Policiais aprendem português para enfrentar criminalidade brasileira no Japão:reloj bwin sport

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Legenda da foto, Polícia japonesa oferece aulasreloj bwin sportportuguês desde 2003

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Por maisreloj bwin sportuma década, os brasileiros ocuparam o segundo lugar no rankingreloj bwin sportcrimes cometidos por estrangeiros no Japão, atrás apenas dos chineses.

Mas desde o ano passado, os vietnamitas passaram a ocupar a posição.

Por causa desses números, a Academia Nacionalreloj bwin sportPolícia do Japão introduziu o ensino da língua portuguesa.

"Durante dois anos,reloj bwin sportsegunda a sexta, eles aprendem o nosso idioma, inclusive gírias e termos técnicos jurídicos", conta à BBC Brasil o professor Miguel Kamiunten, que dá aulas para policiais japoneses.

"O objetivo é facilitar o trabalho comunitárioreloj bwin sportregiões com grande concentraçãoreloj bwin sportbrasileiros, como passar informações, desenvolver açõesreloj bwin sportprevenção e dar orientações aos brasileiros", explica.

Mas Kamiunten, que é brasileiro, também diz que as aulas foram implantadas por causa do alto índicereloj bwin sportcriminalidade entre os brasileiros que vivem no Japão. Até agora, cercareloj bwin sport200 policiais já se formaram neste curso.

"Uma preocupação é não ensinar 100% a gramática, mas habilitar esses policiais a se comunicarem oralmente com os brasileiros, principalmente com os jovens", conta.

As gírias, explica Kamiunten, servem para que os japoneses entendam a conversa caso os suspeitos comecem a falar somentereloj bwin sportcódigos.

"Por isso, ensinamos também gestos e as abreviações mais usadasreloj bwin sportmensagens instantâneas", diz o professor.

Perfil dos presos

O númeroreloj bwin sportbrasileirosreloj bwin sportdetenções e reformatórios japoneses também caiu nos últimos anos. Hoje são 397 presos, segundo dados da Justiça do Japão.

"Quando conversei com os presos brasileiros, fiquei surpreso com o nível das pessoas que estavam ali. A maioria éreloj bwin sportclasse média e que você nunca imaginaria encontrar numa prisão", diz Marco Farani, cônsul-geral do Brasilreloj bwin sportTóquio.

<link type="page"><caption> Leia mais: Saga dos decasséguis, 'tapa-buracos' da indústria japonesa, faz 25 anos</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/06/150309_decassegui_25_anos_et" platform="highweb"/></link>

Quando fala sobre o tema da violênciareloj bwin sportbrasileiros no Japão, ele não esconde a decepção.

O diplomata chegou ao Japãoreloj bwin sport2012 e uma das primeiras coisas que quis fazer foi conhecer a realidade dos cercareloj bwin sport120 brasileiros presos emreloj bwin sportjurisdição.

"Queria entender por que eles cometem crimes", explica. Mas a resposta é complexa, como ele mesmo afirma, por conta da diversidadereloj bwin sportmotivos ereloj bwin sportdelitos.

Em 25 anosreloj bwin sportmovimento decasségui, há registros policiaisreloj bwin sporthomicídios, crimes do colarinho branco, formaçãoreloj bwin sportquadrilhas especializadasreloj bwin sportfurtosreloj bwin sportcarros, tráficoreloj bwin sportdrogas e rouboreloj bwin sportbanco – crimes com os quais o Japão não estava acostumado a lidar.

Segundo um relatório do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o número totalreloj bwin sportbrasileiros presos no exterior éreloj bwin sport2.787.

Os Estados Unidos lideram com 407 presos, seguido do Japão, com 397 brasileiros encarcerados, o que representa 97% do totalreloj bwin sportpresos brasileiros na Ásia.

A maioria dos presos no país, segundo o Itamaraty, é formada por jovens envolvidosreloj bwin sportfurtos e roubosreloj bwin sportpequeno valor, alémreloj bwin sporttráfico e consumoreloj bwin sportdrogas.

"Pela grande quantidadereloj bwin sportjovens presos, podemos dizer que a questão da educação é um dos pontos cruciais no caso do Japão", afirma Kamiunten, que também é ativista e membro do Conselhoreloj bwin sportCidadãos do Consulado-Geral do Brasilreloj bwin sportTóquio.

Para ele, há uma falha no processo educacional que nem os governos brasileiro e japonês nem as famílias estão conseguindo superar.

"É preciso mais atenção nessa área", pede Kamiunten.

Livro

O tema da violência na comunidade brasileira chamou também a atenção do advogado Mário Tokairin,reloj bwin sport67 anos, brasileiro que vive no Japão há 25 anos e que no Brasil já atuou como juizreloj bwin sportDireito.

Desde que chegou ao Japão ele começou a colecionar recortes dos jornais que circulavam na comunidade brasileira com as histórias policiais.

Credito: Arquivo pessoal

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, O advogado Mário Tokairin escreveu um livro sobre os principais crimes cometidos por brasileiros no Japão

Cinco anos atrás, resolveu que era horareloj bwin sportescrever um livro contando os principais casos que marcaram esses 25 anosreloj bwin sportmovimento decasségui.

<link type="page"><caption> Leia mais: 'No Japão, terra dos meus pais, descobri que sou 100% brasileiro'</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/06/150512_depoimento_decassegui_ewerton_lab" platform="highweb"/></link>

"Reuni cercareloj bwin sport30 histórias, mas ainda não consegui uma editora para publicar o livro", conta Tokairin, que há 11 anos dá aulasreloj bwin sportportuguês na Universidadereloj bwin sportGunma.

Entre os casos mais relevantes ele cita o primeiro homicídio envolvendo um brasileiro,reloj bwin sport1992. "Ficou conhecido como 'caso Maeda',reloj bwin sportque o brasileiro Terumi Maeda Jr. foi preso e julgado culpado pela mortereloj bwin sportuma garçonete japonesa", fala.

Outro caso marcante aconteceu na cidadereloj bwin sportHamamatsu, na provínciareloj bwin sportShizuoka,reloj bwin sport2006. Edilson Donizete Neves matou a namorada Sônia Aparecida Ferreira Sampaio Misaki, que tinha 41 anos na época, e os dois filhos dela, Hiroaki Misaki, 15 anos, e Hiroyuki Misaki, 10 anos.

Os corpos só foram encontrados quatro dias depois pelo pai das crianças, Marcílio Koichi Misaki, separadoreloj bwin sportSônia, que não suportou a perda da família e cometeu suicídioreloj bwin sport2010 no Japão.

Um dia depoisreloj bwin sportcometer o triplo homicídio, Neves fugiu para o Brasil e foi presoreloj bwin sportjaneiroreloj bwin sport2008 no interiorreloj bwin sportSão Paulo. Seis meses depois, porém, ele foi solto por faltareloj bwin sportdocumentaçãoreloj bwin sportacusação.

O acusado desapareceureloj bwin sportnovo, mas foi encontrado e presoreloj bwin sportagostoreloj bwin sport2013, no interiorreloj bwin sportMinas Gerais. Ele não resistiu à prisão.

No começo deste ano, o Tribunalreloj bwin sportJustiçareloj bwin sportSão Paulo divulgou que vai convocar um júri popular para o julgamento do brasileiro. Mas a data ainda não foi marcada.

Para Tokairin, é importante relembrar todas estas histórias para servirreloj bwin sportalerta. "Estamos na mira da polícia e, além disso, aqui a Justiça funciona", lembra.