Covid longalivechat vbetcrianças: como identificar sintomas e sequelas da doença nos mais jovens:livechat vbet

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Legenda da foto, Ainda há muitas dúvidas sobre a chamada covid longalivechat vbetcrianças e adolescentes

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Legenda da foto, Poucos estudos que investigam a covid longalivechat vbetcrianças e adolescentes

A maioria dos pacientes dessa faixa etária que participaram do estudo enfrentou por meses sintomas como insônia, congestão nasal, fadiga, dificuldadelivechat vbetconcentração e dores.

Cientistas, profissionaislivechat vbetsaúde e lídereslivechat vbetgrupolivechat vbetapoio ouvidos pela reportagem costumam apontar um obstáculolivechat vbetcomum para estudos mais amplos e ações direcionadas: muita gente ainda acredita que menoreslivechat vbetidade não são atingidos pela covid-19.

"A maioria das pessoas, inclusive médicos, preferem dizer que esses sintomas são mais psicológicos e estão relacionados às restrições da pandemia", diz à BBC News Brasil o pediatra italiano Danilo Buonsenso, da Universidade Agostino Gemelli, que coassinou dezenaslivechat vbetartigos científicos sobre covidlivechat vbetcrianças na pandemia.

Para Frances Simpson, professoralivechat vbetpsicologia da Universidadelivechat vbetCoventry (Reino Unido) e cofundadora do grupolivechat vbetapoio Long Covid Kids, que reuniu 2.650 casos até agora, "demorou muito para convencer as pessoas do contrário,livechat vbetque as crianças podem ser afetadas, e ainda parece haver resistência a isso". Na opinião dela, as pessoas não querem acreditar que as crianças podem ficar doentes porque isso poderia gerar pânico.

Renato Kfouri, presidente do Departamento Científicolivechat vbetImunizações da Sociedade Brasileiralivechat vbetPediatria, diz à reportagem que as crianças na pandemia não são prioridade "nem para tratamento, nem para avaliaçãolivechat vbetsequelas, nem para drogas".

A BBC News Brasil detalha abaixo o que se sabe sobre os sintomaslivechat vbetcovid longa que atingem crianças, as diferençaslivechat vbetrelação aos adultos, qual é o perfil das crianças e adolescentes mais atingidos e o que tem sido feito até agoralivechat vbettorno do tratamento delas.

Sintomas da covid longalivechat vbetcrianças

A descrição com adultos é conhecida por muitos. A fase aguda da covid passa, mas o paciente enfrenta sintomas novos e antigos por meses (alguns inclusive os sentem maislivechat vbetum ano depois). Os testes já não detectam a presença do vírus, mas quem é acometido sente como se a doença não tivesse acabado, e sim entradolivechat vbetuma nova fase.

Em algumas pessoas, a chamada covid longa (ou prolongada, persistente) se revela ainda mais penosa ou debilitante do que a fase aguda, marcadalivechat vbetgeral pela faltalivechat vbetar.

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Legenda da foto, Parte dos pacientes dessa faixa etária enfrentou por meses sintomas como insônia, congestão nasal, fadiga, dificuldadelivechat vbetconcentração e dores

Os cinco sintomas mais comuns da covid longalivechat vbetcentenaslivechat vbetmilhareslivechat vbetadultos são fadiga (58%), dorlivechat vbetcabeça (44%), dificuldadelivechat vbetatenção (27%), perdalivechat vbetcabelo (25%) e faltalivechat vbetar (24%), segundo pesquisadoreslivechat vbetuniversidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia que analisaram dezenaslivechat vbetestudos sobre o tema com 48 mil pacientes ao todo.

As causas dessa condiçãolivechat vbetparte dos pacientes não está clara, e pesquisadores investigam hipóteses como uma resposta inflamatória do corpo a vestígios do coronavírus, por exemplo.

Como dito acima, há muito menos pesquisas, dados e testeslivechat vbetcrianças com covid, longa ou não. Segundo Kfouri, da Sociedade Brasileiralivechat vbetPediatria, isso se deve ao fatolivechat vbetque elas são "pouco infectadas, raramente internam e muito raramente hospitalizam. Quando isso acontece, mais da metade dos casoslivechat vbetformas graves e óbitos sãolivechat vbetcrianças que já tinham patologiaslivechat vbetrisco".

No Brasil, todos os dias cinco criançaslivechat vbetaté nove anos morremlivechat vbetdecorrência da covid-19,livechat vbetmédia. Ao todo, maislivechat vbet2 mil crianças morreram no país, das quais 1,3 mil bebês.

Há algumas diferenças nos sintomas mais apresentados por crianças e adultos. Os mais comuns são febre persistente, dificuldadelivechat vbetrespirar, pressão sanguínea baixa, conjuntivite, erupções na pele, com grande prevalêncialivechat vbetdores abdominais e alterações gastrointestinais (que ocorrem com bem menos frequência nos adultos).

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Legenda da foto, No Brasil, todos os dias cinco criançaslivechat vbetaté nove anos morremlivechat vbetdecorrência da covid-19,livechat vbetmédia

Kfouri explica que uma das possíveis razões está ligada à quantidade diferentelivechat vbetreceptores usados pelo coronavírus para invadir as células humanaslivechat vbetcrianças. Há menos nas vias respiratórias dessa faixa etária, mas maislivechat vbetoutros aparelhos, como o urinário e o digestivo, o que explica "esses quadroslivechat vbetdores abdominais, diarreia, sangue na urina".

No caso da covid longa, os sintomas mais comunslivechat vbetcrianças também não são exatamente os mesmos relatados acimalivechat vbetadultos, segundo o que se sabe até agora a partirlivechat vbetalguns estudos que tentaram mapear essa condição.

Uma pesquisa do hospital da Universidade Agostino Gemelli a partirlivechat vbetentrevistas com 123 jovenslivechat vbetaté 18 anos infectados com covid foi publicada recentemente com alguns dos primeiros resultados sobre o tema.

Danilo Buonsenso e outros seis colegas apontam que a maior parte delas (74,4%) apresentou sintomas, poucas (4,7%) foram hospitalizadas e uma pequena quantidade evoluiu para quadros mais graves como síndrome inflamatória multissistêmica (2,3%) e miocardite (1,6%).

Dos efeitos observados, os mais frequentemente relatados dois meses depois tantolivechat vbetcrianças sintomáticas, quanto assintomáticas à época da detecção do vírus no corpo são: insônia (18,6%), sintomas respiratórios, incluindo dor e aperto no peito (14,7%), congestão nasal (12,4%), fadiga (10,8%), dores musculares (10,1%), e dificuldadeslivechat vbetconcentração (10,1%) e dores nas articulações (6,9%).

Das 30 crianças avaliadas entre 60 e 120 dias após o diagnóstico inicial, 13 tinham pelo menos um sintoma e 7, três ou mais.

Um outro estudo científicolivechat vbetpesquisadores da Itália, da Rússia e do Reino Unido se debruçou sobre 510 casos relatados por pais americanos e britânicos. Entre os sinais mais comuns estavam fadiga e cansaço (87%), dorlivechat vbetcabeça (79%), dor abdominal (76%), dores musculares ou nas articulações (61%), náusea (46%) e diarreia ou vômito (42%).

Por fim, um dos estudos pioneiros do tema foi produzido por um pesquisador do Instituto Karolinska, na Suécia, a partirlivechat vbetcasos envolvendo cinco menoreslivechat vbetidade.

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Legenda da foto, Estudos apontam que a faixa etária mais atingida pela covid longa giralivechat vbettornolivechat vbet10 a 12 anoslivechat vbetcrianças

Nenhum deles chegou a ser hospitalizado na fase aguda da doença. Todos manifestaram fadiga, faltalivechat vbetar, dor no peito, e a maioria delas reportou dorlivechat vbetcabeça, dificuldadelivechat vbetconcentração, tontura, fraqueza muscular e dorlivechat vbetgarganta. Nenhuma das crianças havia conseguido retornar completamente às aulas ao longo desses meses.

Em resumo, os estudos acima apontam que a faixa etária mais atingida pela covid longa giralivechat vbettornolivechat vbet10 a 12 anos, os sintomas costumam durar oito meses, 20% melhorou anteslivechat vbetpiorarlivechat vbetnovo e menoslivechat vbet5% das crianças acometidas foram hospitalizadas durante a fase aguda da infecção.

Mas como dito antes, os números podem estar distorcidoslivechat vbetrazão da quantidade limitadalivechat vbetcasos estudados e, por extensão, da impossibilidadelivechat vbetadotar metodologias mais rigorosas.

'Não se trata sólivechat vbetcondições psicossomáticas'

Buonsenso, da Universidade Agostino Gemelli, critica o ceticismo e a faltalivechat vbetinteresselivechat vbetautoridades e pesquisadores no tema.

"A baixa prevalência da covid entre menoreslivechat vbetidade pode ser explicada por uma sérielivechat vbetquestões imunológicas e virais ainda sob estudo. Mas, na minha opinião, há barreiraslivechat vbetaceitar que as crianças possam ter covid longa. A maioria das pessoas, incluindo médicos, prefere afirmar que esses sintomas são mais psicológicos e ligados às restrições (como lockdowns)."

Para a professora Frances Simpson, do grupo Long Covid Kids, "o fatolivechat vbetmuitos médicos não poderem ajudar ou não acreditar que a criança está doente aumenta enormemente as dificuldades enfrentadas por esses pais".

Nisreen Alwan, epidemiologista e professora na Universidadelivechat vbetSouthampton (Reino Unido), acredita que a compreensão da covid persistente caminhalivechat vbetritmo lento porque não é medida ou quantificada adequadamente.

Como ocorre com adultos, a variedadelivechat vbetsintomas e desdobramentos da covid pioram essa mensuração. O que dizer quando se tratalivechat vbetcrianças que, a depender da idade, mal conseguem identificar e relatar sintomas? Soma-se a isso a baixa taxalivechat vbettestes para detectar o víruslivechat vbetcrianças.

Em linhas gerais, elas podem ser assintomáticas (65% delas, segundo pesquisa da Prefeituralivechat vbetSão Paulo) ou apresentar quadros leveslivechat vbetcovid-19, ou não. Podem manifestar um quadro típico da doença, se recuperar rapidamente e depois piorar com outros sintomas. Ou mesmo continuar com os mesmos sintomas desde a fase aguda.

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Legenda da foto, Covid longa não tem um tratamento específico, tantolivechat vbetcrianças quantolivechat vbetadultos

Por meiolivechat vbetquestionário aplicado aos familiares que integram o grupo "Long Covid Kids", foram reportados maislivechat vbet100 manifestações, como sintomas gastrointestinais (diarreia, dor abdominal, vômito), dorlivechat vbetcabeça, no tórax, fadiga, manifestações dermatológicas, dores nas articulações, dorlivechat vbetgarganta e variaçõeslivechat vbethumor.

Kfouri, da Sociedade Brasileiralivechat vbetPediatria, afirma que esse quadro fica ainda mais complicado ao lembrarmoslivechat vbetoutras doenças que acometem crianças.

"É bom lembrar que, na maior parte das vezes, esses quadros na pediatria ficam sem sintomas porque se confundem com outras doenças respiratórias, ou outras viroses das crianças. Corpo mole, mal-estar, enjoo, febre baixa. Então, às vezeslivechat vbetqualquer um desses quadros pode se suspeitarlivechat vbetcovid-19 porque os sintomas podem realmente ser muito inespecíficos, muito variados, mais do que nos adultos."

Possíveis tratamentos

A covid longa não tem um tratamento específico, tantolivechat vbetcrianças quantolivechat vbetadultos. Como a variedadelivechat vbetmanifestações e sintomas é enorme,livechat vbetgeral as condições são tratadas ou acompanhadas por especialistas a partirlivechat vbetabordagens já conhecidas.

Dermatologistas podem avaliar erupções na pele enquanto neurologistas investigam dificuldadelivechat vbetconcentração e problemaslivechat vbetmemória, por exemplo.

Simpson, do grupo Long Covid Kids e da Universidadelivechat vbetCoventry, recomenda aos pais que busquem gruposlivechat vbetapoio, compartilhem relatos e experiências e encontrem médicos simpáticos à condiçãolivechat vbetsaúde dos pequenos pacientes.

"Muitas dessas crianças não recuperaram a saúde que tinham. Apenas 10%, segundo nosso levantamento. Muitas crianças estão sofrendo física e mentalmente."

Ela defende que os pais não sobrecarreguem as criançaslivechat vbetbuscalivechat vbetuma melhora e que elas devem ser tratadas caso a caso. Algumas delas podem passar a precisarlivechat vbetacompanhamento psicológico, ensino remoto, mudanças na rotina, suporte da escola e auxíliolivechat vbetatividades físicas. Não haverá uma solução única para todas elas, diz Simpson.

Há dados promissores sobre eventuais efeitos positivos da vacinaçãolivechat vbetadultos diagnosticados com covid longa, mas isso ainda está sob estudo. Vale lembrar que as pesquisaslivechat vbetvacinas para crianças ainda estão na faselivechat vbetestudos clínicos, e nenhuma delas foi autorizada para usolivechat vbetlarga escala até agora, embora os resultados sejam promissores.

O Sistemalivechat vbetSaúde Britânico (o NHS, parecido com o SUS brasileiro) montou uma redelivechat vbetmaislivechat vbet40 clínicas especializadas e multidisciplinares para pacientes que se recuperam da covid longa.

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Legenda da foto, Como formalivechat vbetprevenção, a Sociedade Brasileiralivechat vbetPediatria recomenda que crianças "com maislivechat vbet2 anos usem máscara e mantenham distanciamento"

Além das abordagens elencadas acima, o NHS faz outras recomendações, como descansar o corpo e a mente, manter atividades rotineiraslivechat vbetum ritmo mais lento, fazer exercícioslivechat vbetrespiração, evitar interrupções no sono e fazer uma alimentação mais saudável.

Como formalivechat vbetprevenção, a Sociedade Brasileiralivechat vbetPediatria recomenda que crianças "com maislivechat vbet2 anos usem máscara e mantenham distanciamento". E a volta às aulas deve ocorrer atendendo aos protocoloslivechat vbetsegurança, com higienização das mãos, distanciamento, salas arejadas e mais vazias.

"A única formalivechat vbetevitar a covid longa é evitar a covid-19", resume Sammie Mcfarland, cofundadora do grupo Long Covid Kids.

*O nome foi trocado para preservar a identidade da criança.

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