Quedahttps f12 betbraço entre Fernández e Kirchner expõe fratura na esquerda argentina:https f12 bet

"Sinalizei (para Fernández) que achava que estava sendo realizada uma políticahttps f12 betajuste fiscal que não era adequada, que estava impactandohttps f12 betforma negativa na atividade econômica e, portanto, no conjunto da sociedade e que, sem dúvida, isto teria consequências eleitorais", escreveu a vice-presidente.

Ela afirmou ter dito ao presidente que os argentinos estão sofrendo perdas salariais, faltahttps f12 bettrabalho e "descontrolehttps f12 betpreços" e que essa situação deveria mudar. Segundo dados oficiais, divulgados nesta semana, a inflação argentina,https f12 betdoze meses, registra 51,4%, incluindo o índicehttps f12 bet2,5% no mêshttps f12 betagosto.

Somente nos oito primeiros meses deste ano, a altahttps f12 betpreços foihttps f12 bet32,4%, aindahttps f12 betacordo com o Instituto Nacionalhttps f12 betEstatísticas e Censos (Indec). O dado supera os 29% previstos para todo este ano no orçamento do governo. O índicehttps f12 betpobreza, porhttps f12 betvez, éhttps f12 betcercahttps f12 bet44%, tambémhttps f12 betacordo com dados oficiais.

A Argentina já registrava inflação e pobrezahttps f12 betalta, durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri, opositor do kirchnerismo, quando Fernández e Cristina assumiram a Presidência. A situação foi agravada durante a pandemia do novo coronavírus e, no passado, segundo levantamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia argentina encolheu cercahttps f12 bet11% e junto com o Peru registrou um dos piores indicadores da região - excluindo a Venezuela, que teria tido retração acimahttps f12 bet20%, ainda segundo o organismo internacional.

Na missiva, a vice-presidente também recordou que Fernández chegou à Presidência porque foi ela quem, sozinha, o escolheu para ser candidato à Casa Rosada.

"Fiz (a escolha) com a certezahttps f12 betque era o melhor para minha Pátria. Só peço ao presidente que honre essa decisão", escreveu. Segundo o jornal Página 12,https f12 betBuenos Aires, Alberto Fernández teria respondido, dizendo: "Ela me conhece. Sabe que não me submeto a pressões".

'Catástrofe política'

A dicotomia entre o presidente e a vice-presidente, que costumava ser comentada nos bastidores da política argentina, ganhou a esfera pública após a derrota do governo nas primárias que definiram os candidatos às eleições legislativas do dia 14https f12 betnovembro.

Foi uma "derrota eleitoral (para o kirchnerismo) sem precedenteshttps f12 betuma eleição legislativa", disse Cristina, que definiu o resultado como "catástrofe política".

No domingo,https f12 betum resultado que surpreendeu tanto o governo quanto a oposição, a frente opositora Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança), ligada ao ex-presidente Mauricio Macri, que costuma ser chamado pelos kirchneristashttps f12 bet"neoliberal", recebeu cercahttps f12 bet40% da votação nacional.

A coalizão governista Frentehttps f12 betTodos contou com 31% dos votos. O restante dos votos foi distribuído entre os que se definem comohttps f12 bet"esquerda pura" (5,8%) e a chamada "terceira via" (4,4%).

Em uma entrevista ao canal América TV,https f12 betBuenos Aires, o ministro da Economia, Martín Guzmán, negou que realize ajuste fiscal e afirmou que suas medidas são tomadas para "organizar" a economia, diante da pesada herança, disse, recebida do macrismo.

Guzmán é definido como o principal negociador do governo junto ao FMI com o qual tenta chegar a um acordo para a dívidahttps f12 betUS$ 44 bilhões - empréstimo recorde do organismo - contraída durante o governo Macri.

Para analistas políticoshttps f12 betdiferentes tendências, a difícil situação da economia argentina foi um dos fatores para o resultado eleitoral das primárias e que também poderia levar o governo a perder as eleições legislativashttps f12 betnovembro, quando serão renovadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço do Senado e se definirá se o governo manterá ou não a maioria no parlamento.

Num artigo, nesta sexta-feira, no jornal La Nación,https f12 betBuenos Aires, o analista político Sergio Berensztein disse que o panorama para o governo "é desolador,https f12 bettermos eleitorais, políticos, institucionais e econômicos", diante da situação econômica e da "crise política" envolvendo o presidente ehttps f12 betvice-presidente.

"A situação para o governo e para o presidente passou a ficar mais difícil depois da divulgação das imagens do aniversário da primeira-dama (Fabíola Yañez), no ano passado, quando o país obedecia as ordens do presidente, mas ele mesmo não cumpria o que exigia", disse o analista político Rosendo Fraga, do Centrohttps f12 betEstudos Nova Maioria.

As fotos e vídeos da comemoração foram reveladas há cercahttps f12 betum mês e foram registradashttps f12 betjulho do ano passado quando estavahttps f12 betvigor um dos decretos presidenciais com a exigênciahttps f12 betisolamento social e a proibiçãohttps f12 betreuniões. Na época, Fernández registrava altos índiceshttps f12 betpopularidade, com patamares superiores a 60%, e agora, dependendo da pesquisa estaria entre 30% e 35%.

A notícia sobre a celebração na residência presidencialhttps f12 betOlivos levou o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, referência da esquerda, a declarar que: "aos presidentes não podemos perdoar". Ou seja, algo imperdoável. Nesta sexta-feira, o jornal uruguaio El País publicou reportagem dizendo que, após a cartahttps f12 betCristina, Fernández será um "submetido" a Cristina ou um independente.

Alberto Fernández já tinha sido criticado,https f12 betjunho passado, quando afirmou que os brasileiros "vieram da selva" e os argentinos "dos barcos". Segundo contaram assessores à BBC News Brasil, ele tem o hábitohttps f12 betfalarhttps f12 betimproviso e esse teria sido um "ato falho". A repercussão interna e externa levou seus aliados a pedirem que não falasse maishttps f12 betimproviso, segundo a imprensa local.

No auge da popularidade do presidente, representantes dos movimentos sociaishttps f12 betesquerda na Argentina afirmaram que estava nascendo o "albertismo", que reforçaria os braços do tradicional peronismo, fundado pelo ex-presidente Juan Domingo Perón, na décadahttps f12 bet1940, e do kirchnerismo, que surgiu a partir da eleição do ex-presidente Néstor Kirchner,https f12 bet2003.

Kirchner era maridohttps f12 betCristina e morreuhttps f12 bet2010. O presidente Fernández tomou uma sériehttps f12 betmedidas que foram elogiadas pela esquerda, como ahttps f12 betdar exílio ao ex-presidente Evo Morales, logo após o conturbado processo eleitoral bolivianohttps f12 bet2019, e por ter visitado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na prisãohttps f12 betCuritiba, junto com o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante a campanha eleitoral.

No entanto, dois anos após o iníciohttps f12 betseu mandato, setores da esquerda passaram a questioná-lo. "A crise econômica fala mais forte", disse Fraga. Este seria um dos motivos do retorno das manifestações quase diárias, lideradas por movimentos sociais, como a desta sexta-feira, no centrohttps f12 betBuenos Aires.

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