Será que a maquiagem masculina vai virar tendência?:zebet jobs

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Legenda da foto, Jeffree Starr, Manny Gutierrez e James Charles durante o lançamento da KKW Beauty, linhazebet jobscosméticoszebet jobsKim Kardashian West
Legenda da foto, David Beckham na capa da revista 'Love' (Fotografia: Call This Number - Steve Mackey e Douglas Hart, Direção criativa: Katie Grand, Maquiadora: Miranda Joyce)

Os homens não são estranhos à maquiagem. Alexandre, o Grande, adorava, enquanto os pictos (antigos habitantes da Escócia) pintavam o rostozebet jobsazul para lutar. Perucas e pintas falsas eram moda na corte do rei Luís 13 - sem contar com os dândis (estilo masculino que surgiu no século 18 inspirado na excentricidade e elegância).

Maszebet jobsalgum momento no século 19, alguém decidiu que "homenszebet jobsverdade" não usam maquiagem e, desde então, quando usam é no intuitozebet jobstransgredir. Bowie, Prince e Johnny Depp não estavam tentando (apenas) melhorar a aparência, estavam desafiando tudo o que sabíamos sobre gênero, sexo e sociedade.

Mas, fora a capa da revista Love, será que a maquiagem masculina está prestes a se tornar tendência? Afinal, a publicação apresenta um dos rostos mais famosos da atualidade usando maquiagem.

Considere as linhaszebet jobsprodutos masculinos lançadas pelas grifes Chanel e Tom Ford, e os maquiadores Manny Gutierrez e James Charles sendo escolhidos como garotos-propaganda das marcas americanas Maybelline e Covergirl, respectivamente - e você verá todos os indícios do iníciozebet jobsum movimento.

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Legenda da foto, Os guerreiros pictos pintavam o rosto e o corpo independentemente do gênero

Além disso, Gutierrez e Charles fazem partezebet jobsum poderoso grupozebet jobsinfluenciadores digitais homens que dão dicaszebet jobsmaquiagem, incluindo Jeffree Star, entre outros.

Em janeirozebet jobs2019, quando Charles visitou Birmingham, no Reino Unido, para lançar uma paletazebet jobssombraszebet jobsparceria com a Morphe, ele literalmente parou o trânsito. Fora a gritaria, no entanto, o status quo quase não mudou.

A Boy the Chanel, primeira linhazebet jobsmaquiagem masculina da grife, é uma coleção reduzidazebet jobsapenas três produtos - base, protetor labial e lápiszebet jobssobrancelha -zebet jobsembalagens sóbrias que dificilmente desafiam as noções convencionaiszebet jobsmasculinidade.

E quem são esses rapazes que usam maquiagem? Emzebet jobsmaioria, são lindos, gays e propensos a extravagâncias - até 80% dazebet jobsbasezebet jobsmilhareszebet jobsfãs são compostas por mulheres jovens.

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Legenda da foto, Retrato feito pelo pintor Justus van Egmont do rei Luís 13, que adorava maquiagem

Mas por que os homens ainda são tão resistentes à ideiazebet jobsse maquiar?

"Foi o que disseram para eles serem", diz Glen Jankowski, professor da faculdadezebet jobsCiências Sociais da Leeds Beckett University, no Reino Unido.

"Apesar do suposto aumentozebet jobshomens metrossexuais, as normaszebet jobsgênero ainda são fortes para os homens. Análiseszebet jobsbrinquedos comercializados para meninos, por exemplo, mostram que as mensagens devem ser fortes, corajosas e não é preciso investir na aparência. Para as meninas, a beleza é fundamental", explica.

Entender essa divisão foi um choque para o maquiador transgênero Joseph Harwood.

"Eu era o garotinho que usava canetas coloridaszebet jobsglitter", lembra.

"E só entendi o quão forte o condicionamento poderia ser quando as pessoas que me confundiam com mulher me contaram o que haviazebet jobserrado com a minha pele. Ficou evidente que havia expectativas diferentes para meninos e meninas – e eu não me encaixava nelas."

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Legenda da foto, David Bowie, retratadozebet jobs1973, era conhecido pelos experimentos com maquiagem

"Os homens são frequentemente elogiados pelas imperfeições; um nariz quebrado é viril, a pele ressecada está castigada pela guerra, (mas) há uma verdadeira campanha desenvolvida desde cedo para as meninas que se baseiazebet jobsfotografiaszebet jobsrevista excessivamente retocadas", completa.

Atualmente, Harwood empresta seu rosto à marcazebet jobsmaquiagem vegana e unissex Jecca Blac.

Mas se os homens ainda não estão prontos para usar blush, eles estão definitivamente dispostos a se cuidar mais.

A indústriazebet jobscosméticos masculinos, avaliadazebet jobsUS$ 57,7 bilhõeszebet jobs2017, está crescendo exponencialmente. De acordo com a consultoria Research and Markets, esse mercado deve atingir US$ 78,6 bilhões até 2023. E não estamos falando apenaszebet jobscreme Nivea. Estamos falandozebet jobsbases hidratantes e bronzeadores, corretivos e delineadoreszebet jobssobrancelhas - cosméticos propriamente ditos.

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Legenda da foto, O youtuberzebet jobsmaquiagem James Charles e Kim Kardashian Westzebet jobsLos Angeles,zebet jobs2017

Alex Dalley não se surpreende. Ele criou a marca masculinazebet jobsmaquiagem MMUKzebet jobs2012, depoiszebet jobsuma adolescência atormentada pela acne - até que a mãe colocou um poucozebet jobsbase no rosto dele.

"No início, tínhamos oito ou nove produtos e as coisas mais ousadas eram um gel para sobrancelha e um corretivo. Mas, ao longo dos anos, os clientes começaram a pedir bases e bronzeadores", revela.

Hoje, a marca conta com uma linhazebet jobs60 produtos e é revendida pela Asos.

"É um cenário completamente diferente", diz Dalley.

Daniel Gray lançouzebet jobsmarcazebet jobsmaquiagem para homens orgulhosamente vegana, livrezebet jobscrueldade animal e fabricada na Grã-Bretanha há quase dois anos.

"Começamos a vender onlinezebet jobs1ºzebet jobsnovembro e já estou contratando mais funcionários. Há um mercado enorme, e parece que deve crescer", avalia.

Legenda da foto, David Beckham no ensaio fotográfico para a revista 'Love' (Fotografia: Call This Number - Steve Mackey e Douglas Hart, Direção criativa: Katie Grand, Maquiadora: Miranda Joyce)

"O que queremos que os homens percebam é que quando você diz maquiagem, não se trata apenaszebet jobsbatom vermelho. Maquiagem é passar uma boa base para ter um tomzebet jobspele uniforme e se sentir bem."

Mas será que os homens querem realmente ficar escravos da maquiagem? Como a maioria das mulheres pode testemunhar, a rotina diária para não sairzebet jobscara lavada pode ser uma facazebet jobsdois gumes. Por um lado, você se sente confiantezebet jobsestar impecável; por outro, sabe que não ézebet jobsimagem verdadeira.

Em artigo publicado recentemente no jornal britânico The Independent, a ativista feminista Julie Bindel destaca que "15% das mulheres heterossexuais entrevistadas sobre seus rituaiszebet jobsbeleza revelaram passar maquiagem antes do parceiro acordar". Uma obrigação e tanto.

Ao longo da vida, as mulheres no Reino Unido gastam uma médiazebet jobs474 dias passando maquiagem, períodozebet jobsque aplicam até 200 produtos químicos sintéticos no rosto e desembolsam cercazebet jobs9.525 libras, para acompanhar as tendências.

"A maquiagem se tornou uma necessidade para muitas mulheres, algo que elas não se sentem confiantes sem", admite Miranda Joyce.

"Eu realmente gostaria que a maquiagem pudesse ser vista como um dispositivo mais libertador, lúdico e expressivo. Se a perspectiva mudar, talvez os homens se sintam mais inclinados a experimentar", opina.

Sob essa perspectiva, é possível argumentar que quanto mais as fronteiras entre os sexos se misturam, todo mundo sai ganhando.

"A masculinidade ainda é um conceito tão frágil. O fatozebet jobsBeckham usar delineador ser notícia mostra como poucas coisas mudaram", diz o ativista LGBT Jeffrey Ingold.

"As taxaszebet jobssuicídio entre homens jovens são alarmantes e parte da [razão para isso] é a cultura da masculinidade tóxica que restringe o que é aceitável para os homens fazerem. Não sentir que você pode ser você mesmo é incrivelmente prejudicial para o bem-estar mentalzebet jobsalguém."

Ver mais homens fazendo experimentos com a aparência, usando maquiagem, seria um sinalzebet jobsque estamos expandindo a ideiazebet jobs"o que significa ser homem", diz Ingold.

Joyce concorda: "Embora a fluidezzebet jobsgênero esteja no centro das atenções, ainda somos uma sociedade patriarcal. Beckham usando maquiagem representa uma certa libertação da norma; ele é atleta, homemzebet jobsnegócios e íconezebet jobsestilo; e, na capa da revista, acho que personifica a masculinidade moderna, confiantezebet jobssair dazebet jobszonazebet jobsconforto e experimentar".

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