Guerra na Ucrânia: ucranianos levados para a Rússia denunciam tortura:bet365 3
"Um dos soldados era muito jovem, quase uma criança. Ele usava armasbet365 3eletrochoque no pescoço, rosto, joelhos das pessoas. Era como se ele estivesse se divertindo."
Depoisbet365 3quase uma semana detidos na Ucrânia, os detidos foram transportados para Belarus.
"Eles pensaram que não podíamos ver, mas eu vi as aldeias pelas quais estávamos passando, Ivankiv, Chernobyl e depois vi que cruzamos a fronteira", conta.
Em Belarus, os detidos receberam um documentobet365 3identidade, emitido pelos militares da Federação Russa e que descrevia o localbet365 3nascimentobet365 3Volodymyr como a "República Socialista Soviética da Ucrânia". Era esse o nome oficial da Ucrânia antes da dissolução da União Soviéticabet365 31991, portanto, antesbet365 3se tornar um país independente — um sinal claro das ambições da Rússia na região.
De Belarus, diz Volodymyr, o grupo foi levado para uma prisão na Rússia.
"A tortura continuou. Eles nos humilharam, nos fizeram ajoelhar e nos forçaram a ficarbet365 3posições desconfortáveis. Se olhássemos nos olhos deles, éramos espancados. Se fizéssemos algo devagar, éramos espancados. Eles nos tratavam como animais", diz ele.
Uma noite, Volodymyr contou 72 pessoas detidas, além dele. Mas podia ouvir que havia mais.
"Tentamos apoiar uns aos outros. Alguns dias não podíamos acreditar que tudo isso estava acontecendo. Parecia que tínhamos sido transportados do século 21 para o século 16", conta.
Após duas semanas detido,bet365 37bet365 3abril, Volodymyr deixou a prisão. Ele e três civis ucranianasbet365 3outro centrobet365 3detenção foram transportados por via aérea para a Crimeia, anexada pela Rússia da Ucrâniabet365 32014.
As mulheres disseram a Volodymyr que também haviam sido espancadas. O grupo não entendia para onde estava sendo transferido, mas frequentemente ouviam os soldados usarem a palavra "troca".
Da Crimeia, eles foram levados por uma estrada para um ponto 32 km forabet365 3Zaporizhzhia, e autorizados a atravessar uma ponte para o território controlado pela Ucrânia. A trocabet365 3prisioneirosbet365 3guerra militaresbet365 3ambos os lados ocorreu antes que os civis ucranianos pudessem passar. Era 9bet365 3abril. A viagem durou dois dias.
Volodymyr tem dificuldades para descrever como se sentiu, mas quer que o mundo ouçabet365 3história.
"O fatobet365 3civis ucranianos estarem detidos lá [na Rússia] é 100% verdade."
Na prisão, Volodymyr ouviu que pessoas da usina nuclearbet365 3Chernobyl estavam sendo mantidasbet365 3uma sala ao lado.
Não está claro quem eram exatamente os homens na prisão, mas 169 guardas nacionais ucranianos responsáveis por proteger Chernobyl estão desaparecidos. Eles foram detidos pela primeira vez no porão da central nuclear e permaneceram ali por semanas, quando a usina foi ocupada por tropas russas.
Valeriy Semonov, um dos engenheirosbet365 3Chernobyl, diz que quando as forças russas se retiraram no finalbet365 3março, levaram consigo os guardas.
Em um vilarejo próximo vive a famíliabet365 3um dos homens desaparecidos. Suas identidades não serão reveladas para protegê-los.
Em serviçobet365 3Chernobyl, o militar ligou para a mulher no primeiro dia da invasão, quando a central nuclear foi tomada, para lhe pedir que deixasse o vilarejo onde a família mora.
Com os pais e o filho pequeno do casal, ela se deslocou para a cidadebet365 3Lviv, no oeste da Ucrânia, principal rotabet365 3fuga dos ucranianos rumo ao Ocidente.
De 24bet365 3fevereiro a 9bet365 3março, a mulher conseguiu falar com o marido pelo celular.
"Ele não dava muitos detalhes no telefone. Dizia apenas 'estamos bem'. Falou-me para não se preocupar", diz. "Então, houve um cortebet365 3energia e não consegui mais contato com ele".
Ela diz que ainda conseguiu falar com o marido mais algumas vezes por um telefone fixo no local.
"A última vez que falei com meu marido foibet365 331bet365 3março, no diabet365 3que foram retirados à forçabet365 3Chernobyl. Ele me disse: 'Estou bem fisicamente, mas emocionalmente é muito difícil.' Pude perceber pela voz dele que ele estava muito preocupado."
Seu filho pergunta sobre seu pai o tempo todo, conta.
"Digo-lhe que seu pai está no trabalho, mas ele está com muito medo. Ele está preocupadobet365 3que eu desapareça também e me segue por toda parte, para o trabalho, para as lojas", diz. "É muito difícil para nós. Só quero que a Rússia liberte meu marido."
O Ministério do Interior da Ucrânia informou para a família que o homem está detido na Rússia.
Casada há seis anos e meio, a mulher diz que seu marido sempre lhe deu todo o suporte necessário e que adorava seu trabalho.
A BBC conversou com as famíliasbet365 3maisbet365 3uma dúziabet365 3pessoas feitas reféns pelas tropas russas.
Apenas algumas retornaram. A maioria ainda está desaparecida, como Yuliia Payevska. Seu marido, Vadym, diz que ela foi capturada pelas forças russasbet365 314bet365 3março, quando trabalhava como paramédicabet365 3Mariupol, ajudando a evacuar soldados e civis feridos.
Um vídeobet365 3propaganda com ela foi veiculado por alguns canaisbet365 3TV russos pró-Kremlin, e foi assim que ele descobriu que a mulher estavabet365 3cativeiro. Ele acredita que ela foi levada para a Rússia.
O Kremlin diz que os cidadãos ucranianos vão para a Rússia por livre escolha.
"Não quero responder a esses grandes mentirosos", diz Iryna Venediktova, procuradora-geral da Ucrânia.
"Existem pelo menos 6 mil civis que podemos identificar que foram deportados, ebet365 3informações da grande imprensa na Rússia, 1 milhãobet365 3ucranianos teriam sido levadas."
Venediktova diz que houve casosbet365 3crianças sendo separadasbet365 3seus pais, e que quase todos que retornarambet365 3uma trocabet365 3prisioneiros disseram ter sido torturados e espancados.
À medida que a guerra continua no sul e no leste da Ucrânia, todos os dias há novos relatosbet365 3pessoas sendo deportadas à força para a Rússia.
*Reportagem adicionalbet365 3Imogen Anderson, Daria Sipigina e Anastasiia Levchenko.
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