O lutador drag queen que faz sucessobetesporte bonusambiente ‘machista’ da luta livre mexicana:betesporte bonus
betesporte bonus O México é um país com uma imagem internacional fortemente marcada pelo machismo e poucas instituições simbolizam essa percepção como a luta livre.
Mas mesmo este meio parece ter lugar para a diversidade: desde os anos 40 existe um tipobetesporte bonuslutador chamadobetesporte bonus"exótico": homens cujas personas contêm elementos homossexuais. E um dos mais famosos representantes desta vertente é Cassandro, que se autodenomina o "Liberace da luta livre".
O lutador é personagembetesporte bonusum documentário veiculado recentemente pelo Serviço Mundial da BBC. Nele, Cassandro conta como se transformoubetesporte bonusuma espéciebetesporte bonusdrag queen do ringue.
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"Tenho 45 anos e 1,60 mbetesporte bonusaltura. Sou pequenobetesporte bonuscomparação com a maioria dos lutadores", conta o esportista, que nasceu Saúl Armendárizbetesporte bonusEl Paso, cidade dos Estados Unidos na fronteira com o México.
Conscientização
Cassandro diz ter sido alvobetesporte bonusdiscriminação desde criança. "Quando tinha seis anos, fui chamado à sala do diretor e não sabia por que. Hoje sei que era por ser gay".
Aos 16 anos, mudou-sebetesporte bonusvez para o México e começou a treinar para ser lutador. No ringue, via uma oportunidadebetesporte bonusse sentir forte. "A luta é tão masculina, tão machista. Muitas pessoas dizem que 'um homossexual não pode lutar'. Então, gostobetesporte bonusprovocá-las um pouco", brinca Cassandro.
Ele também tinha como objetivo promover o que chamabetesporte bonusconscientização do público da luta livre.
"Não quero ser parte do problema, mas sim da solução. E a solução é que você fique bem com alguém que seja homossexual, transgênero, ou bissexual. E que se você for algumas dessas pessoas, que você saiba que está bem ser quem você é", afirma.
Cassandro também quis mostrar que um homem gay pode lutar tão bem ou melhor quanto um heterossexual. Em 1992, ele se tornou o primeiro "exótico" a ganhar um campeonatobetesporte bonusluta livre, na categoria peso-ligeiro da Associação Universalbetesporte bonusLutas (UWA, na siglabetesporte bonusinglês). O sucesso, porém, teve efeitos colaterais na vida do então jovem lutador.
"Tive que lidar com fama e dinheiro. E, quando descobri as drogas e o álcool, senti-me anestesiado. Já não me lembrava dos insultos ou das pancadas" conta.
"Acabei morando no pátio da casabetesporte bonusum amigo, buscando comidabetesporte bonuslatasbetesporte bonuslixo, passando finaisbetesporte bonussemana na prisão. Perdi minha mãe, perdi a mim mesmo."
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Em junhobetesporte bonus2003, Cassandro se internoubetesporte bonusuma clínicabetesporte bonusdesintoxicação."Sabia que precisava mudar", afirma. Dezoito dias depoisbetesporte bonuscompletar seu tratamento, voltou aos ringues. "Foi o momentobetesporte bonusque mais tive medo na vida."
Oito anos mais tarde, ele tornou-se campeão novamente, conquistando o Mundialbetesporte bonusPesos-Médios,betesporte bonusLondres.
Cassandro, no entanto, também se diverte no ringue. Ele compara a luta livre ao Cirque du Soleil por causa dos movimentos coreografados.
"É como dançar um tango. Para mim, é arte."
Ele não hesitabetesporte bonusinvestirbetesporte bonustrajes ainda mais chamativos que os normalmente vistos no ringue. Quando foi campeãobetesporte bonusLondres, por exemplo, usou uma macacão que tinha uma capabetesporte bonusmaisbetesporte bonusdois metrosbetesporte bonuscomprimento.
Arte
"O mais importante é o brilho. Uso muitas cores: laranja, azul, branco, prata. Sou o exótico mais glamoroso do mundo."
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Cassandro foi um pioneiro entre os exóticos, ao ladobetesporte bonusnomes como Pimpinela Escarlate e Mayflower. "Fomos os primeiros a usar maquiagem e vestir roupas mais colantes. As pessoas nos perguntavam 'o que diabos estávamos fazendo'."
O lutador acredita que os exóticos cumprem uma tarefa social importante – abetesporte bonuslevar questõesbetesporte bonusgênero ao público. Para o músico e escritor mexicano Juan Carlos Reyna, a presençabetesporte bonuslutadores como Cassandro no meio da luta livre é importante.
"A luta livre representa a cultura do México. Não só por ser um esporte muito popular, mas também porque os lutadores são uma espéciebetesporte bonusreflexobetesporte bonuscomo os mexicanos veem a si mesmos. A sociedade mexicana é muito machista, misógina e católica. Uma grande parte dela condena a homossexualidade", diz Reyna.
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"Lutadores como Cassandro, que usam plumas e enfeites no cabelo, são uma representação dramática da feminilidade mexicana e uma crítica ao machismo."
A antropóloga Heather Levi, autora do livro O Mundo da Luta Livre: Segredos, Revelações e Identidade Nacional Mexicana (em tradução do espanhol), concorda com o argumentobetesporte bonusque os exóticos enviam uma mensagem forte à sociedade.
"A ideiabetesporte bonusque este homem extravagante e afeminado pode dominar um heterossexual revoluciona os termos do que é ser gay heterossexual. E do que significa ser homem e masculino."
Levi conta ter conhecido um jovem homossexual vivendobetesporte bonusum vilarejo no norte do México, que contou ter sido "libertado" pelos exóticos da luta livre.
"Ele me disse que, quando viu uma apresentaçãobetesporte bonusluta livrebetesporte bonusseu vilarejo, e como alguns exóticos venciam seus rivais, sentiu-se libertado e que tudo ficaria bem."
Cassandro diz que é justamente essabetesporte bonusintenção.
"Subo ao ringue e uso meu talento e meu trabalho como se fosse um remédio. O que quer que eles queiram curar, eu os ajudarei."