Seis efeitos da catástrofe provocada pela covid-19 na educação da América Latina:novibet mexico

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Legenda da foto, Cercanovibet mexico20% da população latino-americana não tem acesso adequado à internet

Uma das coisas que mais o preocupa é a incerteza quanto ao futuro dos alunos e a impossibilidadenovibet mexicocontatá-los. "Onde meus alunos moram não há sinalnovibet mexicointernet", diz León, que costumava caminhar por horas para levar material didáticonovibet mexicocasanovibet mexicocasa, algo que não pode mais fazer.

Primeiro, porque o contágio disparounovibet mexicoseu distrito. E, segundo, porque o governo boliviano anunciounovibet mexicoagosto o encerramento antecipado do ano letivo, por faltanovibet mexicocondições para garantir o acesso à educação virtual.

Como resultado, os alunos foram promovidos automaticamente ao ano seguinte, com um vazionovibet mexicoconhecimento que provavelmente será difícilnovibet mexicorecuperar.

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Legenda da foto, As famílias tiveram que se adaptar às duras condições impostas pelo confinamento

O Banco Interamericanonovibet mexicoDesenvolvimento (BID) estima que cercanovibet mexico20% da população latino-americana não tem acesso adequado à internet móvel. E se não estiverem conectados, a possibilidadenovibet mexicofamílias com filhos acompanharem as aulas é bastante baixa.

"A conectividade deve ser um direito humano", argumenta Claudia Uribe, diretoranovibet mexicoEducação para a América Latina da entidade,novibet mexicoconversa com a BBC News Mundo (o serviçonovibet mexicoespanhol da BBC). Mas enquanto isso não acontece, a região está exposta a "enfrentar uma catástrofe geracional" na educação, alerta Uribe.

Entenda esses e outros efeitos da pandemia na educação da região.

1. Interrupção da aprendizagem

O efeito mais óbvio do fechamentonovibet mexicoescolas é a interrupção no aprendizadonovibet mexicomilhõesnovibet mexicocrianças e adolescentes. Embora seja um problemanovibet mexicotodos os níveis educacionais, quem mais sofre são as crianças que estão entrando na escola e os alunos que estão se formando.

Entre os mais novos, o risco está no déficitnovibet mexicohabilidades básicas como ler e escrever ou somar e subtrair, essenciais para avançar nos próximos níveis. Já para os que estão se formando, o problema é que suas perspectivasnovibet mexicoingressar no ensino superior ou no mercadonovibet mexicotrabalho se tornam mais difíceis.

2. Fome

A maioria das escolas públicas da América Latina distribui refeições gratuitas para crianças que não têm recursos econômicos para financiar o café da manhã e o almoço. Sem aulas, as criançasnovibet mexicosituações mais vulneráveis ficam também sem a merenda, que muitos pais não conseguem substituir com refeiçõesnovibet mexicocasa.

3. Famílias despreparadas para ensinar

Nos casosnovibet mexicoque alunos estudam online ou recebem roteirosnovibet mexicoestudos, muitos pais não estão preparados para responder a perguntas e auxiliar no processonovibet mexicoensino.

Durante a pandemia, essa grande responsabilidade recaiu sobre eles e geralmente se soma às responsabilidadesnovibet mexicotrabalho.

4. Desigualdade no acesso às aulas digitais

Em muitas áreas da região não há sinalnovibet mexicointernet e há diversas dificuldades paranovibet mexicoimplementação. Há países na África onde empresas como o Google investiramnovibet mexicoexperimentos como o envionovibet mexicosinais por balõesnovibet mexicoar quente, mas são iniciativas muito complexas para replicarnovibet mexicoescala mais massiva, explica à BBC News Mundo Valtencir Mendes, especialistanovibet mexicoprogramasnovibet mexicoeducação e inovação da Unesco.

"É difícil implementar essas alternativas porque o custo é muito alto", afirma.

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Legenda da foto, O professor boliviano Wilson León diz que há muitas crianças que não estão aprendendo a ler e a escrever

Também há casas onde há acesso à internet, mas ele é limitado. "Há pais que me dizem que precisam escolher entre comprar crédito (para acessar a internet via 3G) ou comprar comida", diz um professor chileno que enfrenta esse tiponovibet mexicoproblema trabalhandonovibet mexicoáreas vulneráveis ​​de Santiago.

Os especialistas concordam que, embora a exclusão digital sempre tenha existido, a pandemia destacou a desigualdade no acesso tecnológico.

5. Aumento da evasão escolar

Embora ainda não haja números sobre a evasão escolar na América Latina durante a pandemia, fontes consultadas pela BBC News Mundonovibet mexicoescolas e organizações que atuamnovibet mexicobairros pobres ou áreas remotas, dizem que há muitos alunos que abandonaram as aulas nos últimos mesesnovibet mexicodecorrência da pandemia.

"O maior problema é que alguns desses alunos não vão voltar", diz Uribe, porque alguns saem e se integram ao mercadonovibet mexicotrabalho e muitas meninas ficamnovibet mexicocasa ajudando no cuidadonovibet mexicofamiliares que precisamnovibet mexicoassistência.

6. Violência doméstica e gravidez precoce

"Essa crise afetou mais as meninas", diz Mendes, porquenovibet mexicocasa elas ficam expostas a situaçõesnovibet mexicoabuso ou simplesmente são relegadas ao trabalho doméstico.

A face mais dramática desta situação é que aumentaram as gravidezes prematuras e,novibet mexicoalguns países, os casamentos forçados.

O que pode ser feito?

Como o fechamentonovibet mexicoescolas é uma situação muito grave, surgiram algumas iniciativasnovibet mexicoemergência — por governos, empresas ou pela própria comunidade — que tentam mitigar parcialmente os efeitos disso.

Em muitos países da região, incluindo Brasil e México, governos centrais e locais lançaram programas educacionais por televisão e rádio, pensando especificamente nas famílias sem acesso à internet.

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Legenda da foto, No finalnovibet mexicoagosto, o governo mexicano introduziu um programanovibet mexicoaulas pela TV

Especialistas como Mendes, da Unesco, dizem que estudos têm mostrado que as aulas por esses meios são uma boa opção se forem acompanhadasnovibet mexicomaterial impresso, tutoriais por telefone ou algum tiponovibet mexicoacompanhamento aos alunos.

Se forem aulas na televisão ou no rádio sem nenhum outro suplemento, não geram bons resultados. "Os mais eficazes são os modelos híbridos", diz Mendes, citando como exemplo o plano que está sendo implementado no Estadonovibet mexicoSão Paulo que combina aulas na televisão, recursos online e conteúdonovibet mexicopapel.

As aulas no Estado foram interrompidasnovibet mexicomeadosnovibet mexicomarço com o fechamentonovibet mexico5,4 mil escolas e,novibet mexicosetembro, apenas alguns estabelecimentos começaram a reabrir suas portas.

"Criamos um aplicativo para celulares, negociamos com operadorasnovibet mexicotelefonia, para oferecer internet gratuita aos alunos mais pobres e transmitimos as aulasnovibet mexicodois canaisnovibet mexicotelevisão", explica Rossieli Soares da Silva, secretárionovibet mexicoEducação do Estadonovibet mexicoSão Paulo, à BBC Mundo.

E no México, desde o finalnovibet mexicoagosto, os alunos passaram a ter aulas pela televisão após um acordo do governo com emissoras para divulgaçãonovibet mexicoconteúdo à distância, já que apenas 56% dos domicílios têm acesso à internet, segundo dados oficiais.

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Legenda da foto, Especialistasnovibet mexicoeducação recomendam modelos híbridosnovibet mexicoeducação para enfrentar o fechamentonovibet mexicoescolas

As autoridades esperam produzir 4.550 programasnovibet mexicotelevisão e 640 programasnovibet mexicorádionovibet mexicoespanhol e línguas indígenas. No entanto, os sindicatosnovibet mexicoprofessores manifestaram objeções à iniciativa, argumentando que a aprendizagem não funciona através da observaçãonovibet mexicoconteúdos informativos, mas por meio da interação com os alunos.

As alianças entre empresas e governos ou organizações internacionais também renderam formasnovibet mexicoaumentar o acesso dos alunos aos conteúdos. Este ano, com a urgência imposta pela pandemia, novos projetos surgiram e os que já existiam foram ampliados.

Por exemplo, na Argentina, a empresa Telefónica fez um acordo com o governo para dar acesso gratuito a sites educacionais na internet durante a pandemia para famílias que não podem pagar pelo serviço.

E no Peru, a mesma empresa,novibet mexicoconjunto com o Facebook, o Banco Interamericanonovibet mexicoDesenvolvimento (BID) e o Banconovibet mexicoDesenvolvimento da América Latina (CAF), criou a "Internet para Todos", uma firma que oferece serviços a operadoras móveis locais ajudando-as a chegarnovibet mexicoáreas remotas.

Em menor escala, existem organizações que distribuem chips, telefones celulares, pacotesnovibet mexicodados, computadores e qualquer ferramenta que ajude a melhorar o acesso à internet.

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Legenda da foto, Donanovibet mexicouma lojanovibet mexicotortilhas no México, Dávila converteu porta-malasnovibet mexicocaminhonetenovibet mexicoespaçonovibet mexicoestudos

E nas circunstâncias atuais, naquelas áreas onde as famílias não têm possibilidadenovibet mexicose conectar, existem organizações que distribuem tinta para impressoras nas escolas, para que os pais levem os deveresnovibet mexicocasa para casa.

Existem também iniciativas para capacitar professoresnovibet mexicohabilidades digitais básicas. É o casonovibet mexicoum programa da Unicef com a empresa Tigo-Millicom, que já formou cercanovibet mexico130 mil professores na Bolívia e no Paraguai.

Ou o que a Technovation Chile está fazendo, com o apoio da operadoranovibet mexicotelefonia Wom e outros fundos internacionais, distribuindo conteúdo digital — que também pode ser baixado e impressonovibet mexicopapel —novibet mexicoescolas que entregam cestas básicas para seus alunos.

Iniciativas das próprias comunidades

Embora existam iniciativas dos setores público e privado, a verdade é que a América Latina está repletanovibet mexicolugares onde as crianças foram completamente excluídas do sistema escolar.

E enquanto a covid-19 continua a se espalhar, às vezes, a única alternativa é a ajuda dos vizinhos.

Vizinhos que, por exemplo, se juntam para conseguir impressoras e compartilhar as aulas, ou que se revezam compartilhando computadores ou a senha do wi-fi. Existem até pessoas que ajudam os alunosnovibet mexicoseus locaisnovibet mexicotrabalho.

Crédito, Dalia Dávila

Legenda da foto, Dalia divide a internetnovibet mexicosua lojinhanovibet mexicotortilhas com as crianças do bairro.

É o que faz Dalia Dávila, mexicananovibet mexicoTlalpan, que divide a internetnovibet mexicosua lojinhanovibet mexicotortilhas com as crianças do bairro.

Dávila deixa à disposição delas um laptop, um celular e uma televisão. E para que as crianças não fiquem sentadas no chão, Dávila transformou o porta-malasnovibet mexicouma caminhonetenovibet mexicoum localnovibet mexicoaprendizado, apelidadonovibet mexico"cantinho da esperança".

Sua iniciativa fez tanto sucesso que as pessoas passaram a oferecer ajuda financeira por meionovibet mexico"patrocínios" às crianças e a professores voluntários que reforçam o conteúdo veiculado na televisão.

"Encontrei outros lugares por perto onde as crianças podem continuar a aprender", diz Dávila, que agora compartilha o espaço com quase 60 crianças procurando ajuda.

"Estou muito feliz", diz ela com entusiasmo. "Gostaria que todas as crianças pudessem estudar."

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