Demissexualidade: a orientação sexual que ainda intriga muita gente:m esportedasorte com

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Legenda da foto, Algumas pessoas precisam sentir uma ligação emocional antesm esportedasorte comdesenvolver a atração

Na verdade, ela se assemelha mais à experiênciam esportedasorte comser assexual até que se forme esse tipom esportedasorte comconexão, quando a atração sexual se estenderá apenas para aquela pessoa.

Já para os alossexuais (as pessoas que não se encontram no espectro assexual), esperar até que se forme uma conexão profunda para ter sexo é mais uma questãom esportedasorte compreferência e menosm esportedasorte comnecessidade para que se desenvolva o desejo sexual.

O anúnciom esportedasorte comKennedy-Cuomo teve efeitos positivos, segundo Kayla Kaszyca, demissexual cocriadora do podcast Sounds Fake But Okay ("Parece mentira, mas tudo bem",m esportedasorte comtradução livre), no qual elam esportedasorte comesportedasorte comcolega assexual e arromântica Sarah Costello discutem o amor, relacionamentos e sexualidade no espectro assexual.

Em alguns casos, Kaszyca afirma que a declaraçãom esportedasorte comKennedy-Cuomo levantou a questão da demissexualidade, incentivando "mais diálogo sobre o assunto".

Por outro lado, a ampliação das discussões também trouxe consigo detratores e espalhou desinformação.

"Acho que a palavra [demissexualidade] definitivamente está mais presente e conhecida, mas a definição adequada ainda poderá não estar clara para muitas pessoas", afirma Kaszyca, que tem 24 anosm esportedasorte comidade.

Algumas pessoas, por exemplo, ainda negam a demissexualidade, insistindo que é "normal" não sentir atração sexual por alguém até que se forme uma conexão emocional mais profunda com essa pessoa.

Por isso, Kaszyca afirma que "é preciso começar a desfazer o mito".

As pessoas que se identificam como demissexuais, como Kaszyca e outros que compartilham conteúdos relacionados àm esportedasorte comorientação, estão trabalhando ativamente para esclarecer essa definição.

É uma tarefa muito delicada discutir algo que não tinha um nome até pouco tempo atrás e cuja definição muitas vezes confunde as pessoas.

Mas, durante os últimos anos, as discussões sobre demissexualidade proliferaram-se nos gruposm esportedasorte comFacebook, postagens no Instagram e entre as organizações dedicadas ao espectro assexualm esportedasorte comtodo o mundo.

'Eu demorei muito para aceitar'

As pessoas frequentemente rastreiam a origem do termo demissexual até 2006,m esportedasorte comuma postagem no fórum Visibilidade Assexual & Redem esportedasorte comEducação (Aven, da siglam esportedasorte cominglês).

"Acho que é uma palavra que surgiu principalmente no site Aven e entre ativistas assexuais", afirma Anthony Bogaert, pesquisador da sexualidade humana e professor da Universidade Brock,m esportedasorte comOntário, no Canadá, que escreveu diversos estudos sobre assexualidade.

Naquela época, as pessoas do site Aven estavam descobrindo como poderia ser diverso o espectro assexual.

Novos termos começaram a surgir à medida que as pessoas que haviam se identificado anteriormente como assexuais observavam circunstâncias específicas nas quais elas poderiam sentir atração sexual.

"Existe uma tradiçãom esportedasorte compermitir que pessoas com diferentes tiposm esportedasorte comidentificação e muita variabilidade entrem no site Aven", afirma Bogaert.

E essas pessoas ajudaram a fazer avançar as discussões sobre assexualidade, identificando diversos aspectos do espectro assexual.

Ao fazê-lo, elas forneceram informações que não estavam disponíveism esportedasorte comoutros lugares na internet.

Mas a assexualidade era - e ainda é - mais amplamente discutida que a demissexualidade. Isso ocorre,m esportedasorte comparte, porque a primeira é conceitualizada mais facilmente pelas pessoas que não são assexuais.

As pessoas assexuais "experimentam pouca ou nenhuma atração sexual", segundo Kaszyca. "É um rótulo fácilm esportedasorte comser usado".

Mas acrescentar a isso um adendo como "...exceto quando desenvolvem profunda conexão emocional" às vezes pode deixar os alossexuais coçando a cabeça.

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Elle Rose, uma jovem com 28 anosm esportedasorte comIndiana, nos Estados Unidos, começou a identificar-se como demissexual depoism esportedasorte comdescreverm esportedasorte comsexualidade para uma amiga, alguns anos atrás.

"Ela olhou para mim e disse: 'Elle, você está descrevendo a demissexualidade'", conta Rose. "Eu ainda demorei muito para aceitar."

Temendo as complicações param esportedasorte comvida amorosa se fosse abertamente demissexual, Rose frequentemente se descrevia como "pansexual", omitindo a identidade demissexual.

'As pessoas finalmente podem se ver representadas'

Rose atribui as posturasm esportedasorte comnegação da demissexualidade nos Estados Unidos,m esportedasorte comparte, à "cultura puritana", na qual as mulheres, por um lado, são altamente sexualizadas nos meiosm esportedasorte comcomunicação, mas também se espera que elas se "resguardem" para a pessoa certa (ou para o casamento, particularmentem esportedasorte comambientes religiosos).

Conceitualmente, essa ideia se alinha claramente à abstinência sexual até que se forme uma ligação profunda com um parceiro.

Mas ainda é,m esportedasorte comúltimo caso, uma preferência, com a qual os demissexuais não se identificam. Essa faltam esportedasorte comcompreensão, muitas vezes, gera solidão.

Cairo Kennedy, uma jovem com 33 anosm esportedasorte comidadem esportedasorte comSaskatchewan, no Canadá, cresceu "sem experimentar atração sexual da mesma forma que as minhas colegas e você se sente 'meio que com defeito'", conta ela.

"Isso se tornou um grande segredo e fontem esportedasorte comvergonha."

Quando ela descobriu, apenas alguns anos atrás, que havia um nome param esportedasorte comorientação sexual, se sentiu "bem, mas na época não havia informação" - ou pelo menos ninguém falava sobre a demissexualidade do pontom esportedasorte comvistam esportedasorte comuma pessoa com experiência pessoal.

Havia postagens suficientes no Aven para que ela lesse e pensasse "veja, esta sou eu", mas não tantas para que ela dissesse "veja, existem muitas pessoas como nós".

Kennedy decidiu preencher essa lacuna, lançando um blog sobre o "estilom esportedasorte comvida demissexual".

Por meio do blog, muitos outros demissexuais entraramm esportedasorte comcontato com ela - desde adolescentes até pessoas com maism esportedasorte com50 anosm esportedasorte comidade, que vivem principalmente nos Estados Unidos e na Europa.

"Fiquei muito surpresam esportedasorte comsaber quantas pessoas pareciam se identificar (como demissexuais)", conta ela.

"Acho que o termo é mais popular devido às redes sociais", afirma Janet Brito, terapeuta especializadam esportedasorte comsexualidade humana residente no Havaí.

Ela ouviu pela primeira vez o termo demissexualidadem esportedasorte com2014, durante os estudos para seu pós-doutorado, na Universidadem esportedasorte comMinnesota, nos Estados Unidos, "muito embora ele descreva [uma orientação sexual] conhecida há muito tempo".

Embora Brito reconheça que a demissexualidade está presentem esportedasorte comtodas as faixas etárias, seus clientes abertamente demissexuais costumam ter pouco maism esportedasorte com20 anosm esportedasorte comidade.

"Eles são mais expostos às redes sociais, [onde] é mais aceitável falar sobre esse espectro", segundo ela.

Essa exposição cria validação. "As redes sociais abrem as portas para muitas outras vozes que não teriam se exposto no passado", acrescenta Brito. "[As pessoas] finalmente podem se ver representadas."

Com 30 anosm esportedasorte comidade, Klaus Roberts, que mora nos arredoresm esportedasorte comHelsinque, na Finlândia, agradece à internet por ajudá-lo a dar um nome àm esportedasorte comorientação cercam esportedasorte comcinco anos atrás.

"A Finlândia está um pouco atrasadam esportedasorte commuitos desses assuntos porque somos um país relativamente pequeno", segundo ele.

Roberts havia se identificado como assexual, mas conhecer pessoasm esportedasorte comcomunidades LGBTQIAP+ online internacionais ajudou-o a compreender que demissexual o descrevia melhor.

"As pessoas que sabem alguma coisa sobre esses termos têm mais facilidade para me compreender quando falo dessa forma."

'Compreender melhor a natureza da sexualidade'

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Quando as escolas convencionais deixamm esportedasorte comfornecer informações sobre a diversidadem esportedasorte comorientações sexuais, essas vozes online tornam-se fundamentais para a educação.

Kaszycam esportedasorte comesportedasorte comcolega Sarah Costello começaram seu podcast quando eram estudantes na Universidadem esportedasorte comMichigan, nos Estados Unidos, e apenas os seus amigos ouviam para apoiá-las.

Hoje, seu alcance se expandiu para outros paísesm esportedasorte comlíngua inglesa e para a Europa. Kaszyca estima que Sounds Fake But Okay agora atinge 7 mil ouvintes por semana.

Ela acrescenta que seus ouvintes não são somente as pessoas do espectro assexual - seus pais, parceiros e amigos também ouvem o podcast para aprender.

"O nosso episódio mais ouvido chama-se 'Assexualidade 101'", segundo Kaszyca. "As pessoas contam que o enviaram para seus amigos ou parentes depois que ouviram, para ajudar a educá-los e... facilitar o processom esportedasorte comeducação."

Essa educação também ajuda os demissexuais a navegar por outras partes da sociedade, como os encontros.

Kaszyca afirma, por exemplo, que os aplicativos facilitaram os encontros para os demissexuais porque você pode incluirm esportedasorte comorientação no seu perfil.

Isso evita conversas que,m esportedasorte comoutra forma, seriam densas para um primeiro encontro.

"Espera-se que o primeiro encontro seja casual", afirma ela, "e aí você diz: 'então, vamos ter uma conversa profunda sobre a minha identidade e vou provavelmente precisar ensinar a você o que é a demissexualidade, já que ela é tão pouco conhecida."

De forma geral, falar e aprender sobre a "variabilidade existente na comunidade assexual mais ampla", segundo Bogaert, é fundamental para evitar a alienação das minorias sexuais.

Mas também é fundamental porque "nos permite compreender melhor a natureza da sexualidade" como um todo.

m esportedasorte com Leia a íntegra desta reportagem m esportedasorte com (em inglês) no site BBC Worklife m esportedasorte com .

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