Voluntários 'adotam' crianças refugiadas sem pais na Itália:jogo do aviãozinho

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Crédito, AccoglieRete

Legenda da foto, Carla Trominno conversa com Taha, 16, sobre seus sonhos para o futuro; ele é um dos menores assistidos pela ONG

"Em 2013, os refugiados começaram a chegarjogo do aviãozinhoSiracusajogo do aviãozinhogrande número e,jogo do aviãozinhoespecial, crianças. Antes disso, pouco se falava no assunto e as organizações do governo trabalhavam sem envolver a sociedade", afirma Carla Trommino, advogada fundadora da ONG AccoglieRete.

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Guardiões

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Crédito, AccoglieRete

Legenda da foto, Tutora voluntária, acompanha um jovem na retiradajogo do aviãozinhosua identidade italiana

Com sedejogo do aviãozinhoSiracusa, a organização é composta por uma redejogo do aviãozinhovoluntários que "doam" suas famílias às crianças refugiadas desacompanhadas. Na prática, isso significa que eles se oferecem para se tornarem guardiões legais desses menores. Antes, o tutor designado era sempre o prefeito ou uma assistente social da cidadejogo do aviãozinhoque as crianças desembarcavam na Itália.

"Na época, visitei um centrojogo do aviãozinhoacolhidajogo do aviãozinhoque 16 crianças egípcias e 17 somalis viviam e dormiamjogo do aviãozinhomeio aos outros refugiados adultos. Elas estavam descalças e cheiasjogo do aviãozinhosarna", contou Trommino.

Inconformada com a situação que testemunhou, ela e um grupojogo do aviãozinhoamigos advogados criaram a AccoglieRete e conseguiram um acordo com o tribunal da cidade pela tutela das crianças refugiadas.

Desde 2013, a ONG AccoglieRete já assistiu cercajogo do aviãozinho600 crianças, com idades entre 11 e 17 anos. A maioria originária da Síria, Gâmbia, Egito, Somália, Senegal, Eritrea e Mali –países afligidos por conflitos armados e extrema pobreza.

No momento, a AccoglieRete conta com 120 tutores e 18 "famílias adotivas"jogo do aviãozinhoação. Qualquer pessoa sem ficha criminal, com moradiajogo do aviãozinhoSiracusa ou região e disposta a realizar os treinamentos exigidos pela ONG, pode se tornar um tutor.

A acolhida pode ser integral com a criança morando e vivendo 100% do tempo com a família italiana oujogo do aviãozinhotempo parcial. Neste segundo caso o apoio acontece por exemplo para a obtençãojogo do aviãozinhodocumentosjogo do aviãozinhoidentidade, aulasjogo do aviãozinhoitaliano e a partilhajogo do aviãozinhoatividades sociais, como jogosjogo do aviãozinhofutebol ou almoçosjogo do aviãozinhofamília aos domingos.

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Dividindo o mesmo teto

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Crédito, AccoglieRete

Legenda da foto, Refugiados comemoram o aniversário do menino egípcio Taha, na sede da AccoglieRetejogo do aviãozinhoSiracusa

Alémjogo do aviãozinhofundadora da ONG, Trommino também já foi tutorajogo do aviãozinhomaisjogo do aviãozinho20 crianças nesses últimos dois anos, entre eles um meninojogo do aviãozinhoGâmbia, que mora comjogo do aviãozinhofamília há dois anos.

"De todo meu trabalho como advogadajogo do aviãozinhomigrantes por anos, definitivamente a experiência mais rica tem sido estajogo do aviãozinhoviver com Khalifa. Me ensina muito sobre as diferenças e sobre mim mesma", ela disse.

Um dia, o menino lhe contou que rezava todos os dias para que ela se convertesse ao islamismo. "Fiquei espantada e chateada. Respondi que assim como eu respeitava ajogo do aviãozinhoreligião ele deveria respeitar o fatojogo do aviãozinhoser católica. Mas só depois entendi que para os muçulmanos a religião é algo absoluto, enquanto para nós é abstrato. Não é uma questão das religiões serem diferentes, mas sim das percepções diferentes que as pessoas têmjogo do aviãozinhosuas religiões", Trommino explicou.

Segundo ela, a convivência cotidiana com uma criança refugiada traz desafios culturais e sociais diversos. Outro "filho" egípcio era agressivo e fechado, queria voltar para casa, masjogo do aviãozinhofamília verdadeira não o aceitavajogo do aviãozinhovolta.

Um jovemjogo do aviãozinhoBangladesh aprendeu italiano, tirou diploma escolar, abriu seu próprio negócio e hoje sustentajogo do aviãozinhofamília nativa. Outro, do Togo, confessou um dia que não era um menor, mas que, aos 21 anos, mentiu porque temia não conseguir refúgio na Itália.

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Depois dos 18

Com o crescente fluxojogo do aviãozinhorefugiados cruzando o Mediterrâneo nos últimos anos, atualmente a Sicília já conta com dezenasjogo do aviãozinhocentrosjogo do aviãozinhoacolhida especificamente para menores. Muitos estabelecimentos, no entanto, enfrentam graves dificuldades econômicas e gargalos jurídicos.

"Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é a faltajogo do aviãozinhoapoio financeiro e legal do governo para continuar assistindo esses jovens depois que eles completam 18 anos", alertou Sara Reitano, educadora do Centrojogo do aviãozinhoAssistência ao Menor Estrangeiro Regina Elena, um dos maioresjogo do aviãozinhoCatania.

Segundo ela, alguns partemjogo do aviãozinhobuscajogo do aviãozinhooportunidades oujogo do aviãozinhooutros países quando completam a maioridade. Outros ficam por não ter para onde ir e continuam recebendo irregularmente um benefício financeiro mensaljogo do aviãozinho60 euros.

Atualmente, cercajogo do aviãozinho60 menores dormem e comem ali diariamente, masjogo do aviãozinho2011, durante uma grande ondajogo do aviãozinhodesembarquejogo do aviãozinhorefugiados nos portos da Sicília, o local chegou a abrigar provisoriamente 110 crianças.

Em um dos corredores do local, um jovemjogo do aviãozinho20 anos do Togo limpa o chão. Ele se tornou faxineiro do centro há um ano, mas antes era um dos menores que morava ali. "Agora só quero trabalhar e ganhar meu sustento", disse elejogo do aviãozinhoitaliano correto e pausado.

Faltam projetos vocacionais para ajudar os jovens a se profissionalizarem, falta dinheiro e falta mãojogo do aviãozinhoobra. As paredes estão úmidas e descascadas, as janelas e portas quebradas. Em novembro, os funcionários do centro protestavamjogo do aviãozinhofrente à prefeitura por 19 salários atrasados. Após a direção do centro ameaçar fechar as portas, conseguiram chegar a um acordo com as autoridades.

"As instituições do governo encerram toda a relação com os menores quando eles completam 18 anos. Mas nós nunca abandonamos as crianças porque elas se tornam partejogo do aviãozinhonossa família", explica Carla Trommino da ONG AccoglieRete.

Em muitos casos, os tutores ajudam os jovens a procurar emprego e a arranjar um lugar novo para morar, adiantando o pagamentojogo do aviãozinhotrês meses aluguel ou emprestando dinheiro para viajarem ou fazerem cursos.

No iníciojogo do aviãozinho2015, a ONG AccoglieRete ganhou apoiojogo do aviãozinhopeso graças a uma nova parceria com a organização Cesvi, especializadajogo do aviãozinhodesenvolvimento e com sedejogo do aviãozinhoBergamo, no norte da Itália. A expectativa agora éjogo do aviãozinhoque o modelojogo do aviãozinhoacolhida apoiadojogo do aviãozinhotutores legais voluntários seja ampliado e adotadojogo do aviãozinhooutras partes da Sicília e da Itália.

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