'Precisamos que mais homens apoiem feminismo', diz americano que dá treinamento antimachismo:betano é brasileira
O programa - que hoje tem como público-alvo tanto homens quanto mulheres - fez sucesso e já foi expandido para outras instituições universitárias e até para forças armadasbetano é brasileiraEstados Unidos, Alemanha, Iraque e Japão, entre outros.
O método do treinamento é focadobetano é brasileiradois objetivos: primeirobetano é brasileiraconscientizar as pessoas sobre os males do sexismo, depoisbetano é brasileirainspirar uma mudançabetano é brasileiracomportamento delas baseada na "abordagem do espectador".
"Temos que mudar a socialização dos homens, mudar o conceitobetano é brasileiramasculinidade. O fatobetano é brasileirahomens serem educados para serem dominantes sobre as mulheres, para serem abusivos na horabetano é brasileiraconseguir o que querem, ebetano é brasileiraisso ser aceitável. Se mudarmos a maneira como educamos e socializamos esses garotos, então a maioria da violência contra a mulher vai desaparecer", explicou Jackson Katz à BBC Brasil.
"Quero que pensembetano é brasileirauma mulher que vocês amam. Imaginem que ela está subindo as escadas oubetano é brasileirauma boate ou mesmo andando na rua, e um cara começa a mexer com ela. Ele fala coisas desrespeitosas, todos os tiposbetano é brasileiraabusos verbais. E talvez esse cara decida colocar as mãos nela, atacá-la fisicamente. Ele vai além, abusa sexualmente dela. Agora imaginem uma terceira pessoa ali vendo tudo isso. Mas ela só olha e não faz nada a respeito".
Foi dessa forma que os mentores do programa se aproximarambetano é brasileiraatletasbetano é brasileiraequipes universitáriasbetano é brasileirabeisebol, futebol americano e basquete para ensiná-los sobre o papel e a responsabilidade que têm ao presenciarem situaçõesbetano é brasileiramachismo ou abuso.
"Existe um ditado que diz 'aquele que vê uma situaçãobetano é brasileiraopressão e não faz nada está assumindo o lado do opressor'. Se há uma situaçãobetano é brasileiraabuso nabetano é brasileirafrente e você não faz nada, você está consentindo", disse.
Katz ressalta que é preciso tomar cuidado quando as situações envolverem desconhecidos, mas reforça: "Se eu estoubetano é brasileirauma festa e vejo meu amigo abordando uma mulherbetano é brasileirauma maneira invasiva, abusiva, eu preciso pará-lo e dizer que ele está errado. Se eu escolho não fazer nada, eu estou dando meu consentimento para aquele comportamento abusivo."
Cultura machista
Um dos homens pioneiros na luta pela igualdadebetano é brasileiragênero, Katz começou o ativismo para combater a "cultura machista" ainda na décadabetano é brasileira1980 e hoje coleciona inúmeras palestrasbetano é brasileiramaisbetano é brasileira30 países - incluindobetano é brasileirafala no TED, conferênciabetano é brasileiraprojetos e ideias inovadoras, que já teve maisbetano é brasileira1,2 milhãobetano é brasileiravisualizações.
Em visita ao Brasilbetano é brasileiradezembro para participar do Fórum "Fale sem medo" organizado pelo Instituto Avon, ele falou à BBC Brasil sobre a importânciabetano é brasileiraampliar o debate sobre "questõesbetano é brasileiragênero" também para os homens.
"Quando falamosbetano é brasileiragênero, muita gente já associa essa palavra diretamente à mulher. Mas homem também é gênero. E a cultura machista também é prejudicial a ele. O mesmo sistema que produz homens que abusambetano é brasileiramulheres, produz homens que abusambetano é brasileiraoutros homens", afirmoubetano é brasileiraentrevista à BBC Brasil.
"Nós sempre combatemos esse problema ensinando as mulheres a se protegerem, como se vestirem, o que devem evitar. Mas precisamosbetano é brasileiranovas formasbetano é brasileirapensar isso. A questão não é ensinar as mulheres a se protegerem. É acabar com a cultura que ensina os homens a abusá-las", completou.
Para conseguir essa mudançabetano é brasileiracultura, Katz defende a importânciabetano é brasileiramais homens se juntarem à causa.
"As mulheres são protagonistas e a liderança delas tem sido transformadora. É a basebetano é brasileiratudo. Mas é preciso pensar que os homens ainda detêm o poder político, econômico e social no mundo", disse.
"O meu trabalho é pensarbetano é brasileiracomo eu, como homem, posso usar o acesso que tenho a instituições políticas, sociais e econômicas, para, trabalhandobetano é brasileiraparceria com mulheres, mudar essa realidade. E precisamosbetano é brasileiramais homens que pensem da mesma forma."
Democracia e feminismo
Jackson Katz começou a se interessar pelo tema da igualdadebetano é brasileiragênero ao observar o cuidado que suas vizinhas na Universidade tinham para sair na rua ou ir a festas.
Enquanto ele andava tranquilamentebetano é brasileiraum lugar para o outro, sem se importar com nada, elas estavam constantementebetano é brasileiraalerta, preocupadas com a segurança pessoal, com medobetano é brasileiraserem abusadas ou estupradas.
Mas mais do que empatia, Katz diz que se juntou à causa do feminismo por uma "conscientização política".
"Eu entendo que existe uma subordinação da mulher, que é uma questão política, baseadabetano é brasileirauma estrutura social, política e econômica. E, como homem e como cidadão responsável, eu quero fazer algo para mudar esse sistemabetano é brasileiradesigualdade."
"Eu costumo dizer para os homens nos meus treinamentos e palestras: se você acreditabetano é brasileirademocracia, você acreditabetano é brasileirajustiça,betano é brasileiraigualdade e, consequentemente,betano é brasileirafeminismo, ponto final. Então se você se diz a favor da democracia, mas não é a favor do feminismo, ou você não entende o que é feminismo, ou você não entende o que é democracia."