Deportações acirram debate sobre reforma migratória nos EUA:cassino que paga via pix

Protesto contra as deportaçõescassino que paga via piximigrantescassino que paga via pixWashington, nos EUA (Getty)
Legenda da foto, Manifestantes criticam a ideiacassino que paga via pixque apenas 'bons imigrantes' podem ficar nos EUA
  • Author, Pablo Uchoa
  • Role, Da BBC Brasilcassino que paga via pixWashington

cassino que paga via pix Em uma tarde recente na capital americana, Washington, um xamã enfileirava grãoscassino que paga via pixmilho e os banhava com água para desejar sorte, água e alimentos aos "irmãos" indocumentados que cruzam a fronteira entre o México e os Estados Unidos.

O ato ecumênico – que reuniu igrejas tradicionais e indígenas latino-americanas – encerrava uma sériecassino que paga via pixmanifestações que buscaram influenciar o debate sobre as deportações, que se intensificou desde que a Câmara dos Representantes (Deputados) começou a discutir o seu projeto da reforma migratória.

A movimentação a dias do recessocassino que paga via pixagosto do Congresso – durante o qual pelo menos 34 mil imigrantes serão deportados dos Estados Unidos, segundo as projeções – tenta estabelecer as bases para quando o tema voltar à pauta dos deputados,cassino que paga via pixsetembro.

Nas últimas semanas, os republicanos, que controlam a Câmara, indicaram que poderiam aprovar um projetocassino que paga via pixlei que permitiria a naturalizaçãocassino que paga via pixfilhoscassino que paga via piximigrantes trazidos para os Estados Unidos pelos seus pais quando crianças – os chamados "sonhadores". Mas a atitudecassino que paga via pixrelação ao resto da família,cassino que paga via pixespecial aos pais que cometeram o crimecassino que paga via pixcruzar a fronteira, permanece hostil.

"Não podemos cair nesse jogocassino que paga via pixdizer que há bons e maus imigrantes, e que vamos proteger os bons e deportar os maus", disse à BBC Brasil Pablo Alvarado, diretor da organização nacionalcassino que paga via pixtrabalhadores diaristas, NDLON, que organizou a semanacassino que paga via pixprotestos.

"Se uma reforma migratória não der igualdade para os 11 milhões, vamos continuar com a mesma situação e uma subclassecassino que paga via pixcidadãos que vivem neste país", argumentou.

Debate sem rosto

A dicotomia que a discussão ganhou entre os republicanos ficou evidente após as declarações polêmicas feitas por uma das vozes mais ativas contra a imigração, o deputado Steve King, eleito por um distrito majoritariamente branco do Estadocassino que paga via pixIowa, no Meio-Oeste americano.

Em entrevista, King disse que, para cada criança trazida ilegalmente por seus pais para os Estados Unidos, "existem outras cem pesando 130 libras (59 kg), com panturrilhas do tamanhocassino que paga via pixmelões porque estão transportando 75 libras (34 kg)cassino que paga via pixmarijuana pelo deserto".

"Essas pessoas seriam legalizadas pela mesma lei", concluiu o deputado. A declaração estarreceu até o também linha-dura John Boehner, presidentecassino que paga via pixCâmara. O republicano qualificou as declarações do colegacassino que paga via pix"ignorantes" e "odiosas".

Mas, embora opiniões como acassino que paga via pixKing não representem a maioria do partido que controla a Câmara, a verdade é que o resto dos 11 milhõescassino que paga via piximigrantes está longecassino que paga via pixcontar com uma imagem tão complacente como a dos 2 milhões dos "sonhadores".

"Eles querem projetar a imagem do estudante que foi para a universidade, fala inglês sem sotaque, se veste como qualquer americano, como um filho das pessoas daqui, como idôneo e ideal", critica Alvarado.

Deportaçõescassino que paga via piximigrantes se mantêmcassino que paga via pixníveis elevados no governocassino que paga via pixObama
Legenda da foto, Deportaçõescassino que paga via piximigrantes se mantêmcassino que paga via pixníveis elevados no governocassino que paga via pixObama

"O mesmo não acontece com os pais, que têm sotaque, falam diferente, comem comidas diferentes, se vestem diferente e, na verdade, são os mais humildes."

Deportações sob Obama

Ocultos na frieza das estatísticas, cercacassino que paga via pix400 mil imigrantes – pais e mães, avôs e avós, dizem ativistas – são deportados dos Estados Unidos anualmente desde que o presidente Barack Obama assumiu o governo.

Obama havia prometido não deportar imigrantes cuja único crime foi cruzar a fronteira para tentar a vida, mas números do projetocassino que paga via pixmonitoramento Trac, da Universidadecassino que paga via pixSyracuse, no Estadocassino que paga via pixNova York, indicam que o discurso não correspondente totalmente à realidade.

Até junho, apenas 14,7% dos imigrantes processados estavam relacionados a atividades criminais. É um indicador pior do que no último ano do governo do republicano George W. Bush, quando a proporção eracassino que paga via pix16%.

A proporção também é significativamente mais baixa do que o nívelcassino que paga via pix30% que se registravacassino que paga via pix1992, iníciocassino que paga via pixuma décadacassino que paga via pixque, concordam historiadores, os Estados Unidos cresciam rapidamente e praticamente davam as costas, ainda que não oficialmente, à entradacassino que paga via pixmão-de-obra ilegal.

Discurso e prática

A codiretora do projeto Trac, Susan Long, estatística e professora da universidade, disse à BBC Brasil que os números apontam um descompasso entre o que a Casa Branca diz e o que a intrincada burocracia governamental colocacassino que paga via pixprática.

Sem necessariamente entoar o corocassino que paga via pixentidades pró-imigração que acusam o governo Obamacassino que paga via pixmostrar "duas caras" na questão migratória – uma para os jovens, outra para os pais –, ela crê que o governo americano desperdiça recursos que poderiam ser melhor utilizados no combate a criminososcassino que paga via pixreal periculosidade.

O governo Obama contesta os números do projeto, que obtém suas informações por requisições com base na Leicassino que paga via pixAcesso à Informação. A administração diz que o projeto usa informações incompletas, mas não publica dados complementares.

Alvarado, da NDLON, questiona inclusive as violações da lei imputadas aos imigrantes. Diz que muitas são cometidas por "faltacassino que paga via pixopção para ganhar a vida e darcassino que paga via pixcomer aos filhos" e não representam risco à sociedade, como usar um númerocassino que paga via pixprevidência social falso.

O argumento é contestado por especialistas conservadores, como Ronald Mortensen, do Centrocassino que paga via pixEstudos para a Imigração, para quem essas falsificações não são violações sem importância. Segundo Mortensen, trêscassino que paga via pixcada quatro imigrantes trabalhando ilegalmente nos Estados Unidos fraudaram algum documento a fimcassino que paga via pixdar a parecer que têm direito a exercer função remunerada no país.

Em um blog do centrocassino que paga via pixestudos, Mortensen argumentou que reconhecer esta "fraude maciçacassino que paga via pixdocumentos" equivale a dar "anistia" para criminosos e é "uma política equivocada".

O equilíbrio que os republicanos encontraram para aprovar a reforma migratória no Senado – a lei prevê possibilidadescassino que paga via pixlegalização para todos os 11 milhõescassino que paga via pixilegais – foi colocar no projeto uma sériecassino que paga via pixrecursos, incluindo um gastocassino que paga via pixmaiscassino que paga via pixUS$ 40 bilhões, para elevar a segurança da fronteira com o México.

Se o debate sobre as deportações não emperrar no Congresso, analistas avalia que esta pode ser uma solução palatável também para os deputados.

Entre organizações republicanas e entidades conservadoras, muitos se dizem abertos à ideiacassino que paga via pixuma reforma migratória ampla, contanto que as medidascassino que paga via pixreforço nas fronteiras sejam suficientes para evitar que a imigração ilegal volte a ser um problemacassino que paga via pixmais dez ou 20 anos.