'Beefalo': o híbridocodigo betnacionalvaca e bisão que ameaça o Grand Canyon:codigo betnacional
codigo betnacional Uma estranha criatura híbrida, resultadocodigo betnacionaluma tentativa fracassadacodigo betnacionalse criar uma raça metade vaca metade bisão no início do século 20, está causando estragos no Grand Canyon, no sudoeste dos Estados Unidos.
Apelidadoscodigo betnacional"beefalo", esses animais ─ que atualmente vivem soltos ─ estão se provando uma dorcodigo betnacionalcabeça tanto para ambientalistas quanto para grupos indígenas, que querem exterminá-los.
Também despertam tanta curiosidade que alguns turistas vêm colocando suas vidascodigo betnacionalrisco apenas por uma oportunidade para observá-los.
O problema estácodigo betnacionalseu comportamento considerado "destrutivo": bebem muita água, comem vorazmente, destroem o solo e a vegetação por onde passam.
Estima-se que, na área da reserva natural conhecida como North Rim, vivam cercacodigo betnacional600 animais dessa espécie.
De acordo com ambientalistas, o "beefalo" pode consumir até 45 litroscodigo betnacionalágua por dia, o que significa que uma manada inteira pode colaborar para baixar consideravelmente o nívelcodigo betnacionaláguacodigo betnacionalum córregocodigo betnacionalpoucas horas.
Mas esse não é o único dano ambiental que esses animais causam. Também defecamcodigo betnacionalfontescodigo betnacionalágua potável e seu peso compacta o solo.
O apetite voraz e o hábitocodigo betnacionaltomar "banhoscodigo betnacionalpoeira" deixam a terra sem nutrientes, explicam ambientalistas.
Além disso, à medida quecodigo betnacionalpopulação cresce, outros animais são obrigados a deixar o local, fazendo com que o ecossistema perca seu equilíbrio natural, acrescentam.
Insetos e plantas exóticas também são afetados com essa mudança.
Destruição
Martha Hahn, coordenadoracodigo betnacionalrecursos naturais do Parque Nacional do Grand Canyon, levou a reportagem da BBC a um dos lagos (são sete no total), onde os danos são evidentes.
"Entre 200 e 300 beefalos bebem desta fontecodigo betnacionalágua e podem acabar com ela muito rapidamente", diz ela.
"Cercacodigo betnacional80% das nossas plantas e outras espécies dependemcodigo betnacionalrecursos hídricos limitados. Há, no total, provavelmente sete lagos como este no parque ecodigo betnacionaláreas adjacentes. Sem água, outras espécies serão afetadas", explica ela.
Em umcodigo betnacionalseus experimentos, Tom Sisk, professorcodigo betnacionalciência e política ambiental da Universidade do Norte do Arizona, cercou metade da áreacodigo betnacionalpastagem para estudar os efeitos, mas os "beefalos" a destruíram.
À primeira vista, o potencial destrutivocodigo betnacionaluma manadacodigo betnacional600 animais não parece significativo se considerada a extensão do Grand Canyon, mas o impacto dessa espécie se concentra, na verdade,codigo betnacionaláreas mais sensíveis.
Os "beefalos" destruíram ruínascodigo betnacionalpedra do local, que até hoje é considerado sagrado para muitos grupos indígenas.
Populaçãocodigo betnacionalalta
Logo no início da visita, a reportagem da BBC presenciou centenas desses animais na entrada do parque, ao lado da estrada.
"É incrível. Sinceramente nunca vi tantos juntoscodigo betnacionaltodos os anos que eu trabalhei aqui", disse Sisk.
"Há alguns anos, era comum ouvir histórias sobre o bisão fantasma do Grand Canyon. Por muito tempo, muita gente veio aqui para observar essa criatura. O que estamos vendo agora é um aumento dramático da populaçãocodigo betnacionalum animal real e potencialmente destrutivo”.
Muitos turistas param para tirar fotos e alguns correm mais riscos do que outros.
"Um acidente ocorre,codigo betnacionalmédia, por dia", diz Hahn. "Se um carro acaba parado entre um bezerro ecodigo betnacionalmãe, ela ataca o veículo".
Experiência malsucedida
A criação dos "beefalos" partiucodigo betnacionalum homem chamado Charles "Buffalo" Jones,codigo betnacional1906.
Naquela época, a populaçãocodigo betnacionalbúfalos - um animal icônico nos Estados Unidos – estavacodigo betnacionalqueda. Jones cruzou, então, os bisões com vacas domésticas para produzir um animal forte, que pudesse ser comercializado.
Quando ele abandonou a ideia, os animais ficaram a cargo dos proprietários dos ranchos onde a espécie era criada. Para controlar o crescimento da população, autoridades locais entregaram licençascodigo betnacionalcaça limitadas.
Tudo parecia transcorrer sem problemas até o momentocodigo betnacionalque os "beefalos" entraram no Parque Nacional, onde a caça é proibida e não existem predadores naturais.
O resultado foi um aumento no número desses animais da ordemcodigo betnacional50% ao ano.
Os "beefalos" também se aventuram fora do parque, mas fora da temporadacodigo betnacionalcaça. Hahn acredita que os animais aprenderam a determinar quando o período começa e termina.
Medidas
Por ora, as autoridades locais estão discutindo a melhor maneira sobre o que fazer com os "beefalos".
Enquanto alguns caçadores defendem a ideiacodigo betnacionalpermitir matar os animais, grupos indígenas se opõem à prática por condenarem a morte por esporte.
As opções incluem métodos letais e não-letais, como cercá-los ou dar contraceptivos aos animais.
Mas até o momento, nenhuma das iniciativas se provou bem-sucedida.
Entre as alternativas para reduzir os estragos causados pelos beefalos, houve até quem sugerisse que os indígenas "adotassem" os bisões como animais domésticos, algo que já faz partecodigo betnacionalsua tradição cultural.
No entanto, nenhuma ação será implementada até o próximo ano.