'Núcleo do demônio': como era a 3ª bomba atômica que os EUA planejavam lançar contra o Japão:lampionsbet apk

O apelido dela era Rufus, e consistialampionsbet apkum núcleolampionsbet apkplutônio, semelhante ao usado na bomba Fat Man — detonada sobre Nagasaki.

A Rufus nunca se converteulampionsbet apkuma bomba funcional, mas causou dois acidentes fatais, razão pela qual a bomba ficou marcada na história como "o núcleo do demônio".

"Era essencialmente igual ao núcleo da Fat Man", disse Alex Wellerstein, historiador especializadolampionsbet apkarmas nucleares e autor do blog Nuclear Secrecy, à BBC Mundo.

Isso significa que ela poderia ter se tornado uma bomba capazlampionsbet apkgerar uma explosãolampionsbet apkcercalampionsbet apk20 quilotons, como aconteceulampionsbet apkNagasaki.

De acordo com as comunicações oficiais dos Estados Unidos, citadaslampionsbet apkum artigolampionsbet apkWellerstein, a bomba Rufus deveria estar pronta para ser lançada no dia 17 ou 18lampionsbet apkagostolampionsbet apk1945.

Nos primeiros diaslampionsbet apkagostolampionsbet apk1945, não estava claro se duas bombas atômicas seriam suficientes para fazer o Japão se render, explica Wellerstein.

Só depoislampionsbet apksua rendição, no dia 15lampionsbet apkagosto, "ficou claro que duas bombas haviam sido 'suficientes', senão demais", diz o especialista.

Portanto, no final, não foi necessário usar a Rufus.

"O que aconteceu entre os dias 15 e 21lampionsbet apkagosto? Não sei", escreve Wellerstein. Mas o que está documentado é que, a partirlampionsbet apk21lampionsbet apkagosto, pesquisadores do Laboratóriolampionsbet apkLos Alamos, no Novo México, onde as bombas atômicas foram desenvolvidas, começaram a usar esse núcleolampionsbet apkplutônio para experimentos extremamente perigosos.

Cócegaslampionsbet apkum dragão

Em 1945, os únicos núcleoslampionsbet apkplutônio já feitos foram Rufus, Fat Man e o da bomba Gadget, que foi usada no teste Trinity, o primeirolampionsbet apkexplosão nuclear conduzido pelos Estados Unidos.

Em Los Alamos, os pesquisadores queriam descobrir qual era o ponto limite no qual o plutônio se tornava supercrítico — isto é, eles queriam saber qual era o pontolampionsbet apkque uma reaçãolampionsbet apkcadeia do plutônio desencadeava uma explosão mortallampionsbet apkradiação.

A ideia era encontrar maneiras mais eficienteslampionsbet apkfazer um núcleo chegar ao estado supercrítico e otimizar a carga da bomba.

Manipular um núcleolampionsbet apkplutônio é uma manobra extremamente delicada. É por isso que os pesquisadores se referiram a esses exercícios como "fazer cócegas na caudalampionsbet apkum dragão".

"Eles sabiam que, se tivessem o azarlampionsbet apkacordar a besta furiosa, acabariam queimados", escreveu o jornalista Peter Dockrilllampionsbet apkum artigo no portal Science Alert.

Segundo Wellerstein, quem participou desses experimentos tinha consciência do risco, mas o fez porque era uma formalampionsbet apkobter dados valiosos.

Momentos letais

A primeira vítima do Rufus foi o físico americano Harry Daghlian, na época com 24 anos.

Daghlian tinha trabalhado no Projeto Manhattan, no qual os Estados Unidos desenvolveram suas primeiras bombas nucleares.

Em 21lampionsbet apkagostolampionsbet apk1945, Daghlian começou a construir uma pilhalampionsbet apkblocoslampionsbet apkcarbonetolampionsbet apktungstênio ao redor da Rufus.

A ideia dele era ver se ele poderia criar um "refletorlampionsbet apknêutrons" no qual os nêutrons lançados pelo núcleo ricocheteariam e, assim, o levariam com mais eficiência ao ponto crítico.

Era noite e Daghlian estava trabalhando sozinho, violando os protocoloslampionsbet apksegurança, conforme documentado pelo portal da Atomic Heritage Foundation.

O jovem cientista já havia empilhado vários blocos, mas quando estava terminandolampionsbet apkcolocar o último, seu dispositivolampionsbet apkmonitoramento lhe disse que isso poderia fazer com que o núcleo se tornasse supercrítico.

Era como arriscar a vidalampionsbet apkuma jenga mortal.

Ele manobrou para remover o bloco, mas infelizmente o deixou cair no núcleo, que entroulampionsbet apkum estado supercrítico e gerou uma explosãolampionsbet apknêutrons.

Além disso, a reação dele foi destruir a torrelampionsbet apkblocos, expondo-o a uma dose adicionallampionsbet apkradiação gama.

Essas ações foram letais.

Durante 25 dias, Daghlian suportou o doloroso envenenamento radioativo até finalmente morrer no hospital. Estima-se que ele recebeu uma doselampionsbet apk510 remlampionsbet apkradiação iônica.

O rem é a unidadelampionsbet apkmedida da radiação absorvida por uma pessoa. Em média, 500 rem são fatais para um ser humano.

"Isso é tudo"

Apenas nove meses depois, o dragão atacou novamente.

Em 21lampionsbet apkmaiolampionsbet apk1946, o físico americano Louis Stolin estava testando um experimento que já havia feito várias vezes.

Na época, Stolin era o maior especialista mundial no manuseiolampionsbet apkquantidades perigosaslampionsbet apkplutônio,lampionsbet apkacordo com Wellerstein.

Junto a um grupolampionsbet apkcolegas, ele estava mostrando como levar um núcleolampionsbet apkplutônio — Rufus, neste caso — ao ponto supercrítico.

O exercício consistialampionsbet apkunir duas metadeslampionsbet apkuma esferalampionsbet apkberílio, formando uma cúpula na qual os nêutrons saltavamlampionsbet apkdireção ao núcleo.

A chave para não causar um desastre era evitar que as duas meias esferas cobrissem totalmente o núcleo.

Para fazer isso, Stolin usou uma chavelampionsbet apkfenda como separador que servia como válvulalampionsbet apkescape para os nêutrons. Dessa forma, ele poderia registrar como a fissão aumentava, sem que a reaçãolampionsbet apkcadeia atingisse o ponto crítico.

Tudo estava indo bem, mas aconteceu a única coisa que não poderia ter acontecido.

A chavelampionsbet apkfendalampionsbet apkStolin escorregou e a cúpula se fechou completamente.

Foi apenas um instante, mas o suficiente para o núcleo atingir o ponto crítico e liberar uma correntelampionsbet apknêutrons que produziu um intenso brilho azul.

"O flash azul foi claramente visívellampionsbet apktoda a sala, embora ela fosse bem iluminada", escreveu Raemer Schreiber, um dos físicos que assistiram ao experimento.

"O flash não durou mais do que alguns décimoslampionsbet apksegundo."

Stolin reagiu rapidamente e descobriu a cúpula, mas era tarde demais: ele havia recebido uma dose letallampionsbet apkradiação.

Nove meses antes, ele mesmo havia acompanhado seu colega Daghlian durante seus últimos diaslampionsbet apkvida, e estava claro para ele que um destino semelhante o aguardava.

"Bem, isso é tudo", foram as primeiras palavras que ele disse, completamente resignado, depois quelampionsbet apkchavelampionsbet apkfenda escorregou, como Schreiber relembralampionsbet apkseu relatório, citado por Dockrill na Science Alert.

As estimativas indicam que Stolin recebeu 2.100 remlampionsbet apknêutrons, raios gama e raios-x no corpo dele.

A agonia dele durou nove dias.

Durante esse período, ele sofreu náuseas, dores abdominais, perdalampionsbet apkpeso e "confusão mental", conforme descrito por Wellersteinlampionsbet apkuma reportagem na revista The New Yorker.

Ele morreu aos 35 anos, no mesmo quartolampionsbet apkhospital onde seu colega Daghlian tinha morrido.

Ironicamente, observa Wellerstein, Stolin estava fazendo o procedimento para que seus colegas aprendessem a técnica caso ele não estivesse presente.

O fim da maldição

Os acidenteslampionsbet apkDaghlian e Stolin serviram para fortalecer as medidaslampionsbet apksegurançalampionsbet apkprocedimentos envolvendo material radioativo.

A partirlampionsbet apkentão, esses tiposlampionsbet apkexercícios passaram a ser manobrados remotamente, a uma distâncialampionsbet apkcercalampionsbet apk200 metros entre as pessoas e o material radioativo.

"Essas mortes ajudaram a criar uma nova eralampionsbet apkmedidaslampionsbet apksaúde e segurança", diz o site da Atomic Heritage Foundation.

De acordo com os arquivoslampionsbet apkLos Alamos, o "núcleo do demônio" foi derretido no verãolampionsbet apk1946 e usado para fazer uma nova arma.

"Na verdade, o núcleo do demônio não era demoníaco", diz Dockrill.

"Se há uma presença do mal aqui, não é o núcleo, mas o fatolampionsbet apkque os humanos correram para fabricar essas armas terríveis", diz o jornalista.

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