'Não posso abandonar meus alunos': os professores ucranianos que viraram soldados e continuam dando aulas:greenbets cnpj

Crédito, VICTOR SHCHADEY

Legenda da foto, Fedir Shandor dá suas aulas nas trincheiras no leste da Ucrânia.

"Tenho ensinado há 27 anos. Não posso simplesmente abandonar isso. É nisso que sou bom", diz ele à BBC.

Shandor tem ensinado enquanto integra as Forças Armadas desde o início da invasão russa na Ucrâniagreenbets cnpjfevereiro.

Ele se alistou porque queria lutar pelo seu país e proteger agreenbets cnpjesposa e a filha deles. "Tinha que deter os russos antes que viessem à minha casa", diz.

Crédito, Anton Tselovalnyk

Legenda da foto, Anton Tselovalnyk tem ensinado seus alunos sobre arquitetura

Sua dedicação ao trabalho também o ajudou a manter altos númerosgreenbets cnpjparticipação nas suas aulas.

"Mesmo os estudantes que antes faltavam às aulas, agora assistem a todas", diz umagreenbets cnpjsuas alunas, Iryna,greenbets cnpj20 anos. "Ele sempre nos disse que temos que ser inteligentes, que estamos lutando por uma nação inteligente", acrescenta a jovem.

Barulho ao fundo

Mas ensinar nas trincheiras não é fácil, e os alunos tiveram que se acostumar a ouvir os bombardeios ao fundo.

"Durante uma aula, os sons eram muito altos e os alunos escutavam tudo. Logo me escondi nas trincheiras e continuei ensinando", conta.

Em meio ao conflito, ele também conseguiu mostrar a seus alunos os estilhaços e ensinar sobre diferentes mísseis.

As aulasgreenbets cnpjShandor também são uma novidade para seus companheiros soldados, que muitas vezes acompanham esses momentos e tiram fotos dele no trabalho.

Uma dessas fotos, na qual ele aparece segurando o celulargreenbets cnpjuma trincheira, foi compartilhada na internet e viralizou na Ucrânia. Desde então, vários artistasgreenbets cnpjtodo o país fizeram desenhos e caricaturas do momento.

Crédito, Anton Tselovalnyk

Legenda da foto, Às vezes, barulho dos bombardeios atrapalham aulas

A "melhor distração"

Shandor não é o único professor que luta na linhagreenbets cnpjfrente do conflito. Segundo o ministro da Educação da Ucrânia, Serhiy Shkarlet, cercagreenbets cnpj900 professores se juntaram às Forças Armadas até agora.

"Estamos orgulhososgreenbets cnpjcada um deles", disse. "Também temos pessoas que se juntaram às forças armadas da Ucrânia no Ministério da Educação", acrescentou o ministro.

Outro caso é ogreenbets cnpjAnton Tselovalnyk.

As aulas dele foram canceladas nas duas primeiras semanasgreenbets cnpjguerra, mas depoisgreenbets cnpjum tempo, as escolas onde ele havia trabalhado começaram a enviar mensagens pedindo ajuda.

O homemgreenbets cnpj42 anos respondeu imediatamente, optando por ensinar diretamente das trincheiras ou nos alojamentos próximos. Nada pode impedi-lo, nem mesmo o frio.

Ele conta que no início não se tratavagreenbets cnpjensinar as crianças, masgreenbets cnpjconversar e apoiar uns aos outros. "As crianças costumavam ir à escola todos os dias egreenbets cnpjrepente tudo parou".

Tselovalnyk tem ensinado seus alunos, que vão do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, sobre arquitetura.

"O mais importante agora é manter a conexão entre seu passado e seu futuro. Ensinar agora também é assim para mim", diz.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitos tiveram que aprender novas habilidades na Ucrânia por causa da guerra

Umagreenbets cnpjsuas alunas, Viktoria Volkova,greenbets cnpj17 anos, diz que as aulasgreenbets cnpjTselovalnyk são divertidas e ajudam a manter o bom humor entre os estudantes.

"É a melhor distração", diz a jovem. Ela conta que seu professor, muitas vezes, mostra para a classe o entorno do local onde está, conta sobre as trincheiras que ele ajudou a construir e os lugares onde senta para observar as estrelas.

"Ele é atencioso e carinhoso durante as aulas. Sempre pede comentários e tenta tornar o assunto interessante para a gente", acrescenta Volkova.

Cirurgia virtual

Outros professores, como Maksym Kozhemiaka, usam seus conhecimentos médicos para ajudar os militares na Ucrânia.

Crédito, Universidad estatalgreenbets cnpjZaporiyia

Legenda da foto, Aulasgreenbets cnpjKozhemiaka permitem que estudantes continuem aprendendogreenbets cnpjmeio à guerra

O professorgreenbets cnpjtraumatologia da Universidade Estadualgreenbets cnpjZaporizhzhia,greenbets cnpj41 anos, percebeu que poderia ser útil no hospital militar da cidade e se ofereceu para ajudar.

Depoisgreenbets cnpjalguns dias trabalhando no local, descobriu uma maneiragreenbets cnpjajudar seus alunos a continuar seus estudos também.

"Pensamos que poderíamos fazer aulas online", diz ele. "Já tínhamos experiênciagreenbets cnpjensino online durante a covid", pontua.

E assim, após as duas primeiras semanas difíceis da guerra, Kozhemiaka retomou o ensino permitindo que seus alunos o observassem virtualmente enquanto ele fazia cirurgias.

Ele usa uma combinaçãogreenbets cnpjaulas ao vivo e realidade aumentada para que os estudantes participem e discutam cirurgias mesmogreenbets cnpjsuas próprias casas.

"Temos ensinado médicos e jovens estudantes a tratar as feridasgreenbets cnpjcombate", explica ele.

Daryna Bavysta acompanha as aulas virtuaisgreenbets cnpjKozhemiaka e afirma que tem aprendido muito.

"Agora entendo tudo o que acontece na salagreenbets cnpjcirurgias", comenta. "Maksym explica tudo durante suas cirurgias ao vivo online: o que ele está fazendo e como", diz.

Mas ela está preocupada com o seu professor. "Não é apenas psicologicamente difícil, mas também fisicamente: você quer dar tudo para as pessoas que está tratando. Nossos soldados", diz.

Para Kozhemiaka, abandonar as aulas não era uma opção.

"Ensinar é o trabalho da minha vida", diz ele. "Não podia desistir. Estávamos no caminho certo como país antes da guerra e ainda estamos, então precisamos lutar juntos por nossa vitória e permanecer unidos".

"É importante continuar trabalhando no que fazia antes. Por que uma guerra deveria nos parar?"

Colaboraçãogreenbets cnpjSvitlana Libet.

- Este texto foi originalmente publicadogreenbets cnpjhttp://vesser.net/internacional-62032171

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