'Beefalo': o híbridoleo vegas ganhadoresvaca e bisão que ameaça o Grand Canyon:leo vegas ganhadores

(BBC)
Legenda da foto, Comportamento considerado "destrutivo" dos 'beefalos' vem causando danos à conhecida reserva natural dos Estados Unidos

leo vegas ganhadores Uma estranha criatura híbrida, resultadoleo vegas ganhadoresuma tentativa fracassadaleo vegas ganhadoresse criar uma raça metade vaca metade bisão no início do século 20, está causando estragos no Grand Canyon, no sudoeste dos Estados Unidos.

Apelidadosleo vegas ganhadores"beefalo", esses animais ─ que atualmente vivem soltos ─ estão se provando uma dorleo vegas ganhadorescabeça tanto para ambientalistas quanto para grupos indígenas, que querem exterminá-los.

Também despertam tanta curiosidade que alguns turistas vêm colocando suas vidasleo vegas ganhadoresrisco apenas por uma oportunidade para observá-los.

O problema estáleo vegas ganhadoresseu comportamento considerado "destrutivo": bebem muita água, comem vorazmente, destroem o solo e a vegetação por onde passam.

Estima-se que, na área da reserva natural conhecida como North Rim, vivam cercaleo vegas ganhadores600 animais dessa espécie.

De acordo com ambientalistas, o "beefalo" pode consumir até 45 litrosleo vegas ganhadoreságua por dia, o que significa que uma manada inteira pode colaborar para baixar consideravelmente o nívelleo vegas ganhadoreságualeo vegas ganhadoresum córregoleo vegas ganhadorespoucas horas.

Mas esse não é o único dano ambiental que esses animais causam. Também defecamleo vegas ganhadoresfontesleo vegas ganhadoreságua potável e seu peso compacta o solo.

O apetite voraz e o hábitoleo vegas ganhadorestomar "banhosleo vegas ganhadorespoeira" deixam a terra sem nutrientes, explicam ambientalistas.

Além disso, à medida queleo vegas ganhadorespopulação cresce, outros animais são obrigados a deixar o local, fazendo com que o ecossistema perca seu equilíbrio natural, acrescentam.

Insetos e plantas exóticas também são afetados com essa mudança.

Destruição

(BBC)
Legenda da foto, Grand Canyon é considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo

Martha Hahn, coordenadoraleo vegas ganhadoresrecursos naturais do Parque Nacional do Grand Canyon, levou a reportagem da BBC a um dos lagos (são sete no total), onde os danos são evidentes.

"Entre 200 e 300 beefalos bebem desta fonteleo vegas ganhadoreságua e podem acabar com ela muito rapidamente", diz ela.

"Cercaleo vegas ganhadores80% das nossas plantas e outras espécies dependemleo vegas ganhadoresrecursos hídricos limitados. Há, no total, provavelmente sete lagos como este no parque eleo vegas ganhadoresáreas adjacentes. Sem água, outras espécies serão afetadas", explica ela.

Em umleo vegas ganhadoresseus experimentos, Tom Sisk, professorleo vegas ganhadoresciência e política ambiental da Universidade do Norte do Arizona, cercou metade da árealeo vegas ganhadorespastagem para estudar os efeitos, mas os "beefalos" a destruíram.

À primeira vista, o potencial destrutivoleo vegas ganhadoresuma manadaleo vegas ganhadores600 animais não parece significativo se considerada a extensão do Grand Canyon, mas o impacto dessa espécie se concentra, na verdade,leo vegas ganhadoresáreas mais sensíveis.

Os "beefalos" destruíram ruínasleo vegas ganhadorespedra do local, que até hoje é considerado sagrado para muitos grupos indígenas.

Populaçãoleo vegas ganhadoresalta

Logo no início da visita, a reportagem da BBC presenciou centenas desses animais na entrada do parque, ao lado da estrada.

"É incrível. Sinceramente nunca vi tantos juntosleo vegas ganhadorestodos os anos que eu trabalhei aqui", disse Sisk.

"Há alguns anos, era comum ouvir histórias sobre o bisão fantasma do Grand Canyon. Por muito tempo, muita gente veio aqui para observar essa criatura. O que estamos vendo agora é um aumento dramático da populaçãoleo vegas ganhadoresum animal real e potencialmente destrutivo”.

Muitos turistas param para tirar fotos e alguns correm mais riscos do que outros.

"Um acidente ocorre,leo vegas ganhadoresmédia, por dia", diz Hahn. "Se um carro acaba parado entre um bezerro eleo vegas ganhadoresmãe, ela ataca o veículo".

Experiência malsucedida

(BBC)
Legenda da foto, 'Beefalos' vêm causando grandes estragos ambientais no Parque Nacional do Grand Canyon, nos Estados Unidos

A criação dos "beefalos" partiuleo vegas ganhadoresum homem chamado Charles "Buffalo" Jones,leo vegas ganhadores1906.

Naquela época, a populaçãoleo vegas ganhadoresbúfalos - um animal icônico nos Estados Unidos – estavaleo vegas ganhadoresqueda. Jones cruzou, então, os bisões com vacas domésticas para produzir um animal forte, que pudesse ser comercializado.

Quando ele abandonou a ideia, os animais ficaram a cargo dos proprietários dos ranchos onde a espécie era criada. Para controlar o crescimento da população, autoridades locais entregaram licençasleo vegas ganhadorescaça limitadas.

Tudo parecia transcorrer sem problemas até o momentoleo vegas ganhadoresque os "beefalos" entraram no Parque Nacional, onde a caça é proibida e não existem predadores naturais.

O resultado foi um aumento no número desses animais da ordemleo vegas ganhadores50% ao ano.

Os "beefalos" também se aventuram fora do parque, mas fora da temporadaleo vegas ganhadorescaça. Hahn acredita que os animais aprenderam a determinar quando o período começa e termina.

Medidas

Por ora, as autoridades locais estão discutindo a melhor maneira sobre o que fazer com os "beefalos".

Enquanto alguns caçadores defendem a ideialeo vegas ganhadorespermitir matar os animais, grupos indígenas se opõem à prática por condenarem a morte por esporte.

As opções incluem métodos letais e não-letais, como cercá-los ou dar contraceptivos aos animais.

Mas até o momento, nenhuma das iniciativas se provou bem-sucedida.

Entre as alternativas para reduzir os estragos causados pelos beefalos, houve até quem sugerisse que os indígenas "adotassem" os bisões como animais domésticos, algo que já faz parteleo vegas ganhadoressua tradição cultural.

No entanto, nenhuma ação será implementada até o próximo ano.