A antiga e estreita relação entre Venezuela e Belarus, ex-república soviética que vive caos:freebet 200
"Durante o governofreebet 200Hugo Chávez, Belarus tinha relações verdadeiramente substanciais com a Venezuela, incluindo projetos conjuntosfreebet 200infraestrutura,freebet 200petróleo e gás, e no nível militar", explicou Sivitski à BBC News Mundo (serviçofreebet 200espanhol da BBC).
E apesarfreebet 200as relações entre Caracas e Minsk terem "se deteriorado significativamente, e projetosfreebet 200cooperação, congelados", a importância do apoio político entre os dois antigos aliados não deve ser subestimada, diz o analista.
Isto é reforçado, hoje, pelo fato dos dois líderes enfrentarem desafios semelhantes.
"Você pode traçar paralelos entre Belarus e Venezuela, especialmente no que se refere à crisefreebet 200legitimidade que afeta seus governos", aponta Sivitski.
"Por exemplo, na Venezuela existem dois governos: ofreebet 200Maduro (que é reconhecido pelas atuais autoridades bielorrussas) e o do líder da oposição, Juan Guaidó (reconhecido pela maioria dos países ocidentais)".
"Vários governos ocidentais não reconhecem a vitóriafreebet 200Lukashenko e estão considerando reconhecer Svetlana Tijanóvskaya,freebet 200principal rival nas eleições presidenciais, como a líder legítimafreebet 200Belarus."
Outra semelhança mencionada por Sivitski é que, como fazem os venezuelanos, "as atuais autoridades bielorrussas também afirmam que protestos (de opositores) estão sendo coordenados por atores externos, especialmente os Estados Unidos".
"E Lukashenko certamente espera que os países latino-americanos com os quais Belarus compartilha a filiação ao Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) o reconheçam como o presidente legítimo", acrescenta o analista.
Alinhamento com Chávez
Na verdade, foi precisamente durante uma cúpula do MNAfreebet 200Havana, no anofreebet 2002004, que Lukashenko começou a estreitar os laços entre Belarus e a América Latina — começando por seu aliado mais antigo no continente, Cuba.
Na ocasião, o presidentefreebet 200Belarus anunciou uma nova era na relação entre os dois países, formalizada dois anos depois da declaraçãofreebet 200independência do país europeu após o colapso da União Soviética.
"A América Latina está irracionalmente afastadafreebet 200nossa política externa. Não prestamos atenção suficiente à região, embora sejamos aliados naturais", disse Lukashenko na época.
E via Cuba, Belarus rapidamente começou a se aproximar também da Venezuela, que depois acabou tirando o posto da ilhafreebet 200principal parceiro bielorrusso na América Latina.
Para Sirhei Bohdan, do Institutofreebet 200Estudos Estratégicosfreebet 200Belarus, a capacidade econômica muito maior da Venezuelafreebet 200Hugo Chávez e suas ambições internacionais ajudam a explicar esse deslocamento.
Sivitski destaca ainda a boa química pessoal entre Lukashenko e Chávez e também a necessidadefreebet 200Belarusfreebet 200diversificar suas fontesfreebet 200petróleo e gás após conflitos comerciais significativos com a Rússia.
Na verdade, o grande protagonista da relação entre Caracas e Minsk era o petróleo venezuelano — primeiro nos enviosfreebet 200forma bruta para Belarus, depois, com a criaçãofreebet 200joint ventures para a exploraçãofreebet 200hidrocarbonetos como a Petrolera BeloVenezolana, Sismica BeloVenezolana e Venezuelagazstroy.
Na esfera militar, Belarus enviou armas e assessores à Venezuela, onde supervisionou a instalaçãofreebet 200um sistemafreebet 200defesa aérea.
Os investimentos bielorrussos no país latino-americano incluem ainda fábricas para a montagemfreebet 200caminhões e tratores, assim como uma fábricafreebet 200materiaisfreebet 200construção — projeto descrito pelo portal do Ministériofreebet 200Relações Exterioresfreebet 200Belarus como "o maior do gênero na América do Sul".
Com este tipofreebet 200investimento, Minsk esperava desempenhar um papel cada vez mais importante nos projetosfreebet 200modernizaçãofreebet 200Chávez e também conseguir influência semelhantesfreebet 200países próximos à Venezuela.
No entanto,freebet 200acordo com Sivitski, os esforços para firmar projetosfreebet 200cooperação significativosfreebet 200países como Brasil e Equador não tiveram sucesso.
E o panorama mudou radicalmente com a mortefreebet 200Chávezfreebet 2002013 e com o aprofundamento da crise econômica no país sul-americano.
O declínio da cooperação
Segundo Tatyiana Melnichuk, da BBC News Russia (serviçofreebet 200russo da BBC), os laços econômicos mais produtivos entre Belarus e Venezuela ocorreram entre 2008 a 2012.
Em 2012, por exemplo, o comércio entre os dois países foifreebet 200US$ 580,7 milhões, dos quais US$ 254,4 milhões foram exportaçõesfreebet 200Belarus.
O grosso das importações que Belarus fez da Venezuela, porfreebet 200vez, foifreebet 200petróleo — masfreebet 2002012 o fornecimento já era bem menor quefreebet 200anos anteriores.
Aindafreebet 200acordo com Melnichuk,freebet 2002014, o volume do comércio bilateral já havia diminuído 85%freebet 200relação ao ano anterior, desaparecendo quase completamente nos cinco anos seguintes.
Segundo dados do Comitê Nacionalfreebet 200Estatística da Repúblicafreebet 200Belarus, nos primeiros oito mesesfreebet 2002019, o comércio entre os dois países foifreebet 200apenas US$ 35 mil.
Enquanto isso, o comércio com toda a América Latina foifreebet 200US$ 1,4 bilhões no ano passado — dos quais US$ 769,9 milhões foramfreebet 200exportaçõesfreebet 200Belarus, principalmente fertilizantes com destino ao Brasil.
Entre outros fatores, Sivitski atribui esse declínio ao papel cada vez mais importante da Rússia na América Latina.
"De muitas maneiras, Belarus e Rússia competiram na América Latinafreebet 200projetosfreebet 200influência e cooperação, especialmentefreebet 200petróleo e construção, e no caso venezuelano, também na cooperação técnica militar", explica.
"Mas agora a Rússia substituiu completamente Belarus como agente externo na Venezuela, se tornando o principal parceiro militarfreebet 200Caracas."
Os problemas econômicos da Venezuela e a gestão da relação bilateral por Nicolás Maduro também são fatores importantes.
"Lukashenko e Chávez eram amigos, se conheciam muito bem e compartilhavam a mesma ideologia. Mas Maduro é uma pessoa muito diferente: não tem carisma e a primeira questão que colocou na agenda ao chegar ao poder foi a dívida entre os dois países", lembra Sivitski.
"Os problemas econômicos arruinaram completamente a relação", diz o analista.
Mesmo destino?
Depois das eleiçõesfreebet 2009freebet 200agosto, porém, Lukashenko acabou se parecendo mais com Maduro do que com Chávez.
Maduro também é acusadofreebet 200fraude nas eleições presidenciaisfreebet 200maiofreebet 2002018.
E Sivitski acredita que a situaçãofreebet 200Belarus pode evoluir da mesma forma que na Venezuela, pelo menos inicialmente.
"Prevejo uma longa crise política, com Lukashenko ficando no poder — sobretudo porque seus principais adversários políticos deixaram o país e estão dispersos: alguns estãofreebet 200Moscou, outrosfreebet 200Vilnius (Lituânia), outrosfreebet 200Kiev (Ucrânia)...", explica.
"Além disso, Lukashenko continua controlando instituições do Estado e as forçasfreebet 200segurança", diz, apontando para a semelhançafreebet 200controle destes setores na Venezuela.
Mas o analista também considera que a situação pode ter outro rumo se o líder bielorrusso se exceder no uso da força, algofreebet 200que Maduro também foi acusado nos quatro mesesfreebet 200protestosfreebet 2002017.
"A repressão sangrenta e brutal aos protestosfreebet 2009freebet 200agosto, após as eleições presidenciais, alimentou as manifestações — porque foi cruzada uma linha sensível até mesmo para alguns dos apoiadoresfreebet 200Lukashenko", explica.
"Então, se você usar a força apenas para tentar retomar o controle, o único resultado é aprofundarfreebet 200crisefreebet 200legitimidade — e isso pode acabar provocando um golpe, porque começa a haver rachas na elite e até nas forçasfreebet 200segurança."
Agora, apenas o tempo dirá se Belarus também terá esta afinidade com a Venezuela.
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