‘Fui posta à venda na internet por ser muçulmana’:pagbet app

Crédito, Hana Khan

Legenda da foto, Hana Khan é pilotopagbet appuma companhia aérea comercial

"Contei 83 nomes. Poderia haver mais", disse ela à BBC. "Eles tiraram minha foto do Twitter e ela tinha meu nomepagbet appusuário. Este aplicativo estava no ar há 20 dias e nós nem sabíamos sobre ele. Ele me causou arrepios na espinha", diz.

O aplicativo pretendia oferecer aos usuários a chancepagbet appcomprar uma "Sulli" — gíria depreciativa usada por trolls hinduspagbet appdireita para falar das mulheres muçulmanas. Não houve venda realpagbet appqualquer tipo — o objetivo do aplicativo era apenas degradar e humilhar.

Khan disse que foi alvo dos agressores por causa da religião que ela segue. "Sou uma mulher muçulmana que é vista e ouvida", disse ela. "E eles querem nos silenciar."

GitHub — a plataforma na internet que hospedava o aplicativopagbet appcódigo aberto — fechou-o rapidamente após reclamações. "Suspendemos contaspagbet appusuários após a investigaçãopagbet apprelatóriospagbet apptal atividade, todos os quais violam nossas políticas", disse a empresapagbet appum comunicado.

Mas a experiência deixou cicatrizes nas mulheres. Todas aquelas que apareceram no aplicativo eram muçulmanas com grande visibilidade, incluindo jornalistas, ativistas, artistas ou pesquisadoras. Desde então, algumas excluíram suas contas nas redes sociais e muitas outras disseram que temiam mais assédio.

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"Não importa o quão forte você seja, mas sepagbet appfoto e outras informações pessoais forem tornadas públicas, isso te assusta, te perturba", disse outra mulher ao serviço da BBCpagbet appHindi.

Mas várias das mulheres cujas informações pessoais foram compartilhadas no aplicativo recorreram às redes sociais para responder aos "pervertidos" e juraram lutar. Uma dezena delas formou um grupopagbet appWhatsApp para buscar — e oferecer — apoio e, algumas delas, incluindo Khan, prestaram queixas à polícia.

Artistas, ativistas e lideranças sociais também se manifestaram contra o assédio. A polícia disse que abriu uma investigação, mas não disse quem poderia estar por trás do aplicativo.

As pessoas que desenvolveram o aplicativo usaram identidades falsas, mas Hasiba Amin, um coordenadorpagbet appredes sociais do partidopagbet appoposição do Congresso, culpou várias contas que atacam regularmente muçulmanos, especialmente mulheres muçulmanas, e afirmam apoiar a políticapagbet appdireita.

Esta não é a primeira vez, disse Amin, que mulheres muçulmanas foram atacadas dessa maneira. No dia 13pagbet appmaio, enquanto os muçulmanos celebravam o festivalpagbet appEid, um canal do YouTube exibia um "Eid Special" — um "leilão" ao vivopagbet appmulheres muçulmanas da Índia e do Paquistão.

"As pessoas estavam dando lancespagbet app5 rúpias (R$ 0,35) e 10 rúpias (R$ 0,70), eles estavam classificando as mulheres com basepagbet appsuas partes do corpo e descrevendo atos sexuais, alémpagbet appameaçaspagbet appestupro", disse Khan.

Amin conta que mais tarde naquele dia, uma conta anônima tentou "leiloá-la" no Twitter. Várias outras — uma delas chamada @sullideals101, que desde então foi suspensa — aderiram, "abusandopagbet appmim, do meu corpo, me envergonhando e descrevendo atos sexuais grosseiros", diz Khan.

Ela acredita que quem tentou leiloá-la no Twitter são as mesmas pessoas que estão por trás do aplicativo Sulli Deals e do canal do YouTube — que já foi retirado do ar pela plataforma.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Ativistas dizem que mulherespagbet appminorias religiosas e castas desfavorecidas são mais assediadas na internet

Há duas semanas, o Twitter suspendeu contas que alegavam que estavam por trás do aplicativo.

Os ativistas dizem que o abuso online tem o poderpagbet app"depreciar, rebaixar, intimidar e, eventualmente, silenciar as mulheres".

Na semana passada, maispagbet app200 atores, músicos, jornalistas e funcionários do governopagbet apptodo o mundo escreveram uma carta aberta, cobrando os CEOs do Facebook, Google, TikTok e Twitter a tratar da segurança das mulheres como "uma prioridade".

"A internet é a praça da cidade do século 21", escreveram eles. "É onde o debate acontece, as comunidades são construídas, os produtos são vendidos e as reputações são feitas. Mas a escala do abuso online significa que, para muitas mulheres, essas praças digitais são inseguras."

Um relatório da Anistia Internacional sobre o assédio online na Índiapagbet app2020 mostrou que quanto mais voz uma mulher tinha, mais ela se tornava um alvo. E, assim como as mulheres negras eram mais alvopagbet appperseguições no Reino Unido e nos Estados Unidos, as mulherespagbet appminorias religiosas e castas desfavorecidas eram mais perseguidas na Índia.

Nazia Erum, autora e ex-porta-voz da Anistia na Índia, disse que havia poucas mulheres muçulmanas nas redes sociais e que elas eram "caçadas e perseguidas".

"Este ataque direcionado e planejado é uma tentativapagbet apptirar o microfone das mulheres muçulmanas educadas que expressampagbet appopinião e falam contra a islamofobia. É uma tentativapagbet appsilenciá-las, envergonhá-las, tirar o espaço que ocupam", ela diz.

Amin disse que os assediadores "não têm medo porque sabem que vão se safar".

Ela listou vários casos recentespagbet appatrocidades contra muçulmanos incentivados por membros do partido da situação BJP, como um ministro do governo que deu uma condecoração a oito hindus condenados por linchar um muçulmano. Já o novo ministropagbet appradiodifusão do país foi visto no ano passadopagbet appum vídeo viral estimulando uma multidão hindu a "atirar contra muçulmanos".

Para as mulheres cujas identidades foram obtidas e usadas pelo aplicativo "Sulli Deals", a luta por justiça pode ser longa e difícil. Mas elas estão determinadas a alcançá-la.

"Se a polícia não encontrar quem nos colocou à venda, irei aos tribunais", disse Khan. "Vou perseguir isso até o fim".

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