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Bebês 'vendidos por preçot bet 365apartamento' na Argentina buscam identidades reais, 40 anos depois:t bet 365
A BBC News Brasil entrevistou os cinco integrantest bet 365um grupo que nas redes sociais leva o nome das parteiras, já falecidas: 'Por nuestra identidad. Parteras F. Ofelia Pintos Lemos - Gregoria Agra'.
Os integrantes do grupo começaram a se falart bet 3652015, no início apenas quatro ou cinco deles.
Os paist bet 365Mónica Sznaidman, 53 anos, lhe haviam contado que ela era adotada. Depois que eles morreram, ela averiguou os dados nat bet 365certidãot bet 365nascimento. Nas suas redes sociais, outras pessoas começaram a lhe dizer que tinham as mesmas parteiras e que desconfiavam do processot bet 365adoção.
Gêmeos separados e buscados
Um dos fundadores do grupo, Ricardo Blanco, 53, foi a um programat bet 365televisão e contou que buscava suas origens e seu irmão gêmeo. Mas este ainda não apareceu.
"Aos 21 anos, eu estava com uns amigos quando vi uma pessoa igual a mim. Fiquei chocado. E pedi aos meus pais que me falassem a verdade. Eles confirmaram que eu era adotado e que tinha um irmão gêmeo. E eu o procuro", disse Blanco, que é professor universitáriot bet 365produção industrial.
Ele sabe que seu pai adotivo foi buscá-lo num prédiot bet 365apartamentost bet 365Buenos Aires, que nada tinhat bet 365clínica ou hospital. "Eu quero saber a datat bet 365que nasci, quero saber como me chamaria, saber minha identidade", disse.
Jorge Elkin,t bet 36544 anos, que morat bet 365Buenos Aires, não sabia que era adotado, mas, desconfiadot bet 365sua históriat bet 365vida, procurou a entidadet bet 365direitos humanos Avós da Praçat bet 365Maio para saber se era filhot bet 365desaparecidos políticos da ditadura militar (1976-1983). Não era. Seu irmão gêmeo, Ricardo David Luján, que morat bet 365outra cidade, Rosario, já tinha feito o mesmo exame, com a mesma curiosidade. Há apenas cinco anos, eles, então, souberam que eram irmãos, graças aos responsáveis pelo bancot bet 365DNA ligado à entidade.
"Nós somos muito parecidos. Mas nossas certidões têm informações diferentes. As datast bet 365nascimento têm mesest bet 365diferença e as parteiras também não são as mesmas", disse Elkin.
Ele contou que, quando ficava brava,t bet 365mãe adotiva lhe dizia: "eu te comprei e você não se comporta direito". Mas ele não achava que fosse algo sério.
Seu gêmeo diz que "foi uma surpresa quando soube que tenho um irmão''.
''Minha mãe adotiva me contou que meu pai chegout bet 365casa comigo, recém-nascido, enrolado numa manta. Ele era militar, assim como o pai adotivo do Jorge. Hoje acho que ou nos roubaram ou nos deram para as famílias adotivas", disse Ricardo David Luján.
Recentemente, os irmãos descobriram que uma senhora busca os filhos gêmeos que diz terem sido roubados há 44 anos. Agora, eles se preparam para um examet bet 365DNA. "Quem sabe é nossa mãe", disse Luján.
Vidas nas mãos da mesma parteira
Em um país que investigou o roubot bet 365bebêst bet 365filhost bet 365perseguidos políticos durante a ditadura, e que tem 130 daquelas crianças, hoje adultos, com a identidade já recuperada, era esperado que Elkin e Luján pensassem ser vítimas daquele período atroz.
Para a fundadora do Escritóriot bet 365Direitos Humanos do Registro Civil da Cidadet bet 365Buenos Aires, Mercedes Yáñez, a trama das adoções ilegais inclui históriast bet 365mulheres estupradas ou menorest bet 365idade que foram obrigadas pela família a parirem os bebês, os quais rapidamente tinhamt bet 365identidade substituída ao serem entregues a outras pessoas.
"Nós criamos um sistemat bet 365controle maior dos nascimentos e que antes não existia. O chamativo deste grupo (os 44) é a quantidadet bet 365vidas nas mãos da mesma redet bet 365parteiras. E esse grupo pode continuar crescendo", disse Yáñez.
Certidões falsificadas e dólares
Mónica Sznaidman disse que, atualmente, todos no grupo sabem que as certidõest bet 365nascimento eram falsificadas porque os pais adotivos apareciam como pais biológicos. "Também sabemos que pagaram por nós. Minha mãe adotiva me disse que ela e meu pai adotivo pagaram por mim, e o preço foi alto. O argumento era para a legalizaçãot bet 365documentos. Mas era caro demais só para isso. E alguns dos pais adotivos contaram que pagaram o equivalente ao preçot bet 365um apartamento", disse Mónica.
Ela esteve com o filhot bet 365uma das parteiras, a Pintos Lemos, o qual contou que as mulheres "chegavam com travesseiro embaixo da blusa ou dos vestidos, pagavam e levavam um dos bebês".
Em entrevista recente ao jornal La Nación, esse filhot bet 365uma das parteiras, Ricardo Verrey, disse que a mãe "presenteava" os bebês, mas que as amigas parteiras como ela os vendiam por "US$ 5 mil ou US$ 10 mil e que o preço mais alto era pelos bebês loirost bet 365olhos azuis".
Na Espanha
Hoje morando nas Ilhas Canárias, Espanha, Daniela Hinsch, 51, se emocionou várias vezes durante a entrevista com a BBC News Brasil. Ela contou que descobriut bet 365história no ano passado, ao escrever o nome da parteira Gregoria Agrat bet 365Pasini no Google.
Hinsch contou que a mãe adotiva, argentina, viajou a Buenos Aires e voltou para a Espanha oito meses depois com ela, recém-nascida, nos braços.
"Ela disse que pagout bet 365dólares por mim e que eu deveria estar feliz porque tive oportunidadet bet 365estudar, ou seria pobre. O que para mim também é triste é que ela não tenha me dito a verdade", disse. "Não quero julgar ninguém. Mas hoje minha filha,t bet 36515 anos, tem uma doença neurológica genética. E alémt bet 365buscar minha identidade, queria saber quem são meus pais biológicos por causa da minha filha".
Para Hinsch, o grupo a faz sentir que não está sozinha nessa situação.
A psicanalista Sonia Almada, diretora da ONG Aralma, que luta contra a violência infantil e adolescente e que investiga (e dá visibilidade a) casos como do grupot bet 365"Mónica e os 44" (como ficaram conhecidos), disse que a faltat bet 365informações verdadeiras sobre uma pessoa gera vazios e sérios problemas na construção da identidade.
"Essa certeza que temos, sobre as datas dos nossos aniversários, sobre nossas origens, eles não têm. E queremos dar visibilidade a um problema que continua existindo e que inclui os maus-tratos infantis. E por isso trabalhamos principalmente nos bairros vulneráveis", disse Almada à BBC News Brasil.
Ela está tentando ajudar, agora, uma jovemt bet 36520 anos, Micaela Matteucci, que busca as duas bebês que teve quando tinha 14 e 16 anos. "O sistema social não me informa onde Sofia e Francesca estão e não as vejo desde novembrot bet 3652017. Sou a mãe, tenho direito, mas tenho fét bet 365que pelo menos possa vê-las novamente".
Almada opina que saber o que aconteceu com as crianças e quem as adotou é um "direito da mãe" assim como é um "direito"t bet 365Mónica e os 44 saberem suas histórias. Por isso, o grupo defende que exista um banco nacionalt bet 365DNA, não só para o período da última ditadura no país. "Seria mais fácil encontrar nossos pais", defende Ricardo Blanco.
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