Por que ecologistas querem soltar elefantes e leões pela Europa:b1bet casa de aposta

b1bet casa de aposta No dicionário ambientalista, um novo termo parece estar ganhando cada vez mais importância: o rewilding b1bet casa de aposta , algo que poderia ser traduzido como "resilvestramento", ou seja, o atob1bet casa de apostarestaurar regiões naturais a seu estado original, inclusive com a reintroduçãob1bet casa de apostagrandes mamíferos a certos habitats hoje ocupados por seres humanos.

Trata-seb1bet casa de apostauma estratégia polêmica: alguns ecologistas temem o impacto a longo prazob1bet casa de apostase reintroduzir animais extintos nos nossos ecossistemas modernos; outros setores, como agricultores, veem com maus olhos a ideiab1bet casa de apostater predadores naturais cercando seus rebanhos.

Mas na Dinamarca, um grupob1bet casa de aposta"resilvestradores" radicais quer vencer os preconceitos e defendem que as planícies da Europa e da América do Norte deveriam abrigar não só espécies nativas, como lobos e linces, mas também animais como leões, elefantes e guepardos.

Um dos primeiros projetos do grupo é introduzir uma populaçãob1bet casa de apostaelefantes asiáticos no norte da Dinamarca.

Ole Sommer Bach, curador do zoológico Randers Rainforest, e seus colegas já têm experiência no assunto. Eles supervisionaram o bem-sucedido projeto que reintroduziu o bisão europeu no país escandinavo. Para eles, os elefantes são uma etapa natural dessa filosofia.

"O bisão europeu estava extinto na Dinamarca há cercab1bet casa de aposta8 mil anos, e quando começamos a falarb1bet casa de apostareintroduzi-lo, há 15 anos, as pessoas riam", conta Bach. "Hoje é uma realidade."

Para que o projeto com os elefantes dê certo, é crucial fazer um preparo e um monitoramento. "Não pretendemos simplesmente soltá-los e esperar que eles acabem na Espanha ou sei lá onde", explica o cientista. "Vamos estabelecer uma área demarcada e cercada para ver o que acontece.

O objetivo é analisar aspectos como a interação dos elefantes com as árvores nativas ou o impactob1bet casa de apostaseu esterco nas comunidadesb1bet casa de apostainsetos.

Há também benefícios econômicosb1bet casa de apostapreservar ecossistemas dessa maneira. "Se você inventar uma máquina que faz tudo o que um elefante faz, você vai ficar milionário", diz Bach. "Eles são capazesb1bet casa de apostatantas coisas,b1bet casa de apostaderrubar árvores a espalhar sementes. E eles já existem! Só precisamos usá-los."

Volta no tempo

O que Bach e seus colegas pretendem fazer é voltar no tempo alguns milharesb1bet casa de apostaanos. Cercab1bet casa de aposta13 mil anos, exatamente para o fim do Plistoceno, um dos períodos da era Cenozóica.

A quantidadeb1bet casa de apostaanos espanta meros mortais como nós, masb1bet casa de apostatermos geológicos trata-seb1bet casa de apostaum instante da vida da Terra.

Hoje, a "megafauna" que resta no planeta está basicamente limitada à África e à Ásia. Mas durante o pleistoceno, todos os continentes eram habitados por mamíferosb1bet casa de apostagrande porte, dos vombates gigantes da Austrália às várias espéciesb1bet casa de apostaelefantes que vagavam pela Europa e pela América do Norte.

Os animais podem ter desaparecido, mas os ecossistemas que evoluíram com eles permanecem, e suas funções estão drasticamente reduzidas com a falta dessas espécies cruciais.

Os "resilvestradores" radicais sugerem que alguns animais ainda encontrados na África e na Ásia - muitos à beira da extinção - são semelhantes a seus ancestrais e poderiam sobreviverb1bet casa de apostaoutros continentes.

De volta à Era do Gelo

A ideia não é nova. O primeiro a propô-la foi o geólogo americano Paul Martin, que defende que a humanidade foi o principal detonador das extinções da megafaunab1bet casa de apostatodo o planeta.

Na última década, a teoria ganhou defensores como Josh Donlan e Harry Greene, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, que publicaram um artigo na revista científica Nature, no qual defendiam a reintrodução no continenteb1bet casa de apostacamelos, leões e elefantes, com dois objetivos: restaurar os ecossistemas norte-americanos, restabelecendo processos ecológicos que já não ocorrem mais; e trazer uma nova abordagem à preservação dos animais do século 21, não restringindo-os a seus habitats nativos.

As críticas e ataques vieramb1bet casa de apostavários setores da comunidade científica, e até hoje não se vê muitas iniciativasb1bet casa de aposta"resilvestramento" nos Estados Unidos.

Do outro lado do Atlântico, no entanto, governos e a populaçãob1bet casa de apostageral têm se mostrados mais receptivos à ideia. Em toda a Europa foram feitos projetos bem-sucedidos, alguns até com o rótulob1bet casa de aposta"Plistoceno".

Na Holanda, por exemplo, a Oostvaadersplassen é uma áreab1bet casa de apostapântano que hoje abriga bovinosb1bet casa de apostaheck, cavalos konik e veados-vermelhos, imitando a comunidadeb1bet casa de apostaherbívoros que viveu no local há milharesb1bet casa de apostaanos.

"Queremos criar um espaço para os processos naturais", explica Perry Cornelissen, biólogo do parque. Em vezb1bet casa de apostaoptar por sistemas artificiaisb1bet casa de apostamanejo para criar um habitat perfeito para as aves do pântano, seus criadores optaram pela abordagem silvestre. "Nosso monitoramento mostra que os herbívoros realmente criam grandes áreasb1bet casa de apostacampinas para gansos e outras aves."

Na Rússia, o Parque Plistoceno é uma "tentativab1bet casa de apostarestaurar as estepes da Idade do Gelo". Mas, assim como o parque holandês, este ainda não quer introduzir espécies exóticas como leões ou elefantes.

Responsabilidade mundial

Mas, realisticamente, é fácil usar o conceito do "resilvestramento" como uma estratégia para salvar espécies exóticas ameaçadasb1bet casa de apostaextinção? A resposta parece estar na Austrália.

O país lançou um projeto para lidar com a situação desastrosa dos rinocerontes na África. Se a caça por causa dos chifres do animal se mantiver no ritmo atual, esses mamíferos podem desaparecer da natureza antesb1bet casa de aposta2024.

Isso levou o cientista Ray Dearlove a chegar à mesma conclusão que os defensores do "resilvestramento" do Plistoceno: os rinocerontes precisam ser preservados fora da África.

O plano é trazer para a Austrália uma populaçãob1bet casa de apostarinocerontes brancos e negros até o fim deste ano.

As condições climáticas eb1bet casa de apostaterreno se parecem - com a vantagemb1bet casa de apostaque a caça será proibida.

"Eu preferia ver os rinocerontes sobrevivendo e se reproduzindo na África, mas a realidade é que isso não está acontecendo. Eles vagaram pelo continente por milhõesb1bet casa de apostaanos e hoje a África do Sul concentra 95% dos rinocerontes do mundo", afirma Dearlove.

Para o dinamarquês Bach, o mundo inteiro tem a resposabilidadeb1bet casa de apostapreservar espécies ameaçadas, mesmo que elas se concentremb1bet casa de apostaapenas um ou dois continentes. "Dentro dos próximos 50 anos, os elefantes asiáticos podem desaparecer completamente. Temos que evitar isso", afirma.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site da BBC Earth.