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Ex-empregada doméstica lança campanha nas redes sociais para denunciar abusosbet7k netpatrões:bet7k net
"Quero expor o que está sendo varrido debaixo do tapete. É preciso humanizar a relação entre patrões e empregados. Muitas vezes, naturalizamos agressões e opressões. Isso está errado", acrescenta.
Cantora conhecida na cenabet7k netrapbet7k netSantos, onde vive, Joyce, que se apresenta com o nome artístico Preta-Rara, conta que a campanha ganhou força após ela postar um comentário embet7k netpágina no Facebook na última quarta.
"Venho fazendo terapia e, nesse processobet7k netautoconhecimento, tive a ideiabet7k netcompartilhar uma situação que havia sofrido na minha página no Facebook com a hashtag #EuEmpregadaDoméstica. Queria encorajar pessoas que talvez tivessem passado pela mesma coisa", lembra.
O sucesso instantâneo surpreendeu Joyce.
"Fiquei chocada com a quantidadebet7k netcomentários. Meu celular travou com tantas notificações. Criei, então, uma página no Facebook especialmente para compartilhar esses relatos", acrescenta.
A página, criada à meia-noite desta quinta-feira, já tem maisbet7k net20 mil seguidores.
'Tratamento desumano'
Entre as centenasbet7k netrelatos que recebeu, Joyce diz ter ficado particularmente comovida com obet7k netuma empregada domésticabet7k net76 anos que tevebet7k netsubir vários andaresbet7k netescada porque o elevadorbet7k netserviço do prédio onde trabalhava havia quebrado.
"O filho dela me contou que a mãe trabalha há 30 anos com a mesma família. Eles morambet7k netum prédiobet7k netalto luxo. O elevadorbet7k netserviço quebrou e, impedidabet7k netusar o social, ela acabou tendobet7k netsubir vários andaresbet7k netescada", diz.
Segundo Joyce, a profissãobet7k netempregada doméstica deveria "acabar", pois se tratabet7k netum "resquício da escravidão".
"Mas enquanto isso não acontece, temosbet7k netlutar por um tratamento mais humano e igualitário. Não queremos ser da família. Também não queremos desrespeitar hierarquia. Queremos apenas um tratamento justo", afirma.
"Infelizmente, para nós, mulheres negras, ser empregada doméstica é algo hereditário. Minha mãe, minha tia e minha avó foram empregadas domésticas. Não é possível disassociar isso da nossa históriabet7k netescravidão."
Joyce diz que ouviubet7k netoutra patroa que não deveria estudar por causabet7k netsua "condição social".
"Eu lhe havia pedido para sair mais cedo para poder fazer um curso pré-vestibular. Ela se recusou a me liberar dizendo que meu destino era ser empregada doméstica, como todas as mulheres da minha família", afirma.
"Se conseguimos lidar com a limpeza do nosso corpo, por que não podemos limpar o nosso lixo? Por que precisamosbet7k netempregadas domésticas?", questiona.
Final feliz
Mas nem todas as experiências como empregada doméstica foram negativas: Joyce diz lembrar-se do apoio que recebeubet7k netuma ex-patroa.
"Um dia estava limpando a prateleirabet7k netlivros e ela me emprestou um deles. Era 'Olga', do escritor Fernando Morais. Ela me incentivou a retomar os estudos e a fazer a faculdadebet7k netHistória que eu tanto queria", diz.
Alémbet7k netlecionar, Joyce criou um projetobet7k netempoderamentobet7k netmulheres acima do peso, a Ocupação GGG ("fizemos um ensaio na praiabet7k netSantos para combater a gordofobia"). E também usa a música como instrumentobet7k netmudança social.
"Tenho um projeto pedagógico pelo qual levo o hip hop para as escolas falando sobre questões sociais dentrobet7k netuma abordagem mais pessoal", afirma.
"Prefiro usar meu microfone para cantar ou recitar a fazer discursos. Acredito que consiga envolver mais pessoas", conclui.
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