Deportações acirram debate sobre reforma migratória nos EUA:betboro apostas
"Não podemos cair nesse jogobetboro apostasdizer que há bons e maus imigrantes, e que vamos proteger os bons e deportar os maus", disse à BBC Brasil Pablo Alvarado, diretor da organização nacionalbetboro apostastrabalhadores diaristas, NDLON, que organizou a semanabetboro apostasprotestos.
"Se uma reforma migratória não der igualdade para os 11 milhões, vamos continuar com a mesma situação e uma subclassebetboro apostascidadãos que vivem neste país", argumentou.
Debate sem rosto
A dicotomia que a discussão ganhou entre os republicanos ficou evidente após as declarações polêmicas feitas por uma das vozes mais ativas contra a imigração, o deputado Steve King, eleito por um distrito majoritariamente branco do Estadobetboro apostasIowa, no Meio-Oeste americano.
Em entrevista, King disse que, para cada criança trazida ilegalmente por seus pais para os Estados Unidos, "existem outras cem pesando 130 libras (59 kg), com panturrilhas do tamanhobetboro apostasmelões porque estão transportando 75 libras (34 kg)betboro apostasmarijuana pelo deserto".
"Essas pessoas seriam legalizadas pela mesma lei", concluiu o deputado. A declaração estarreceu até o também linha-dura John Boehner, presidentebetboro apostasCâmara. O republicano qualificou as declarações do colegabetboro apostas"ignorantes" e "odiosas".
Mas, embora opiniões como abetboro apostasKing não representem a maioria do partido que controla a Câmara, a verdade é que o resto dos 11 milhõesbetboro apostasimigrantes está longebetboro apostascontar com uma imagem tão complacente como a dos 2 milhões dos "sonhadores".
"Eles querem projetar a imagem do estudante que foi para a universidade, fala inglês sem sotaque, se veste como qualquer americano, como um filho das pessoas daqui, como idôneo e ideal", critica Alvarado.
"O mesmo não acontece com os pais, que têm sotaque, falam diferente, comem comidas diferentes, se vestem diferente e, na verdade, são os mais humildes."
Deportações sob Obama
Ocultos na frieza das estatísticas, cercabetboro apostas400 mil imigrantes – pais e mães, avôs e avós, dizem ativistas – são deportados dos Estados Unidos anualmente desde que o presidente Barack Obama assumiu o governo.
Obama havia prometido não deportar imigrantes cuja único crime foi cruzar a fronteira para tentar a vida, mas números do projetobetboro apostasmonitoramento Trac, da Universidadebetboro apostasSyracuse, no Estadobetboro apostasNova York, indicam que o discurso não correspondente totalmente à realidade.
Até junho, apenas 14,7% dos imigrantes processados estavam relacionados a atividades criminais. É um indicador pior do que no último ano do governo do republicano George W. Bush, quando a proporção erabetboro apostas16%.
A proporção também é significativamente mais baixa do que o nívelbetboro apostas30% que se registravabetboro apostas1992, iníciobetboro apostasuma décadabetboro apostasque, concordam historiadores, os Estados Unidos cresciam rapidamente e praticamente davam as costas, ainda que não oficialmente, à entradabetboro apostasmão-de-obra ilegal.
Discurso e prática
A codiretora do projeto Trac, Susan Long, estatística e professora da universidade, disse à BBC Brasil que os números apontam um descompasso entre o que a Casa Branca diz e o que a intrincada burocracia governamental colocabetboro apostasprática.
Sem necessariamente entoar o corobetboro apostasentidades pró-imigração que acusam o governo Obamabetboro apostasmostrar "duas caras" na questão migratória – uma para os jovens, outra para os pais –, ela crê que o governo americano desperdiça recursos que poderiam ser melhor utilizados no combate a criminososbetboro apostasreal periculosidade.
O governo Obama contesta os números do projeto, que obtém suas informações por requisições com base na Leibetboro apostasAcesso à Informação. A administração diz que o projeto usa informações incompletas, mas não publica dados complementares.
Alvarado, da NDLON, questiona inclusive as violações da lei imputadas aos imigrantes. Diz que muitas são cometidas por "faltabetboro apostasopção para ganhar a vida e darbetboro apostascomer aos filhos" e não representam risco à sociedade, como usar um númerobetboro apostasprevidência social falso.
O argumento é contestado por especialistas conservadores, como Ronald Mortensen, do Centrobetboro apostasEstudos para a Imigração, para quem essas falsificações não são violações sem importância. Segundo Mortensen, trêsbetboro apostascada quatro imigrantes trabalhando ilegalmente nos Estados Unidos fraudaram algum documento a fimbetboro apostasdar a parecer que têm direito a exercer função remunerada no país.
Em um blog do centrobetboro apostasestudos, Mortensen argumentou que reconhecer esta "fraude maciçabetboro apostasdocumentos" equivale a dar "anistia" para criminosos e é "uma política equivocada".
O equilíbrio que os republicanos encontraram para aprovar a reforma migratória no Senado – a lei prevê possibilidadesbetboro apostaslegalização para todos os 11 milhõesbetboro apostasilegais – foi colocar no projeto uma sériebetboro apostasrecursos, incluindo um gastobetboro apostasmaisbetboro apostasUS$ 40 bilhões, para elevar a segurança da fronteira com o México.
Se o debate sobre as deportações não emperrar no Congresso, analistas avalia que esta pode ser uma solução palatável também para os deputados.
Entre organizações republicanas e entidades conservadoras, muitos se dizem abertos à ideiabetboro apostasuma reforma migratória ampla, contanto que as medidasbetboro apostasreforço nas fronteiras sejam suficientes para evitar que a imigração ilegal volte a ser um problemabetboro apostasmais dez ou 20 anos.