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Em reação a negacionismo, pesquisadores levam 'ciência descomplicada' às redes sociais:roleta inglesa
É o que vem fazendo o biólogo e doutorroleta inglesaEcologia, Kleber Del Claro, da Universidade Federalroleta inglesaUberlândia (UFB), por meioroleta inglesaum site na internet, "Ciência que Fazemos".
"Venho cada vez mais atuandoroleta inglesadivulgação científica, porque percebo que muitas das pessoas que praticam o negacionismo e as fake news não são idiotas, nem sem instrução", explica. "Muitas delas têm conhecimento e, tristemente, fazem uso dele para iludir, enganar, trapacear as pessoas, por motivos diversos, como político, econômico eroleta inglesadominação social."
Para combater isso, ele diz que os cientistas têm que agir "mais e com maior entusiasmo, atraindo os mais jovens para essa causa". "Nós não somos pessoas devotadas à divulgação científica, nós somos uma ideia", afirma. "A ideiaroleta inglesaconstruir um mundo melhor através do conhecimento e da razão."
A biofísica Priscilla Oliveira Silva Bomfim, do Institutoroleta inglesaBiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), que usa as redes sociais para descomplicar a ciência para a população, tem motivação semelhante. "Como pesquisadora, me sinto responsável pela veiculação correta da informação, por isso supervisiono e acompanho,roleta inglesaperto, tudo aquilo que é produzido pelo meu grupo", diz.
"Assim, gerando conteúdoroleta inglesaqualidade, atrativo, que comunica e populariza a neurociência com respaldo científico, conseguimos fazer com que o nosso papel seja cumprido, porque, para mim, tão importante quanto produzir conhecimento é divulgá-lo com responsabilidade."
Ela faz isso, segundo suas palavras, movida pela paixão pela ciência, a inovação, a inclusão, a criatividade e o estabelecimentoroleta inglesaparcerias. Priscilla usa as redes sociais para popularizar a neurociência, mostrando que ela faz parte do dia a diaroleta inglesatodo mundo. "O meu principal objetivo é difundi-la e tornar possível a reflexão crítica sobre ela, ao alcanceroleta inglesaqualquer um", explica. "Isso, por si só, já reduz a propagação da 'pseudociência'."
A difusão é feita por meio do Núcleoroleta inglesaPesquisa, Ensino, Divulgação e Extensãoroleta inglesaNeurociências (NuPEDEN) da UFF. "Estamosroleta inglesadiferentes redes sociais", conta Priscilla. "No Instagram, por exemplo, temos colunas ilustradas, falando desde a 'neurociência' que faz uma averoleta inglesarapina ter uma visão tão especializada, para visualizar a presa a longa distância ('Neuro é animal'), até a cultura popular ('NeuroPop'), que já versou sobre o comportamento do Bart Simpson ou o luto da Feiticeira Escarlate. Será que tem neurociências nisso? Tem. Isso aproxima o consumidor do seu produto, porque vamosroleta inglesabusca do que ele gosta, mas que, ao mesmo tempo, também curte."
No caso do Twitter, o foco é na produção acadêmica, pois é uma rede mais utilizada por cientistas, com outra linguagem. "Já no nosso canal no YouTube é a neurociência aplicada à educação", conta Priscila. "Foi criado para que possamos levar informação aos educadores, principalmente àqueles que não têm como promoverroleta inglesaformação continuada - por faltaroleta inglesatempo ou do dinheiro necessário ao investimento. E, como não vendemos nada - todas as nossas ações são gratuitas -, a nossa única pretensão é que as pessoas consumam neurociênciaroleta inglesaforma descomplicada, com embasamento científico, sem o estigmaroleta inglesaque 'ciência é muito difícil, só para os inteligentes'. Mostramos que isso não existe."
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Finalroleta inglesaInstagram post
Del Claro, porroleta inglesavez, utiliza o site Ciência que Fazemos para divulgar,roleta inglesalinguagem simples e acessível ao públicoroleta inglesageral, aquilo que é desenvolvido nas universidades. "Na página temos um blog com as matérias e uma sessãoroleta inglesavídeos curtosroleta inglesaPortuguês, Inglês e Espanhol sobre os artigos que publicamos", conta. "Há cursos que ofereço no Youtube gratuitamente a toda a comunidade interessada."
Além disso, são traduzidos artigos internacionaisroleta inglesainteresse geral, fazendo uma resenha que é divulgada no blog. "Agora, estamos iniciando no Instagram com podcasts", informa. "O objetivo é aproximar a academia da comunidade. É mostrar o valor e a importância da ciência e do cientista para a sociedade. Levar conhecimentoroleta inglesaforma clara e acessível. São textos, imagens comentadas, vídeos, cursos e podcasts, tudo absolutamente gratuito, sem anúncios."
O trabalhoroleta inglesadifusão do conhecimento da biomédica Mellanie Dutra, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é mais específico. Como divulgadora científica na Rede Análise Covid-19, Grupo InfoVid, União Pró-Vacina, Equipe Haloroleta inglesadivulgadores científicos da ONU e Todos Pelas Vacinas, ela cria conteúdos acessíveis sobre a doença e seus múltiplos aspectos para a populaçãoroleta inglesageral, explicando dados publicados, notícias, ou compilando o que se sabe até o momento sobre ela. "O principal objetivo é auxiliar nessa construção da ponte entre ciência e sociedade, tornando-a mais acessível e aumentando seu alcance, na medida do possível", explica.
Até 2015 o trabalho era presencial, mas a partir da pandemia, Mellanie começou a usar as redes sociais para fazê-lo. "Inicialmente utilizei o Twitter, mas depois fui expandindo para Instagram, TikTok, Facebook e YouTube", conta. "No Twitter, no qual eu iniciei e faço com maior frequência, gosto muitoroleta inglesacriar 'fios' explicativos, isto é, um tuíte encadeadoroleta inglesaoutro, com gifs fazendo referência a cultura pop, séries, coisas que são familiares às pessoas, para quebrar um pouco o tom formal e estabelecer vínculos com os leitores."
O físico Pedro Alves da Silva Autreto, da Universidade Federal do ABC (UFABC), é mais um pesquisador engajado na divulgação científica. Ele coordena o CienciON, um projeto que produz episódiosroleta inglesapodcasts e materiais para aroleta inglesadifusão nas redes sociais. "Tem este nome porque, no início do século passado, todas as partículas, tidas como elementares, tinham nomes finalizados com ON, como, por exemplo, elétron, próton, nêutron, pósitron", explica. "Nosso podcast é focado na 'partícula elementar' da ciência, o pesquisador."
O objetivo é mostrar um determinado assunto (física, química, biologia, por exemplo) diretamente, conversando com quem o desenvolve e tentar quebrar o estereótipo dos cientistas. "Nossa divulgação é bastante ampla", diz Autreto. "Temos atualmente conta no Facebook, Twitter e Instagram, alémroleta inglesanosso canal no Youtube, que começa a ganhar visibilidade. Optamos por usar também imagens e cards explicativos, pois eles costumam viralizar, não só nas redes sociais tradicionais comoroleta inglesagruposroleta inglesaWhatsApp e Telegram."
No casoroleta inglesaAdriane - a que passou usar o TikTok recentemente -, ela sempre foi encantada por Biologia e Genética (desde o início do Ensino Médio), e seguiu carreira nessas áreas. Hoje ela se divide entre seu trabalho como pesquisadora e coordenadora da Agênciaroleta inglesaDivulgação Científica e Comunicação (AgDC) do IBB e a difusão do conhecimento nas redes sociais.
Embora ela atue nesse campo desde 2007, quando passou a fazer parteroleta inglesauma rede nacional que desenvolve açõesroleta inglesaeducação e divulgação da ciência, foi a partirroleta inglesanovembroroleta inglesa2019 que ela começou a intensificar este trabalho e a se tornar mais conhecida, ao usar o TikTok. Antes disso,roleta inglesa2018, aproveitandoroleta inglesaexperiência anterior, ela criou e passou a coordenar a AgDC. "Fazíamos a difusão especialmente por meioroleta inglesamídias como YouTube, Facebook e Spotify - trabalho que eu ainda continuo fazendo", conta Adriane.
A ideiaroleta inglesausar o TikTok, uma rede social relativamente novaroleta inglesapostagemroleta inglesavídeos curtos e que faz sucesso entre os adolescentes, surgiu a partirroleta inglesaum programa, chamado "Minuto Ciência", que ela divulgava pela AgDC. Nele, são abordados conteúdos científicosroleta inglesa"maneira super-rápida, com humor e criatividade".
"Umroleta inglesaseus episódios, que demonstrava como extrair DNAroleta inglesamorango, obteve maisroleta inglesa15 mil visualizações e recebeu muitas perguntas encaminhadas por estudantes do ensino básico", comemora Adriane.
Então, ela se perguntou por que não dialogar melhor sobre ciência com esta parcela da sociedade? "Assim, por incentivo e desafioroleta inglesaum dos colegas da AgDC - André Alvarenga - me aventurei a atuar tambémroleta inglesadivulgação científica no TikTok, já que é uma rede social que atinge um público mais jovem", revela. "E assim foi criado o perfil 'Professora Dri'."
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Finalroleta inglesaTwitter post
Se há algoroleta inglesacomum entre esses divulgadores da ciência são a surpresa e a satisfação com os bons resultados e a repercussãoroleta inglesasuas iniciativas. "Para mim, é muito surpreendente", admite Del Claro. "A pandemia e as matérias sobre a covid-19 expandiram nosso público. Tem semana que chegamos a quase três milhõesroleta inglesapessoas com um post. Há artigos que escrevi divulgando trabalhos, que foram lidos por maisroleta inglesa30 mil pessoas. No Facebook, temos maisroleta inglesa65 mil seguidores. Em geral, atingimos entre 10 mil e 50 mil pessoas por matéria. A sociedade precisa saber o que fazemos dentro das universidades e ninguém melhor do que quem está com a mão na massa para mostrar isso."
Mellanie também diz que fica surpresa todos os dias, com cada nova interação, cada convite para colaborarroleta inglesaalguma matéria na mídia, cada dúvida que consegue esclarecer. "Não imaginava que ganharia essa proporção", declara. "A troca é imensa e muito rica, e fico lisonjeadaroleta inglesaessas pessoas seguirem meu trabalho."
Adriane também se diz surpresa e satisfeita com o seu sucesso no TikTok. "Meu receio inicial da ideia não dar certo caiu por terra assim que os primeiros vídeos foram postados nessa plataforma", conta. "Foram perguntas e mais perguntas, pedidosroleta inglesanovos vídeos e milharesroleta inglesaseguidores. Alguns dos vídeos, com maisroleta inglesa270 mil visualizações, eram especificamente associados à minha árearoleta inglesaatuação na Unesp, a Genética, e me fizeram ver que eu poderia me desafiar a roteirizar, filmar e editar um número maior, com conteúdo, que costumo ensinar na universidade, mas com uma linguagem e cenários que fossem mais adequados a um público mais jovem e leigo."
A satisfaçãoroleta inglesaAdriane, no entanto, não vem só dos números. "Confesso que, mais do que isso, a interação com as pessoas que assistem os vídeos, perguntas e comentários encaminhados e, especialmente, as mensagensroleta inglesaincentivo para continuar atuando e os relatosroleta inglesaque os conteúdos assistidos permitiram a apropriaçãoroleta inglesaconhecimento são o maior incentivo", diz. "Isso dá a certezaroleta inglesaestar no caminho certo, para contribuir para a democratizaçãoroleta inglesasaberes e valoresroleta inglesaCiência e Tecnologiaroleta inglesanosso país."
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