A guerreira que abriu caminho para as mulheres brasileiras nos livroshorarios pagantes bet7kHistória:horarios pagantes bet7k

Anita Garibaldihorarios pagantes bet7kretrato pintado pelo italiano Gaetano Gallin, por voltahorarios pagantes bet7k1845

Crédito, Domínio público

Legenda da foto, Anita Garibaldihorarios pagantes bet7kretrato pintado pelo italiano Gaetano Gallin, por voltahorarios pagantes bet7k1845

"Ela se destacouhorarios pagantes bet7kum campo que não era visto como possível para as mulheres: a guerra revolucionária."

Segundo a pesquisadora, uma das autoras do livro Nova História das Mulheres no Brasil (Editora Contexto), o país teve diversas personagens importantes como Anita Garibaldi, mas que acabaram não tendo a mesma "sorte" dela.

O fatohorarios pagantes bet7ka revolucionária ter sido uma exceção, aponta, é obrahorarios pagantes bet7kum homem: o próprio marido, que sempre a incluiuhorarios pagantes bet7ksuas memórias.

"O que sabemos sobre Anita veio principalmente das memórias do Garibaldi, que demonstrava uma grande admiração por ela. De certa forma, a famahorarios pagantes bet7kAnita é decorrente da vida longahorarios pagantes bet7kGaribaldi, que aindahorarios pagantes bet7kvida foi reconhecido como herói e fez questãohorarios pagantes bet7kdividir esse lugar com a memória da mulher."

As mulheres e os livros escolares

Monumentohorarios pagantes bet7kGiuseppe e Anita Garibaldihorarios pagantes bet7kPorto Alegre

Crédito, Betina Carcuchinski/PMPA

Legenda da foto, Casal é representadohorarios pagantes bet7kvários momumentos, como essehorarios pagantes bet7kPorto Alegre

Segundo a pesquisadora, a ausênciahorarios pagantes bet7kmais personagens como Anita nos livros escolares brasileiros se deve à demora desteshorarios pagantes bet7kincorporar estudos mais recentes.

"É somente a partir dos anos 1980 e, com mais força nos anos 2000, que temos uma produção mais significativa sobre a história das mulheres. Infelizmente, essa produção muitas vezes se dáhorarios pagantes bet7kforma um pouco distanciada, como uma história a parte, nem sempre reconhecida por todas as correntes historiográficas."

Para ela, a açãohorarios pagantes bet7ksetores conservadores também tem parcela da culpa. "Recentemente, a bancada conservadora da Câmarahorarios pagantes bet7kDeputados e setores ligados a igrejas forçaram a retirada do termo 'gênero' dos planos nacional, estaduais e municipaishorarios pagantes bet7keducação", exemplifica.

"Acontece que a história das mulheres na escola é importantíssima para que meninos e meninas percebam a importância da igualdadehorarios pagantes bet7kgênero, desfaçam preconceitos e vivamhorarios pagantes bet7kforma mais igualitária suas relações sociais com respeito à diversidade."

Entre as mulheres guerreiras "esquecidas" pela História do Brasil, Cristina cita as indígenas - "quem sabe até as Amazonas descritas por Carvajal",horarios pagantes bet7kreferência as lendárias guerreiras nativas relatadas por jesuíta no século 16 -, Dandara e outras negras que lutaram contra a escravidão e as participantes da Guerra da Independência, como a militar Maria Quitéria.

Além disso, lembra as cangaceiras, as enfermeiras das Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial e as guerrilheiras que lutaram contra a ditadura militar.

'Heroínahorarios pagantes bet7kdois mundos'

Quadrohorarios pagantes bet7kautor desconhecido retrata Anita à beira da morte, carregada por Garibaldi

Crédito, Domínio Público

Legenda da foto, Vários quadros retratam Anita à beira da morte, carregada por Garibaldi

Ana Mariahorarios pagantes bet7kJesus Ribeiro, nasceuhorarios pagantes bet7k30horarios pagantes bet7kagostohorarios pagantes bet7k1821horarios pagantes bet7kLaguna,horarios pagantes bet7kSanta Catarina - foi a terceirahorarios pagantes bet7kuma família humildehorarios pagantes bet7kdez filhos.

Aos 14 anos, foi obrigada pela mãe a se casar com um sapateiro muito mais velho. Segundo outra versão, o casamento ocorreu porque a menina havia sido violentada.

Ainda adolescente, adotou costumes considerados avançados para as mulheres da época: se recusou a ter filhos, cavalgava e se interessava pela política do Brasil Império.

Em 1838, os rebeldes da Revolução Farroupilha (1835-1845) chegaram à cidade. E aos 18 anos, Anita fugiuhorarios pagantes bet7kcasa com as tropas comandadas pelo italiano Giuseppe Garibaldi.

Com o revolucionário, aprendeu manejar espadas e armashorarios pagantes bet7kfogo. Casaram-sehorarios pagantes bet7k1842 e tiveram quatro filhos, mas nunca viveram como uma família tradicional; mesmo grávida, ela não deixouhorarios pagantes bet7kparticipar das batalhas que a fizeram entrar para a história.

Em 1846, ela se mudou para a Itália. Com a proclamação da República Romana,horarios pagantes bet7k1848, Garibaldi se envolveu na luta pela unificação italiana e ela, grávida do último filho do casal, lutou ao lado do marido. Para integrar as tropas, cortou os cabelos e se vestiu como homem.

Acabou morrendo pouco tempo depois,horarios pagantes bet7k4horarios pagantes bet7kagostohorarios pagantes bet7k1849, durante uma fuga das tropas. Tinha apenas 28 anos.

Ela entrou para os livroshorarios pagantes bet7kHistória como a "heroínahorarios pagantes bet7kdois mundos". Em 1931, o governo italiano reconheceuhorarios pagantes bet7kimportância e enterrou seus restos mortaishorarios pagantes bet7kRoma,horarios pagantes bet7kum monumento construído emhorarios pagantes bet7khomenagem na colinahorarios pagantes bet7kGianicolo. No Brasil, além da presença nos livros escolares, Anita Garibaldi tem um museu dedicado àhorarios pagantes bet7kmemóriahorarios pagantes bet7kLaguna, alémhorarios pagantes bet7kdar nome a duas cidadeshorarios pagantes bet7kSanta Catarina.

Primeira feminista?

Para Cristina, Anita é importante para os movimentos pró-mulheres no Brasil. "É um exemplo conhecidohorarios pagantes bet7kuma mulher que saiuhorarios pagantes bet7kum casamento violento e não satisfatório para uma relaçãohorarios pagantes bet7kcompanheirismo amoroso e ideológico", afirma.

Ela avalia, porém, ser anacrônico dizer que ela era feminista.

"Anita Garibaldi viveu no início do século 19, quando ainda não se falavahorarios pagantes bet7kfeminismo, uma noção desconhecida naquela época", explica, ao citar a o início da lutahorarios pagantes bet7kmulhereshorarios pagantes bet7kvários países pelo voto e pela educação, no fim do mesmo século, como o estopim do movimento.

"Mas certamente era uma mulher que não se conformava com os estereótipos e lugares designados às mulhereshorarios pagantes bet7kseu tempo - e mesmo do nosso tempo."