Como o ménage à trois influenciou a arte:bet nova

bet nova Brangelina, Kimye, Hiddleswift... você pode ser desculpado por achar que juntar o nomebet novacasais célebres era uma invenção do século 21.

Mas os casais criativosbet novahojebet novadia certamente não têm nada a ver, por exemplo, com o encantador "PaJaMa": a junçãobet novaPaul Cadmas, Jared French e Margaret French, para refletir a interdependênciabet novaseu relacionamento e da prática artística.

A partirbet nova1937, eles viveram como um trio poliamoroso por 20 anos.

PaJaMa é uma das histórias fascinantes e menos conhecidasbet novaModern Couples (Casais Modernos), uma exposição que estábet novacartaz até 27bet novajaneiro no centro cultural Barbican,bet novaLondres.

Uma colaboração com o centro Pompidou-Metz na França, a exposição refuta a ideia da criação individual, normalmente associada a homens chamadosbet novagênios.

Ao contrário, traça um panorama das parcerias criativas da primeira metade do século 20 para explorarbet novanatureza simbiótica.

Com maisbet nova40 casais selecionadosbet novauma lista inicialbet nova200 (estão lá Frida Kahlo e Diego Rivera, Pablo Picasso e Dora Maar, Camille Claudel e Rodin, entre outros), a mostra dá uma visão abrangentebet novacomo os experimentos artísticos e literáriosbet novavanguarda foram frequentemente acompanhados por experiências amorosas ebet novavida.

Mas, embora falebet novacasais modernos, a exposição tem entre seus destaques mostrar o quão fluidas, porosas ou elásticas foram essas relações. Na verdade, muitas vezes não estamos falandobet novacasais – masbet nova"trisais". Dois é uma sociedade, três é uma experiência...

"'Casal é um termo elástico'", sugere a curadora Jane Alison. "E, claro, relacionamentosbet novatrês vias não são fáceis e representam um número (significativo) nesta exposição."

Alguns formam um ménage à trois alegre; outros, um pesado.

Parte chega a acordos tranquilos dentro dos casamentos existentes, enquanto outros defendem um relacionamento aberto como um ato político radical.

Parece que estamosbet novauma era que recentemente passou a questionar as estruturasbet novarelacionamento convencionais, com uma mentalidade mais abertabet novarelação às alternativas. Ou que é mais intrometida, pelo menos: não se passa um dia sem um novo artigo sobre poliamor, ou sobre a ética da não-monogamia e a anarquiabet novarelacionamentos.

A linguagem e a terminologia podem ser diferentes, mas muitas das ideias são as mesmas que foram enfrentadas - na prática, romanticamente, criativamente - pela vanguarda do século 20.

Três não é demais

De volta ao 'trisal' PaJaMa, que se encontroubet novaNova York, na Liga dos Estudantesbet novaArtes.

Paul Cadmus, que pintou cenas estilizadas, musculosas, às vezes homoeróticas, e Jared French, também um pintor figurativo no campo que foi apelidadobet nova"realismo mágico", se tornaram amantes.

Jared casou-se com Margaretbet nova1937 - e assim começou uma nova relação fluida e trilateral que também encontrou expressãobet novafotografias feitasbet novaconjunto.

O trabalho deles é associado à Fire Island, que fica ao sulbet novaLong Island,bet novaNova York, e que já era um enclave gaybet novameados da décadabet nova1930.

As fotografias do trio às vezes são surrealmente lúdicas, geralmente temperamentais, e sempre elegantemente equilibradas. Corpos longos e ágeis cobrem as dunasbet novaareia ou definham nas águas rasas.

Eles filmaram um ao outro e a seus amigos - mas essas fotografias cuidadosamente compostas eram um projeto privado, compartilhado apenas no círculo deles, até serem descobertas na décadabet nova1980.

"A arte era o lugar onde você podia experimentar", diz Alison. "Eles eram discretos publicamente, mas puderam apreciarbet novasuas obras esse espaço liberado."

Todas as imagens são creditadas aos três apenas como PaJaMa: um atobet novanomear que é obviamente lúdico, mas que também corajosamente celebra essa união erótica e artística.

PaJaMa fotografou e surgiubet novafotografiasbet novaoutro trio apresentado na exposição Modern Couples: George Platt Lynes, Glenway Wescott e Monroe Wheeler.

Lynes era quem estava atrás da lentes. Como acontece com PaJaMa, há elegânciabet novasuas fotografiasbet novapreto e branco performaticamente homoeróticas, mas algo da franquezabet novaseus retratos também é notavelmente moderno.

Não é surpresa que ele tenha um cultobet novaseguidores e inspirado Robert Mapplethorpe.

Wheeler, diretorbet novapublicações do MoMa (Museubet novaArte Modernabet novaNova York), já estavabet novaum relacionamento com Wescott, um romancistabet novasucesso, quando Lynes entroubet novacena na décadabet nova1920.

Este ménage à trois não existiu sem tensão: Lynes substituiria Wescott não apenas na camabet novaWheeler mas também na relação afetiva.

Wescott também se sentiu atraído por Lynes, mas não foi correspondido.

Uma partebet novaseu diáriobet nova1937, reimpresso no catálogo da exposição, transmite seu "desejo mordaz" pelo amantebet novaseu amante, entrandobet novadetalhes bastante extensos sobre o pênisbet novaLynes.

Seria saudável ou esquisito da partebet novaWheeler encorajar Wescott a explorar tudo issobet novaseus escritos? Os leitores se beneficiaram, pelo menos: "Wescott escreveu este livro incrível, The Pilgrim Hawk (O Falcão Peregrino), que lida combet novafrustração sexual - Monroe Wheeler o encorajou a fazerbet novasuas próprias experiências o temabet novaseu trabalho", explica Alison.

Em 1943, após 17 anos, Lynes saiu do relacionamento - mas Westcott e Wheeler resistiram, passando um totalbet nova68 anos não-monogâmicos juntos.

Amor livre

Em outros lugares, ter um relacionamento aberto era um ato político.

Na Rússia, a revolução se estendeu ao casamento: a necessidadebet novaliberdade sexual e a liberaçãobet novamulheres faziam partebet novaalgumas teorias marxistas. Entre os artistasbet novavanguarda, o casamento monogâmico era considerado bastante burguês.

Então, quando Ossip e Lilya Brik viram Vladimir Maiakóvski lendo um poemabet novauma festabet nova1915, ambos "apaixonaram-se perdidamente por ele" e não foi um desastre,bet novaacordo com Emma Lavigne, diretora do Pompidou-Metz.

De fato, quando Ossip descobriu que Lilya havia dormido com Maiakóvski, ele teria respondido: "Como você pode recusar qualquer coisa a esse homem?" Escritor e editor, Ossip continuaria a defender o trabalho do jovem poeta.

Maiakóvski acabou indo morar com eles. O ménage à trois era público e durou 15 anos - até o suicídiobet novaMaiakóvski,bet nova1930, com apenas 36 anos (Lilya se divorcioubet novaOssip no mesmo ano).

Embora o relacionamento dos três tenha sido duradouro, também era tempestuoso. Todos tinham outros amantes, e o ciúme era um problema para o melodramático Maiakóvski, pelo menos.

Muitosbet novaseus poemas eram sobre ou dedicados a Lilya, mas vários mostrambet novatensão. "O que eu sou senão/ um aleijado / infectado / com amor / Uma espéciebet nova/ vaso vazio / você pode encher / combet novamerda" (tradução livre do inglês), ele escreveu em Pro Eto (Sobre Isto).

Charleston, a fazenda do amor

O amor moderno era um pouco mais comportado, talvez, na Bloomsbury Square,bet novaLondres,bet novaonde surgiria o grupo artístico Bloomsbury - mas as relações criativas e românticas interligadas dos abastados dali não eram menos radicais.

As irmãs Vanessa Bell e Virginia Woolf moldaram suas vidas amorosasbet novanovas formas - como fizeram com a pintura e a literatura.

Vanessa Bell se casou com o escritorbet novaarte Clive Bellbet nova1907 e eles tiveram dois filhos. E, apesarbet novaseu casamento fracassar e ambos terem outros relacionamentos, eles nunca se divorciaram e permaneceram um na vida do outro. Clive organizou duas exposições influentes do pós-impressionismo com o historiadorbet novaarte Roger Fry, que - ao mesmo tempo - estava tendo um caso com Vanessa.

Fry, Vanessa e o pintor Duncan Grant formaram a oficina Omegabet nova1913, fazendo móveis, tecidos e cerâmicasbet novacores e padrões brilhantes e arrojados do movimentobet novapintura fauvista, que tinha características expressionistas.

A afeiçãobet novaVanessa depois se voltou para Grant, e juntos eles se mudaram para Charleston, uma fazendabet novaSussex que eles transformarambet novaobra viva, pintando todas as superfícies disponíveis. A colaboração artística da dupla foi duradoura, mesmo quebet novaunião sexual fosse mais fugaz: Grant, embora fosse paibet novauma criança com Bell, geralmente preferia homens. Seu amante, David 'Bunny' Garnett, juntou-se a eles para morarbet novaCharleston.

A fazenda foi um centro para o grupo Bloomsbury ao longo dos anos. Fry projetou um espaçobet novaestúdio lá; outro dos amantesbet novaGrant, o economista John Maynard Keynes, viveu ali por um tempo, e Clive Bell tinha seu próprio quarto.

Como ter filhos ilegítimos ainda era um escândalo, Clive assumiu a paternidadebet novaAngelica, filhabet novaVanessa com Grant, quando ela nasceubet nova1918. Anos mais tarde, Angelica se apaixonaria por Bunny Garnett, sem saber que ele tinha sido ex-amantebet novaseu pai.

Mesmo sendo um experimentobet novavida, Charleston não passou incólume às dificuldades - mas era um localbet novaenorme criatividade e, na maioria das vezes, um lar muito feliz.

"Parece-me que a única vida familiar realmente bem-sucedida que eu já vi", escreveu Fry para Vanessabet nova1926, "deve ser conhecida por todas aquelas pessoas boas que acham que a vida familiar depende da santidade do casamento".

Os Woolfs

Outro casal não-convencional, Virginia e seu marido Leonard eram visitantes frequentesbet novaCharleston.

Seu apoio foi importantebet novatermos criativos: Leonard ajudou Virginia a lidar com o difícil nascimentobet novacada novo livro, com seus problemasbet novasaúde mental aumentando à medida que se aproximavam da publicação.

A dupla também montou a Hogarth Pressbet nova1917; Virginia definiu a tipografia, enquanto Leonard gerenciava as tintas e a impressão. Não foi apenas um lar para o trabalho da Virginia mas também para abet novaescrita, entre outros textos seminais: eles publicaram Freud, e A Terra Inútil,bet novaTS Eliot.

O casamento deles era amoroso e afetuoso - embora não tenha sido um "sucesso" no quarto. Virginia lutava contra a intimidade sexual porque havia sido abusada por seus meio-irmãos quando criança.

E também foi um relacionamento aberto: Virginia teve um envolvimento breve, mas significativo, com a escritora e paisagista Vita Sackville-West, que Leonard conhecia e tolerava.

Embora haja especulações sobre a natureza exata do relacionamento das mulheres, parece provável que tenha sido sexual e certamente romântico. A dupla escreveu cartas provocativas e ansiosas. "Estou reduzida a uma coisa que quer Virginia", escreveu Sackville-Westbet nova1926.

Virginia, porbet novavez, imortalizou Sackville-Westbet nova1928,bet novaseu fantástico romance Orlando, sobre um jovem poeta que vive três séculos e se transformabet novauma mulher ao longo do tempo.

Ele se passavabet novauma casabet novacampo baseada no castelo Knole, da família Sackville-West, e apresentava ilustrações dela ebet novaseus ancestrais - tudo pouco sutil e ainda assimbet novabissexualidade não foi descoberta na época.

Combet novafluidezbet novagênero e origens lésbicas, Orlando se tornou um icônico texto queer, visto como o frutobet novaum casal muito moderno. Ou deveria ser um trio muito moderno?

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