O que se sabe (e o que falta saber) sobre relação entre zika vírus e microcefalia:bet7k million
bet7k million O Brasil enfrenta uma epidemiabet7k millionzika, uma doença "prima da dengue", desde o meio do ano. A doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti bet7k million , provoca sintomas parecidos, porém mais brandos do que os da dengue: febre, dorbet7k millioncabeça e no corpo e manchas avermelhadas.
No último finalbet7k millionsemana, o governo brasileiro confirmou a relação entre o vírus zika e a microcefalia, uma infecção que provoca má-formação do cérebrobet7k millionbebês.
A região Nordeste é a região mais afetada pelo surtobet7k millionmicrocefalia - no Brasil todo já são maisbet7k million1.248 casos notificadosbet7k million311 municípiosbet7k million14 Estados. As notícias sobre o zika e os casosbet7k millionmicrocefalia pegaram o paísbet7k millionsurpresa e suscitaram várias dúvidas. Veja abaixo as respostas a algumas dessas questões:
<link type="page"><caption> Leia também: Infectologista relata choque e desespero ao se deparar com iníciobet7k millionepidemiabet7k millionmicrocefalia</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/11/151127_depoimento_medica_microcefalia_cc" platform="highweb"/></link>
Qual a relação entre o zika e a microcefalia?
A partirbet7k millionexames realizadosbet7k millionuma bebê nascida no Ceará, e que acabou morrendo com microcefalia e outras más-formações congênitas, identificou-se a presença do vírus.
A confirmação foi possível a partir da confirmação do Instituto Evandro Chagas da identificação da presença do vírusbet7k millionamostrasbet7k millionsangue e tecidos do recém-nascido que veio a óbito no Ceará.
A confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia é inédita na pesquisa científica mundial.
A microcefalia é uma má-formação congênita,bet7k millionque o cérebro não se desenvolvebet7k millionmaneira adequada. Normalmente ela é causada por fatores como usobet7k milliondrogas e radiação. Segundo o governo, na epidemia atual, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
O que ainda não sabemos sobre a ligação entre o zika e a má-formação fetal?
O Ministério da Saúde deixou claro, no entanto, que ainda há muitas questões a serem resolvidas. Uma das questões é como ocorre exatamente a atuação do zika no organismo humano e a infecção do feto.
Também não se sabe ao certo qual o períodobet7k millionmaior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial do governo, o risco está associado aos primeiros três mesesbet7k milliongravidez.
O que é o zika?
É um arbovírus (do gênero flavivírus), ou seja, costuma ser transmitido por um artrópode, que pode ser um carrapato, mas normalmente é um tipobet7k millionmosquito.
No caso do zika, ele é transmitido por um mosquito do gênero Aedes, como o Aedes aegypti, que também causa a dengue.
Além disso, ele também está relacionado com a febre amarela, febre do Nilo e a encefalite japonesa.
Qualbet7k millionorigem?
O vírus foi identificado pela primeira vezbet7k million1947bet7k millionUganda, na florestabet7k millionZika.
Ele foi descobertobet7k millionum macaco rhesus durante um estudo sobre a transmissão da febre amarela no local.
<link type="page"><caption> Leia também: Governo confirma relação entre zika vírus e epidemiabet7k millionmicrocefalia</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/11/151127_confirma_zika_microcefalia_mdb" platform="highweb"/></link>
Exames confirmaram a infecçãobet7k millionseres humanosbet7k millionUganda e Tanzâniabet7k million1952, mas somentebet7k million1968 foi possível isolar o vírus, com amostras coletadasbet7k millionnigerianos.
Diversas análises genéticas demonstraram que existem duas grandes linhagens do vírus: a africana e a asiática.
Quantas pessoas já morreram no Brasil vítimas do zika?
Além da bebê cearense, outros dois óbitos relacionados ao vírus foram confirmados pelo governo.
O primeiro caso foi é obet7k millionum homem com históricobet7k millionlúpus ebet7k millionuso crônicobet7k millionmedicamentos corticoides, moradorbet7k millionSão Luís, do Maranhão. Exames específicos mostraram a presença do genoma do zika no sangue ebet7k millionórgãos como o cérebro, fígado, baço, rim, pulmão e coração.
O segundo caso é obet7k millionuma meninabet7k million16 anos, do municípiobet7k millionBenevides, no Pará, que acabou morrendo no finalbet7k millionoutubro. Com suspeita inicialbet7k milliondengue, ela apresentou dorbet7k millioncabeça, náuseas e manchas vermelhas na pele e mucosas. Testes deram positivo para o zika.
Houve surtos anterioresbet7k millionzika?
Sim, mas não nesse grau. Em 2007, por exemplo, foram registrados casosbet7k millioninfecção do vírus na ilhabet7k millionYap, que integra a Micronésia, no Oceano Pacífico.
Foi a primeira vez que se detectou o vírus forabet7k millionsua área geográfica original, ou seja, África e Ásia.
No finalbet7k million2013, houve um surto do zika na Polinésia Francesa, também no Pacífico. Maisbet7k million10 mil casos foram diagnosticados.
Desse total, cercabet7k million70 evoluíram para um estado grave. Esses pacientes desenvolveram complicações neurológicas, como meningoencefalite, e doenças autoimunes, como leucopenia (redução do nívelbet7k millionleucócitos no sangue).
No dia 26bet7k millionnovembro, um relatório divulgado por autoridades locais mostrou que pelo menos 17 casosbet7k millionmá-formação do sistema nervoso central foram registrados entre 2014 e este ano,bet7k millionacordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controlebet7k millionDoenças (ECDC, na siglabet7k millioninglês).
Nas Américas, o vírus foi detectado pela primeira fezbet7k millionfevereirobet7k million2014 por autoridades chilenas, que confirmaram o primeiro caso na Ilhabet7k millionPáscoa. A transmissão se deubet7k millionmaneira autóctone (ocorrida dentro do território nacional e nãobet7k millionpessoas que viajaram para o exterior).
Em maiobet7k million2015, o Brasil confirmou seu primeiro caso desse tipobet7k milliontransmissão,bet7k millionum paciente da região nordeste.
A Colômbia também reportou seu primeiro casobet7k millioncontágio do vírus, no estadobet7k millionBolívar. Até outubro, eram nove casos nessa região.
Também foram registrados casos nas Ilhas Cook e Nova Caledônia, novamente no Pacífico.
Qual o tempobet7k millionincubação do vírus?
O tempobet7k millionincubação tende a oscilar entre 3 e 12 dias. Após esse período surgem os primeiros sintomas. No entanto, a infecção também pode ocorrer sem o surgimentobet7k millionsintomas (leia mais abaixo).
Segundo um estudo publicado na revista médica The New England, umabet7k millioncada quatro pessoas desenvolve os sintomas.
A maioria dos pacientes se recupera, sendo que a taxabet7k millionhospitalização costuma ser baixa.
E os sintomas?
O vírus provoca sintomas parecidos com os da dengue, contudo mais brandos: febre alta, dorbet7k millioncabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações. Também pode causar inflamações nos pés e nas mãos, conjuntivite e edemas nos membros inferiores. Os sintomas costumam durar entre 4 e 7 dias.
Há outros sintomas menos frequentes, como vômitos, diarreia, dor abdominal e faltabet7k millionapetite.
Análises recentes no Brasil indicam que o zika pode contribuir para agravamentobet7k millionquadros clínicos e levar à morte.
O primeiro caso foi confirmado pelo instituto Evandro Chagas,bet7k millionBelém (PA). Um homem com históricobet7k millionlúpus ebet7k millionuso crônicobet7k millionmedicamentos corticoides morreu com suspeitabet7k milliondengue. Examebet7k millionsangue e fragmentosbet7k millionvísceras apresentou resultado negativo para dengue, mas detectou o vírus zika.
Qual o tratamento para o zika?
Não há uma vacina nem um tratamento específico para o zika virus, apenas medidas para aliviar os sintomas, como descansar e tomar remédios como paracetamol para controlar a febre. O usobet7k millionaspirina não é recomendado por causa do riscobet7k millionsangramento.
Também se aconselha beber muito líquido para amenizar os sintomas.
Há prevenção?
Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o usobet7k millionmosquiteiros com inseticidas, além da instalaçãobet7k milliontelas.
Também deve se utilizar repelentes com um composto chamado icaridina e roupas que cubram braços e pernas, para reduzir as chancesbet7k millionse levar uma picada.
O que o governo está fazendo para lidar com a epidemiabet7k millionzika e microcefalia?
Até o momento, o Ministério da Saúde fez um apelo para uma mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti.O governo lançou uma campanha para alertar para o fatobet7k millionque o mosquito mata.
Nessa segunda-feira, o ministério informou que "estábet7k millioncontato com as secretarias estaduais e municipais para articular uma resposta conjunta e,bet7k millionespecial, mobilizar ações contra o mosquito Aedes aegypti. Comitêsbet7k millionespecialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratoriais, bem como no acompanhamento dos casos."
No dia 13bet7k millionnovembro, um alto funcionário do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diretor do departamentobet7k millionVigilânciabet7k millionDoenças Transmissíveis, recomendou que as mulheres não engravidassem.
"Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", disse.
Atualmente, Ministério da Saúde abaixou o tom e recomenda cautela a mulheres que pretendem engravidar.
Também recomenda que grávidas usem roupasbet7k millionmanga comprida, calças e repelentes apropriados para gestantes.
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultasbet7k millionpré-natal, com a realizaçãobet7k milliontodos os exames recomendados pelo médico.
A Presidência também determinou a convocação do chamado Grupo Estratégico Interministerialbet7k millionEmergênciabet7k millionsaúde Públicabet7k millionImportância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades, para a formulaçãobet7k millionplano nacional do combate ao mosquito.
No momento, há 199 municípios brasileirosbet7k millionsituaçãobet7k millionriscobet7k millionsurtobet7k milliondengue, chikungunya e zika.
Fontes: Organização Panamericanabet7k millionSaúde, Centro Europeu para Prevenção e Controlebet7k millionDoenças (ECDC, na siglabet7k millioninglês), Biblioteca Nacionalbet7k millionMedicina e Institutosbet7k millionSaúde dos Estados Unidos e WebMD.