Queda das commodities sugere fimfreebet unibet gratuitciclofreebet unibet gratuitcrescimento na América Latina:freebet unibet gratuit

Soja / Reuters
Legenda da foto, Soja, um dos principais produtos exportados pela América Latina, já viveu tempos melhores

Para o diretorfreebet unibet gratuitmatérias-primas do bancofreebet unibet gratuitinvestimentos dinarmarquês Saxo Bank, Oles Hansen, foi quebrado o vínculo que existia entre investidores e commodities nos últimos anos.

"Você não pode dizer que o chamado 'superciclo' das matérias-primas terminou, mas é claro que estamos entrandofreebet unibet gratuitum períodofreebet unibet gratuitque não veremos uma escaladafreebet unibet gratuitpreços como nos últimos anos", disse Hansen à BBC.

Esse superciclo, que começoufreebet unibet gratuit2002-2003 com a plena incorporação da China no comércio mundial, resultoufreebet unibet gratuitum períodofreebet unibet gratuitcrescimento sustentado na América Latina.

Mas, se efetivamente estamos ao finalfreebet unibet gratuitum período excepcional, um questionamento plausível é se nos encontramos à beirafreebet unibet gratuituma nova crise.

China e especulação

Xi Jinping / Reuters
Legenda da foto, Desaceleração da China, comandada pelo premiê Xi Jinping (foto), pode ter impacto na América Latina

A resposta a esta pergunta dependefreebet unibet gratuitgrande parte do entendimento sobre as causas que levaram ao aumento dos preços das matérias-primas.

Para alguns analistas, um dos motivos foi o choque entre oferta e demanda, na esteira do crescimento global. Em outras palavras: mais pessoas passaram a consumir mais produtos que, sem a devida contrapartida na produção, sofreram aumentofreebet unibet gratuitpreço.

Por essa razão, dizem eles, não é errado supor que, por conta do mau desempenho da economia global, haja, também, uma queda na demanda e, com ela, uma redução dos preços daqui para frente.

"A demanda da China foi fundamental para o aumento dos preços. Mas a economia chinesa está crescendo menos. O país está mudando a partirfreebet unibet gratuitum modelo baseadofreebet unibet gratuitexportações para um mais voltado para o consumo. Os dois fatores estão afetando a demanda por matérias-primas. E a economia global não está no seu melhor", explica Hansen.

O cobre, por exemplo, ilustra bem essa situação. A China é, hoje, responsável por 20% da demanda mundial do produto. Se, hipoteticamente, o país só crescer 5%, contra os 7,8% previstos para este ano, estima-se que o Chile, o maior produtor da matéria-prima no mundo, registraria uma quedafreebet unibet gratuitseu PIBfreebet unibet gratuit1% (US$ 2,7 bilhões, cercafreebet unibet gratuitR$ 5,4 bilhões).

Mas nem sempre o aumento – ou redução – do valor das commodities pode ser explicado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. Há também a especulaçãofreebet unibet gratuitpreços.

Segundo José Gabriel Palma, especialistafreebet unibet gratuiteconomia comparativa da Universidadefreebet unibet gratuitCambridge, no Reino Unido, os preços das commodities ficaram inflados porque a "gigantesca casafreebet unibet gratuitapostas" que é a globalização financeira se tornou muito arriscada na crise.

Ele explica que,freebet unibet gratuituma situaçãofreebet unibet gratuitturbulência econômica como a dos últimos anos, "os mercados financeiros internacionais estão tão líquidos (com recursos) e com tão poucas alternativas relativamente seguras que as commodities que crescem pelo menos 4% se tornam muito atraentes".

Mas agora está havendo uma transição. A economia global ainda não se recuperou totalmente da crise que eclodiufreebet unibet gratuit2008, mas as bolsasfreebet unibet gratuitvaloresfreebet unibet gratuitNova York, Londres e Frankfurt já alcançaram níveis pré-crise.

Isso significa que as commodities já não são tão preferidas como antes.

Fragilidade

Minériofreebet unibet gratuitferro / AFP
Legenda da foto, Produtos primários, como o minériofreebet unibet gratuitferro (foto), ainda têm papel preponderante nas exportações

Seja pelo choque entre oferta e demanda, pela especulação ou por uma combinaçãofreebet unibet gratuitambos, fato é que a América Latina continua a manterfreebet unibet gratuitdependência histórica dos produtos primários.

Tal cenário é particularmente acentuado na América do Sul, onde as commodities representam 74% da pautafreebet unibet gratuitexportação.

Na Venezuela, Equador e Chile, a incidênciafreebet unibet gratuitprodutos primários e manufaturados com basefreebet unibet gratuitrecursos naturais é ainda maior: cercafreebet unibet gratuit90%.

Na Bolívia, Bolívia, Paraguai e Peru, maisfreebet unibet gratuit80% das exportações sãofreebet unibet gratuitprodutos primários ou manufaturados com basefreebet unibet gratuitrecursos naturais, enquanto que na Argentina, na Colômbia e no Uruguai essa taxa éfreebet unibet gratuit60%.

No Brasil, a proporção éfreebet unibet gratuit54%, ainda muito alta quando comparada com as dos países desenvolvidos.

Nesse contexto, é inevitável que uma queda no preço das matérias-primas tenha um claro impacto sobre a balançofreebet unibet gratuitpagamentos desses países (o resultadofreebet unibet gratuittodas as receitas e despesasfreebet unibet gratuitdivisas - exportações, remessasfreebet unibet gratuitroyalties, lucros, importações, etc), que é considerada um pilarfreebet unibet gratuitsustentabilidade econômica.

Para analistas, no entanto, o impacto vai depender da profundidade da queda. Os mais otimistas acreditam que a atual redução dos preços é um fenômeno temporário e que os produtos, embora não voltem aos valores recordefreebet unibet gratuitantigamente, permanecerão com alguma vivacidade econômica.

"À medidafreebet unibet gratuitque a economia mundial volta aos eixos, a demanda por produtos primários vai se recuperar", disse Olsen à BBC Mundo.

Analistas afirmam que a demanda produtos energéticos e metais industriais é mais "elástica", ou seja, mais dependente do desempenho econômico global.

Jáfreebet unibet gratuitrelação aos produtos agrícolas, a situação é distinta, porque os seres humanos precisamfreebet unibet gratuitcomida para sobreviver e, excetofreebet unibet gratuitcasosfreebet unibet gratuitdesastre ou guerra, a demanda apresenta uma tendência à estabilidade.

Mas a realidade é que, historicamente, o preço das matérias-primas tem sido caracterizado pelafreebet unibet gratuitvolatilidade. O que não quer dizer que os recursos naturais sejam uma espéciefreebet unibet gratuit"maldição".

Exemplo do Oriente

Hyundai / Reuters
Legenda da foto, Coreia do Sul investiu o dinheiro da vendafreebet unibet gratuitprodutos primários emfreebet unibet gratuitprópria industrialização

Na década dos anos 60, a Coreia do Sul dependiafreebet unibet gratuitalguns produtos primários: algas marinhas, seda natural e minériofreebet unibet gratuitferro.

O país tirou proveito desses recursos para financiar um dos processosfreebet unibet gratuitindustrializaçãofreebet unibet gratuitmaior sucesso do século 20.

O minério do ferro foi transformadofreebet unibet gratuitaço e contribuiu para a criaçãofreebet unibet gratuituma indústria automobilística, que se internacionalizou. A Coreia do Sul inundou o mundo com suas próprias marcas,freebet unibet gratuitdiferentes setores industriais.

Outro caminho para aproveitar as vantagens dos recursos naturais é a criação dos fundos anticíclicos, financiados a partir dos ingressos obtidos com a venda das matérias-primas.

O Chile criou um fundofreebet unibet gratuit2010, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul),freebet unibet gratuit2011, e o Banco Interamericanofreebet unibet gratuitDesenvolvimento (BID) constatoufreebet unibet gratuitum relatório no ano passado que a América Latina tinha aprendido algumas lições do passado.

"Desde 2008, a dívida externa do setor público diminuiu, e as reservas internacionais aumentaram nas economias exportadorasfreebet unibet gratuitcommodities", informou o relatório.