Eleições nos EUA: os mitos sobre o 'voto latino' derrubados neste ano:pix 365 bet

Na medidapix 365 betque começavam a surgir os resultados das eleições gerais dos EUA na noitepix 365 betterça-feira (03/11), muitos ficaram surpresos com o aumento no apoio que o presidente Donald Trump conquistou com o eleitorado hispânicopix 365 betcomparação com 2016.

E isso ocorreu mesmo que Trump tenha feito um mandato marcado por um endurecimento das políticaspix 365 betimigração.

O republicano superoupix 365 betmuito as expectativaspix 365 betseu desempenho na Flórida. Os hispânicos que o apoiarampix 365 betMiami, um reduto democrata, são apontados como fundamentais para sedimentarpix 365 betvitóriapix 365 betum Estado que ele não podia perder.

Mas isso não foi tudo. No Arizona, um Estado tradicionalmente republicano, os hispânicos são creditados por uma transformação política que provocou uma batalha.

Com 97% das urnas apuradas neste sábado (07/11), Biden estava na frente por uma pequena margempix 365 bet20 mil votos.

Com a apuração praticamente concluída na maioria dos Estados-chave, o democrata conseguiu alcançar 273 dos 538 votos do Colégio Eleitoral, segundo projeção da BBC, e se tornou o novo presidente eleito do país.

No Texas, por outro lado, que desta vez bateu o recordepix 365 betcomparecimento eleitoral com centenaspix 365 betmilharespix 365 betnovos eleitores latinos, Trump perdeu 3 pontos da liderança que havia alcançadopix 365 bet2016.

A narrativa do "voto latino" voltapix 365 bettodos os ciclos eleitorais há décadas, mas especialistas apontam que o termo abarca mitos que foram claramente desmantelados nesta eleição.

Mito 1: é um bloco uniforme e garantido para os democratas

"É ridículo que,pix 365 bet2020, este país ainda deva ser lembrado que os latinos não são um monolito e que o tal voto latino é uma miragem", afirma a jornalista salvadorenho-americana do LA Times, Esperanza Bermúdez.

Sua reação foi amplamente divulgada e serviupix 365 betbase para outros jornalistas latinos criticarem a abordagem das campanhas políticas aos eleitores hispânicos.

"Falar sobre o 'voto latino' como algo único significa que é um grupopix 365 betpessoas que compartilham os mesmos pontospix 365 betvista e, embora haja coincidências, nem todos pensam da mesma forma", disse Mark López, Diretorpix 365 betMigração Global e Pesquisa Demográfica do Pew Research Center, com sedepix 365 betWashington,pix 365 betentrevista à BBC News Mundo, o serviçopix 365 betespanhol da BBC, algumas semanas atrás.

Do totalpix 365 betlatinos com direito a voto no país, 59% são mexicanos ou mexicano-americanos, 14% são portorriquenhos, 5%pix 365 betorigem cubana e 22%pix 365 betoutras origens hispânicas, segundo dados do Pewpix 365 bet2016.

Como nos casospix 365 betPaulina, Guillermo e Rogelio, as experiências dos latinos nos Estados Unidos são vastas e muito diversas, dependendopix 365 betfatores como nível educacional, status socioeconômico e localização geográfica.

Apesarpix 365 betlaços fortes e comuns, como o uso da língua espanhola, as definiçõespix 365 betidentidade também variampix 365 betacordo com outros elementos, como religião e formação familiar.

Dado que todos esses fatores formam opiniões e posições políticas, é normal que os latinos apoiem candidatospix 365 betambos os partidos.

Trump recebeu 32% do apoio deste grupopix 365 bettodo o país,pix 365 betacordo com pesquisas divulgadas na terça-feira. Quatro pontos percentuais a mais do quepix 365 bet2016.

E vale lembrar que,pix 365 bet2004, o republicano George W. Bush alcançou um apoio recordepix 365 bet40% entre os latinos.

"Os latinos republicanos sempre existiram e a campanhapix 365 betTrump dedicou recursos significativos para ganhar mais seguidores na comunidade hispânica durante este ciclo eleitoral", escreveu o jornalista Christian Pazpix 365 betum artigo recente na The Atlantic.

A abordagem do Partido Republicanopix 365 betrelação ao papel menos dirigente do Estado nos assuntos da sociedade e a crençapix 365 betvalores conservadores e religiosos são alguns dos elementos que atraem os eleitores latinos, apontam os especialistas.

Um exemplo muito ilustrativo é dado por Gabriel Montalvo, um jovem americanopix 365 betfamília equatoriana que, apesarpix 365 better crescido na liberal cidadepix 365 betNova York, especificamente no bairro do Bronx, é um fiel seguidorpix 365 betTrump.

"Eu cresci no gueto e vi a cultura da ignorância,pix 365 betpessoas que odeiam o governo, mas ainda recebem cheques dele. Essa expansão do Estadopix 365 betbem-estar afetou negativamente muitos hispânicos", disse ele à BBC News Mundo há alguns meses.

Como líder do partido, Trump também apontou os democratas como partepix 365 betuma "esquerda radical" com uma agenda socialista, um discurso que penetrou comunidades com históriaspix 365 betexíliopix 365 betpaíses com governos socialistas ou comunistas.

Não sem razão, o presidente obteve 55% do apoio dos cubanos na Flórida, ante 25%, por exemplo, dos portorriquenhos, segundo pesquisa da firma Latino Decisions.

Os especialistas insistem, no entanto,pix 365 betse distanciar da crençapix 365 betque apenas os cubanos apoiam o Partido Republicano entre os eleitores latinos.

Sua presença é mais perceptívelpix 365 betparte porque,pix 365 betgeral, as empresas que fazem esse tipopix 365 betpesquisa concentram-sepix 365 beteleitorespix 365 betnacionalidade cubana, mexicana e portorriquenha epix 365 betgrupospix 365 beteleitorespix 365 betorigem sul-americana, por exemplo,pix 365 betsetores mais gerais.

Embora os democratas tradicionalmente atraiam mais eleitores latinos do que os republicanos, isso não significa que haja garantias para os primeiros.

Apesarpix 365 betuma pandemia que afetou desproporcionalmente latinos e negros epix 365 betuma recessão econômica que deixou muitos latinos sem empregos, Joe Biden obteve um ponto a menospix 365 betapoio (65%) neste grupo do quepix 365 betantecessora democrata, Hillary Clinton.

"Alguns políticos presumem que os latinos são democratas, como se o eleitor tivesse nascido com um DNA fixo", diz Clarissa Martínezpix 365 betCastro, vice-presidente da organização apartidária UnidosUS.

Mito 2: latinos só se preocupam com questõespix 365 betimigração

Os latinos representam 18% da população total dos EUA, e novepix 365 betcada dez latinos com menospix 365 bet18 anos nascem nos Estados Unidos.

Essas estatísticas servem para ilustrar que, como todos os americanos, há uma grande variedadepix 365 betquestões que os preocupam.

A imigração, pelo menospix 365 betacordo com uma pesquisa conduzida pela Pew, não é uma das primeiras preocupações entre os eleitores hispânicos.

A economia está no topo da listapix 365 betprioridades, seguida pela saúde e pela pandemia do coronavírus.

Embora as políticaspix 365 betimigração afetem principalmente os latinos, nem todos têm uma experiência semelhante com o assunto. Há mexicanos-americanos que estão no país há gerações, por exemplo.

"O desafio para os democratas não é rotular automaticamente os eleitores latinos como mexicanos ou imigrantes", disse a cientista política Melissa Michelson há algumas semanas.

Mito 3: eles só importampix 365 betEstados como Califórnia e Flórida

Os hispânicos vêm promovendo uma transformação demográfica nas últimas três décadaspix 365 betEstados ondepix 365 betpresença não era comum.

O sul dos EUA, por exemplo, é a região com a população hispânicapix 365 betcrescimento mais rápido, principalmente do México e da América Central.

Até certo ponto, o aumentopix 365 beteleitores hispânicospix 365 bettendência democratapix 365 betEstados como a Geórgia desafia o statuspix 365 betreduto republicano que o território mantém desde 1996.

Os resultados apertados desta eleição naquele Estado mostram que não é mais um terreno seguro para os republicanos.

É cedo para se dizer, mas também se fala que os hispânicos poderiam contribuir para uma vitória democratapix 365 betEstados altamente contestados, como a Pensilvânia.

Um caso mais claro é o do condadopix 365 betMaricopa, no Arizona (sudoeste dos Estados Unidos), que há uma década representava o domínio conservador e que nesta eleição complicou a vidapix 365 betTrump.

A implementaçãopix 365 betmedidas duras que facilitaram a detençãopix 365 betimigrantes indocumentados alimentou um movimentopix 365 betativismo hispânico que eles apontam como responsável por promover a participação política e eleitoral que favorece os democratas.

Miami, um caso à parte

pix 365 bet (Por Luis Fajardo,pix 365 betMiami)

Um dos eventos políticos notáveis desta eleição foi o apoio massivo que os latinospix 365 betMiami deram a Donald Trump.

Alguns estudos preliminares sugerem que os cubano-americanos, que representam cercapix 365 bet30% da população do Condadopix 365 betMiami, preferiram o candidato republicano ao democrata por uma proporçãopix 365 betdois para um.

Isso representa uma mudança gigantescapix 365 betrelação à tendência recente,pix 365 betque os democratas conseguiram seduzir uma parte importante desse bloco eleitoral.

Por exemplo, nas eleiçõespix 365 bet2012, cercapix 365 bet50% dos cubanos votaram no então candidato democrata Barack Obama.

Em 2020, o impacto do voto cubano, epix 365 betmenor medida dos venezuelanos, colombianos, nicaraguenses e outros latinospix 365 betMiami, foi devastador.

A cidade, que era o grande reduto democrata no Estado da Flórida, deu a Joe Biden apenas uma pequena vantagem, que não poderia compensar o enorme domínio republicano no norte rural do estado.

Os latinospix 365 betMiami foram os grandes arquitetos da vitóriapix 365 betTrump na Flórida, indispensável para manter vivas as esperançaspix 365 betreeleição do presidente.

Também ficou claro que o voto latinopix 365 betMiami é diferente do voto do resto da população hispânica.

Ao contrário da maioria dos mexicanos da comunidade latina no oeste do país, aqui predominam cubanos e sul-americanos, muitos dos quais fugirampix 365 betgovernos socialistas.

Isso ajuda a explicar por que eles tendem a ser mais conservadores e por que também foram os mais entusiasmadospix 365 betaceitar a mensagempix 365 betTrump, chamando os democrataspix 365 betesquerda radical e atépix 365 bet"Castro-Chavistas".

Miami é um caso especial,pix 365 betgrande parte, porque os cubanos têm uma influência política aqui comopix 365 betnenhum outro lugar do país, embora representem apenas 5% do eleitorado latinopix 365 bettodo o país.

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