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Coronavírus: pandemia leva número recordefumantes a largar o cigarro no Reino Unido:
Entre 15abril e 20 e junho, 10 mil pessoas foram entrevistadas sobre seus hábitosfumo pela empresapesquisas YouGov, a pedido da organização britânica Action on Smoking (conhecida como Ash).
A partir dessa amostra, os estatísticos fizeram uma estimativaquantas pessoas teriam abandonado o cigarrotodo o país.
Os riscos para saúde não são o único fator para muitos largarem o cigarro. Pesquisadores dizem que o isolamento contribuiu para a queda no fumo — com menos eventos sociais e também maior dificuldadese obter cigarros com o fechamentomuitos estabelecimentos.
Já o estudo da UCL vem ouvindo mil pessoas por mês na Inglaterra sobre seus hábitosfumo desde 2007.
Neste ano, 7,6% das pessoas que fazem parte do estudo disseram ter largado o cigarro — um número que é quase 30% maior que a média.
"Maisum milhãofumantes conseguiram pararfumar desde que a covid-19 chegou ao Reino Unido mas uma quantidade cinco vezes maior segue fumando", diz a diretora da Ash, Deborah Arnott.
Estima-se que o Reino Unido tinha cerca7 milhõesfumantes2019.
A entidade está lançando uma campanha contra o tabagismo com dinheiro do DepartamentoSaúde voltado para pessoas nas áreas com o maior númerofumantes do país.
Terrence Craggs, que viveNewcastle, largou o cigarro depoispassar um tempo no hospital — mesmo tendo diagnóstico negativo para covid-19.
"Eu não conseguia respirar", disse ele à BBC. "Eu ficava ofegante o tempo todo. A pandemia é mais um incentivo para largar os cigarros, apesarser mais difícil fazer isso neste momento por causa do estresse."
Quais são os riscos?
Dadosum app chamado Zoe Covid Sympton Tracker, que ajuda a detectar sintomascovid-19, indicam que fumantes têm probabilidade maior (14%)desenvolverem três sintomas clássicos da doença, na comparação com não-fumantes: febre, tosse persistente e faltaar.
O app foi criado por pesquisadores dos hospitais britânicos Guy's and St Thomas' e King's College London, com dadosmais2,4 milhõespessoas.
A análise mostra que fumantes que tiveram diagnóstico positivocovid-19 tinham duas vezes mais chancesserem hospitalizados do que os não-fumantes.
Isso corrobora dados dos Estados Unidos, que mostram que fumantes com coronavírus têm 1,8 vez mais chancesmorrer.
Mas existe evidência nos dados da Zoeque fumantes podem ter probabilidade menor do que os não-fumantesserem diagnosticados com covid-19. Ainda assim, os fumantes que contraíram a doença tiveram sintomas mais graves da doença.
Alguns estudos no mundo sugerem que fumar pode até ter um efeito protetor contra o coronavírus. A pesquisadora Jamie Hartmann-Boyce, do CentroMedicina BaseadoEvidências da UniversidadeOxford, disse que existe uma razão "biologicamente plausível" para isso: a nicotina pode estar bloqueando os receptores usados pelo vírus para invadir as células.
Mas ela afirma que não há clareza sobre a representatividade clínica dos dados.
"Isso não é consistentevários estudos e não está claro se os dados destes estudos são confiáveis", ela diz.
Fumar,vezusar nicotinamascar ouadesivo, é "mortal", ela afirma. Qualquer benefício potencial do cigarro seria muito menor do que os males causados por ele.
A recomendação das autoridadessaúde da Inglaterra é: "Há evidências fortesque fumar tabaco está geralmente associado a um aumento no riscose desenvolver infecções respiratórias virais".
"Fumar causa dano aos pulmões e vias respiratórias e prejudica o sistema imune, reduzindo acapacidadelutar contra infecções."
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