Boicotesuporte betmotionEUA e Reino Unido a petróleo russo pode levar barril a US$ 150, diz analista:suporte betmotion

Do outro lado, a Rússia ameaçou na noitesuporte betmotionsegunda-feira suspender o fornecimentosuporte betmotiongás natural à Europa por meio do gasoduto Nord Stream 1. O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, alertou que o movimento poderia ter "consequências catastróficas" para a economia mundial e previu que o preço do barril poderia chegar com isso a US$ 300.

Diante da perspectivasuporte betmotionavanço nas restrições internacionais ao comérciosuporte betmotionpetróleo e gás, o óleo chegou a subir maissuporte betmotion7% nesta terça-feira, superando os US$ 131 por barril para o tipo Brent, referência para o mercado europeu, e os US$ 128 para o WTI (referência nos EUA).

Desde o início do ano, o petróleo já valorizou maissuporte betmotion70% e, na segunda-feira, a cotação chegou a batersuporte betmotionUS$ 139, maior patamar desde o recordesuporte betmotionUS$ 147 atingidosuporte betmotion2008.

Para analistas ouvidos pela BBC News Brasil, a proibiçãosuporte betmotionimportação pelos Estados Unidos tem efeito mais simbólico do que prático, já que a Rússia responde por apenas cercasuporte betmotion8% das importaçõessuporte betmotionpetróleo americanas.

Ainda assim, o anúnciosuporte betmotionBiden, que deverá ser acompanhado pelo premiê britânico Boris Johnson, traz volatilidade aos preços internacionais e os analistas avaliam que os preços podem voltar a flertar com patamares próximos a US$ 150 nos próximos dias.

No Brasil, esse cenário aumenta a pressão por uma mudança na políticasuporte betmotionpreços da Petrobras, diantesuporte betmotionum presidente Jair Bolsonaro (PL) preocupado com os efeitos da inflação na corrida eleitoralsuporte betmotionoutubro.

No Congresso, projetossuporte betmotionlei que buscam aliviar a pressão sobre os combustíveis ganham urgência com a altasuporte betmotionpreços do petróleo no mercado internacional.

Por aqui, a percepçãosuporte betmotionuma piora do quadro inflacionário se consolida. Nesta terça-feira, a XP Investimentos, por exemplo, elevousuporte betmotionprojeção para a inflação no Brasilsuporte betmotion5,2% para 6,2% este ano, esuporte betmotion3,25% para 3,80% no ano que vem, devido ao cenáriosuporte betmotionpreçossuporte betmotioncommodities muito mais instável.

Já o banco francês BNP Paribas elevousuporte betmotionprojeção para o IPCA (Índice Nacionalsuporte betmotionPreços ao Consumidor Amplo)suporte betmotion2022suporte betmotion6% para 7%, passando a prever uma alta da taxa básicasuporte betmotionjuros até 13,25%, ante estimativa anteriorsuporte betmotion12,25%.

Petróleo a US$ 150?

"Os anúncios desta terça-feira devem trazer mais volatilidade ao mercado, apesarsuporte betmotionos Estados Unidos importarem uma quantidade pequenasuporte betmotionpetróleo da Rússia, pouco maissuporte betmotion600 mil barris por dia", observa Alê Delara, sócio-diretor da corretorasuporte betmotioncommodities Pine.

"Mas o anúncio traz o sentimentosuporte betmotionum primeiro passosuporte betmotionproibiçãosuporte betmotionimportaçõessuporte betmotioncommodities da Rússia, que até então estavam sendo preservadas."

Segundo o analista, um cenário muito mais grave acontecerá caso a Rússia leve a cabo as ameaçassuporte betmotionfechar a torneirasuporte betmotiongás para a Europasuporte betmotionforma imediata.

"Com a proibiçãosuporte betmotionimportação pelos Estados Unidos, US$ 150 por barril é um patamar possívelsuporte betmotionatingirmos, porque já estamos muito próximos desse preço. Mas se a Rússia resolver barrar exportações e elas demorarem a retornar, aí o patamarsuporte betmotionpreços é muito difícilsuporte betmotionprever", diz Delara.

"US$ 300 por barril [como previu o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak] parece muito apocalíptico, mas US$ 200 se a proibição durasse 60 dias é possível. Mas esse seria um cenário desastroso, que não está no radar por enquanto", afirma.

Para Dawisson Belém Lopes, professorsuporte betmotionPolítica Internacional na UFMG (Universidade Federalsuporte betmotionMinas Gerais), a proibiçãosuporte betmotionimportações pode não ser tão decisiva para os rumos da guerra, mas se soma ao pacote sem precedentessuporte betmotionsanções econômicas à Rússia.

"Há um impacto simbólico, é uma sinalização forte. Biden não tinha opção, ia ficar muito estranho mover uma guerra por procuração, com uma condenação veemente da Rússia por parte dos Estados Unidos, se não houvesse uma atitude explícitasuporte betmotiontentar impactar a Rússia cortando esse fluxosuporte betmotionpetróleo, visando uma asfixia econômicasuporte betmotionPutin", diz Lopes.

Ele avalia que a situação da Rússia diante do acúmulo das sanções é bastante complicada, mas não descarta uma atitude mais drásticasuporte betmotionPutin.

"A Rússia não pode se dar muito ao luxosuporte betmotionabrir mão das rendas do petróleo e do gás natural, mas, num regime autoritário, o governante tem mais capacidadesuporte betmotionempurrar os efeitos da deterioração social e econômica para a população sem sofrer tanto, porque o impacto da revolta popular é menor", observa o professor.

O especialistasuporte betmotionpolítica internacional da UFMG considera que um quadrosuporte betmotionrestriçãosuporte betmotionoferta pela Rússia poderia levar o mundo a um cenáriosuporte betmotioncrise do petróleo similar àquele dos anos 1970.

Mas ele avalia que isso seria momentâneo, já que os países têm forte interdependência econômica e já se esforçam para encontrar alternativas ao petróleo russo, com EUA retomando conversas com Irã e Venezuela e liberando o usosuporte betmotionseus estoquessuporte betmotionemergência para minimizar os efeitos da crise.

Lopes lembra ainda que Biden tem observado uma melhora dos seus índicessuporte betmotionavaliação nos Estados Unidos, devido à resposta à guerra na Ucrânia. Mas ele considera que esse efeito pode se esgotar, à medida que cresça a fadiga da opinião pública.

"Há uma reação da popularidade Biden, mas não sei se isso se sustenta no médio prazo. O que define as coisas é o 'feel good factor', ou seja, a economia bem, o país se recuperando da pandemia e como vai se dar o acertosuporte betmotionconta depois com a China", afirma.

Para o professor, a relação com a China é a grande questão. "Se houver a sensaçãosuporte betmotionque a China saiu ganhando com essa disputa, que conseguiu transformar a Rússia num Estado mais dependente, isso pode não ser bom na percepção da população estadunidense."

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