Duas visões: O modelomajorsportexploração do pré-sal é bom para o Brasil?:majorsport

Plataformamajorsportpetróleo (Foto ABr)
Legenda da foto, Apenas 11 empresas se inscreveram para participar do leilão do campomajorsportLibra

Além disso, apenas 11 empresas ou consórcios se mostraram interessadosmajorsportfazer ofertas pelo direitomajorsportexplorar a área, enquanto a ANP esperava até 40 interessados.

Afinal, o novo modelomajorsportexploração do pré-sal é bom para o Brasil? Até que ponto ele foi mesmo responsável pelo esvaziamento do leilão?

A BBC ouviu dois especialistas com pontosmajorsportvista opostos sobre esse tema:

'O modelo funciona e é bom para o Brasil'

majorsport Francisco Lopreato, professor do departamentomajorsporteconomia da UniversidademajorsportCampinas (Unicamp)

Para Lopreato, o novo regime permite que os recursos do pré-sal tenham um papel central no desenvolvimento do país no futuro.

Ele foi adotadomajorsport2010 com o objetivomajorsportdirecionar uma fatia maiormajorsporttais recursos para os cofres públicos.

"Esses são recursos que poderão ser aplicadosmajorsporteducação e saúde. Assegurar que eles estarão a disposição dos brasileiros era uma oportunidade ímpar que não poderíamos perder", diz Lopreato.

Segundo o economista, o que justificaria a mudança do regimemajorsportconcessão para o regimemajorsportprodução partilhada é o fatomajorsporto pré-sal ser uma áreamajorsportexploraçãomajorsportbaixo risco.

"Faz sentido adotar um regimemajorsportconcessãomajorsportuma áreamajorsportque, apesarmajorsportterem sido feitos estudos geológicos, ainda há algum graumajorsportdúvida sobre o potencial das reservas", afirma o professor.

"No caso do pré-sal, porém, todas as áreas parecem estar mapeadas e atividadesmajorsportexploração preliminar têm mostrado que o risco é muito baixo: a única dúvida é se a vazão do petróleo será boa ou ótima."

Para Lopreato, é difícil estabelecer se o desinteresse da BP, da British Gas, da Chevron e da ExxonMobil pelo leilãomajorsportLibra teve mesmo como causa uma resistência ao modelomajorsportprodução partilhada ou mesmo a percepçãomajorsportque há um "excessomajorsportintervencionismo estatal" no novo regime.

Ele ressalta que outras empresas - como a francesa Total e a Shell - não parecem ter visto grandes problemas no novo modelo e nenhuma das "desistentes" se pronunciou oficialmente sobre o tema.

"Muitos fatores podem ter influenciado a decisão dessas petrolíferasmajorsportnão participar do leilão. Investir no campomajorsportLibra pressupõe um esforço financeiro gigantesco e pode ser que elas já estivessem com seus recursos muito comprometidos com outros projetos, por exemplo."

Apesarmajorsportdefender o novo modelo, o professor faz a ressalvamajorsportque também há riscos importantes a serem evitados durantemajorsportimplementação.

Ele lembra que a obrigatoriedademajorsporta Petrobras estar presentemajorsporttodos os projetos, com uma participaçãomajorsport30%, exigirá da empresa a mobilizaçãomajorsportmuitos recursos: "Nesse contexto, comprometer os recursos da empresa com uma política para segurar os preços da gasolina pode ser complicado."

'O modelo é contraproducente'

majorsport Adriano Pires, diretor do Centro BrasileiromajorsportInfraestrutura (CBIE)

Para Pires, Diretor do Centro BrasileiromajorsportInfraestrutura, as novas regras tendem a afastar grandes empresas privadas, com larga experiência no setor, e atrair petrolíferas estatais.

Elas teriam sido ao menos parcialmente responsáveis pelo esvaziamento do leilãomajorsportLibra - que criaria um cenáriomajorsportmenos competição pela área.

De fato, das 11 empresas que se registraram para o leilão, seis são controladas pelo Estado, com destaque para as chinesas (a CNOOC e a China National Petroleum vão concorrer sozinhas, e a Sinopec concorrerámajorsportassociação com a espanhola Repsol).

Além disso, entre as cinco privadas, apenas duas estão entre as maiores do setor: a francesa Total e a anglo-holandesa Shell.

Segundo Pires, o interesse das empresas privadas tende a ser menor dentro do novo modelo porque, para elas, o lucro seria um fatormajorsportsuma importância e há incertezas sobre as condições para se obter retorno do projeto. Já as estatais - como as chinesas - também estariam interessadasmajorsportgarantir acesso às reservasmajorsportpetróleo.

Para o especialista, o novo modelomajorsportexploração do pré-sal pecaria pelo excessomajorsportintervencionismo e participação do governo e entes estatais.

"A Petrobras é monopolista na operação do campo, e a exigênciamajorsportque o projeto tenha uma determinada porcentagemmajorsportconteúdo nacional (que use bens e serviços produzidos no país) também pode afastar investidores", diz.

Além disso, Pires acredita que o modelo é contraproducente pela mensagem que passa ao mercado.

"A impressão que se tem é que o governo está estendendo a mão para o capital privado não por convicção, mas por pura necessidade, já que não pode explorar essas reservas sozinho e precisa dos investimentos das empresas para reativar a economia", afirma. "Os investidores não estão segurosmajorsportque não poderá haver uma mudançamajorsportregras no futuro, por exemplo."