As (outras) mulheres brasileiras sobre quem deveríamos aprender na escola:aposta menos de 0 5

Legenda da foto, Niede Guidon, Carolinaaposta menos de 0 5Jesus, Bertha Lutz: leitores da BBC Brasil sugeriram nomesaposta menos de 0 5mulheres que deveriam ser mais estudadas

Luzia Rennó Moreira

Crédito, CEDOC

Legenda da foto, Luzia Rennó é considerada uma visionária

Filhaaposta menos de 0 5fazendeiros e naturalaposta menos de 0 5Santa Rita do Sapucaí - pequeno município do sulaposta menos de 0 5Minas Geraisaposta menos de 0 5cultura agrícola até a metade do século 20, - Luzia Rennó Moreira nasceuaposta menos de 0 51907 e foi uma visionária ao iniciar o desenvolvimentoaposta menos de 0 5um poloaposta menos de 0 5eletrônicaaposta menos de 0 5uma região rural.

Na décadaaposta menos de 0 51950, "Sinhá Moreira", como era conhecida, doou terras que tinha herdado dos seus pais para construir uma escola, que viria se tornar a primeira instituiçãoaposta menos de 0 5ensinoaposta menos de 0 5técnicaaposta menos de 0 5eletrônica da América do Sul - e a sétima escola na categoria do mundo.

Com o apoio do presidente Juscelino Kubitschek, Luzia inaugurou a Escola Técnicaaposta menos de 0 5Eletrônica "Francisco Moreira da Costa"aposta menos de 0 51959. Em 1965, morreu por causaaposta menos de 0 5uma neoplasia mamária, antes da primeira turma se formar.

Atualmente, Santa Rita do Sapucaí é reconhecidaaposta menos de 0 5todo o mundo por desenvolver, produzir e exportar eletroeletrônicos para maisaposta menos de 0 541 países.

Bertha Lutz

Crédito, US Library of Congres

Legenda da foto, Bertha Lutz seguiu carreira na política

A bióloga e feminista Bertha Maria Júlia Lutz foi a responsável pela conquista da instituição do voto feminino no Brasil.

Nascidaaposta menos de 0 51894,aposta menos de 0 5São Paulo,aposta menos de 0 5uma família abastada, Bertha estudou Biologia na prestigiada Universidade Sorbonne, na França. Na Europa, conheceu o movimento sufragista das mulheres inglesas.

Em 1918, retornou ao Brasil e se tornou a segunda mulher a ingressaraposta menos de 0 5concurso público no país, assumindo o cargoaposta menos de 0 5bióloga no Museu Nacional. No ano seguinte, fundou, juntoaposta menos de 0 5outras mulheres, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, iniciando as campanhas pelo direito ao voto feminino.

Bertha lutou maisaposta menos de 0 5dez anos até que,aposta menos de 0 51932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil. Ainda na décadaaposta menos de 0 51930, organizou o primeiro congresso feminista e fundou a União Universitária Feminina, a Liga Eleitoral Independente, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas.

Em 1933, elegeu-se primeira suplente do deputado federal Cândido Pereira. Após a morte do deputado, assumiu a cadeiraaposta menos de 0 5deputada federalaposta menos de 0 51936. Porém, a carreira políticaaposta menos de 0 5Bertha se encerrouaposta menos de 0 51937, quando Getúlio Vargas decretou o Estado Novo.

A passagemaposta menos de 0 5Bertha pela Câmara Federal foi marcada pela luta por mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, igualdade salarial, redução da jornadaaposta menos de 0 5trabalho - entãoaposta menos de 0 513 horas diárias - e pela propostaaposta menos de 0 5licença maternidadeaposta menos de 0 5três meses.

Cecília Meireles

Crédito, Acervo Revista Folclore, 1964, nº8

Legenda da foto, Cecília Meirelesaposta menos de 0 5página da Revista Folclore

Considerada uma das principais poetas do século 20 no Brasil, Cecília Meireles publicou 50 obras, incluindo contos, crônicas, poesias, romances e literatura infantil.

Cecília nasceu no Rioaposta menos de 0 5Janeiro,aposta menos de 0 51901,aposta menos de 0 5uma família grande, mas logo conheceu a solidão: o pai morreu antes do seu nascimento; a mãe, morreu quando a menina tinha 3 anos; os três irmãos morreram também na infânciaaposta menos de 0 5Cecília. Órfã, foi morar na chácara da avó, onde começou a ler e escrever.

Aos 16 anos, formou-se professora. Aos 18 anos, lançou seu primeiro livro, Espectros.

Com o livro Viagem,aposta menos de 0 51939, ganhou o prêmioaposta menos de 0 5poesia da Academia Brasileiraaposta menos de 0 5Letras.

Em 1934, fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil,aposta menos de 0 5Botafogo, Rioaposta menos de 0 5Janeiro. Também escreveu para jornais cariocas sobre o folclore nacional e chegou a atuar como jornalista, publicando sobre os problemas na educação. Viajou o mundo na décadaaposta menos de 0 51940 fazendo conferências sobre Literatura, Educação e Folclore.

Morreuaposta menos de 0 59aposta menos de 0 5novembroaposta menos de 0 51964, no Rioaposta menos de 0 5Janeiro.

Maria da Penha

Crédito, Fabio Rodrigues Pozzebom

Legenda da foto, A Lei Maria da Penha foi inspirada na luta dela contra a violência doméstica

A Lei Maria da Penha, que endureceu as punições para quem pratica violência contra a mulher, foi inspirada na história desta cearense.

Maria da Penha Maia Fernandes nasceuaposta menos de 0 51945. Formou-seaposta menos de 0 5Farmácia na primeira turma da Universidade Federal do Ceará. Durante a pós-graduação, conheceu o professor universitário Marco Viveros, com quem se casou e teve três filhas.

Em 1983, Marco atirouaposta menos de 0 5Maria da Penha enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. A versão dada pelo marido é que assaltantes teriam feito o disparo. Quatro meses depois, Marco mais uma vez tentou matar a mulher. Dessa vez, ele tentou eletrocutar Maria enquanto ela tomava banho.

Somente oito anos depois,aposta menos de 0 51991, Marco foi condenado, mas passou apenas dois anos preso. Ela então apresentou na Comissão Interamericanaaposta menos de 0 5Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma petição contra o Estado brasileiro por impunidade à violência doméstica.

O caso se tornou mundialmente conhecido e,aposta menos de 0 52006, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Maria da Penha, para proteger as mulheres contra a violência.

O casoaposta menos de 0 5Maria da Penha foi considerado pela ONU Mulheres um dos dez capazesaposta menos de 0 5mudar a vida das mulheres no mundo.

Johanna Döbereiner

Crédito, Embrapa

Legenda da foto, Johanna Döbereiner começou a trabalharaposta menos de 0 5fazendas na Alemanha

Nascida na antiga Checoslováquia, Johanna Döbereiner cresceuaposta menos de 0 5meio a guerras e foi da experiênciaaposta menos de 0 5fazendas na Alemanha que nasceu o interesse pela Agronomia.

Ela se formou na Universidadeaposta menos de 0 5Munique e,aposta menos de 0 51950, imigrou para o Brasil após receber uma recomendação para o Serviço Nacionalaposta menos de 0 5Pesquisa Agropecuária, começando a trabalharaposta menos de 0 5um laboratório do Ministério da Agricultura.

Na décadaaposta menos de 0 51960, as pesquisas dela nas regiões tropicais começaram a revolucionar o campo da agricultura no Brasil - especialmente no aprimoramento das plantaçõesaposta menos de 0 5soja, que fizeram do Brasil o segundo produtor mundial da leguminosa, atrás apenas dos Estados Unidos.

Autoraaposta menos de 0 5maisaposta menos de 0 5500 títulos, Johanna Döbereiner chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel.

Anália Franco

Crédito, Rio Sul Revista

Legenda da foto, Anália Franco foi uma grande educadora e incentivou causas abolicionistas

Anália Franco Bastos nasceuaposta menos de 0 51853,aposta menos de 0 5Resende, Rioaposta menos de 0 5Janeiro. Foi uma grande articuladora social e política, defendendo o republicanismo e a abolição da escravidão no Brasil.

Nascida durante o período escravocrata, Anália era vista como "perigosa" por ter ajudado crianças negras e órfãs que nasceram após a da Lei do Ventre Livre - que instituiu como livres os filhosaposta menos de 0 5mulheres escravizadas nascidos a partiraposta menos de 0 51871.

Professora primáriaaposta menos de 0 5formação e sem recursos financeiros, conseguiu fundar escolas e crechesaposta menos de 0 5São Paulo eaposta menos de 0 5cidades do interior do Estado, onde oferecia, alémaposta menos de 0 5ensino, abrigo à crianças, jovens, mães e mulheres viúvas. Todos os acolhidos recebiam educação e instrução profissional.

Foi uma das principais educadoras do Brasil e defensora do ensino laico, mesmo sendo conhecida poraposta menos de 0 5fé no espiritismo. Também atuou como escritora e teatróloga. Faleceuaposta menos de 0 51919,aposta menos de 0 5consequência da gripe espanhola.

Ana Néri

Crédito, Dominio Público

Legenda da foto, Ana Nery chegou a servir na Guerra do Paraguai

Ana Justina Ferreira Néri foi uma das enfermeiras mais importantes do país, chegando a servir na Guerra do Paraguai voluntariamente.

Ana era casada com um capitão e, após ficar viúva, teve os filhos convocados para servir no conflito,aposta menos de 0 51864. Foi então que ela decidiu escrever à autoridades locais da Bahia pedindo para ir à guerra para cuidar dos feridos.

Durante a Guerra do Paraguai, ela prestou serviçosaposta menos de 0 5quatro hospitais militares e viu umaposta menos de 0 5seus filhos morrer.

Com o final da Guerra, foi homenageada e recebeu duas medalhas, alémaposta menos de 0 5uma pensão vitalícia dada pelo então imperador Dom Pedro 2º.

Em 1938, o presidente Getúlio Vargas instituiu o Dia do Enfermeiro, celebradoaposta menos de 0 512aposta menos de 0 5maio - dia do nascimentoaposta menos de 0 5Ana Néri.

Tomie Ohtake

Crédito, Heloisa Ballarini

Legenda da foto, Tomie manteve a atividade artística até morrer,aposta menos de 0 52015

Japonesa naturalizada brasileira, Tomie Ohtake foi citada pelos leitores da BBC Brasil por causa da contribuição às artes plásticas.

Tomie nasceuaposta menos de 0 5Quiotoaposta menos de 0 51913 e veio ao Brasilaposta menos de 0 51936 para visitar umaposta menos de 0 5seus irmãos. Impedidaaposta menos de 0 5voltar ao seu país após o início da Guerra do Pacífico, ela se naturalizou, casou e construiu família no Brasil.

Foi somente aos 40 anosaposta menos de 0 5idade que Tomie começou a pintar, incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano. Ela então passou a fazer esculturas e painéis gigantes, dedicandoaposta menos de 0 5obra a narrar a participação dos imigrantes japoneses na formação do Brasil.

Durante a carreira, participouaposta menos de 0 520 Bienais Internacionais e fez maisaposta menos de 0 5120 exposições individuais no Brasil, nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Em 2000, foi fundadoaposta menos de 0 5São Paulo o Instituto Tomie Ohtake, emaposta menos de 0 5homenagem, que abriga um espaço para exposições e promove a pesquisa sobre artes.

Tomie Ohtake pintou até a dataaposta menos de 0 5sua morte,aposta menos de 0 52015, aos 101 anos.

Carolina Mariaaposta menos de 0 5Jesus

Crédito, Audálio Dantas, 1960

Legenda da foto, Carolina Mariaaposta menos de 0 5Jesus à margem do Rio Tietê. Ao fundo a Favela do Canindé.

Carolina era catadoraaposta menos de 0 5papel e moravaaposta menos de 0 5favelas até ser descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que leu os cadernosaposta menos de 0 5anotação dela, escritosaposta menos de 0 5formaaposta menos de 0 5diário e publicou trechosaposta menos de 0 5seus relatos na extinta revista O Cruzeiro.

Ela se tornou uma importante escritora e teve suas obras traduzidasaposta menos de 0 5maisaposta menos de 0 5dez idiomas.

Carolina Mariaaposta menos de 0 5Jesus nasceuaposta menos de 0 5Sacramento, Minas Gerais,aposta menos de 0 51914. De família pobre, começou a trabalhar na infância e frequentou a escola somente por dois anos.

Trabalhouaposta menos de 0 5fazendas do interioraposta menos de 0 5Minas Gerais eaposta menos de 0 5São Paulo e foi ajudanteaposta menos de 0 5cozinha e doméstica. Em 1937, com a morte da mãe, mudou-se para São Paulo e foi moraraposta menos de 0 5favelas, sobrevivendo como catadoraaposta menos de 0 5papel.

Ao fazer uma reportagem sobre a inauguraçãoaposta menos de 0 5um playground no Canindé, favela onde Carolina morava, Audálio descobriu os seus 35 cadernosaposta menos de 0 5anotaçõesaposta menos de 0 5formaaposta menos de 0 5diário.

Em 1960, esses relatos são reunidos no livro Quartoaposta menos de 0 5Despejo: Diárioaposta menos de 0 5uma Favelada. Com o dinheiro da venda do livro, Carolina se mudou para uma casa no bairroaposta menos de 0 5Santana e passou a escrever.

Em 1961, lançou Casaaposta menos de 0 5Alvenaria: Diárioaposta menos de 0 5uma Ex-favelada. Em 1963, publicou Pedaços da Fome, seu único romance, que ganhou pouca repercussão.

Em 1969, depoisaposta menos de 0 5desentendimentos com editores, mudou-se para um sítio. Morreuaposta menos de 0 51977, aos 62 anos, pobre.

Nísia Floresta

Crédito, Biblioteca Nacional

Legenda da foto, A cidadeaposta menos de 0 5que nasceu hoje leva o nomeaposta menos de 0 5Nísia

A feminista e escritora Dionísia Gonçalves Pinto nasceu no Rio Grande do Norteaposta menos de 0 51810 e é autora do primeiro livro feminista no Brasil.

Desde cedo, foi uma questionadora da condição da mulher no século 19: forçada a se casar aos 13 anos, abandonou o marido apenas seis meses após a união. Aos 22 anos, casou-se novamente - dessa vez, por escolha própria, e adotou o pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta.

Nunca frequentou universidade. Aos 22 anos, lançou seu primeiro livro, Direitos das mulheres e injustiças dos homens, o primeiro no Brasil a tratar dos direitos das mulheres à instrução e ao trabalho. O texto é considerado o fundador do feminismo brasileiro.

Nísia seguiu escrevendo sobre a emancipação da mulher por meio da educação e do trabalhoaposta menos de 0 5Conselhos a minha filha (1842); Opúsculo humanitári" (1853) e A Mulher (1859).

A cidadeaposta menos de 0 5que a feminista nasceu, Papari, no Rio Grande do Norte, hoje leva o nomeaposta menos de 0 5Nísia Floresta.

Virgínia Bicudo

Crédito, Fonte DEDOC

Legenda da foto, Virgínia - a primeira da esquerda para a direita - ao lado da famíliaaposta menos de 0 51929.

Virgínia Leone Bicudo nasceuaposta menos de 0 5São Paulo,aposta menos de 0 51910, e foi a primeira pesquisadora e professora negra a ocupar um lugaraposta menos de 0 5destaque na divulgação e construção da psicanálise no Brasil.

De uma família negraaposta menos de 0 5trabalhadores eaposta menos de 0 5poucos recursos, Vigínia cursou educação sanitária no Institutoaposta menos de 0 5Higieneaposta menos de 0 5São Pauloaposta menos de 0 51932. Quatro anos depois, cursou Ciências Sociais na Escola Livreaposta menos de 0 5Sociologia e Política. Conheceu a psicanalista alemã Adelheid Koch e se aproximou da psicanálise. Em 1942, iniciou mestrado com pesquisa sobre psicanálise e os conflitos raciais entre brancos e negros. Sua dissertação, Atitudes Raciaisaposta menos de 0 5pretos e mulatosaposta menos de 0 5São Paulo, foi a primeira defendida no Brasil sobre a temática.

Foi professora do Departamentoaposta menos de 0 5Psicologia da USP e da Universidadeaposta menos de 0 5Brasília (UnB), onde fundou o Institutoaposta menos de 0 5Psicanáliseaposta menos de 0 5Brasília. Desenvolveu para a UNESCO diversas pesquisas sobre as relações raciais no Brasil.

Lottaaposta menos de 0 5Macedo Soares

Maria Carlota Costallataposta menos de 0 5Macedo Soares, conhecida como Lotta, nasceuaposta menos de 0 5Paris,aposta menos de 0 51910. Filhaaposta menos de 0 5pais brasileiros, veio ao Brasil com dois anosaposta menos de 0 5idade. Nos anos 1940, fez cursos no Museuaposta menos de 0 5Arte Modernaaposta menos de 0 5Nova York, EUA, mas nunca frequentou a universidade. De maneira autodidata, se tornou arquiteta e urbanista.

A grande obra da vidaaposta menos de 0 5Lotta foi a criação do projeto do Aterro do Flamengo, o maior aterro urbano do mundo, inauguradoaposta menos de 0 51965. A arquiteta foi presidente da Fundação Parque do Flamengo e lutou para que o aterro fosse tombado, nunca deixando a área ser loteada.

Foi casada com a poeta norte-americana Elizabeth Bishop. Em 1965, o casamento chegou ao fim e Lotta entrouaposta menos de 0 5depressão. Dois anos depois, a arquiteta se suicidou,aposta menos de 0 5Nova York. O filme Flores Raras (2013),aposta menos de 0 5Bruno Barreto, conta o romance das intelectuais.

Niède Guidon

Crédito, Elisabete Alves

Legenda da foto, A arqueóloga chegou a estudar na França

Naturalaposta menos de 0 5Jaú, interioraposta menos de 0 5São Paulo, Niède Guidon nasceuaposta menos de 0 51933. Formou-seaposta menos de 0 5História Natural pela USP na décadaaposta menos de 0 51950. Na décadaaposta menos de 0 51970, morando na Europa por causa do golpe militar brasileiroaposta menos de 0 51964, foi pesquisadora do Centre Nationalaposta menos de 0 5La Recherche Scientifique (CNRS),aposta menos de 0 5Paris. Foi assistente da grande arqueóloga Annete Emperaire, que procurava pelo homem mais antigo do mundo. Nesse mesmo período, Niède conheceu o sítio arqueológicoaposta menos de 0 5Coronel José Dias, regiãoaposta menos de 0 5São Raimundo Nonato, no Piauí.

Encantada com as manifestaçõesaposta menos de 0 5arte pré-históricaaposta menos de 0 5maisaposta menos de 0 5mil sítios arqueológicos descobertos no Piauí, Niède se mudou para o Estado. Por ironia do destino, encontrou ali os indíciosaposta menos de 0 5presença humana mais antigos do mundo.

Há maisaposta menos de 0 540 anos, Niède Guidon luta para proteger a região do municípioaposta menos de 0 5São Raimundo Nonato, Piauí, ainda hoje um lugar pobre e esquecido.

Leolinda Daltro

Leolindaaposta menos de 0 5Figueiredo Daltro nasceu na Bahia,aposta menos de 0 51859. Foi uma professora, feminista e indigenista, precursora da questão indígena no Brasil.

Contrária à catequização, Leolinda defendia que os índios fossem incorporados à sociedade brasileira por meioaposta menos de 0 5uma educação laica. Para isso, promovia excursões pedagógicas pelo país com esse objetivo. Dessa experiência, escreveu o livro Da Catequese dos índios no Brasil - Notícias e documentos para a História.

Como feminista e sufragista, defendeu a participação das mulheres na vida política brasileira. Em 1910, fundou o Partido Republicano Feminino. Em 1917, promoveu uma passeata exigindo o voto feminino.

Emaposta menos de 0 5homenagem, foi criado o "Diploma Mulher Cidadã Leolindaaposta menos de 0 5Figueredo Daltro", da Comissãoaposta menos de 0 5Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rioaposta menos de 0 5Janeiro, prêmio que reconhece todo ano 10 mulheres que são exemplosaposta menos de 0 5lutaaposta menos de 0 5suas áreasaposta menos de 0 5atuação.

Eufrásia Teixeira Leite

Crédito, Eufrasia Teixeira

Legenda da foto, Eufrasia Teixeira deixouaposta menos de 0 5fortuna para instituições sociais

Filhaaposta menos de 0 5uma famíliaaposta menos de 0 5aristocratas milionários e escravagistas, Eufrásia Teixeira Leita ficou órfã aos 22 anos. Deu alforria aos escravos da família e se mudou para a Europa, onde aprendeu a negociar ações e títulos, multiplicando a fortuna que herdou.

Apesaraposta menos de 0 5nunca ter se casado, manteve um romanceaposta menos de 0 5maisaposta menos de 0 5dez anos com o político e jornalista Joaquim Nabuco, um dos maiores abolicionistas do Brasil.

Sem herdeiros, Eufrásia morreu no Rioaposta menos de 0 5Janeiro,aposta menos de 0 51930. Em seu testamento, deixou quase toda aaposta menos de 0 5fortuna para instituições sociais e educacionaisaposta menos de 0 5Vassouras, cidadeaposta menos de 0 5que nasceu. Com os recursos que doou à cidade, foram construídos o Hospital Eufrásia Teixeira Leite, colégios para moças pobres e vários outros prédios.

A casaaposta menos de 0 5sua famíliaaposta menos de 0 5Vassouras, a "Casa da Hera", onde Eufrásia viveu os últimos momentos, é um importante museu sobre a época da cafeicultura do Brasil.