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Quando a literatura, as artes e até as hashtags 'abraçam' as árvores:sport aposta ganha
Nos últimos anos, houve um aumento significativo na publicaçãosport aposta ganhaliteratura sobre árvores, com novos livros sobre o assunto surgindo regularmente - entre eles The Hidden Life of Trees (A Vida Secreta das Árvores)sport aposta ganhaPeter Wohlleben, Strange Labyrinth (Estranho Labirinto)sport aposta ganhaWill Ashon, The Long, Long Life of Trees (A Longa, Longa Vida das Árvores)sport aposta ganhaFiona Stafford e o conto alegórico The Man Who Planted Trees (O Homem que Plantava Árvores)sport aposta ganhaJean Giono, só para citar alguns.
Então, por que essa recente obsessão com árvores? Por que os escritores e artistas são tão atraídos às árvores como um tema? O que as árvores podem nos ensinar? As árvores realmente podem nos deixar mais felizes e tranquilos?
Não é que as árvores sejam um assunto novo na literatura, é claro. Hesse é apenas um dos muitos escritores, poetas, artistas e filósofos que se inspiraramsport aposta ganhaárvores e florestas ao longo dos séculos.
Outro exemplo é o poeta inglês do século 19 John Clare, que escreviasport aposta ganhadialeto rural e cujo poema The Fallen Elm (O Olmo Caído) explora as liberdades ganhas e perdidas com a industrialização, quando vastas porçõessport aposta ganhaflorestas antigas foram derrubadas. Já o poemasport aposta ganhaWilliam Wordsworth It Was an April Morning (Era Uma Manhãsport aposta ganhaAbril) fala sobre a beleza e a promessasport aposta ganhauma árvore na primavera.
Entre os livros com temáticasport aposta ganhaárvore que surgiram recentemente está uma antologia, Arboreal: A Collection of New Woodland Writing (Arbórea: Uma Coleçãosport aposta ganhaNovos Textos Sobre Bosques e Florestas), que explora literatura, história, mitologia e cultura rural das árvores e florestas.
No livro, há ensaiossport aposta ganhaarquitetos, artistas e acadêmicos, assim como escritores com afinidades com árvores e florestas. Entre os contribuidores estão o poeta Zaffar Kunnial e os escritores Tobias Jones, Helen Dunmore, Ali Smith, Germaine Greer e Richard Mabey.
Floresta para as árvores
A escritora "arbórea" Fiona Stafford, também autora do livro The Long, Long Life of Trees (A Longa, Longa Vida das Árvores), diz que a atual obsessão por árvores na literatura faz partesport aposta ganhauma tendência florescentesport aposta ganhabusca por uma nova formasport aposta ganhaescrever sobre a natureza, o que, ao menossport aposta ganhaparte, está relacionada com a preocupação com o meio ambiente.
"Mas a nova literatura sobre árvores é também partesport aposta ganhatradições literárias muito antigas", diz ela. "O paradoxo é que sempre parece se voltar para um mundo rural perdido, mas ao mesmo tempo está sempre renascendosport aposta ganhanovosport aposta ganhanovas formas com relevância contemporânea urgente."
Desde criança, Stafford ama as árvores. "As árvores parecem criar um mundo diferente dentrosport aposta ganhanós, não apenassport aposta ganhatermossport aposta ganhavida selvagem, massport aposta ganhaesferas imaginárias onde as coisas parecem possíveis e que não seriam assim no mundo diário do trabalho."
Ela descobriu algo muito "tranquilizante", diz ela, a respeitosport aposta ganha"um objeto muito familiar que é tão cheiosport aposta ganhavida e silenciosamente alimenta todas as coisas que vivemsport aposta ganhaseu entorno". Stafford menciona clássicos da literatura infantil,sport aposta ganhaRobin Hood a The Wind in the Willows (O Vento nos Salgueiros). "E o premiado último livrosport aposta ganhaFrances Hardinge, The Lie Tree (A Árvore da Mentira) pode muito bem ser um clássico do futuro."
Stafford também se interessa pela forma como artistas se inspiram e interpretam o tema. Seu preferido? "David Hockney", diz ela. "Que pinta árvores e florestas com tanta paixão e intensidade que o que parecia ser um cenário comum é profundamente transformado. Ele é capazsport aposta ganhadiscernir a personalidadesport aposta ganhaárvores e as faz ferver com energia, brilho e cores inesperadas."
Obrassport aposta ganhaJohn Crome e Gustave Courbet exploraram o tema do carvalho, que tem status mitológico e é um emblemasport aposta ganhaforça e dignidade.
Stafford também explora o lado mais sombrio das florestas, que, segundo ela, está "enraizado nas lendas europeias". Dos Irmãos Grimm até os contos russossport aposta ganhaBaba Yaga.
"(O) Medosport aposta ganhaquais perigos podem estar escondidossport aposta ganhaflorestas negras está enraizadosport aposta ganhahistórias como Chapeuzinho Vermelho ou João e Maria. Mas há sofisticadas versões adultas para árvores sombrias, que Dante entendeu na 'floresta escura'sport aposta ganhaA Divina Comédia. Sylvia Plath e Robert Graves também usaram esse imaginário da floresta escura."
E é claro que muitos talentos das artes visuais - entre eles Anselm Kiefer - são atraídos por esse lado obscuro e intenso das árvores e florestas como um tema.
Apesar dessas referências, no fim das contas as árvores aparecem como uma força do bemsport aposta ganhaboa parte dos textos recentes sobre o assunto.
Se Stafford pensa que as árvores podem nos deixar mais felizes? "As árvores são um apelo para todos os sentidos", diz ela.
"Cheiros frescos, o somsport aposta ganhafolhas se movendo e pássaros cantando, a textura da casca - tudas essas coisas são atraentes, especialmentesport aposta ganhacidades modernas... Elas nos conectam a outras pessoas, sejam elas contemporâneas ou do passado ou do futuro. Se você planta uma semente que pode levar 200 anos para chegar ao seu tamanho ideal, você está botando fé no futuro e oferecendo um presente para as gerações que ainda nem nasceram. É um sentimento muito bom."
O Fundosport aposta ganhaFlorestas no Reino Unido promove a "hora da árvore" como uma maneirasport aposta ganhanos sentirmos melhoressport aposta ganhatermossport aposta ganhacorpo, mente e espírito e afirma que a nossa imersão na natureza acalma nossa alma e nos ajuda a lidar com o estresse. O fundo colabora com uma publicaçãosport aposta ganhachamada Leaf! , com arte, poesia e textos sobre árvores.
O fundo também está trabalhandosport aposta ganhauma versão moderna da Carta da Floresta, que foi escritasport aposta ganha1217 na Inglaterra logo depois da Carta Magna. A Carta da Floresta falava sobre os direitos e deveres dos cidadãos britânicossport aposta ganharelação às florestas do país, incluindo assuntos como a criaçãosport aposta ganhaporcos e fogueiras. A Carta para Árvores, Florestas e Pessoas é a versão do século 21 desse documento e deve ser publicadasport aposta ganhanovembro deste ano.
Hora da árvore
"A 'hora da árvore' pode ser fundamental para quem sofresport aposta ganhaestresse", diz Tobias Jones, um dos autores que está entre os contribuidores da coletânea Arbóreo que falousport aposta ganhaum painel do Festival (Literário) Hay sobre o assunto. "A síndromesport aposta ganhadeficit da natureza é real e eu tenho certezasport aposta ganhaque a floresta é o ambiente com maior potencialsport aposta ganhacura que há", diz ele.
Jones criou uma comunidade no Reino Unido, chamada Windsor Hill Wood, "um refúgio para pessoassport aposta ganhacrise". Também é o assuntosport aposta ganhaseu livro mais recente, A Place of Refuge (Um Lugarsport aposta ganhaRefúgiosport aposta ganhaportuguês).
Quando Jones estava pesquisando para escrever seu livro Utopian Dreams (Sonhos Utópicos), viu comosport aposta ganhasaúde mental melhorou ao viver na floresta. Segundo o escritor, árvores são uma cura para angústia e ansiedade.
Isso acontecesport aposta ganhaparte por causa do conceitosport aposta ganha"banhosport aposta ganhamato", mas também porque "florestas podem ser lugares assustadores, misteriosos e assombrados e nelas você pode enfrentar seus medos". E também, diz ele, o trabalho longo e árduosport aposta ganhaser autossuficientesport aposta ganhauma floresta - cortar madeira para aquecer a acomodação, fazer móveis e outras coisas essenciais a partir da madeira das florestas, é terapêutico e traz paz.
Ele cita o coppicing, um métodosport aposta ganhapodar árvores na altura das canelas para que elas cresçamsport aposta ganhanovo, como análogo a esse processosport aposta ganharegeneração. "A ideiasport aposta ganhaderrubar as árvoressport aposta ganhaforma que elas se regenerem é bom para a saúde mental e o sensosport aposta ganhacontinuidade das pessoas para que elas reconstruam suas vidas."
Em Arbóreo, o poeta Zaffar Kunial descreve como uma árvore laburnum no jardim da casasport aposta ganhasua infânciasport aposta ganhaBirmingham (Reino Unido) se tornou significativa para ele, dando-lhe um sentimentosport aposta ganhater raízes. "Ela ficou conhecida como 'minha árvore' na família", diz. "E veio representar tempo, continuidade e raízes, especialmente para mim, que tenho paissport aposta ganhadois continentes diferentes."
O poema Fielder,sport aposta ganhaKunial, descreve como, ao procurar por uma bola perdidasport aposta ganhacríquete, ele se viu inesperadamente ao mato rasteiro uma floresta, "a unha sombriasport aposta ganhauma floresta", e tem um momentosport aposta ganhaclareza, como "um relógio parado".
Ele gosta, diz ele, da "qualidadesport aposta ganhaprisma da luz na floresta esport aposta ganhacomo essa luz parece virsport aposta ganhalâminas, com as árvores cortadas pela luz. Quando você vê jacintossport aposta ganhauma floresta eles parecem turvos, quase um reflexo do céu. Eles me tiram do eixo, bagunçam meu sensosport aposta ganhatempo". O poeta americano-libanês Kahlil Gibran também se inspirou com o tema: "as árvores são poemas que a Terra escreve no céu", diz ele.
A expressão "tree hugger" ("abraçadorsport aposta ganhaárvore",sport aposta ganhatradução literal) é considerada um insulto, um sinônimosport aposta ganhahippie sonhador, fora da realidade. Só que a expressão derivasport aposta ganhaum cenário que foi real demais. A ideiasport aposta ganhaabraçar árvores surgiusport aposta ganha1730 na Índia, quando os marajás decidiram construir um palácio novosport aposta ganhaum vilarejo próximo à cidadesport aposta ganhaJodhpur que também era o lar do povo bishnoi, uma seitasport aposta ganhaadoradores da natureza.
Os marajás ordenaram a destruiçãosport aposta ganhaalgumas árvores antigas na vila para dar espaço para o novo palácio, e Amita Devri e outras mulheres da população Bishnoi protestaram corajosamente ao cercar as árvores enrolando suas pernas e seus braçossport aposta ganhavolta dos troncos para protegê-lossport aposta ganhaum protesto pacífico.
Tragicamente, elas fizeram um sacrifício derradeiro: foram espancadas pelos encarregadossport aposta ganhaderrubar as árvores, e dizem que 353 manifestantes foram degoladas e mortas antes que os marajás finalmente parassem com a matança.
Há muitas coisas além do termo "tree hugger", e o mesmo pode ser dito sobre as árvores. Ou, como Herman Hesse escreveu:
"Em seus galhos mais altos o mundo sussurra. Suas raízes descansam no infinito. Mas elas não se perdem lá; elas lutam com toda a força que podem para um único propósito: realizar-sesport aposta ganhaacordo com suas próprias leis, para construir asport aposta ganhaprópria forma, para representar a si mesmo. Nada é mais sagrado, nada é mais exemplar do que uma árvore, bela e forte."
- sport aposta ganha Leia a versão original desta matéria (em inglês) sport aposta ganha no site da BBC Travel
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