'Nem deu tempoh2betchorar': a difícil missãoh2betsalvar filhotesh2bettartarugah2bet'marh2betlama':h2bet

Curta a página da<bold> BBC Brasil</bold> no <link type="page"><caption> Facebook</caption><url href="www.facebook.com/bbcbrasil" platform="highweb"/></link> e no <link type="page"><caption> Twitter</caption><url href="www.twitter.com/bbcbrasil" platform="highweb"/></link> para acompanhar os últimos desdobramentos da crise e muito mais.

<link type="page"><caption> Leia mais: Do turismo à fauna, 5 vozes da tragédia ambiental no litoral capixaba</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/11/151124_depoimentos_lama_es_cc_rm.shtml" platform="highweb"/></link>

<link type="page"><caption> Leia mais: 'Estamos apreensivos e revoltados', diz líder comunitário sobre chegadah2betlama ao mar</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/11/151121_moradores_regencia_espirito_santo_lama_lgb.shtml" platform="highweb"/></link>

O "tsunami marrom" chegou ao marh2betLinhares pela foz do Rio Doce no último domingo, mas tartarugas continuam saindo das águas contaminadas pela lama para depositar seus ovos nas praias locais, segundo o coordenador nacional do Tamar, João Carlos Thomé. E é provável que elas sejam velhas conhecidas dos pesquisadores.

"Estamos fazendo 30 anos do trabalhoh2betproteger todas as desovas. Esse ano, reparamos que as fêmeas são menores que as dos anos anteriores. Isso quer dizer que os jovens filhotes que protegemos lá atrás estão começando a voltar para as praias onde nasceram. Estamos recebendo a segunda geração", disse o biólogo à BBC Brasil.

Foto: Divulgação Tamar/ICMBio

Crédito, Divulgacao Tamar

Legenda da foto, Lama atingiu Rio Doce durante a reprodução dos peixes e chegou ao mar durante a reprodução das tartarugas marinhas

Depoish2betvencer desafios como o lixo jogado no mar e a pesca predatória, os biólogos consideravam bem sucedido o trabalhoh2betconservação dos animais até aqui – esta temporadah2betreprodução teve o maior númeroh2betdesovash2betLinhares, segundo Thomé –, mas agora temem o impacto da lama no seu cicloh2betvida.

"A sensação éh2betimpotência. Estamos numa instituição que luta há 35 anos e começava a ver resultados positivos,h2betuma possível recuperação das espéciesh2bettartaruga marinha, e, do dia para a noite, a gente volta para a uma situaçãoh2betincerteza", lamenta Jordana Freire.

Segurança

Desde o anúncio do rompimento da barragemh2betFundão, no distritoh2betBento Rodrigues, que fez transbordar uma segunda barragemh2betrejeitos, ah2betSantarém, os pesquisadores do Tamarh2betLinhares intensificaram o deslocamento os ninhos das tartarugas para locais mais seguros, fora do alcance da lama, quando ela chegasse à foz do Rio Doce e ao mar.

"Nem deu tempoh2betchorar, só estamos trabalhando", afirma Thomé.

"Os ninhos já são depositados pelas fêmeas nas áreas secas da praia, onde a maré não banha. Mas estamos movendo porque a praia pode avançar, pode haver erosão natural. Preferimos fazer isso por segurança."

Desde setembro, quando começou o períodoh2betreprodução das tartarugas, maish2bet30 ninhos foram mudados nas praiash2betRegência e Povoação. No início, apenas para deixá-los fora do caminho da água do Rio Doce até o mar. E depois do dia 5h2betnovembro, para impedir o contato com os rejeitosh2betminério.

A maior parte dos ninhos sãoh2bettartarugas-cabeçudas, que põem,h2betmédia, 100 ovos. De acordo com o biólogo, entre 70 e 80% destes ovos eclodem com filhotes e apenas um deles chegará à idade adulta,h2betcercah2bet25 anos.

Para proteger os filhotes, os biólogos redobraram a atenção sobre o rumo que a mancha marrom tomará por causa dos ventos e das correntes marítimas – na terça-feira, ela já se estendia por cercah2bet15 km ao norte da costa, 7 km ao sul e 10 km mar adentro, segundo a Secretariah2betMeio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo.

O objetivo é garantir que as pequenas tartarugas tenham um trechoh2betmar limpo para navegar. Por isso, monitoram os ninhos para acompanhar a abertura natural dos ovos e levam os filhotes a trechos da praia que estão mais distantes da mancha.

"Queremos que eles possam correr para o mar livresh2betlama. Esse percurso é importante porque eles o memorizam para voltar no futuro."

<link type="page"><caption> Leia mais: Como estão as investigações do desastreh2betMariana?</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/11/151117_mariana_investigacoes_cc.shtml" platform="highweb"/></link>

Foto: Divulgação Tamar/ICMBio

Crédito, Divulgacao Tamar

Legenda da foto, Deslocamentoh2betninhosh2bettartarugas começouh2betsetembro, mas se intensificou após rompimentoh2betbarragem

Peixes perdidos

O bem-estar das tartarugas, no entanto, parece estar mais assegurado do que o dos peixes da região, diz Thomé, já que elas não respiram na água e se alimentam na superfície. "Ainda não sabemos o impacto que a lama pode ter nelas. Já os peixes estão morrendo porque os sedimentos são muito finos, entram nas brânquias (órgãosh2betrespiração) e eles não conseguem respirar."

Além disso, as tartarugas-marinhas não são espécies residentes. Elas visitam a região para depositar seus ovos e só retornam anos depois, para fazê-lo novamente.

O rejeitoh2betmineraçãoh2betferro é composto por terra, areia, água e resíduosh2betferro, alumínio e manganês, provenientes das operações da Samarco (joint venture entre a Vale e a BHP).

Desde que a lama atingiu o Rio Doce, toneladash2betpeixes mortos foram retiradosh2betdiversos trechos entre Minas Gerais e Espírito Santo, segundo pesquisadores.