Um ano após invasão do Congresso, por que mais1xbet 9130 milhões ainda dizem que Trump venceu eleição:1xbet 91

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Legenda da foto, Apoiadores1xbet 91Trump forçam passagem pela porta principal do Congresso dos EUA1xbet 9161xbet 91janeiro1xbet 912021

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Legenda da foto, Donald Trump fez discurso a seus apoiadores antes que eles marchassem ao Congresso

As câmeras1xbet 91segurança,1xbet 91jornalistas e manifestantes registraram o passo a passo dos atos: a depredação na sala da presidente da Câmara, enquanto seus auxiliares se escondiam; o avanço dos manifestantes que gritavam "enforquem Mike Pence", enquanto o então vice-presidente e1xbet 91família eram levados para um esconderijo seguro no prédio; o desespero1xbet 91parlamentares que se lançaram ao chão1xbet 91um dos plenários, cercado por manifestantes; os atos heroicos dos agentes1xbet 91segurança que chegaram a, sozinhos, conter e dispersar dezenas1xbet 91invasores.

A invasão ao prédio do Congresso - que gerou destruição estimada1xbet 91US$1,5 milhão (ou mais1xbet 91R$8,5 milhões) - foi o ato final1xbet 91uma manifestação1xbet 91apoio ao então presidente Trump, que havia perdido a tentativa1xbet 91reeleição1xbet 91novembro do ano anterior e se recusou a conceder.

Milhares1xbet 91pessoas se reuniram na capital americana, Washington D.C., naquela manhã1xbet 91inverno para ouvir do próprio Trump que as eleições tinham sido fraudadas e que ele, sim, era o vitorioso do pleito.

"Todos nós aqui hoje não queremos ver nossa vitória eleitoral roubada por democratas da esquerda radical, que é o que eles estão fazendo. Nós nunca desistiremos, nunca iremos conceder a vitória. Você não admite derrota quando há roubo envolvido", afirmou Trump no discurso ao público, antes que parte dos manifestantes marchasse para o Capitólio. "E nós lutamos. Nós lutamos pra caramba. E se você não lutar muito, você não terá mais um país", disse Trump, que já havia tido recusadas dezenas1xbet 91contestações na Justiça sobre a contagem1xbet 91votos.

Apenas duas semanas após a invasão do Capitólio, no mesmo prédio, Biden foi empossado como o 46º mandatário da história do país,1xbet 91um governo que agora está prestes a completar um ano.

Apesar disso tudo, o pecuarista do Texas e a dona1xbet 91casa da Pensilvânia seguem acreditando que o atual presidente americano, Joe Biden, fraudou as eleições para chegar à Casa Branca e que as cenas vistas no Capitólio foram orquestradas por grupos1xbet 91militantes esquerdistas - especialmente antifascistas, conhecidos como "Antifa" - ou por patriotas desesperados por salvar a democracia do país. E ambos não estão sozinhos nessa crença: dezenas1xbet 91milhões1xbet 91americanos partilham dessas mesmas convicções.

"Nossa pesquisa mostra que 71% dos eleitores que se identificam como republicanos dizem que Biden não foi eleito legitimamente. E outros 6% dizem não ter certeza. Então potencialmente três quartos dos republicanos acreditam até hoje que Trump ganhou", afirma o cientista político da Universidade1xbet 91Massachussets, Amherst, Alexander Theodoridis. Theodoridis é um dos diretores1xbet 91uma pesquisa sobre o assunto divulgada há uma semana e feita1xbet 91parceria com o Instituto YouGov.

Outros levantamentos apontam na mesma direção. Em novembro, o Public Religion Research Institute aferiu que 68% dos republicanos acreditavam que a eleição havia sido "roubada"1xbet 91Donald Trump. Como cerca1xbet 9150 milhões1xbet 91pessoas são registradas como eleitores republicanos nos EUA, as sondagens indicam que ao menos 35 milhões1xbet 91americanos seguem convencidos1xbet 91ter havido fraude eleitoral.

"Comparado ao eleitorado1xbet 91geral, aqueles que acreditam que Trump ganhou a eleição1xbet 912020 são desproporcionalmente republicanos e brancos. Na média são mais velhos, vivem nos Estados do Sul e têm menor escolaridade. E são mais conservadores e religiosos - com frequência se descrevem como cristãos protestantes", diz Theodoridis.

Republicanos1xbet 91fila atrás1xbet 91Trump

Especialista1xbet 91eleições e teorias da conspiração nos EUA, o cientista político Joseph Uscinski, da Universidade1xbet 91Miami, afirma que, historicamente, entre 30% e 40% dos eleitores americanos afiliados ao partido perdedor1xbet 91uma dada eleição presidencial tendem a contestar a lisura do pleito.

"As pessoas acreditam1xbet 91todo tipo1xbet 91coisa e isso é triste, mas é o que é. A diferença aqui é que pela primeira vez vimos um presidente no poder e seu partido endossando essas teorias conspiratórias. E isso explica porque essa taxa1xbet 91incrédulos é o dobro do que a taxa histórica, porque há líderes políticos que abusam da confiança que as pessoas depositam neles e espalham desinformação. Se Trump tivesse admitido a derrota, não veríamos esses números. Mas não foi isso o que aconteceu", afirma Uscinski.

Imediatamente após as cenas1xbet 91violência no Capitólio há um ano, líderes republicanos vieram a público condenar os atos1xbet 91Trump e1xbet 91seus apoiadores. O senador Mitch McConnell afirmou que o então presidente era "prática e moralmente responsável" pela invasão do Congresso. O deputado Kevin McCarthy, líder da minoria republicana na Câmara, disse que Trump concorreu para "o ataque dessa massa amotinada".

No caso1xbet 91McCarthy, a indignação com Trump não durou nem mesmo 15 dias. O líder voltou atrás e disse que não acreditava mais que o mandatário tivesse provocado a invasão. O mesmo aconteceu com quase todos os políticos com mandatos federais.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Milhares1xbet 91pessoas se reuniram1xbet 91Washington, inclusive com a presença1xbet 91Trump, para contestar resultado da eleição1xbet 91novembro1xbet 912020

Jim Jordan, o representante republicano por Ohio, culpou manifestantes Black Lives Matter por criar um clima1xbet 91"normalização da anarquia" no país e sugeriu, sem qualquer evidência, que os envolvidos nos atos podiam ser manifestantes por igualdade racial ou esquerdistas - discurso repetido por eleitores republicanos. O deputado republicano Paul Gosar, do Arizona, disse que o serviço1xbet 91inteligência americano, o FBI, tinha sido o real responsável por desencadear a violência no Capitólio.

Já o trumpista Matt Gaetz, deputado pela Flórida, criticou recentemente a Comissão Parlamentar1xbet 91investigação sobre o 61xbet 91janeiro por querer interrogar o analista político Steve Bannon e o chefe1xbet 91gabinete1xbet 91Trump Mark Meadows, entre outros assessores que travaram diálogos com Trump naqueles primeiros dias1xbet 912021.

"É quase como se o Comitê Corrupto sobre 61xbet 91janeiro estivesse perseguindo todos aqueles1xbet 91quem Trump precisa para vencer (a eleição) novamente1xbet 912024. É coisa1xbet 91República das Bananas", afirmou Gaetz, que passou o ano novo1xbet 91Mar-a-Lago, a casa1xbet 91veraneio1xbet 91Trump na Flórida.

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"Seis anos atrás, os republicanos tratavam Trump como um espetáculo à parte do partido. Hoje, um número significativo1xbet 91republicanos históricos e convencionais se coloca1xbet 91fila atrás1xbet 91Trump, mesmo depois que seus apoiadores pediram a execução1xbet 91seu vice-presidente enquanto vagavam pelos corredores do Congresso", afirma Michael Edison Hayden, porta-voz do Southern Poverty Law Center, um observatório1xbet 91extremismo e discurso1xbet 91ódio nos EUA.

Aqueles republicanos que não seguiram esse caminho, e apoiaram investigações sobre os assuntos, foram lançados ao ostracismo partidário. O caso mais emblemático é o da deputada Liz Cheney.

"Não há dúvida1xbet 91que o presidente formou a turba e a incitou. Ele acendeu a chama (para o ataque)", ela tuitou ainda1xbet 9161xbet 91janeiro.

Cheney, que integra a comissão parlamentar1xbet 91investigação dos atos daquele dia, foi removida do posto1xbet 91líder republicana na Câmara, e substituída por Elise Stefanik, uma entusiasmada trumpista e deputada por Nova York. Em seu conservador Wyoming, Cheney recebeu censura pública do partido. "É um ser humano horrível e amargo", afirmou Trump publicamente sobre ela, que já foi considerada uma republicana1xbet 91alta patente,1xbet 91parte por ser filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, e agora deve perder seu assento na Câmara nas eleições legislativas1xbet 91novembro1xbet 912022.

"Os pouquíssimos republicanos que se opuseram às acusações1xbet 91Trump sobre fraude eleitoral estão com os cargos arriscados ou se aposentaram. Entre os que não o fizeram, alguns realmente acreditam no que ele diz, mas muitos o enxergam como um grande problema, só que estão assustados demais para fazer algo. E nossa pesquisa sugere que eles têm razão1xbet 91estar assustados: mais da metade dos eleitores republicanos disseram que não pretendem votar nos candidatos do partido que não tenham apoiado a retórica e os atos1xbet 91Trump", afirma Theodoridis.

1xbet 91 F 1xbet 91 ervorosa defensora1xbet 91Trump

Para a enfermeira Catherine*,1xbet 9130 anos, não seria surpresa se1xbet 91mãe, republicana, não apenas punisse quem discordou1xbet 91Trump no voto como 'pedisse pena1xbet 91prisão a eles'.

Nos últimos anos, a mãe1xbet 91Catherine, uma corretora1xbet 91imóveis aposentada do Wisconsin, passou1xbet 91uma eleitora historicamente desinteressada1xbet 91política a uma fervorosa defensora1xbet 91Trump, que segue acreditando que o ex-presidente seria o legítimo ocupante da Casa Branca. Para Catherine, o extremismo da mãe ficou evidente por meio do controle remoto da televisão.

"Ela sempre assistiu (ao canal1xbet 91notícias1xbet 91tendência conservadora) FOX News. Eventualmente a FOX ficou esquerdista demais para ela e ela optou pela Newsmax (rede que noticiou como verdadeiras as alegações1xbet 91fraude eleitoral1xbet 91Trump sobre as quais não há provas). Ela se inscreveu no Twitter especificamente para seguir apenas Trump, mas saiu quando a conta dele foi suspensa. Agora, ela recebe correntes1xbet 91texto1xbet 91seus 'amigos' que têm o que ela chama1xbet 91'notícias reais', basicamente um compêndio1xbet 91conspiração do QAnon. Chegamos a um ponto1xbet 91nosso relacionamento1xbet 91que simplesmente não podemos discutir política", afirma Catherine.

Aos 61 anos, a mãe1xbet 91Catherine recusa-se a se vacinar contra covid-19. Há algumas semanas, Trump afirmou publicamente que tomou imunizantes contra o novo coronavírus, inclusive a dose1xbet 91reforço. Foi vaiado na ocasião pela plateia1xbet 91apoiadores. A mãe1xbet 91Catherine crê que o vídeo1xbet 91que Trump recomenda a vacinação é uma montagem.

Para o cientista político Uscinski, o episódio da vacina mostra que voltar atrás1xbet 91dadas mensagens repetidas a exaustão aos eleitores pode ser inviável no curto prazo. E por isso, a crença1xbet 91teorias da conspiração entre republicanos pode ser um fenômeno que se estenderá ao longo1xbet 91décadas. "Acreditar que Trump venceu1xbet 912020 se tornou parte do que significa ser republicano, tanto quanto não acreditar1xbet 91aquecimento global ou recusar-se a tomar a vacina1xbet 91covid", diz Uscinski.

*O nome da entrevistada foi alterado para preservar1xbet 91privacidade

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