O peixe com famabet3645ter matado um rei - e o que ele pode ensinar à medicina:bet3645
bet3645 Em 1135, a Inglaterra mergulhoubet3645uma guerra civil por causa da morte repentina do rei Henrique 1º,bet3645meio a complicadas negociações parabet3645sucessão.
Reza a lenda que o conflito foi deflagrado por um peixe:bet3645vezbet3645morrerbet3645batalha oubet3645causas naturais, Henrique 1º foi vítimabet3645seu apreço por lampreias.
Tal história tem origem duvidosa, diz o historiador Giles Gasper, da Universidadebet3645Durham. Ainda assim, muitas crianças britânicas ao longo dos séculos aprenderam o peixe que teria matado um rei.
Mas as lampreias continuaram sendo parte do banquete real por muitas eras.
Os cientistas também adoram esses peixes. Só que por outras razões.
Ecologistas sabem que as lampreias são responsáveis pela manutenção da saúde dos rios. Médicos estudam-nas para entenderbet3645capacidade incrívelbet3645regeneração mesmo depoisbet3645danos severos - um fatorbet3645cura que pode oferecer uma formabet3645regenerar lesões na colunabet3645humanos.
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Origens humanas
Biólogos, porbet3645vez, descobriram que lampreias tiveram um papel crucial na história da vida. Estão entre os primeiros animais a evoluir. Estes peixes, então, carregam importantíssimas pistas sobre as origens humanas.
Lampreias se parecem com enguias. Têm um corpo longo e flexível, com olhos, boca e guelrasbet3645um lado, e uma barbatana do outro.
Mas é o que as lampreias não têm que as torna especiais.
Assim como alguns peixes primitivos, elas não têm ossos. Seus esqueletos são todos feitosbet3645cartilagem. As lampreias também não contam com algumas das mais importantes barbatanas comuns a alguns peixes, como as duas barbatanas peitorais e as duas pélvicas, quebet3645nossos ancestrais evoluíram para pernas.
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Mais notavelmente, as lampreias não têm mandíbulas. Suas bocas são uma espécie anel permanentemente aberto, repletobet3645dentes afiados - que as lampreias usam para morder outros peixes e sugar seu sangue.
Ancestrais
“As fotos usuais das lampreias mostram o disco com os dentes e algumas pessoas parecem ter fascínio com esse lado parasita delas”, diz John Hume, da Universidadebet3645Michigan.
A faltabet3645mandíbulas pode ser peculiar hoje, mas há centenasbet3645milhõesbet3645anos era norma no mundo animal. As lampreias e o peixe-bruxa são as únicas espécies que ainda sobrevivem. Segundo paleontologistas, fósseis datandobet3645maisbet3645360 milhõesbet3645anos atrás sugerem que pouco mudou nelas.
Isso não quer dizer que nossos ancestrais eram lampreias. É mais ou menos como os chimpanzés. Os dois animais explicam bastante sobre nossos ancestrais, mas nenhum deles está diretamente na linha evolucionária direta humana.
Porém, o ancestral direto humano provavelmente tinha similaridades com uma lampreia. Embet3645evolução, criou mandíbulas, pernas e,bet3645forma mais importante, nosso sistema imunológico adaptativo, que nos permite “memorizar” patógenos que nos fizeram malbet3645forma que possamos lutar contra elesbet3645modo mais eficiente no próximo round.
Mas voltando à esfera gourmet: por que as lampreias eram tão apreciadas na antiguidade, ao pontobet3645estimular a gulabet3645Henrique 1º? Uma das teses, segundo o professor Hume, é o fatobet3645o peixe ser calórico e carnudo.
Essas características específicas eram bastante úteisbet3645uma erabet3645que a força da religião frequentemente impunha jejuns que restringiam o consumobet3645carnes que não fossembet3645peixes. “Diasbet3645jejum eram quase um terço do ano”, afirma Gasper.
Mesmo nos diasbet3645hoje, a lampreia ainda tem ligações reais. A atual soberana britânica, Elizabeth 2ª, recebeu tortasbet3645lampreiabet3645presente por ocasião do 25º e 50º aniversáriosbet3645reinado.
Regeneração
Sim, as lampreias desapareceram dos rios britânicos,bet3645um processo que especialistas como Hume afirmam ter começado já na Revolução Industrial, no século 18. E não por causas óbvias como a poluição, mas pelo represamentobet3645águas, que dificultou a migração dos peixes para desovar. Em setembro deste ano, porém, autoridades ambientais britânicas anunciaram a descobertabet3645cardumesbet3645lampreias nas águas do país.
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“Esses peixes são extremamente úteis para o ecossistema. Eles transportam nutrientesbet3645lagos para rios e suas larvas filtram a água”, explica Hume.
Há aindabet3645contribuição para a medicina: proteínas na saliva dos peixes agem como anticoagulantes e dilatam vasos sanguíneos, o que os ajuda a “vampirizar” outras criaturas marinhas.
Elas também têm alta tolerância a ferro, o que pode ser útil para pesquisadores estudando curas para a hemocromatose, uma condição que afeta pessoas incapazesbet3645controlar a quantidadebet3645ferro que absorvembet3645alimentos e que podem resultarbet3645uma sériebet3645males, incluindo cirrose e disfunção erétil.
Por fim, há a incrível capacidadebet3645regeneração destes peixes, que podem praticamente se recuperar totalmentebet3645lesões totais embet3645medula. Algo com que humanos podem atualmente podem apenas sonhar.
E um mapeamento genéticobet3645lampreias feitobet36452013 revelou similaridades surpreendentes entre os genes delas e os nossos. “Muitas famíliasbet3645genes estão presentes tantobet3645lampreias comobet3645humanos", diz Ona Bloom, do Instituto Feinsteinbet3645Pesquisas Médicas, nos EUA.
“E uma área com muitos genesbet3645comum é o sistema nervoso”.
Sendo assim, pesquisas sobre a regeneraçãobet3645lampreias podem proporcionar pistasbet3645como promover o mesmobet3645outros animais. Ainda que tal tratamento ainda precisebet3645muitos anos para ser desenvolvido, segundo Bloom.
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<bold><italic>Leia a <link type="page"><caption> versão original dessa reportagembet3645inglês</caption><url href="http://www.bbc.com/earth/story/20151102-meet-a-lamprey-your-ancestors-looked-just-like-it" platform="highweb"/></link> no site da <link type="page"><caption> BBC Earth</caption><url href="http://www.bbc.com/earth" platform="highweb"/></link> </italic></bold>