Lockdown na Índia: como a quarentena matou maiszepoints zebet300 pessoas que não tinham o coronavírus:zepoints zebet

Crédito, Handout

Legenda da foto, Até 26zepoints zebetmaio, pelo menos 304 pessoas haviam morrido no país devido ao lockdown

zepoints zebet No 62º dia do lockdown do coronavírus na Índia, um menino tenta acordarzepoints zebetmãe, deitadazepoints zebetuma plataformazepoints zebettrem na estaçãozepoints zebetMuzaffarpur, no Estadozepoints zebetBihar, no leste do país.

Os anúncioszepoints zebetchegada e partidazepoints zebettrens continuam soando nos alto-falantes da estação.

Sem entender quezepoints zebetmãe está morta, o filho caminha até o corpo e puxa o cobertor colocado sobre ela, colocando-o sobrezepoints zebetprópria cabeça.

Dois dias depois deste episódio, essas imagens começaram a se difundir pelas mídias sociais.

A mulher morta foi identificada. Trata-sezepoints zebetArbina Khatoon, uma trabalhadorazepoints zebet23 anos na cidadezepoints zebetAhmedabad. Ela estava viajando com seus dois filhos e alguns parenteszepoints zebetum trem especial para trabalhadores migrantes,zepoints zebetdireção azepoints zebetcidade natal, Bihar,zepoints zebetuma jornadazepoints zebet1,8 mil quilômetros.

"Ela morreuzepoints zebetforma repentina no trem", disse seu cunhado Wazir à BBC Hindi, serviçozepoints zebetlíngua hindi da BBC.

Eles só tinham comido uma refeição desde o começozepoints zebetsua jornada, ele conta, e alguns biscoitos e batatinhas.

"A água era quente demais para se beber", conta Wazir.

De acordo com a imprensa local, ela morreuzepoints zebetfome e desidratação, como muitos trabalhadores migrantes que faleceram durante o lockdown decretadozepoints zebetfunção do coronavírus. As autoridades locais, no entanto, disseram que ela morreu devido a algum outro problemazepoints zebetsaúde pré-existente.

Arbina Khatoon é uma entre maiszepoints zebet300 trabalhadores migrantes que morreram desde que o lockdown foi decretado na Índia, no dia 25zepoints zebetmarço. As estatísticas vão até o dia 26zepoints zebetmaio. A maioria das vítimas estava tentando voltar para suas cidades natais após perderem seus empregos praticamente do dia para noite.

Caminhando sob o sol

A paisagem urbana da Índia está cheiazepoints zebettrabalhadores informais que dependemzepoints zebetsalários pagos diariamente parazepoints zebetsobrevivência. Eles são a base da economia das metrópoles — responsáveis por construir casas, cozinhar, servir e entregar comidas, cortar cabelos, fabricar automóveis, limpar banheiros e entregar jornais.

A maior parte dos 100 milhõeszepoints zebettrabalhadores informais está tentando fugir da pobreza extrema. Muitos moramzepoints zebetpéssimas condições e sonham com mobilidade social.

Mas milhares deles estão sem empregos ou qualquer outra formazepoints zebetrenda desde o começo do lockdown. Eles passaram a dependerzepoints zebetdoaçõeszepoints zebetcomida por parte do governo ouzepoints zebetinstituiçõeszepoints zebetcaridade. Alguns agora precisam mendigar. Quem tentava voltar para casa não tinha acesso a trens ou ônibus. Rapidamente eles se transformaram praticamentezepoints zebetrefugiados.

Legenda da foto, Milhareszepoints zebetpessoas deixaram cidades grandes durante a pandemia

Homens, mulheres e crianças começaram suas jornadas a pé. A maioria dizia estar sem dinheiro e com medozepoints zebetpassar fome.

Eles traziam consigo seus parcos pertenceszepoints zebetsacos — geralmente comida, água e roupas. Os jovens andavam com mochilas. Quando as crianças ficavam exaustaszepoints zebetcaminhar, os pais as carregavam nos ombros.

Eles caminhavam sob o sol e sob as estrelas, enfrentando fome e exaustão, mas motivados por uma espéciezepoints zebetvontade coletivazepoints zebetchegarzepoints zebetcasa. Nas suas cidades natais, eles teriam um mínimozepoints zebetcomida e o conforto da presençazepoints zebetseus familiares.

'Pelo menos verei meus filhos'

Lallu Ram Yadav,zepoints zebet55 anos, era um desses refugiados do lockdown. Ele trabalhava como segurançazepoints zebetMumbaizepoints zebetturnoszepoints zebet12 horas por dia e seis dias por semana.

Ele costumava se encontrar todo domingo com seu primo, Ajay Kumar, para falar sobre suas memórias da terra natal que havia deixado na década anterior,zepoints zebetbuscazepoints zebetuma vida melhor na cidade grande. Ele enviava dinheiro parazepoints zebetmulher e seus seis filhos.

Mas todo esse trabalho duro foi por água abaixo quando o lockdown começou. A poupança que ele e Ajay tinham logo se esvaiu.

Lallu Ram telefonou para seus familiares e informou que estaria voltando — pelo menos assim, imaginou que poderia voltar a ficar com seus filhos. Seria preciso viajar 1,4 mil quilômetros até o distritozepoints zebetAllahabad, no Estadozepoints zebetUttar Pradesh.

Os caminhoneiros cobravam caro demais pela carona. Então os dois resolveram fazer malas pequenas e começar a jornada a pé, na companhiazepoints zebetquatro amigos.

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Legenda da foto, Lallu Ram Yadav queria passar mais tempo comzepoints zebetfamília

Em 48 horas, eles conseguiram caminhar 400 quilômetros, com a ajudazepoints zebetalgumas caronas. Mas a travessia se provou mais difícil do que haviam previsto.

"Estava quente demais e logo nós ficávamos cansados", disse Ajay. "Os sapatoszepoints zebetcouro que usávamos eram extremamente desconfortáveis."

Eles ficaram com bolhas nos pés depoiszepoints zebetcaminhar por um dia inteiro. Mas não tinham mais a opçãozepoints zebetdesistir.

Uma noite, Lallu Ram começou a ter dificuldades para respirar. Quando chegaram ao Estadozepoints zebetMadhya Pradesh, ainda tinham um longo caminho pela frente, mas decidiram parar para descansar.

Lallu Ram nunca mais acordou. Os amigos que o levaram para o hospital contam que ele morreuzepoints zebetparada cardíaca, provavelmente desencadeada por exaustão.

"O único ganha-pão da família se foi", disse Ajay. "Ninguém nos ajudou. Meu primo não precisava ter morrido, mas ele tevezepoints zebetescolher entre a fome e uma longa viagem."

Lallu Ram não conseguiu cumprirzepoints zebetpromessazepoints zebetpassar mais tempo com seus filhos.

"Nós, os pobres, geralmente precisamos escolher a melhor opção, entre várias péssimas", diz Ajay. "Não deu certo para meu primo dessa vez. Raramente dá certo para pobres como ele."

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Legenda da foto, Muitos tiveram dificuldadeszepoints zebetconseguir comida durante as viagens

Um destino semelhante foi encontrado por 16 trabalhadores exaustos no Estadozepoints zebetMaharashtra. Depoiszepoints zebet36 quilômetros caminhando, eles pegaram no sonozepoints zebettrilhoszepoints zebettrem. Quando o trem passou, atropelou todos.

A imprensa local noticiou que os trabalhadores imaginaram que não haveria trens passando por aqueles trilhos devido ao lockdown. Algumas imagens compartilhadas nas mídias sociais mostrava pedaçoszepoints zebetroti, uma espéciezepoints zebetpão indiano, jogados no canto da ferrovia.

zepoints zebet ' zepoints zebet Queria nunca ter começado esta viagem zepoints zebet '

A maioria dos trabalhadores migrantes que morreram esteve envolvidazepoints zebetalgum tipozepoints zebetacidentezepoints zebettrânsito. É o casozepoints zebetSanju Yadav.

Ela chegouzepoints zebetMumbai, a capital financeira da Índia, na década passada, com seu marido Rajan e seus dois filhos, Nitin e Nandini. Eles tinham poucos pertences, mas muitos sonhos. A esperançazepoints zebetSanju erazepoints zebetque seus filhos prosperassem na cidade.

O trabalho duro dos dois parecia estar compensando. Rajan usouzepoints zebetpoupança e um empréstimo para comprar um tuk-tuk, um veículo triciclo típico da Índia ezepoints zebetoutros países asiáticos.

Mas então veio o coronavírus.

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Legenda da foto, Rajan Yadav,zepoints zebetesposa Sanju e os dois filhos, que buscavam uma vida melhorzepoints zebetMumbai

A poupança da família era usada para pagar aluguel, comida e o empréstimo. Eles conseguiram aguentar o lockdown nos meseszepoints zebetmarço e abril, na expectativazepoints zebetque tudo reabrissezepoints zebetmaio, mas o lockdown foi estendido.

Sem dinheiro e alternativas, eles decidiram voltar ao distritozepoints zebetJaunpur,zepoints zebetUttar Pradesh. Eles solicitaram bilheteszepoints zebettrem que estavam sendo distribuídos a trabalhadores migrantes, mas passaram uma semana sem sucesso.

Desesperados e exaustos, decidiram encarar a viagemzepoints zebet1,5 mil quilômetros a bordo do tuk-tuk. Eles partiramzepoints zebetMumbai no dia 9zepoints zebetmaio.

Rajan começava a dirigir às cinco da manhã por seis horas sem parar. Eles descansavam durante o dia e voltavam à estrada das seis da tarde até as onze da noite.

"Nós comíamos qualquer coisa que tivéssemos e dormíamos no asfalto. A perspectivazepoints zebetestar na segurançazepoints zebetnosso vilarejo nos motivava", diz ele.

Mas nas primeiras horaszepoints zebet12zepoints zebetmaio, faltando apenas 200 quilômetros para chegar na cidade natal, um caminhão atingiu o tuk-tuk. Sanju e Nandini morreram na hora. Rajan e Nitin escaparam com arranhões.

"Tudo acabou rápido demais. Nós estávamos tão perto do nosso vilarejo. Estávamos tão felizes. Mas agora não me sobrou nada — só um vazio enorme."

Ele diz que não parazepoints zebetpensar nos bilheteszepoints zebettrem que nunca vieram.

"Eu queria ter conseguido os bilhetes. Eu queria nunca ter começado essa viagem. Eu queria não ser pobre."

zepoints zebet ' zepoints zebet Ele sonhava com a comida caseira zepoints zebet '

Sagheer Ansari e seu irmão Sahib eram bons alfaiates. Eles nunca tiveram problemas para achar emprego na indústria têxtilzepoints zebetNova Déli. Até o lockdown ser decretado.

Em poucos dias, ambos ficaram desempregados. Eles imaginaram que tudo voltaria ao normalzepoints zebetalgumas semanas e seguiram emzepoints zebetpequena casazepoints zebetum cômodo.

Quando o dinheiro acabou, eles pediram ajuda a seus parentes, emzepoints zebetcidade natal. Mas quando o lockdown foi estendidozepoints zebetmaio, eles perderam a paciência.

"Nós já não podíamos pedir mais dinheiro para nossa família. Nós é que deveríamos estar ajudando eles financeiramente, e não o contrário", disse Sahib.

Crédito, Handout

Legenda da foto, Sagheer Ansari era alfaiate mas perdeu seu emprego

Eles então embarcaramzepoints zebetuma viagemzepoints zebet1,2 mil quilômetroszepoints zebetdireção ao vilarejozepoints zebetMotihari,zepoints zebetBihar.

Junto com outros amigos, eles decidiram comprar bicicletas. Mas conseguiram comprar apenas seis bicicletas para um grupozepoints zebetoito pessoas. A solução encontrada foi revezar as bicicletas entre si, com duas pessoas sempre na garupa.

Eles partiramzepoints zebetNova Déli cedo, no dia 5zepoints zebetmaio. Era um dia quente e a cada dez quilômetros todos ficavam exaustos.

"Nossos joelhos doíam, mas seguíamos pedalando. Raramente comíamos uma refeição decente e isso deixava tudo mais difícil", diz Sahib.

Depoiszepoints zebetcinco dias, o grupo chegou a Lucknow, a capitalzepoints zebetUttar Pradesh. Eles já não comiam uma refeição havia dois dias e estavam praticamente à basezepoints zebetarroz tufado.

"Todos estávamos famintos. Nos sentamos na barreira da estrada para comer, porque não havia quase nenhum trânsito", ele lembra.

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Sagheer deixou esposa e filho

Mas,zepoints zebetrepente, apareceu um carrozepoints zebetalta velocidade, que atingiu a barreira onde Sagheer estava. Ele morreu poucas horas depois no hospital.

"Meu mundo desabou", conta Sahib. "Eu não fazia ideia do que contaria para seus filhos ezepoints zebetesposa. Ele adorava comida caseira e estava sonhando com isso. Ele morreu sem nem ter podido comer uma refeição decente durante vários dias."

Sahib conseguiu chegar a seu destino. Ele trouxe o corpozepoints zebetseu irmãozepoints zebetuma ambulância. Mas nem teve tempo para confortar seus parentes, pois foi colocadozepoints zebetquarentenazepoints zebetum local isolado logo após o velório.

"Eu não sei quem eu devo culpar pela morte dele — o coronavírus, a fome ou a pobreza", diz Sahib.

"Eu descobri uma coisa: eu nunca mais vou deixar meu vilarejo. Eu posso até ganhar menos dinheiro, mas pelo menos vou seguir vivo."

Histórias parecidas como essas continuam provocando indignação na Índia. Uma criançazepoints zebet12 anoszepoints zebetidade desmaiou depoiszepoints zebetpassar três dias caminhando. Ela morreu a poucos quilômetroszepoints zebetsua casa.

Um trabalhadorzepoints zebet60 anos morreuzepoints zebetUttar Pradesh, provavelmentezepoints zebetinanição.

Uma pessoazepoints zebet26 anos foi atropelada por um carro quando comia seu café da manhã ao ladozepoints zebetuma estrada.

Um casal, Krishna e Pramila Sahu, foi mortozepoints zebetum acidentezepoints zebettrânsito depoiszepoints zebetpercorrer 750 quilômetroszepoints zebetbicicleta.

Legenda da foto, Muitos trabalhadores migrantes disseram que não voltarão para cidades grandes

Governos estaduais correm para tentar conseguir transporte, acomodações e comida para os trabalhadores migrantes. O premiê, Narendra Modi, pediu desculpas pela forma como o lockdown causou dificuldades nas vidaszepoints zebettodos, sobretudo dos mais pobres, mas disse que "medidas difíceis são necessárias para se vencer essa batalha".

Autoridades indianas dizem que ele está certo e que o lockdown é necessário para salvar vidas. Mas muitos cidadãos disseram que a faltazepoints zebetplanejamento do governo está provocando uma crise humanitária.

"Qualquer que seja o motivo, Modi e os governos estaduais parecem ter feito um grande estrago ao não antecipar esse êxodo", diz o correspondente da BBC na Índia, Soutik Biswas.

"Modi foi extremamente rápido ao lidar com o sofrimento dos indianos no exterior, com centenas sendo trazidoszepoints zebetvolta para casazepoints zebetvoos especiais. Mas deixou a desejar ao lidar com a dor dos trabalhadores migrantes domésticos."

No começozepoints zebetmaio, o governo finalmente começou a transportar trabalhadores migranteszepoints zebettrens especiais. Primeiro 30 linhaszepoints zebettrens iniciaram os serviços, mas os preços dos bilhetes eram abusivos.

Houve reclamações generalizadas sobre esses preços, e o Partido do Congresso,zepoints zebetoposição, chegou a se oferecer para pagar por bilhetes.

Trabalhadoreszepoints zebetbaixa renda, que estavam havia semanas sem ganhar nenhum dinheiro, precisavam pagar até 800 rupias (o equivalente a US$ 11 ou R$ 54). Um trabalhador diário recebezepoints zebetmédiazepoints zebet200 a 600 rupias por dia.

O governo disse que era necessário cobrar pelos bilhetes para garantir que os trens fossem usados apenas por aqueles trabalhadores que realmente precisavam deles. Depois que o assunto se tornou um escândalo nacional, o governo disse à imprensa que "nunca havia pedido que os Estados cobrassem dinheiro dos trabalhadores" e que havia, na verdade, sugerido que o custo da passagem fosse dividido entre o Estado e as operadoraszepoints zebettrem.

Dinheiro não foi o único problema. Muitas pessoas não conseguiram agendar a compra dos bilhetes pela internet e precisaram enfrentar multidões e filas nos balcõeszepoints zebetvendas. Muitos balcões nem sabiam que esses serviçoszepoints zebettrens estavam disponíveis.

Na metadezepoints zebetmaio, o governo passou a oferecer comida gratuita aos trabalhadores migrantes por dois meses, como partezepoints zebetum pacote econômicozepoints zebetUS$ 266 bilhões (R$ 1,3 trilhões) para combater os efeitos do lockdown.

Mas centenaszepoints zebetmigrantes que não conseguiam ônibus ou trens continuaram fazendo suas jornadas a pé ouzepoints zebetcaronazepoints zebetcaminhões.

zepoints zebet ' zepoints zebet Sem comida ou água nos trens zepoints zebet '

Cercazepoints zebetquatro milhõeszepoints zebettrabalhadores viajaramzepoints zebettrem das cidades grandes para seus vilarejoszepoints zebetmaiszepoints zebetmeia dúziazepoints zebetEstados nas últimas semanas.

Pelo menos 80 deles não chegaram a seus destinos, segundo um relatório inicial da autoridade ferroviária indiana RPF. A maioria dos mortos eram dos Estadoszepoints zebetUttar Pradesh e Bihar.

Legenda da foto, Cada passageiro temzepoints zebettemperatura medida anteszepoints zebetembarcarzepoints zebettrens

O relatório ressalta alguns dos motivos das mortes, como câncer, doença grave ou problemaszepoints zebetfígado. Uma pessoa testou positivo para covid-19. O corpozepoints zebetum trabalhador foi encontrado dentro do banheirozepoints zebetum dos ônibus. Provavelmente ele estava ali há dias, segundo a emissora NDTV.

A BBC conversou com algumas pessoas que pegaram esses trens. Eles passaram longos períodos com pouca água e comida. Um deles, Manish Pandey,zepoints zebet20 anos, passou 40 horaszepoints zebetum dos trens.

"Não havia comida e praticamente nenhuma água", ele contou para a repórter da BBC Chinki Sinha.

As lojas da estação estavam fechadas devido ao lockdown. Ele foi então levado a um centrozepoints zebetquarentena no Estadozepoints zebetBihar, que também não tinha água e comida adequadas.

"Alguns banheiros estavam entupidos e não havia ninguém ouvindo nossas reclamações. Nós deixamos o centro depoiszepoints zebetseis dias", ele conta.

Algumas pessoas disseram terem sido espancadas por policiais ao tentarem procurar por água.

A imprensa local noticiou um incidentezepoints zebetque trabalhadores migrantes desesperados foram vistos atacando uma pessoa com sacoszepoints zebetcomidazepoints zebetuma estaçãozepoints zebettrem.

O ministro das Ferrovias, Piyush Goyal, reconheceu que houve também atrasos dos trens, mas advertiu que as pessoas não deveriam "prejudicar os enormes esforços" feitos por trabalhadores do setor para ajudar os migrantes a chegar a suas casas.

"Houve casoszepoints zebetatrasos e eu peço desculpas por eles. A questão não estava nas nossas mãos e alguns Estados, como Maharashtra, atrasaram trens desde a origem. Por isso, tivemos que fazer desvios e muitos trens se atrasaram para chegar a seus destinoszepoints zebettempo."

zepoints zebet ' zepoints zebet Eu perdi meu pai e meus sonhos zepoints zebet '

A Índia tem uma populaçãozepoints zebet1,3 bilhõeszepoints zebetpessoas e registra cercazepoints zebet200 mil casoszepoints zebetcoronavírus, com maiszepoints zebet5,5 mil mortes. Agora, o país começou a aliviar as medidaszepoints zebetlockdown, apesarzepoints zebeto númerozepoints zebetcasos ainda estarzepoints zebetascensão.

Mais trabalhadores migrantes estão conseguindo chegar a suas casas, mas o impacto da crise entre os mais pobres do país continuará sendo forte.

Legenda da foto, Muitos estão expostos a riscos enormes na tentativazepoints zebetviajar

Jaikrishna Kumar,zepoints zebet17 anos, se arrependezepoints zebetter aconselhado seu pai, Balram, a voltar para casa quando começou o lockdown. Balram vinhazepoints zebetum vilarejo no distritozepoints zebetKhagadia, mas estava trabalhandozepoints zebetGujarat, um dos mais atingidos pelo coronavírus.

Um policial ajudou ele e seu amigo Naresh Singh, junto com vários outros, a pegar caronazepoints zebetum caminhão. O veículo tinha uma carga mal amarrada nazepoints zebettraseira— algo bastante comum nas estradas indianas.

O motorista perdeu controle do veículo quando passava pela cidadezepoints zebetDausa, no Estado do Rajastão, e bateuzepoints zebetuma árvore. Balram morreu no acidente.

Agora, Jaikrishna Kumar diz que provavelmente precisará abandonar os estudos para achar um emprego que sustente a família.

"O acidente me tirou meu pai e meus sonhoszepoints zebetconquistar minha educação. Eu queria poder ter outro caminho. Eu não gosto da ideiazepoints zebetir para a cidade grande e trabalhar, mas qual é a alternativa? Meu pai queria que eu quebrasse o ciclo da pobreza. Eu não sei fazer isso sem ele."

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