'Nem deu tempowin bet doublechorar': a difícil missãowin bet doublesalvar filhoteswin bet doubletartarugawin bet double'marwin bet doublelama':win bet double

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O "tsunami marrom" chegou ao marwin bet doubleLinhares pela foz do Rio Doce no último domingo, mas tartarugas continuam saindo das águas contaminadas pela lama para depositar seus ovos nas praias locais, segundo o coordenador nacional do Tamar, João Carlos Thomé. E é provável que elas sejam velhas conhecidas dos pesquisadores.

"Estamos fazendo 30 anos do trabalhowin bet doubleproteger todas as desovas. Esse ano, reparamos que as fêmeas são menores que as dos anos anteriores. Isso quer dizer que os jovens filhotes que protegemos lá atrás estão começando a voltar para as praias onde nasceram. Estamos recebendo a segunda geração", disse o biólogo à BBC Brasil.

Foto: Divulgação Tamar/ICMBio

Crédito, Divulgacao Tamar

Legenda da foto, Lama atingiu Rio Doce durante a reprodução dos peixes e chegou ao mar durante a reprodução das tartarugas marinhas

Depoiswin bet doublevencer desafios como o lixo jogado no mar e a pesca predatória, os biólogos consideravam bem sucedido o trabalhowin bet doubleconservação dos animais até aqui – esta temporadawin bet doublereprodução teve o maior númerowin bet doubledesovaswin bet doubleLinhares, segundo Thomé –, mas agora temem o impacto da lama no seu ciclowin bet doublevida.

"A sensação éwin bet doubleimpotência. Estamos numa instituição que luta há 35 anos e começava a ver resultados positivos,win bet doubleuma possível recuperação das espécieswin bet doubletartaruga marinha, e, do dia para a noite, a gente volta para a uma situaçãowin bet doubleincerteza", lamenta Jordana Freire.

Segurança

Desde o anúncio do rompimento da barragemwin bet doubleFundão, no distritowin bet doubleBento Rodrigues, que fez transbordar uma segunda barragemwin bet doublerejeitos, awin bet doubleSantarém, os pesquisadores do Tamarwin bet doubleLinhares intensificaram o deslocamento os ninhos das tartarugas para locais mais seguros, fora do alcance da lama, quando ela chegasse à foz do Rio Doce e ao mar.

"Nem deu tempowin bet doublechorar, só estamos trabalhando", afirma Thomé.

"Os ninhos já são depositados pelas fêmeas nas áreas secas da praia, onde a maré não banha. Mas estamos movendo porque a praia pode avançar, pode haver erosão natural. Preferimos fazer isso por segurança."

Desde setembro, quando começou o períodowin bet doublereprodução das tartarugas, maiswin bet double30 ninhos foram mudados nas praiaswin bet doubleRegência e Povoação. No início, apenas para deixá-los fora do caminho da água do Rio Doce até o mar. E depois do dia 5win bet doublenovembro, para impedir o contato com os rejeitoswin bet doubleminério.

A maior parte dos ninhos sãowin bet doubletartarugas-cabeçudas, que põem,win bet doublemédia, 100 ovos. De acordo com o biólogo, entre 70 e 80% destes ovos eclodem com filhotes e apenas um deles chegará à idade adulta,win bet doublecercawin bet double25 anos.

Para proteger os filhotes, os biólogos redobraram a atenção sobre o rumo que a mancha marrom tomará por causa dos ventos e das correntes marítimas – na terça-feira, ela já se estendia por cercawin bet double15 km ao norte da costa, 7 km ao sul e 10 km mar adentro, segundo a Secretariawin bet doubleMeio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo.

O objetivo é garantir que as pequenas tartarugas tenham um trechowin bet doublemar limpo para navegar. Por isso, monitoram os ninhos para acompanhar a abertura natural dos ovos e levam os filhotes a trechos da praia que estão mais distantes da mancha.

"Queremos que eles possam correr para o mar livreswin bet doublelama. Esse percurso é importante porque eles o memorizam para voltar no futuro."

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Foto: Divulgação Tamar/ICMBio

Crédito, Divulgacao Tamar

Legenda da foto, Deslocamentowin bet doubleninhoswin bet doubletartarugas começouwin bet doublesetembro, mas se intensificou após rompimentowin bet doublebarragem

Peixes perdidos

O bem-estar das tartarugas, no entanto, parece estar mais assegurado do que o dos peixes da região, diz Thomé, já que elas não respiram na água e se alimentam na superfície. "Ainda não sabemos o impacto que a lama pode ter nelas. Já os peixes estão morrendo porque os sedimentos são muito finos, entram nas brânquias (órgãoswin bet doublerespiração) e eles não conseguem respirar."

Além disso, as tartarugas-marinhas não são espécies residentes. Elas visitam a região para depositar seus ovos e só retornam anos depois, para fazê-lo novamente.

O rejeitowin bet doublemineraçãowin bet doubleferro é composto por terra, areia, água e resíduoswin bet doubleferro, alumínio e manganês, provenientes das operações da Samarco (joint venture entre a Vale e a BHP).

Desde que a lama atingiu o Rio Doce, toneladaswin bet doublepeixes mortos foram retiradoswin bet doublediversos trechos entre Minas Gerais e Espírito Santo, segundo pesquisadores.