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Guerra na Ucrânia: o 'exército paralelo' que resiste à ocupação russa:bonus aposta ganha
Vou chamá-lobonus aposta ganhaSasha (nome fictício).
'Não conseguia ficarbonus aposta ganhacasa'
Pouco antes da guerra, a Ucrânia reforçou suas Forças Especiais,bonus aposta ganhaparte para formar e gerenciar um movimentobonus aposta ganharesistência. Foi até publicado um boletim eletrônico com instruções sobre como ser um bom membro da resistência, ensinando a cometer atos subversivos como cortar os pneus dos veículosbonus aposta ganhaocupação, acrescentar açúcar aos tanquesbonus aposta ganhagasolina ou recusar-se a seguir ordens no trabalho. "Demonstre má vontade", era uma das sugestões.
Mas a equipebonus aposta ganhainformantesbonus aposta ganhaSasha tem um papel mais ativo: rastrear os movimentos das tropas russas dentrobonus aposta ganhaKherson.
"Digamos que ontem tivéssemos visto um novo alvo. Nós enviamos essa informação para os militares e, depoisbonus aposta ganhaum dia ou dois, ele não existe mais", afirma ele, enquanto examinamos alguns dos muitos vídeos das regiões vizinhas que ele manda todos os dias.
Um desses vídeos ébonus aposta ganhaum homem que passoubonus aposta ganhacarro por uma base militar e filmou veículos russos e outro é uma gravaçãobonus aposta ganhacircuito fechadobonus aposta ganhaTV enquanto passavam caminhões russos, assinalados com suas gigantes marcasbonus aposta ganhaguerrabonus aposta ganha"Z".
Sasha descreve seus "agentes" como ucranianos "que não perderam a esperança na vitória e querem a liberação do nosso país".
"É claro que eles têm medo", ele conta. "Mas servir o seu país é mais importante."
Trabalhando ao ladobonus aposta ganhaSasha, existe uma equipe que pilota drones sobre Kherson para identificar alvos para os militares. Todos são voluntários civis, não soldados, que arrecadam dinheiro nas redes sociais para pagar o alto custo do seu equipamento.
O encarregado das operações cultivava plantas decorativas antes da guerra, mas Serhii conta que ele entrou na luta para liberar o sul da Ucrânia depoisbonus aposta ganhaver os corposbonus aposta ganhacivis executados na cidadebonus aposta ganhaBucha durante a ocupação russa na região. "Eu simplesmente não conseguia ficarbonus aposta ganhacasa depois daquilo", ele conta. "Eu não sabia o que mais poderia fazer ou pensar, enquanto essa guerra continua."
Mas a tarefa que ele escolheu é extremamente perigosa. Sua equipebonus aposta ganhaquatro pessoas é bombardeada pelos russos toda vez que sai às ruas, mas ninguém foi morto.
"Sei que, até certo ponto, é questãobonus aposta ganhasorte." Serhii dábonus aposta ganhaombros e abre um pequeno sorriso. "Mas, pelo menos, se acontecer comigo, saberei que foi por uma causa."
Os membros da resistência estão lutando para evitar que o domínio russo sobre Kherson se torne permanente. A ideia é impedir um referendo que Moscou parece estar planejando na região.
A Rússia já introduziu o rublo e suas próprias redesbonus aposta ganhatelefonia móvelbonus aposta ganhaKherson e está espalhandobonus aposta ganhapropaganda, com seus canaisbonus aposta ganhaTV estatais, pelos lares ucranianos. Jornalistas locais fugiram ou agora são clandestinos.
O chefebonus aposta ganhaoperações da região, Dmytro Butrii, exilou-se na cidadebonus aposta ganhaMykolaivbonus aposta ganhauma pequena áreabonus aposta ganharetaguarda protegida por sacosbonus aposta ganhaareia. Ele defende que uma votação para integrar a Rússia seria uma farsa, "fake total", e não seria reconhecida por nenhum governo "civilizado".
Mas, atualmente, isso não teria muita importância para Moscou. Para a Rússia, trata-sebonus aposta ganhauma região estratégica: é a fontebonus aposta ganhaágua da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscoubonus aposta ganha2014, e a última parte da tão discutida "ponte por terra" - uma faixabonus aposta ganhaterritório que liga a Rússia propriamente dita à península ocupada.
Alguns moradores locais mudarambonus aposta ganhalado para ajudar os russos. Por isso, a equipebonus aposta ganhaSasha está formando um bancobonus aposta ganhadados desses "colaboradores", com informações internas.
"É para que ninguém possa dizer mais tarde que estava com a resistência", explica ele.
Mas também é para intimidação. Os membros da resistência são incentivados a afixar cartazes ameaçadores nas paredes das casas dos colaboradores, com desenhos que incluem o rosto da pessoa e um caixão, ou um cartazbonus aposta ganha"procura-se", oferecendo grandes recompensas pelabonus aposta ganhamorte. Os ativistas fotografam o resultado e enviam para Sasha.
"Existem muitas pichações", segundo ele. "As pessoas escrevem coisas como 'dane-se o seu referendo' e colam seus cartazes."
Sasha descreve seus últimos relatosbonus aposta ganhaKherson. "Isso mostra como as pessoas não têm medo. Em uma cidade com patrulhas militares por toda parte, eles conseguem imprimir folhetos e andar com cola, sabendo que podem ser parados a qualquer momento e que as coisas podem terminar muito mal."
Tem havido uma sériebonus aposta ganhatentativasbonus aposta ganhaassassinatobonus aposta ganhapessoas que passaram a apoiar os russos. Um blogueiro foi baleado, um funcionário do governo instalado pela Rússia foi morto e outros ficaram feridosbonus aposta ganhacarros bombardeados.
Agora, as pessoas proeminentes que mudarambonus aposta ganhalado sempre usam coletes à provabonus aposta ganhabalas. Os homens que conheci afirmam que não têm nada a ver com os ataques, mas também não expressam pesar pelos acontecimentos.
"Não tenho palavras para eles, a não ser 'traidores' e 'escória'", afirma Sasha. "Eles são nossos inimigos."
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, segue afirmando quebonus aposta ganhainvasão da Ucrânia é uma operaçãobonus aposta ganha"libertação". Mas,bonus aposta ganhaKherson, suas tropas lideram pela força e pelo medo.
Desde que as forças russas ocuparam a região,bonus aposta ganhamarço, centenasbonus aposta ganhapessoas já foram detidas e muitas delas torturadas. Algumas desapareceram, sem que se tivesse notícias delas por semanas. Outras foram encontradas mortas ou seus corpos foram devolvidosbonus aposta ganhasacos para os parentes pela custódia russa.
Fontes na cidade descrevem soldados patrulhando as ruas e ônibus parados aleatoriamente para checar todos os passageiros. A mais leve indicaçãobonus aposta ganhaapoio à Ucrânia, como mensagens ou fotos no seu celular, pode levar à prisão.
Cada vez que Oleh sorribonus aposta ganhafrente ao espelho, os espaços onde antes ficavam seus dentes são uma lembrança dos espancamentos cometidos pelos seus interrogadores russos. Ele conta que também teve sete costelas quebradas - e três delas ainda não estão curadas. Seu nome verdadeiro não é Oleh, mas ele pediu para não revelarbonus aposta ganhaidentidade.
Membro da resistência, ele testemunhou a torturabonus aposta ganhaoutro prisioneiro, Denys Mironov, que morreu sob a custódia russa.
Acusaçõesbonus aposta ganha'nazismo'
Oleh conta com detalhes assustadores o que aconteceu depoisbonus aposta ganha27bonus aposta ganhamarço, quando ele e Denys foram capturados na rua. Ele descreve torturas constantes nas primeiras horas, que envolveram choques elétricos, asfixia e ameaçasbonus aposta ganhamorte. Ele tem certezabonus aposta ganhaque seus interrogadores eram do FSB, o serviçobonus aposta ganhasegurança russo.
Em dado momento, ele ficou tão desesperado que pensoubonus aposta ganhapôr fim à própria vida, chegando a atacar um guarda para que atirasse nele.
"Eles estavam procurando nazistas e me batiam porque eu era careca. Eles contavam que tinham capturado um nazista maldito", responde ele, quando pergunto quais informações seus captores queriam. "Quando eles tiraram minhas roupas, viram que eu usava uma cueca dos Simpsons. Então disseram que eu era um agente americano e me puniram por isso."
Um mês antes, quando os russos invadiram a Ucrânia, Oleh e Denys haviam entrado para a defesa territorial, um exércitobonus aposta ganhavoluntários ucranianos. Mas grande parte dela se desfez com as primeiras explosões e as forças restantesbonus aposta ganhaKherson foram rapidamente vencidas. Os homens então entraram para a resistência, trabalhando contra os russos no ladobonus aposta ganhadentro.
"Conseguimos informações sobre onde estavam as bases das forças deles, quando eles se movimentavam e passamos tudo para os militares", explica Oleh. Ele acrescenta que se envolveubonus aposta ganhamuitas outras atividades que não pode comentar.
Outro membro da resistência que conheci contou ter ajudado as forças ucranianas a escaparbonus aposta ganhabarcos pelo rio Dnipro quando ficavam cercadas e afirma ter roubado armas dos russos. "Contarei o resto quando ganharmos", diz ele, rindo, quando o pressiono para contar mais.
Denys tem 43 anosbonus aposta ganhaidade, é casado e tem um filho. Comerciantebonus aposta ganhafrutas e verduras antes da guerra, ele começou dirigindo uma van com pão pela cidadebonus aposta ganhaKherson, entregando comida e buscando informações enquanto saía.
Ele e Oleh também recolhiam armas, preparando-se para participar da batalha pela libertaçãobonus aposta ganhaKherson assim que a Ucrânia lançasse a contraofensiva que todos esperavam. Mas os dois homens foram detidos e torturados.
Pedi ao FSB russo explicações sobre o que aconteceu com estes e outros homens, sem resposta.
Oleh só viu Denys novamente no meio da primeira noite. Ele respirava com dificuldade e mal conseguia andar. Mesmo assim, ele apanhou dos guardas mais uma vez.
"Eles bateram nele na virilha e no rosto. Depois, dois homens com cassetetes tiraram suas calças e começaram a bater perto dos rins", conta Oleh, relembrando como a fita que segurava um saco sobrebonus aposta ganhacabeça havia ficado solta o suficiente para que ele pudesse ver.
"Claramente, seus pulmões haviam sido perfurados e ele estava muito machucado", ele conta. "Mas, se ele tivesse recebido ajuda a tempo,bonus aposta ganhamorte poderia ter sido evitada. É horrível."
Em 18bonus aposta ganhaabril, os homens foram transferidos para uma unidade na Crimeia e, no dia seguinte, Denys foi finalmente levado para um hospital militar, onde Oleh tinha certezabonus aposta ganhaque ele se recuperaria.
A famíliabonus aposta ganhaDenys Mironov soube dabonus aposta ganhamorte apenas um mês depois, quando ele foi devolvido para a Ucrânia como partebonus aposta ganhauma trocabonus aposta ganhacorpos.
Muitas pessoas saírambonus aposta ganhaKhersonbonus aposta ganhabuscabonus aposta ganhasegurança assim que os russos tomaram o controle. O governo ucraniano recentemente incentivou outras pessoas a evacuar a cidade, alertando que uma operação militar para retomar a região era iminente. Mas sairbonus aposta ganhaKherson não é fácil.
As autoridades russas limitam o númerobonus aposta ganhaveículos que atravessam a linhabonus aposta ganhacombate e apenas uma rota para as áreas controladas pela Ucrânia está aberta, que é a estrada que leva ao norte, até a cidadebonus aposta ganhaZaporizhzhia.
Diversos postosbonus aposta ganhacontrole dos militares no caminho tornam a viagem impossível para os homens ucranianos com idade para o combate. Até as mulheres e as crianças enfrentam semanasbonus aposta ganhaespera por lugares nos ônibus gratuitosbonus aposta ganhaevacuação ou pagam tarifas exorbitantes pelas vagasbonus aposta ganhacarros particulares.
Mas centenasbonus aposta ganhapessoas ainda fogem todos os dias. Elas pulam dos ônibus ou saembonus aposta ganhacarros superlotados pouco antes do pôr-do-solbonus aposta ganhaum estacionamentobonus aposta ganhasupermercadobonus aposta ganhaZaporizhzhia, que também servebonus aposta ganhaáreabonus aposta ganharecepção para as pessoas forçadas a exilar-se no seu próprio país.
Os adultos parecem exaustos e os sorrisos das crianças são tímidos, como se não tivessem certeza se já estãobonus aposta ganhasegurança. Um jatobonus aposta ganhafumaça sai do capôbonus aposta ganhaum carro azul da marca russa Lada, como se estivesse prestes a explodir.
Depois das verificaçõesbonus aposta ganhasegurança, voluntários oferecem roupas e comida. Alguns se reúnem com lágrimas aos parentes que estavam àbonus aposta ganhaespera.
Não podemos viajar para Kherson agora que ela está ocupada, mas o estadobonus aposta ganhaespírito das pessoas traz grandes revelações sobre a vida naquela cidade.
Mesmobonus aposta ganhasolo controlado pelos ucranianos, as pessoas têm cuidado com o que falam. "Os russos vão ver isso?", perguntam alguns dos recém-chegados antes que eu filme ou mesmo grave suas declarações. Outros balançam a cabeça quando me aproximo e se afastam do meu microfone.
"Lá está difícil, os russos estãobonus aposta ganhatoda parte", conta Alexandra, balançandobonus aposta ganhafilha Nastya nos joelhos, no bancobonus aposta ganhatrásbonus aposta ganhaum carro.
Dentro da tendabonus aposta ganhaatendimento, uma mulher idosa estábonus aposta ganhapé com duas sacolas, com olhar perdido e isolado. Tentando controlar as lágrimas, Svitlana conta que fugiubonus aposta ganhaKherson porque seus nervos estãobonus aposta ganhafrangalhos, mas seu marido recusou-se a vir com ela. "Ele disse que está esperando o Exército ucraniano chegar e nos libertar", ela conta.
A noite começa a cair e mais veículos chegam. Um homem admite quebonus aposta ganhafamília está fugindobonus aposta ganhaalgo além dos mísseis. "Nós sabemos que há pessoas desaparecendo, é verdade", ele conta, sem dar seu nome. "Em Kherson, você não pode sair à noite."
O perigo dos bombardeios aumentou nos últimos dias nos dois lados da linhabonus aposta ganhacombate no sul da Ucrânia.
Em Mykolaiv, os dias normalmente começam com explosões às 4 da manhã. No lado sul, os locaisbonus aposta ganhalançamento russos estão tão próximos que a sirenebonus aposta ganhaadvertência só é desligada depois que o primeiro míssil atinge a terra.
Em uma manhã, abrigada no porão do hotel, contei pelo menos 20 explosões na cidade, algumas tão próximas que sacudiram o edifício. Quando o toquebonus aposta ganharecolher terminou, encontramos uma escola próximabonus aposta ganharuínas, com o balanço do parquinho coberto na grossa poeira cinza do ginásio esportivo destruído.
Os ataques ucranianos também aumentarambonus aposta ganhanúmero e impacto, depois que bombas mais poderosas fornecidas pelo ocidente chegaram à região e estão fazendo a diferença.
Moradores da cidadebonus aposta ganhaKherson registraram diversos ataques a depósitosbonus aposta ganhamunição da Rússia. Pontes sobre o rio Dnipro, incluindo a importante ponte Antonivskiy, também foram atingidas diversas vezes, interrompendo as linhasbonus aposta ganhafornecimento da Rússia.
A operaçãobonus aposta ganharetomadabonus aposta ganhaKherson pode estar próxima.
Sasha acredita que muitas das pessoas que permaneceram na cidade estão prontas para ficar e lutar. Aquelas com quem falei afirmam que o apoio ao domínio russo é mínimo e que as buscas, detenções e espancamentos nos últimos meses reduziram ainda mais esse apoio.
"Quando o exército começar a invadir, as pessoas estarão prontas e irão ajudar", afirma Sasha.
Depois dabonus aposta ganhaexperiência brutal sob custódia russa, Oleh já estábonus aposta ganhavolta ao front no sul da Ucrânia para lutar pelabonus aposta ganhacidade, ao lado da resistência ucraniana.
"Eles podem conquistar a terra, mas não podem conquistar as pessoas", segundo ele. "Os russos nunca estarão segurosbonus aposta ganhaKherson, pois as pessoas não os querem ali. Elas não gostam deles. Elas não vão aceitá-los."
Fotos de Sarah Rainsford
- Este texto foi publicadobonus aposta ganhahttp://vesser.net/internacional-62345144
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