Alta no desmatamento ameaça credibilidadevaidebet vagasproposta do Brasil contra efeito estufa?:vaidebet vagas

Realizada sob forte esquemavaidebet vagassegurança, COP21 terá delegaçõesvaidebet vagas195 países, e maisvaidebet vagas130 chefesvaidebet vagasEstado evaidebet vagasgoverno confirmaram presença

Crédito, AP

Legenda da foto, Realizada sob forte esquemavaidebet vagassegurança, COP21 terá delegaçõesvaidebet vagas195 países, e maisvaidebet vagas130 chefesvaidebet vagasEstado evaidebet vagasgoverno confirmaram presença

A principal estratégia do Brasil para diminuirvaidebet vagasemissãovaidebet vagasgasesvaidebet vagasefeito estufa é a redução do desmatamento. O plano que o Brasil apresentará na convenção inclui as metasvaidebet vagascortar emissõesvaidebet vagasgás causadores do efeito estufavaidebet vagas43% até 2030 - na comparação com 2005 - e zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.

Coração da proposta

A entidadevaidebet vagasdefesa do meio ambiente Greenpeace vê a notícia do aumento do desmatamento como um fator que pode porvaidebet vagasdúvida as propostas que o governo brasileiro leva para a reunião.

"O aumento do desmatamento impacta a imagem do país, porque toda nossa estratégiavaidebet vagasreduçãovaidebet vagasemissões e propostas para as metasvaidebet vagas2030 estão baseadas na diminuição da derrubadavaidebet vagasflorestas", afirma Marcio Astrini, coordenadorvaidebet vagaspolíticas públicas do Greenpeace no Brasil.

"O Brasil vem dizendo que isso está sob controle e que tem cada vez mais mecanismos para gerenciar e diminuir o desmatamento. Então, este aumento atingevaidebet vagascheio o coração da proposta brasileira."

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse, no entanto, que os novos dados sobre desmatamento não afetam o discurso do país na Cop.

Manifestantesvaidebet vagasParis pediram mais ação contra aquecimento global

Crédito, Getty

Legenda da foto, Manifestantesvaidebet vagasParis pediram mais ação contra aquecimento global

"Os dados globais são muito favoráveis para o Brasil. Isso não afeta", afirmou elevaidebet vagasParis.

De 2004 a 2014, houve uma quedavaidebet vagas82% na taxavaidebet vagasdesmatamento na Amazônia,vaidebet vagasacordo com o governo.

Carlos Eduardo Young, pesquisador sobre biodiversidade e recursos naturais e culturais do Instituto Nacionalvaidebet vagasCiência e Tecnologiavaidebet vagasPolíticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento, também não vê ameaça à posição do Brasil da conferência pelos avanços do país no desmatamento no médio prazo.

"Não acho que o aumento no último do desmatamento fragiliza o Brasil na COP21, porque, se olharmos a curva ao longo do tempo, tivemos uma forte tendênciavaidebet vagasqueda entre 2005 e 2010 e, agora, está estabilizada e não retornou ao patamares anteriores, o que significa que ao menos estancamos o problema", afirma.

<link type="page"><caption> Leia também: 5 plantas que a Nasa recomenda para purificar o ar davaidebet vagascasa</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/11/151127_plantas_poluicao_mdb" platform="highweb"/></link>

<link type="page"><caption> Leia também: Britânica descreve luta contra estigma por não querer ter filhos</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/11/151129_britanica_laqueadura_fn" platform="highweb"/></link>

Prioridades

Astrini, do Greenpeace, ressalta que os objetivos elaborados pelo governo federal para a COP-21 têm entre seus méritos metas concretas e a sugestãovaidebet vagasque elas sejam revistos a cada cinco anos. Mas critica a "faltavaidebet vagasousadia" nessas metas.

"Hoje, o Brasil emite 1,5 bilhõesvaidebet vagastoneladasvaidebet vagascarbono e sugere chegar a 1,3 bilhõesvaidebet vagas15 anos. É muito pouco. Seria bem mais razoável reduzir para 1 bilhão", afirma Astrini.

"Ao dizer que vai acabar com o desmatamento ilegal até 2030, o Brasil sinaliza que vamos conviver com isso até lá. Isso passa um recadovaidebet vagasque acabar com este problema não é uma prioridade."

Para o especialista, no entanto, o Brasil pode ter um papelvaidebet vagaspeso para ajudar a avançar propostasvaidebet vagasações globais contra o aquecimento por ter um corpo diplomático habilidoso formado por bons negociadores, opinião compartilhada por Rodrigo Medeiros, vice-presidente da ONG Conservação Internacional no Brasil.

"O Brasil não chega fragilizado, porque a diplomacia brasileira tem atuadovaidebet vagasuma forma muito boa nos últimos 20 anos e isso ajuda na horavaidebet vagassentar na mesavaidebet vagasnegociações e debater propostas", afirma Medeiros.

"Também contribui o fatovaidebet vagaso país chegar à conferência com propostas melhores do quevaidebet vagasoutros países, como China e Estados Unidos, que poderiam fazer mais do que já sugeriram até o momento."

Para ele, porém, o aumento do desmatamento – assim como outros desastres ambientais recentes, como a queimada na Chapada Diamantina e o rompimentovaidebet vagasbarragensvaidebet vagasMariana (MG) – mancham a imagem do país, apesarvaidebet vagasnão comprometê-la.

Crédito, AFP

"É inegável o avanço que o país teve nos últimos 20 anos ao criar um sistemavaidebet vagasmonitoramento da Amazônia legal, que permitiu atingirmos o patamarvaidebet vagashoje. O que precisamos fazer é expandir isso para outros biomas, como o cerrado, onde hoje o desmatamento é mais intenso que na Amazônia."

Já Young, do INCT, acha que o Brasil perde peso ao concentrar suas propostas no combate ao desmatamento.

"O que fragiliza o Brasil é o aumentovaidebet vagasemissõesvaidebet vagastodas as outras áreas, principalmente no setorvaidebet vagasenergia. Não podemos ter uma estratégiavaidebet vagasreduçãovaidebet vagasemissões só baseada na queda do desmatamento. Os números mostram que ela parouvaidebet vagasfuncionar, e não há outra para colocar no lugar."

Faltavaidebet vagascomprometimento

Além do aumento no desmatamento, o Brasil chega à COP combalido por duas tragédias ambientais: o rompimentovaidebet vagasbarragensvaidebet vagasMariana e uma queimada gigantesca na Chapada Diamantina, na Bahia.

No iníciovaidebet vagasnovembro, o rompimentovaidebet vagasuma barragem da mineradora Samarco – controlada pela Vale a pela anglo-australiana BHP Billiton -vaidebet vagasMariana,vaidebet vagasMinas Gerais, liberou cercavaidebet vagas62 milhõesvaidebet vagasmetros cúbicosvaidebet vagaslama e rejeitos que se espalharam pela região, percorrendo o rio Doce até chegar àvaidebet vagasfoz no litoral do Espírito Santo.

Ao mesmo tempo, na Bahia, focosvaidebet vagasincêndios consumiram maisvaidebet vagas30 mil hectares da Chapada Diamantina por um mês e só foram apagados com as chuvas que caíram no último fim da semana.

O governo, no entanto, acredita que os dois casos não arranham a imagem do Brasilvaidebet vagasParis.

"Não vamos confundir as situações. Mariana foi um acidente trágico, mas não tem qualquer relação com o clima", afirmou o embaixador José Antônio Marcondesvaidebet vagasCarvalho, subsecretário-geralvaidebet vagasMeio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty e negociador-chefe do Brasilvaidebet vagasParis,vaidebet vagasentrevista coletiva realizada na última quinta-feiravaidebet vagasBrasília.

"Uma COP21vaidebet vagassucesso é termos um acordo robusto, justo equilibrado e ambicioso. Esse é o nosso objetivo."

Metas contra o aquecimento

Brasil apresentará metasvaidebet vagascortar emissõesvaidebet vagasgás causadores do efeito estufavaidebet vagas43% até 2030 - na comparação com 2005 - e zerar o desmatamento na Amazônia até 2030

Crédito, Getty

Legenda da foto, Brasil apresentará metasvaidebet vagascortar emissõesvaidebet vagasgás causadores do efeito estufavaidebet vagas43% até 2030 - na comparação com 2005 - e zerar o desmatamento na Amazônia até 2030

Até 11vaidebet vagasdezembro, serão discutidasvaidebet vagasParis as mudanças no clima do planeta e propostas para reduzir emissõesvaidebet vagasgases causadores do efeito estufa para desta forma combater o aquecimento global.

Participam delegaçõesvaidebet vagas195 países, e maisvaidebet vagas130 chefesvaidebet vagasEstado evaidebet vagasgoverno confirmaram presença. A reunião ocorrerá sob forte esquemavaidebet vagassegurança, apenas duas semanas após os atentados que deixaram 130 vítimas na capital francesa.

O principal objetivo do encontro é fazer com que todos os países se comprometam com metas para reduzir o aquecimento global. Cada país irá apresentar seu projeto para isso – até agora, não se chegou ao índice desejadovaidebet vagaslimitar o aumento da temperatura a 2ºCvaidebet vagasrelação à era pré-Revolução Industrial, mas negociadores dizem que este índice poderá ser atingidovaidebet vagasrevisões futuras das metas.

Há um impasse, porém, quanto à obrigatoriedadevaidebet vagascumprimento das metas: alguns países, como os europeus, defendem um acordo "juridicamente vinculante" - ou seja, obrigatório por lei -, mas os Estados Unidos se opõem, porque isso teriavaidebet vagasser aprovado pelo Congresso do país, que já barrou diversos acordos internacionais.

Acredita-se, porém, que haja mais chancesvaidebet vagasse chegar a um acordo agora –vaidebet vagas2009, a conferênciavaidebet vagasCopenhague fracassou no objetivovaidebet vagastraçar um rumo comum para os países após 2020, quando chega ao fim o acordo do Protocolovaidebet vagasKyoto.

Um dos motivos é que, segundo analistas, as consequências das mudanças climáticas estão mais claras neste momento.

*colaborou Luiza Bandeira, enviada especial da BBC Brasil a Paris