O que significa a volta da esquerda ao poder nos 5 países nórdicos após 60 anos:fifa na betano

E também hoje eles parecem compartilhar o amor pela social-democracia.

Para Haldor Byrkjeflot, professorfifa na betanosociologia da Universidadefifa na betanoOslo e especialistafifa na betanopaíses nórdicos, essa nova "hegemoniafifa na betanoesquerda" é consequência do ressurgimento da popularidade do chamado "modelo nórdico" na região.

O modelo nórdico

"Quase todos os partidos apoiam o modelo nórdico, mas não se pode negar que os social-democratas foram fundamentais (para o desenvolvimento) do modelo", disse Byrkjeflot à BBC News Mundo, serviçofifa na betanoespanhol da BBC.

O especialista destaca que com a crise da covid-19, há muito mais ênfase na redução da desigualdade que vem crescendo desde o início da pandemia. Esse é um dos motivos que impulsionou o retorno da esquerda.

O modelo nórdico surgiufifa na betanoresposta à crise do início dos anos 1930, sob a liderançafifa na betanogovernos social-democratas, mas começou a ganhar força durante a grande depressão econômica e social deixada pela Segunda Guerra Mundial.

O modelo girafifa na betanotornofifa na betanoum grande Estadofifa na betanobem-estar que promove mobilidade social e um sistemafifa na betanonegociação coletivafifa na betanovários níveis. Pode-se dizer quefifa na betanoprincipal característica é a colaboração social.

"O modelo nórdico é baseado na cooperação entre sindicatos, empregadores e o Estado", explica Haldor Byrkjeflot.

Segundo o sociólogo norueguês, o trabalho conjunto entre essas três forças explica os bons indicadoresfifa na betanoigualdade nas sociedades nórdicas.

Alguns, como o ex-primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen, gostariamfifa na betanolembrar que o modelo nórdico não significa que os países da região sejam socialistas.

"Eu sei que algumas pessoas nos Estados Unidos associam o modelo nórdico a algum tipofifa na betanosocialismo. A Dinamarca está longefifa na betanoser uma economia socialista. A Dinamarca é uma economiafifa na betanomercado", disse elefifa na betanoum discurso na Escolafifa na betanoGoverno Kennedyfifa na betanoHarvardfifa na betano2015.

Para muitos especialistas, é mais apropriado descrever os países nórdicos como social-democracias.

Uma reação à 'políticafifa na betanodireita'

Johan Strang, professor do Centrofifa na betanoEstudos Nórdicos da Universidadefifa na betanoHelsinque, ressalta que há décadas a Europa e o mundo ocidental têm "se beneficiado e sido prejudicado pelos prós e contras" do neoliberalismo.

"Os benefícios sociais foram reduzidos, alguns serviçosfifa na betanoassistência social foram privatizados, propriedades públicas foram vendidas", disse o acadêmico finlandês à BBC News Mundo.

"A virada para a esquerda é provavelmente uma reação a tudo isso e uma formafifa na betanocrítica às políticas que os governosfifa na betanodireita implementaram".

As particularidades variam conforme o país.

Na Finlândia, as privatizações são criticadas e muitos pedem reformas no sistemafifa na betanosaúde misto (privado e público), enquanto na vizinha Suécia persiste o descontentamento com a escassez e o alto preçofifa na betanomoradia, bem como a segregação nas escolas, onde os mais ricos têm melhores condições para escolher os colégiosfifa na betanoseus filhos.

"E na Noruega, as pessoas da periferia das cidades reclamam que foram abandonadas por governosfifa na betanodireita", observa Strang.

Voltando às suas raízes

Depoisfifa na betanooito anos sob um governo conservador, a esquerda norueguesa voltou ao poder prometendo uma reduçãofifa na betanoimpostos para famíliasfifa na betanobaixa e média renda.

Além disso, a esquerda prometeu acabar com a privatização dos serviços públicos, dar mais dinheiro aos hospitais e forçar os mais ricos a pagar mais impostos.

E com essa agenda a vitória foi esmagadora: o Partido Trabalhista e seus dois aliadosfifa na betanoesquerda conquistaram 100 dos 169 assentos no Parlamento.

A campanha voltada para "pessoas comuns" valeu a pena.

Os resultados das eleições mostram que a ideiafifa na betanoum governo representando "o povo comum" mais uma vez seduz os nórdicos.

Strang estima que, apesarfifa na betanoo modelo nórdico ter sido "neoliberalizado" nas últimas décadas, ele parece estar voltando às suas origens. "Mas ainda é muito cedo para dizer isso", esclarece.

Pragmatismo e flexibilidade

Com uma região nórdica politicamente mais homogênea, pode-se pensar que os países estão caminhando na mesma direção.

Mas os especialistas concordam que isso é difícilfifa na betanoprever.

"Ajuda o fatofifa na betanoos países terem governos social-democratas, mas do pontofifa na betanovista histórico, os políticosfifa na betanoesquerda da região costumam ter personalidades fortes, que se chocam e eles acabam não se dando muito bem", lembra Strang, da Universidadefifa na betanoHelsinque.

Foi o caso dos sociais-democratas Paavo Lipponen e Göran Persson, que lideraram a Finlândia e a Suécia, respectivamente, no início dos anos 2000. As diferenças entre os dois líderes eram grandes e eles não fizeram nenhum esforço para escondê-las.

Os partidosfifa na betanoesquerda nas democracias nórdicas também são notáveis ​​por seu pragmatismo e flexibilidade: eles adaptam suas políticas ao longo do tempo efifa na betanoacordo com suas necessidades.

Enquanto os sociais-democratas na Dinamarca se voltaram contra a imigração, na Suécia e na Noruega eles têm uma abordagem "mais humanística", lembra Byrkjeflot, da Universidadefifa na betanoOslo.

Uma longa era social-democrata?

Atualmente, o sistema político nórdico, comofifa na betanotoda a Europa, estáfifa na betanocrise e a questão da gestão da imigração e do tratamento dos migrantes suscita grandes debates.

Os partidos tradicionais têm dificuldadefifa na betanoconquistar o eleitorado e, ao mesmo tempo, os pequenos partidos — alguns deles com uma ideologia mais "extrema"fifa na betanodireita ou esquerda — estão se saindo melhor do que o normal.

Embora o Partido Trabalhista norueguês tenha vencido nas últimas eleições, é graças a outros partidos menoresfifa na betanoesquerda, ambientalistas e socialistas, que ele conseguirá formar um governo.

Muitos se perguntam por quanto tempo durará a hegemonia social-democrata nos países nórdicos.

Tudo pode acabar muitofifa na betanobreve. Em 25fifa na betanosetembro, a Islândia realizará suas próximas eleições legislativas.

As pesquisas preveem que nove partidos ganharão pelo menos uma das 63 cadeiras no Alþingi (o Parlamento islandês), então o quadro será muito misto.

E para governar, uma maioria — direita ou esquerda — terá que formar uma coalizão.

"Não se pode dar como certo que temos uma longa era social-democratafifa na betanoandamento", disse Haldor Byrkjeflot. "Mas aqueles que haviam previsto o fim da social-democracia se enganaram."

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