difícil. Mas nos anos 70 houve outra grande epidemia, que demorou 20 anos para ser controlada.
Desde então, programas melhoresaposta na betanorastreio e intervenções antecipadas têm reduzido o númeroaposta na betanocasos dramaticamente.
Em 2009, foram contados menosaposta na betano10 mil deles pela primeira vez desde que os registros começaram, eaposta na betano2015 esse número caiu para menosaposta na betano3 mil,aposta na betanoacordo com dados da Organização Mundialaposta na betanoSaúde. A OMS espera que a doença seja completamente eliminada até 2020.
Mas enquanto o declínio parece positivo, podem haver muitos mais casos não registrados na zona rural da África. Para eliminar o problema completamente, as infecções têmaposta na betanoser acompanhadasaposta na betanoperto.
Uma sérieaposta na betanonovos estudos tem mostrado que o parasita é mais complicado do que se imaginava.
A doença do sono sempre foi considerada - e diagnosticada - como uma doençaaposta na betanosangue, pois o T. brucei pode ser facilmente detectado no sangueaposta na betanosuas vítimas. Num estudo publicadoaposta na betanosetembroaposta na betano2016, porém, pesquisadores revelaram ter descoberto que o parasita também pode residir na pele e na gordura.
Pode até haver uma maior densidadeaposta na betanoparasitas na pele do que no sangue, diz a coautora do estudo, Annette MacLeod, da Universidadeaposta na betanoGlasgow, no Reino Unido.
O fatoaposta na betanoa mosca tsé-tsé beber o sangueaposta na betanouma pessoa pode fazê-la "pegar os parasitas da pele junto com o sangue".
Isso significa que uma pessoa pode não ter sintomas, mas ainda abrigar a doença e espalhá-la.
"Achamos que a pele é, portanto, um reservatório escondido da infecção", diz MacLeod.
Pessoas que transportam a infecção emaposta na betanopele não seriam tratadas como aquelas com níveis detectáveisaposta na betanoparasitas no sangue. A descoberta poderia explicar a misteriosa epidemiaaposta na betano1970, e por que a doença pode ressurgiraposta na betanoáreas que previamente tinham zerado os casos.
"Tivemos uma pessoaaposta na betanoSerra Leoa, que não registrou a doença por 29 anos e depois apareceuaposta na betanoestágio avançado da doença do sono", diz MacLeod. "Você pode abrigar estes parasitas por um longo tempo e ficar bem."
'Corrida armamentista'
Essa não é a única razão pela qual os parasitas podem iludir nosso sistema imunológico.
Em 2014, Etienne Pays, da Universidadeaposta na betanoBruxelas, na Bélgica, descreveu a história da doença do sono como uma "corrida armamentista" entre os humanos e o parasita.
Nessa batalha, nossa principal arma é uma proteína chamada apolipoproteína L1, que é resistente a uma forma anterioraposta na betanoT. brucei.
Essa proteína foi "eficienteaposta na betanomatar o parasita no sangue", diz Pays. "Pelo que sabemos, ela só estava lá para matá-lo."
Infelizmente, ao longo do tempo o parasita encontrou uma maneiraaposta na betanoburlar a proteção da proteína. Enquanto apolipoproteína L1 ainda pode matar a variante que infecta o gado, não é mais eficaz contra as duas estirpes do T. brucei que infectam os seres humanos. Essas duas "conseguiram escapar", diz Pays.
Mas ele eaposta na betanoequipe conseguiram ajustar a proteínaaposta na betanoseu laboratório para torná-la resistente ao T. b. rhodesiense, a forma rara, mas mais letal.
O que eles não perceberam é que há pessoas na África que já têm um sistemaaposta na betanodefesa semelhante. Graças a uma mutação na mesma proteína, elas têm imunidade natural contra o T. b. rhodesiense.
Pays agora suspeita que algumas pessoas sejam resistentes a todas as formas do parasita.
Essa imunidade natural infelizmente tem um custo. Ninguém ainda sabe por que, mas ela tem sido associada a doenças renaisaposta na betanoidade mais avançada.
O desafio é fazer uma variante sem efeitos colaterais. A equipeaposta na betanoPays produziu outra proteína capazaposta na betanomatar ambas as formas, mas, quando eles a testaramaposta na betanocamundongos, os animais morreram.
O pesquisador ainda está aprimorando a proteínaaposta na betanoseu laboratório, na esperançaaposta na betanoque ela irá fornecer uma cura eficaz.
"Nós criamos outra, que estamos testando atualmente", disse.
As fases
Se Pays atingir seu objetivo, os médicos simplesmente precisarão injetar a proteínaaposta na betanouma pessoa infectada. Em seguida, ela irá matar o parasita e desaparecer. Isso é promissor, mas há um desafio adicional.
A razão pela qual a doença do sono é tão mortal é que ela pode entrar no cérebro. Instalada lá, causa sintomas mais graves, como confusão, alucinações e má coordenação. Uma vez no cérebro, ela se torna mais difícilaposta na betanotratar e, portanto, mais fatal.
Médicos pensam nisso como um segundo estágio da doença, sendo a primeira quando o parasita infecta o sangue.
Para atingir o cérebro, o parasita deve atravessar a barreira sangue-cérebro, que bloqueia a maior parte das doenças e toxinas. A questão-chave é como ele atravessa - ao que parece, estamos olhando para o lado errado do problema.
Um estudo publicadoaposta na betanooutubroaposta na betano2016 propõe que a doença do sono tem três fases distintas, não duas como se pensava anteriormente.
A primeira é a picada da mosca tsé-tsé, após a qual o parasita infecta o sangue da pessoa. Na segunda etapa, que não foi identificada anteriormente, o parasita aparece no líquido cefalorraquidiano eaposta na betanotrês membranas que envolvem o cérebro, conhecidas como meninges.
Na terceira fase, as fronteirasaposta na betanoproteção do cérebro quebram e uma "invasãoaposta na betanomassa"aposta na betanotripanossomas atravessa a barreira sangue-cérebro, atacando-o.
Michael Duszenko, da Universidadeaposta na betanoTubingen, na Alemanha, e seus colegas descobriram o segundo estágioaposta na betanocamundongos.
Eles também encontraram uma razão para que a terceira fase leve meses e às vezes anos para ocorrer: acontece que o parasita se mantém no segundo estágio, ativamente atrasando o progresso da doença.
Para conseguir isso, ele libera um composto chamado prostaglandina D2, que faz duas coisas.
Em primeiro lugar, induz o sono no paciente, tornando-o mais vulnerável à picadaaposta na betanouma mosca tsé-tsé. Em segundo lugar, faz com que algumas das célulasaposta na betanoparasitas iniciem um processo chamado apoptose, ou "morte celular".
Em outras palavras, o tripanossoma propositadamente destrói algumas das suas próprias células.
Matar suas próprias células pode soar como uma má ideia, mas fazê-lo "reduz a carga do anfitrião e aumenta a chanceaposta na betanoparasitas serem transmitidos para a mosca tsé-tsé", diz Duszenko.
O conceito é manter o hospedeiro vivo,aposta na betanomodo que o parasita tenha mais tempo para infectar outras pessoas. Se a concentraçãoaposta na betanoparasitas subir muito rapidamente, o anfitrião morreria antesaposta na betanoo parasita se espalhar.
Essa descoberta pode ajudar a explicar por que algumas pessoas vivem com níveis crônicos da doença por anos. Livros didáticos devem agora ser reescritosaposta na betanoconformidade com essas pesquisas, diz Duszenko.
Adversário difícil
Apesar desses avanços, ainda há o problemaaposta na betanoque o T. brucei é muito bomaposta na betanose manter um passo à frente da defesa dos seus anfitriões.
O parasita é particularmente hábilaposta na betano"variação antigênica": tem maisaposta na betano1 mil versõesaposta na betanouma proteína emaposta na betanosuperfície exterior, mas exibe apenas uma versãoaposta na betanocada vez,aposta na betanomodo que o sistema imunológico do hospedeiro só produz anticorpos contra a proteína que está à mostra.
Nesse meio tempo, alguns dos parasitas mudam para outra versão, que não podem ser atacadas por esses anticorpos.
Toda vez que o anfitrião produz anticorpos contra uma nova ondaaposta na betanoparasitas, alguns tripanossomas mudam para uma nova camada.
"A resposta imune está sempre tentando recuperar o atraso com os parasitas", diz Martin Taylor, da Escolaaposta na betanoHigiene e Medicina Tropicalaposta na betanoLondres.
Em parte por isso, não houve novas drogas durante décadas. Um dos medicamentos recomendados é a pentamidina, que trata a primeira fase do T. b. Gambiana - ela foi desenvolvidaaposta na betano1940. O melarsoprol, que trata a fase final, foi desenvolvidoaposta na betano1949 - é tóxico e causa a morteaposta na betanocercaaposta na betano5% dos casos.
Outra questão é que as empresas farmacêuticas não têm investido muito dinheiroaposta na betanopesquisas sobre a doença do sono: ela é uma das chamadas doenças negligenciadas.
"A razão pela qual elas são chamadasaposta na betanodoenças negligenciadas é porque elas foram negligenciadas", diz Taylor.
"Porque são doenças das pessoas mais pobres dos paísesaposta na betanodesenvolvimento, e, uma vez que leva milhõesaposta na betanodólares para desenvolver uma droga para o mercado, não há o incentivo econômico para criar novos medicamentos."
Isso parece ter mudado um pouco nos últimos anos. Algumas empresas farmacêuticas até fizeram parcerias com organizações sem fins-lucrativos que pressionam por novos remédios.
MacLeod diz que há duas novas drogas "em viasaposta na betanodesenvolvimento", que estão passando por testes.
"Recentemente, tem havido um esforço para encontrar drogas para essas doenças negligenciadas", afirma.
A doença do sono certamente continuará presente nos próximos anos. Mas, ao revelar mais segredos do parasita, um dia poderemos ser capazesaposta na betanocolocá-la para dormiraposta na betanovez.
- aposta na betano Leia a versão original aposta na betano dessa reportagem (em inglês) no site BBC Earth aposta na betano .
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