Dilma mostra indignação por mortecasino betano onlinecinegrafista; sindicatos cobram segurança:casino betano online
Do total, 75 foram casoscasino betano onlineviolência intencional, sendo 60 cometidos pela polícia e 15 por manifestantes. Entre os mais emblemáticos estão os casos da repórter da Folhacasino betano onlineS. Paulo Giuliana Vallone, atingida no olho por uma balacasino betano onlineborracha disparada por um PM, e do repórter fotográfico Sérgio Andrade da Silva, que ficou cegocasino betano onlineum olho pelo mesmo motivo.
No mesmo diacasino betano onlineque Santiagocasino betano onlineAndrade foi atingido, um repórter do UOL e outro do jornal O Globo foram agredidos pela Polícia Militar com golpescasino betano onlinecassetete.
O Brasil também está no topo dos países do continente mais perigosos para a profissão. De acordo com a Sociedade Interamericanacasino betano onlineImprensa, nos últimos 25 anos morreram 445 jornalistas na América Latina, sendo 129 na Colômbia, 116 no México e 47 no Brasil,casino betano onlineterceiro lugar.
Para o órgão, a situação é "alarmante".
Em Brasília, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a Abert (Associação Brasileiracasino betano onlineEmissorascasino betano onlineRádio e Televisão) circularam uma carta com exigências - entre elas uma reunião com o ministro da Justiça e a assinaturacasino betano onlineum protocolo com as empresas, garantindo mais equipamentoscasino betano onlinesegurança, treinamento e aprimorando o sistemacasino betano onlinedecisões sobre coberturascasino betano onlinerisco.
Para o Sindicato dos Jornalistas do Riocasino betano onlineJaneiro, é inaceitável que um cinegrafista estivesse trabalhandocasino betano onlineum ambiente hostil "sem capacete, sem máscaracasino betano onlinegás, sem colete à provacasino betano onlinebalas, totalmente sozinho, sem nenhum sistemacasino betano onlineapoio ou logística para a situaçãocasino betano onlineque se encontrava".
A entidade tem reuniões marcadas com as empresascasino betano onlinecomunicação do Rio no fim desta semana.
Doze anos atrás, quando o jornalista da TV Globo Tim Lopes foi sequestrado, torturado e morto durante uma cobertura no Complexo do Alemão, sindicatos e patrões assinaram uma sériecasino betano onlineacordos que garantiram a criaçãocasino betano onlinenovos protocolos para atuaçãocasino betano onlinefavelas. A maioria, no entanto, já foi abandonada para as comunidades pacificadas.
O presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Riocasino betano onlineJaneiro (Arfoc-Rio), Alberto Guimarães Jacob, disse que as empresascasino betano onlinecomunicação vêm resistindo, ao longo dos anos, a investircasino betano onlineequipamentoscasino betano onlinesegurança e que muitos trabalhamcasino betano onlinesituação precária.
Veja a repercussão do caso entre os entrevistados da BBC Brasil:
Celso Schröder, presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)
Recebemos a notícia com indignação e solidariedade com a família do companheiro morto. Mas também precisamos exigir do Estado brasileiro uma reação à esta situaçãocasino betano onlineviolência. Neste casocasino betano onlinesi, a punição exemplar do autor, do cúmplice ou cúmplices, ou dos seus autores intelectuais.
Além disso, os jornalistas brasileiros não têm segurança. Os números demonstram isso, já que há mortes todos os anos. Não há segurança por partecasino betano onlineseus empregadores, por parte do Estado, que não tem políticas públicas, e nem por parte da sociedade, que muitas vezes se volta contra eles. É inadmissível que numa democracia se produzam núcleoscasino betano onlineviolência contra a imprensa.
Capacetes e coletes ajudam, mas não resolvem o problema. Por isso propusemos a criação desse protocolo com novos compromissos firmados entre as empresas e os profissionais. Com mais equipamentos, treinamentos, e um ambientecasino betano onlinetranquilidade para decidir sobre coberturascasino betano onlinerisco, fazendo avaliações antes e depois da saída do repórter para a pauta.
Alberto Guimarães Jacob, presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Riocasino betano onlineJaneiro (Arfoc-Rio)
Desde a morte do Tim Lopes,casino betano online2002, reivindicamos uma sériecasino betano onlinemudanças junto às empresas para proteger os jornalistas. Quem faz matériacasino betano onlinecomunidade, com tiroteio, riscos, precisacasino betano onlinecoletes apropriados, capacetes, treinamento para lidar com esse tipocasino betano onlinesituação, não sócasino betano onlinecomo se portar, mas do impacto emocional.
Chegou a haver um períodocasino betano onlinecursos um tempo, mas foram descontinuados, e muitos não estavam adaptados para a realidade local. Todos os anoscasino betano onlinenossas reuniões eles resistemcasino betano onlinedar os equipamentoscasino betano onlinesegurança.
Em 2011, outro cinegrafista da Band, Gelson Domingos da Silva, morreu durante o trabalho. O colete que ele estava usando não protegia contra tiroscasino betano onlinefuzil, e ele foi atingido durante um tiroteio. Isso mostra que estamos corretoscasino betano onlineexigir equipamentos adequados - não pode ser qualquer colete, qualquer capacete.
Outra coisa é que não se pode ir sozinho a uma manifestação. O Santiago jamais poderia estar sozinho.
Não é território fácil. De um lado estão os black blocs e do outro, a polícia. E ninguém quer que você mostre os excessos. Ficamos no meio do fogo cruzado, mas é obrigação do Estado garantir que nenhum jornalista sofra agressão por parte da polícia. O Estado tem que ter como política quecasino betano onlinepolícia jamais agrida profissionais da imprensa.
Ricardo Pedreira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ)
A ANJ lamenta profundamente a morte do cinegrafista e se solidariza comcasino betano onlinefamília e seus colegascasino betano onlinetrabalho. O mais preocupante disso tudo é que é resultadocasino betano onlineuma escaladacasino betano onlineviolência nessas manifestações,casino betano onlinemuitos casos por parte da Polícia Militar, e por vezes dos manifestantes, mas é um ato criminoso que vem se repetindo, um desrespeito à cidadania e aos direitos humanos.
Esperamos agora que as autoridades, alémcasino betano onlineapurarem o crime, busquem formacasino betano onlineque essas manifestações, que são absolutamente legítimas e democráticas, ocorram sem abusos.
Eu acho que as empresas têm se preocupado cada vez mais com isso e têm buscado formascasino betano onlineproteger seus profissionais. Mas parece claro que há espaço para avançar e me parece que elas estão indo atrás disso.
Há que se buscar padrões, protocoloscasino betano onlinesegurança para aumentar a proteção dos profissionaiscasino betano onlineimprensa, mas reforço que as autoridades devam buscar formascasino betano onlinegarantir a segurança dos jornalistas que estão ali documentando o que está acontecendo.
Claudio Paolillo, presidente da Comissãocasino betano onlineLiberdadecasino betano onlineImprensa e Informação da Sociedade Interamericanacasino betano onlineImprensa (SIP)
Tanto os manifestantes quanto os agentescasino betano onlinesegurança do governo estão colocando cada vez maiscasino betano onlinerisco o trabalho dos jornalistas no Brasil. As condições estão piorandocasino betano onlineforma alarmante, na visão da SIP, e o fatocasino betano onlineo país ser o terceiro (do continente) com maior númerocasino betano onlinemortescasino betano onlinejornalistas é bastante preocupante.
Embora no casocasino betano onlineAndrade as responsabilidades ainda não estejam claras, o fatocasino betano onlineo Brasil ter se convertidocasino betano onlineum dos países mais perigosos para o exercício da profissão se deve a diferentes responsáveis.
Estamos com esperançacasino betano onlineque o gesto da presidente Dilma Rousseff,casino betano onlineque a PF vai ajuda no inquérito, se traduzacasino betano onlineuma verdadeira investigação.
E lembramos que a mortecasino betano onlineum jornalista é a mortecasino betano onlineuma possibilidadecasino betano onlinehistórias que esta pessoa poderia contar, e que não havendo punição, o que se segue é a autocensura. Além disso,casino betano onlinevista das estatísticas e do contexto atual da região, me parece muito necessário que as empresascasino betano onlinecomunicação brasileiras tomem muito mais precauções do que tomam hojecasino betano onlinedia.
Guilherme Alpendre, diretor-executivo da Abraji (Associação Brasileiracasino betano onlineJornalismo Investigativo)
Por mais que o jornalista tenha feito,casino betano onlineacordo com a informação que me foi passada, um treinamentocasino betano onlinesegurança no ano passado, é claro que este tipocasino betano onlinesituação,casino betano onlinemanifestações, é altamente imprevisível - sobretudo um rojão que explode do lado dacasino betano onlinecabeça.
Recebemos a notícia com muito pesar, e acrescentou à nossa percepçãocasino betano onlineque estamos vendo no Brasil uma sériecasino betano onlineataques diretos contra jornalistas. Precisamos alterar protocolos, normas, tornar padrão essa preocupação com segurança. A empresa não pode deixar o profissional ir para a rua sem capacete, sem equipamentos, sem colegas.
E a sociedade precisa compreender que um ataque a um jornalista é uma violação ao direitocasino betano onlineinformação, que fere a todos.
Paula Máiran, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Riocasino betano onlineJaneiro
Essa morte poderia ter sido evitada, sem dúvida. A gente recebe com muito pesar essa notícia, e interpretamos como uma tragédia anunciada. Ela revela a conjuntura precária do trabalho dos jornalistas no Brasil e sobretudo no Riocasino betano onlineJaneiro, ainda maiscasino betano onlinesituaçõescasino betano onlinerisco.
Trata-secasino betano onlineuma condição inaceitávelcasino betano onlinetrabalho para um repórter cinematográfico. Sem capacete, sem máscaracasino betano onlinegás, sem colete, sem nenhum sistemacasino betano onlineapoio oucasino betano onlinelogística para a situaçãocasino betano onlineque ele estava trabalhando.
Em novembro do ano passado fizemos um relatório com as agressões a jornalistas e nossa preocupação com segurança e apresentamos ao Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual, Secretaria Estadualcasino betano onlineSegurança Pública e às empresascasino betano onlinecomunicação, alémcasino betano onlinediversas entidadescasino betano onlinedireitos humanos.
Agora vamos iniciar as negociações, nos dias 12 e 14casino betano onlinefevereiro, por mais segurança e sobretudo pelo direito do jornalistacasino betano onlinenegar uma cobertura que ele julga que colocacasino betano onlinevidacasino betano onlinerisco.
Pedro Dória, editor-executivo do jornal O Globo
Me parece uma discussão incrivelmente deslocada dizer que os jornalistas vão ter que usar coletes, máscarascasino betano onlinegás, e questionar as organizações jornalísticas pelos equipamentoscasino betano onlinesegurança, quando o que aconteceu foi um assassinato. Alguém mascarado recebeu um foguetecasino betano onlineoutro sujeito mascarado. Os dois estavam vestidos como black blocs. Não estou dizendo que eram, porque não sei disso.
Não se pode transformar a discussão dizendo que as empresas têm parte da responsabilidade.
No Globo, o repórter que se sente ameaçadocasino betano onlinecoberturas específicas é tiradocasino betano onlinecirculação. Se não quiser assinar um artigo, não assina. Nós tivemos repórteres e fotógrafos que apanharam da polícia, sim, e eu não estou tentando fazer pouco da agressão policial,casino betano onlineforma alguma.
Agora, quem toca um climacasino betano onlineterror para os repórteres são os black blocs.
Eu acho que nada vai mudar no Globo, porque as coisas que nós vínhamos fazendo vão continuar - por exemplo, rodíziocasino betano onlinerepórteres. Mas talvez busquemos, sim, capacetes mais fortes. Acho que no Riocasino betano onlineJaneiro, quem ainda não tinha desse tipocasino betano onlinecapacete vai comprar amanhã.
Sérgio Dávila, editor-executivo da Folhacasino betano onlineS.Paulo
Vejo a notícia como uma tragédia da qual infelizmente nossa profissão não está livre.
Imagino que já seja ponto pacífico nas empresas jornalísticas tercasino betano onlineprimeiro lugar a segurançacasino betano onlineseus profissionais quandocasino betano onlinecoberturascasino betano onlinerisco. Sim, espero que o triste eventocasino betano onlinehoje sirva para que tais políticas sejam revistas e revisadas, quando e se for necessário.
Lembro que outros profissionais da imprensa foram atingidos antes do episódiocasino betano onlinehoje, jácasino betano onlinejunho do ano passado, por manifestantes e por soldados da Polícia Militar. Felizmente, nenhum deles teve o desfecho trágicocasino betano onlinehoje. Mas desde então empresas como a Folha revisaramcasino betano onlinepolíticacasino betano onlinesegurança e, quando foi o caso, a mudaram.