Como turistas podem ameaçar o bem-estarcriar aposta na betanobaleias e golfinhos:criar aposta na betano
A proibição da caça à baleiacriar aposta na betanovários lugares do mundo fez com que baleeiros dessem lugar a mais e mais barcos turísticos. O medo que algumas baleias associavam aos humanos deu lugar à curiosidade. Mas à medidacriar aposta na betanoque aprendemos mais sobre baleias e golfinhos, alguns pesquisadores começaram a fazer uma nova pergunta: a observaçãocriar aposta na betanobaleias é tão inofensiva quanto parece?
- <link type="page"><caption> Leia também: As baleias que se comunicamcriar aposta na betanocódigo</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2016/02/160209_vert_earth_baleia_tg" platform="highweb"/></link>
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A experiência com “Incrível Grace” pode ter sido a primeira amigávelcriar aposta na betanoLaguna Santo Inácio documentada por um cientista, mas habitantes locais já haviam passado por interações semelhantes. Conhecido localmente como “o escolhido”, o pescador Don Pachico Mayoral temcriar aposta na betanoprópria históriacriar aposta na betanoencontro.
No invernocriar aposta na betano1972, ele e um colega estavam pescandocriar aposta na betanoseu bote quando uma baleia cinza duas vezes maior que a embarcação apareceu. Temendo por suas vidas, eles tentaram fugir. Pachico tinha razões para se preocupar. Em séculoscriar aposta na betanocaça, baleias cinza tinham merecido o apelidocriar aposta na betano“demoníacas” por conta do hábitocriar aposta na betanoatacar seus perseguidores. Por vezes, os caçadores viravam caça.
Todas as vezescriar aposta na betanoque Pachico mudou a direção do barco, a baleia os seguiu. Os dois homens estavam preparados para o pior. Mas algo surpreendente aconteceu: encostando levemente no barco, a besta cinza levantou a cabeça da água, bem ao lado do pescador. Com um poucocriar aposta na betanohesitação, ele tocou a cabeça do animal, quecriar aposta na betanovezcriar aposta na betanose afastar ficou ainda mais próximo ao barco, com se encorajasse a intimidade. A experiência mudou para sempre as atitudes dos habitantes locais com as baleias.
“Perdemos Pachico há alguns anos, mascriar aposta na betanofamília ainda está aqui, cuidandocriar aposta na betanosua empresacriar aposta na betanoecoturismo”, conta Swartz. Trata-secriar aposta na betanoum dos muitos negócios “amigos das baleias” da região. As baleias agora são perseguidas por câmeras, não arpões.
O problema é saber se as baleias acham que os humanos perderamcriar aposta na betanovezcriar aposta na betanoreputação. Quando a observaçãocriar aposta na betanobaleias teve iníciocriar aposta na betanoBaja Mexico, nos anos 70, não havia regras. Por vezes os animais eram perseguidos por barcoscriar aposta na betanoalta velocidade repletoscriar aposta na betanoturistas. Hoje, porém, a atividade é estritamente controlada. Este habitatcriar aposta na betanobaleias é partecriar aposta na betanouma reserva biológica e é tombado pela Unesco – órgão das Nações Unidas para a cultura – como patrimônio histórico da humanidade.
- <link type="page"><caption> Leia também: Por que a caça à baleia ainda é permitida</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/12/151214_vert_earth_caca_baleias_lab" platform="highweb"/></link>
Há uma espéciecriar aposta na betano“xerifecriar aposta na betanobaleias” na laguna, certificando-secriar aposta na betanoque não haja muitos barcos na água ao mesmo tempo. As embarcações precisam ainda ficarcriar aposta na betanozonas especificas e respeitar o limitecriar aposta na betanotempocriar aposta na betano90 minutos. E não podem se aproximar muito das baleias. A região é um exemplocriar aposta na betanoturismocriar aposta na betanobaleias bem regulado.
No entanto, ainda há muitos lugares ao redor do mundo onde a observaçãocriar aposta na betanomamíferos não conta com a mesma regulamentação, ou mesmo com regulamentação alguma.
Banhistas
O impacto do turismo sobre as criaturas sendo observadas há tempos intriga David Lusseau. Quando ele era um adolescente aprendendo a mergulhar na costa francesa do Mediterrâneo, Lusseau ficou encantado por um golfinho que gostavacriar aposta na betanopassar tempo com os mergulhadores.
“Ele parecia mudar seu comportamentocriar aposta na betanoacordo com a atitude das pessoas ao redor. Quando ele vinha para a baía, banhistas corriam para a água para tentar tocá-lo. O animal ficava angustiado e tentava escapar”, lembra.
Em alguns casos, o golfinho precisava lutar para escapar. Entre os mergulhadores, porém, a história era diferente: o golfinho mostrava-se calmo e curioso. “Ele nos seguia debaixo d’água e isso me deixou bastante curioso”.
Atualmente na Universidadecriar aposta na betanoAberdeen, na Escócia, Lusseau recentemente estudou uma sériecriar aposta na betanoanimais marinhos para tentar entender como eles se comportam na presençacriar aposta na betanobarcos turísticos.
Ele e seus colegas descobriram que os barcos são visto da mesma maneira por muitas espécies: como um risco.
Há várias evidênciascriar aposta na betanoque baleias e golfinhos reagem aos barcos como se eles fossem predadores. Muitos cetáceos passam mais tempo submersos quando há embarcações à volta. E o trabalhocriar aposta na betanoLusseau na Nova Zelândia revelou que esses animais podem reagir à chegada dos barcos antes mesmocriar aposta na betanovê-los.
- <link type="page"><caption> Leia também: Conheça o maior ser vivo do planeta</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/12/151202_vert_earth_fungo_lab" platform="highweb"/></link>
Em locais com poucos barcos turísticos e onde baleias se locomovemcriar aposta na betanograndes distâncias, o impacto do turismo tende a ser menor. Lusseau e seus colegas estudaram o comportamentocriar aposta na betanobaleias minkcriar aposta na betanoFaxafloi Bay, na Islândia, onde a exposição das baleias é relativamente baixa. Lá, o turismo parece ter efeitos insignificantescriar aposta na betanoatividades como a alimentação. E isso é boa notícia para a sobrevivência da população a longo prazo.
Esforço
O mesmo não pode se dizer dos golfinhos neozelandeses, estudados por Lusseau. Quando a atividade turística aumenta, eles abandonamcriar aposta na betanoregião nativacriar aposta na betanoFiordland. A pesquisacriar aposta na betanoLusseau mostra que os filhotes desses animais sofrem quando eles não conseguem evitar atividade turística mais intensa. O aumento no volumecriar aposta na betanoturismo diminuiu a eficiência alimentar dos animais, reduzindo seus níveiscriar aposta na betanoenergia.
“A energia que eles usariam para fabricar leite passa a ser usada para aumentar a sobrevivência das fêmeas. Em condiçõescriar aposta na betanoturismo intenso, vemos a possibilidadecriar aposta na betanosobrevivência dos filhotes no primeiro anocriar aposta na betanovida caircriar aposta na betano86% para 38%, o que é um impacto imenso”, diz o cientista.
Lusseau explica que golfinhos têm longas vidas, mas se reproduzem lentamente, o que na teoria os leva a evitar riscos. Mas por que alguns indivíduos se aproximamcriar aposta na betanobarcos?
Nós não sabemos por que Incrível Grace e seus amigos fazem isso. Pode ser uma questãocriar aposta na betanoeconomiacriar aposta na betanoesforço. Nadar pertocriar aposta na betanobarcos pode fazer com que o deslocamentocriar aposta na betanoágua dê uma carona para cetáceos menores. Isso é bastante útilcriar aposta na betanoviagens mais longas. “É comocriar aposta na betanotodas as espécies: jovens gostamcriar aposta na betanocorrer mais riscos”, diz Lusseau.
- <link type="page"><caption> Leia também: O pássaro que escapoucriar aposta na betanoum 'monstro marinho' pré-histórico</caption><url href="http://vesser.net/revista/vert_earth/2016/04/160408_vert_earth_passaro_monstro_fd" platform="highweb"/></link>
É por isso, segundo o cientista, que golfinhos mais jovens fazem estripulias como ziguezagues na frentecriar aposta na betanoembarcações.
É muito raro ver golfinhos atacando barcos. Lusseau viu apenas uma vez, na Nova Zelândia, quando dois machos perseguiram uma lancha que atropelara e matara um colega.
Putu Mustika, da ONG Cetacean Sirenia Indonesia, também tem analisado como golfinhos reagem ao serem observadorescriar aposta na betanoperto por humanoscriar aposta na betanobarcos. Ela estuda golfinhos-rotatorescriar aposta na betanoLovina, no norte da Indonésia, onde não há protocolo para a observação marinha. Como resultado, não é incomum haver mais barcos que golfinhos na água. “Por vezes pode haver 80 barcoscriar aposta na betanovolta do golfinho”.
Enquanto os botes observavam os golfinhos, Mustika observava os botes, registrando o comportamento humano junto com o dos animais. Ela também conversou com os operadorescriar aposta na betanoturismo, para quem o númerocriar aposta na betanogolfinhos na região diminuiu com o crescimento do turismo.
Barcos mais rápidos frequentemente “quebram” gruposcriar aposta na betanogolfinhos, especialmente quando trafegandocriar aposta na betanoalta velocidade. “É importante que os golfinhos não sejam perturbados", diz Mustika.
- <link type="page"><caption> Leia também: Por que fazendeiros racistas da Namíbia são mais vulneráveis a ataquescriar aposta na betanopredadores? </caption><url href="http://vesser.net/revista/vert_earth/2016/05/160506_vert_earth_leao_racista_fd" platform="highweb"/></link>
Operadores concordaramcriar aposta na betanoadotar práticas mais amigáveis, como aumentar a distância para os animais e reduzir a velocidade dos barcos. “Há a compreensãocriar aposta na betanoque, sem respeito aos golfinhos, não os veremos mais”, explica a cientista.
Energia
No Havaí, também há problemas causados pelo turismo marítimo. Heather Heenehan está estudando os conflitos entre os golfinhos-rotatores e humanos para seu doutorado na Universidade Duke (EUA). Esses animais havaianos se alimentam à noite,criar aposta na betanobuscacriar aposta na betanopeixes, camarões e lulas. Trabalhandocriar aposta na betanogrupos para encurralar suas presas, ele caçam cercacriar aposta na betano11 horas por noite para se alimentar e armazenar energia que sustente seu estilo acrobático.
Durante o dia, eles ficacriar aposta na betanoáguas mais rasas para descansar. Especialmente entre 10h e 14h. O problema é que golfinhos descansamcriar aposta na betanomaneira diferentescriar aposta na betanohumanos – eles ainda se movimentam. Ecriar aposta na betanoproximidade da praia faz com que humanos pensem que eles estão querendo brincar.
- <link type="page"><caption> Leia também: 'Desagradáveis e ardilosos': o lado obscuro dos golfinhos</caption><url href="http://vesser.net/revista/vert_earth/2016/03/160301_vert_earth_golfinhos_mal_fd" platform="highweb"/></link>
“É como se as pessoas fizessem uma festa no quarto deles na horacriar aposta na betanodormir”, explica Heenehan.
Esses casos fazem com que especialistas como Lusseau defendam a necessidadecriar aposta na betanouma abordagem mais cuidadosa na observaçãocriar aposta na betanocriaturas marinhas.
No que diz respeito às baleias, é difícil saber se o declínio da caça as deixou mais corajosas na aproximação com humanos. Isso porque pouco se sabe sobre como as baleias se comportavam antescriar aposta na betanocomeçarmos a caçá-las. “Em uma escala evolucionária, baleias não tiveram oportunidades para se adaptar a algo grande e rápido como navios modernos”, explica Christine Gabriele, pesquisadoracriar aposta na betanobaleias-corcundas no Parque Nacionalcriar aposta na betanoGlacier Bay, no Alasca.
Em muitas partes do mundo, nosso relacionamento com cetáceos mudoucriar aposta na betanoforma dramática desde que matá-los deixoucriar aposta na betanoser o principal objetivo. Mas ainda precisamos aprender muito sobre a arte da observação benigna.
- <italic><bold>Leia a<link type="page"><caption> versão original</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/earth/story/20160405-instead-of-harpoons-whales-must-now-contend-with-tourists" platform="highweb"/></link> dessa reportagem (em inglês) no site <link type="page"><caption> BBC Earth</caption><url href="http://www.bbc.co.uk/earth" platform="highweb"/></link>.</bold></italic>