Hidrelétricas 'impulsionam desmatamento indireto' na Amazônia:ao vivo crash blaze

Usinaao vivo crash blazeBelo Monte vistaao vivo crash blaze2012. Foto: AFP
Legenda da foto, Floresta foi desmatada no entorno das usinasao vivo crash blazeJirau, Santo Antônio e Belo Monte (foto)

Segundo ele, as hidrelétricas atraem migrantes e valorizam as terras onde são implantadas. Sem fiscalização e punição eficientes, diz ele, moradores se sentem encorajados a desmatar áreas públicas para tentar vendê-las informalmente.

No casoao vivo crash blazeBelo Monte, Barreto afirma que o desmatamentoao vivo crash blazetorno da usina seria menor se o governo tivesse seguido a recomendação do relatórioao vivo crash blazeimpacto ambiental da obra para criar 15 mil km²ao vivo crash blazeUnidadesao vivo crash blazeConservação na região.

Uma pesquisa do Imazon, da qual Barreto é coautor, estima que o desmatamento indireto causado pela hidrelétrica atingirá 5.100 km²ao vivo crash blaze20 anos, dez vezes o tamanho da área a ser alagada pela barragem.

Na bacia do Tapajós (PA), onde o governo pretende erguer uma sérieao vivo crash blazeusinas, ele diz a área desmatada indiretamente chegará a 11 mil km².

Fórmula do desmatamento

O engenheiro Felipe Aguiar Marcondesao vivo crash blazeFaria desenvolveao vivo crash blazeseu projetoao vivo crash blazePhD na Universidade Carnegie Mellon (EUA) uma fórmula complexa. Ele pretende incluir os efeitos indiretos da construçãoao vivo crash blazehidrelétricas na Amazônia – como o desflorestamento gerado por imigração ou especulação fundiária – no cálculo das emissõesao vivo crash blazecarbono das obras.

Usinaao vivo crash blazeBelo Monte
Legenda da foto, Desmatamento indireto causado por Belo Monte pode atingir até 5.100 km²ao vivo crash blaze20 anos, diz estudo

A conta, que mede a liberaçãoao vivo crash blazegases causadores do efeito estufa, normalmente levaao vivo crash blazeconta somente as emissões geradas pela perdaao vivo crash blazevegetação e pela degradação da biomassa na área inundada pelas barragens.

"Se a construçãoao vivo crash blazeuma hidrelétrica implicar taxasao vivo crash blazedesmatamento superiores àsao vivo crash blazelocais onde não existem tais investimentos, nós poderemos acrescentar esse desmatamento extra ao balançoao vivo crash blazecarbono do projeto".

O pesquisador diz ainda que, alémao vivo crash blazevalorizar terras e atrair imigrantes, a construçãoao vivo crash blazehidrelétricas pode estimular o desmatamento ao melhorar as condiçõesao vivo crash blazeacesso à região, expondo florestas antes inacessíveis.

Faria também questiona os cálculos que exaltam o baixo preço das hidrelétricasao vivo crash blazecomparação com outras fontesao vivo crash blazeenergia. "As diferenças não consideram adequadamente os custos socioambientais desses empreendimentos".

Ainda assim, avalia que o Brasil não pode excluir a hidroeletricidadeao vivo crash blazeseus planosao vivo crash blazeexpansão do sistema energético. Para ele, a modalidade oferece grandes vantagensao vivo crash blazerelação a outras fontesao vivo crash blazeenergia, como flexibilidade para atender à variação da demanda e dispensaao vivo crash blazeimportaçãoao vivo crash blazematérias-primas.

Faria defende, no entanto, que o governo mudeao vivo crash blazepostura quanto às hidrelétricas na Amazônia.

"O desenvolvimento hidrelétrico na Amazônia deveria ser visto não como uma barragem no rio, mas sim como uma chanceao vivo crash blazecriar um novo paradigmaao vivo crash blazedesenvolvimento sustentável para uma região, que crie condições para a manutenção das unidadesao vivo crash blazeconservação e terras indígenas, investimentosao vivo crash blazeeducação e ciência e melhora na saúde da população."

Porém, para o procurador-chefe do Ministério Público Federal no Pará, Daniel César Azeredo Avelino, a construçãoao vivo crash blazehidrelétricas na Amazônia não tem sido acompanhada pela manutençãoao vivo crash blazeáreas protegidas.

Nos últimos anos, o governo reduziu Unidadesao vivo crash blazeConservação para facilitar o licenciamento das hidrelétricas no rio Madeira e das futuras usinas no Tapajós. Segundo ele, simples sinalizaçõesao vivo crash blazeque se pretende reduzir essas áreas já motivam o desmatamento.

Em 2012, diz Avelino, um mês após jornais divulgaram que o governo estudava diminuir a Floresta Nacional Jamanxim, no sudoeste do Pará, houve um surtoao vivo crash blazedesmatamento na região.

"Quando se falaao vivo crash blazereduzir Unidadesao vivo crash blazeConservação para hidrelétricas, alimenta-se a ideiaao vivo crash blazeque poderá haver novas reduções, o que encoraja o desmatamento."

Governo responde

No entanto, segundo Francisco Oliveira, diretor do Departamentoao vivo crash blazeCombate ao Desmatamento do Ministério Ambiente, a destruição dentroao vivo crash blazeáreas protegidas corresponde a menosao vivo crash blaze10% do desflorestamento na Amazônia.

Quanto ao desmatamento recente no Pará eao vivo crash blazeRondônia, diz que não se deveu necessariamente às hidrelétricas. Oliveira afirma que o desflorestamentoao vivo crash blazeum raioao vivo crash blaze50 quilômetrosao vivo crash blazeBelo Monte passouao vivo crash blaze380 km²,ao vivo crash blaze2011, para 41 km²ao vivo crash blaze2013.

Em Rondônia, ele diz que também tem havido redução no ritmo do desmateao vivo crash blazeáreas próximas às usinas.

Segundo Oliveira, as principais causas para o maior desmatamento na Amazônia no último ano foram: no Pará, a apropriação ilegalao vivo crash blazeterras (grilagem) na regiãoao vivo crash blazeNovo Progresso; no Mato Grosso, a expansão da agropecuária; eao vivo crash blazeRondônia, a expansão da pecuária.

Oliveira afirma, porém, que, apesar da alta, o índiceao vivo crash blazedesflorestamentoao vivo crash blaze2013 foi o segundo menor desde que começou a ser medido, há 25 anos.