A guerreira que abriu caminho para as mulheres brasileiras nos livrossport brasil bet cadastroHistória:sport brasil bet cadastro
"Ela se destacousport brasil bet cadastroum campo que não era visto como possível para as mulheres: a guerra revolucionária."
Segundo a pesquisadora, uma das autoras do livro Nova História das Mulheres no Brasil (Editora Contexto), o país teve diversas personagens importantes como Anita Garibaldi, mas que acabaram não tendo a mesma "sorte" dela.
O fatosport brasil bet cadastroa revolucionária ter sido uma exceção, aponta, é obrasport brasil bet cadastroum homem: o próprio marido, que sempre a incluiusport brasil bet cadastrosuas memórias.
"O que sabemos sobre Anita veio principalmente das memórias do Garibaldi, que demonstrava uma grande admiração por ela. De certa forma, a famasport brasil bet cadastroAnita é decorrente da vida longasport brasil bet cadastroGaribaldi, que aindasport brasil bet cadastrovida foi reconhecido como herói e fez questãosport brasil bet cadastrodividir esse lugar com a memória da mulher."
As mulheres e os livros escolares
Segundo a pesquisadora, a ausênciasport brasil bet cadastromais personagens como Anita nos livros escolares brasileiros se deve à demora destessport brasil bet cadastroincorporar estudos mais recentes.
"É somente a partir dos anos 1980 e, com mais força nos anos 2000, que temos uma produção mais significativa sobre a história das mulheres. Infelizmente, essa produção muitas vezes se dásport brasil bet cadastroforma um pouco distanciada, como uma história a parte, nem sempre reconhecida por todas as correntes historiográficas."
Para ela, a açãosport brasil bet cadastrosetores conservadores também tem parcela da culpa. "Recentemente, a bancada conservadora da Câmarasport brasil bet cadastroDeputados e setores ligados a igrejas forçaram a retirada do termo 'gênero' dos planos nacional, estaduais e municipaissport brasil bet cadastroeducação", exemplifica.
"Acontece que a história das mulheres na escola é importantíssima para que meninos e meninas percebam a importância da igualdadesport brasil bet cadastrogênero, desfaçam preconceitos e vivamsport brasil bet cadastroforma mais igualitária suas relações sociais com respeito à diversidade."
Entre as mulheres guerreiras "esquecidas" pela História do Brasil, Cristina cita as indígenas - "quem sabe até as Amazonas descritas por Carvajal",sport brasil bet cadastroreferência as lendárias guerreiras nativas relatadas por jesuíta no século 16 -, Dandara e outras negras que lutaram contra a escravidão e as participantes da Guerra da Independência, como a militar Maria Quitéria.
Além disso, lembra as cangaceiras, as enfermeiras das Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial e as guerrilheiras que lutaram contra a ditadura militar.
'Heroínasport brasil bet cadastrodois mundos'
Ana Mariasport brasil bet cadastroJesus Ribeiro, nasceusport brasil bet cadastro30sport brasil bet cadastroagostosport brasil bet cadastro1821sport brasil bet cadastroLaguna,sport brasil bet cadastroSanta Catarina - foi a terceirasport brasil bet cadastrouma família humildesport brasil bet cadastrodez filhos.
Aos 14 anos, foi obrigada pela mãe a se casar com um sapateiro muito mais velho. Segundo outra versão, o casamento ocorreu porque a menina havia sido violentada.
Ainda adolescente, adotou costumes considerados avançados para as mulheres da época: se recusou a ter filhos, cavalgava e se interessava pela política do Brasil Império.
Em 1838, os rebeldes da Revolução Farroupilha (1835-1845) chegaram à cidade. E aos 18 anos, Anita fugiusport brasil bet cadastrocasa com as tropas comandadas pelo italiano Giuseppe Garibaldi.
Com o revolucionário, aprendeu manejar espadas e armassport brasil bet cadastrofogo. Casaram-sesport brasil bet cadastro1842 e tiveram quatro filhos, mas nunca viveram como uma família tradicional; mesmo grávida, ela não deixousport brasil bet cadastroparticipar das batalhas que a fizeram entrar para a história.
Em 1846, ela se mudou para a Itália. Com a proclamação da República Romana,sport brasil bet cadastro1848, Garibaldi se envolveu na luta pela unificação italiana e ela, grávida do último filho do casal, lutou ao lado do marido. Para integrar as tropas, cortou os cabelos e se vestiu como homem.
Acabou morrendo pouco tempo depois,sport brasil bet cadastro4sport brasil bet cadastroagostosport brasil bet cadastro1849, durante uma fuga das tropas. Tinha apenas 28 anos.
Ela entrou para os livrossport brasil bet cadastroHistória como a "heroínasport brasil bet cadastrodois mundos". Em 1931, o governo italiano reconheceusport brasil bet cadastroimportância e enterrou seus restos mortaissport brasil bet cadastroRoma,sport brasil bet cadastroum monumento construído emsport brasil bet cadastrohomenagem na colinasport brasil bet cadastroGianicolo. No Brasil, além da presença nos livros escolares, Anita Garibaldi tem um museu dedicado àsport brasil bet cadastromemóriasport brasil bet cadastroLaguna, alémsport brasil bet cadastrodar nome a duas cidadessport brasil bet cadastroSanta Catarina.
Primeira feminista?
Para Cristina, Anita é importante para os movimentos pró-mulheres no Brasil. "É um exemplo conhecidosport brasil bet cadastrouma mulher que saiusport brasil bet cadastroum casamento violento e não satisfatório para uma relaçãosport brasil bet cadastrocompanheirismo amoroso e ideológico", afirma.
Ela avalia, porém, ser anacrônico dizer que ela era feminista.
"Anita Garibaldi viveu no início do século 19, quando ainda não se falavasport brasil bet cadastrofeminismo, uma noção desconhecida naquela época", explica, ao citar a o início da lutasport brasil bet cadastromulheressport brasil bet cadastrovários países pelo voto e pela educação, no fim do mesmo século, como o estopim do movimento.
"Mas certamente era uma mulher que não se conformava com os estereótipos e lugares designados às mulheressport brasil bet cadastroseu tempo - e mesmo do nosso tempo."